Átrio dos Gentios e Governo italiano organizam concurso para estimular via da beleza para o diálogo
“Ciências humanas, naturais e religiosas em diálogo: a via da Beleza” é o título do primeiro concurso que o Ministério da Educação italiano e o Átrio dos Gentios, plataforma da Igreja católica para o diálogo entre crentes e não crentes, vão organizar para os estudantes das escolas transalpinas.
A iniciativa nasceu do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho da Cultura, instituição sediada no Vaticano que coordena o Átrio dos Gentios, e Giovanna Boda, responsável do Ministério da Educação, revela a Rádio Vaticano.
«O concurso, inspirado na experiência e atividades do Átrio dos Gentios, visa promover no âmbito das diversas disciplinas (humanistas e científicas) o empenho em fazer amadurecer a consciência da importância civil, cultural, educativa do diálogo entre pessoas crentes e não crentes», refere uma circular do ministério enviada às escolas.
O projeto pretende valorizar «o contributo que as diferentes visões do mundo (religiosas e não religiosas) ofereceram, oferecem e podem oferecer para uma participação mais partilhada na vida democrática segundo os princípios da Constituição italiana», aponta o mesmo documento.
Entre os critérios para a avaliação para os trabalhos nas secções “Histórica – Documental”, “Artística – Expressiva” e “Musical” estão a «capacidade de veicular uma mensagem culturalmente relevante», coerência com o tema proposto e «criatividade na forma e no conteúdo».
«A ideia é estimular, através dos professores e estudantes, uma reflexão pessoal e criativa sobre a importância do diálogo entre crentes e não crentes», explica Sergio Ventura, docente numa escola em Roma e coordenador do blogue “Studenti nel Cortile” (“Estudantes do Átrio”), incorporado no site do Átrio dos Gentios.
Os trabalhos enviados até agora enquadram-se em diferentes disciplinas, dividindo-se em reflexões mais narrativas, como ensaios breves ou artigos jornalísticos, e abordagens «mais criativas», como composições musicais (pop ou rap), desenhos e bandas desenhadas, afirma o docente.
Os jovens de hoje sabem o que é a beleza? Sabem reconhecê-la, sobretudo?: «Podemos banalizar e dizer que os jovens não sabem o que seja a beleza, preocupam-se apenas com a beleza material ou superficial», começou por responder Sergio Ventura às questões colocadas pelo jornalista.
«Mas – ressalvou – com a dose certa de estímulos, fazendo-os trabalhar, aos poucos começam a notar que há um outro tipo de beleza que, para eles, é fealdade. Por isso é necessário ajudá-los a mudar a sua perspetiva, fazendo-os compreender que os seres humanos podem valorizar-se também por aquilo que só aparentemente não é belo, como a diversidade, a deficiência, mas que na realidade encerra em si uma beleza nova.»
O prazo final para a entrega dos trabalhos, que podem ser elaborados por alunos que concorrem individualmente ou em grupo, está marcado para o fim de março, mas Sergio Ventura está convencido de que o prazo será prorrogado até meio de abril.
A sessão de entrega dos prémios, durante a qual serão expostos os melhores trabalhos, ocorre este ano, em Roma, em data a anunciar.
Rui Jorge Martins
© SNPC |
24.02.14
Barcelona