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Sobre «a cultura da culpa no religioso»: «Cada um tem de conseguir o bem que lhe é possível»

«Um dos enormes equívocos do religioso é a idealização da perfeição que leva as pessoas a viverem numa câmara de cultura da culpa por não conseguirem ser como aquele santo ou aquela santa. Cada um tem de conseguir o bem que lhe é possível», considera o padre José Tolentino Mendonça.

Em entrevista publicada este sábado no "Diário de Notícias", o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura falou do interesse que mantém pelos percursos de escritores e artistas próximos do catolicismo, mas que muitas vezes o manifestam fora dos cânones.

O «romancista católico» Jack Kerouac, por exemplo, «era um homem perdido» que «viveu o seu catolicismo de forma excêntrica e irregular», apontou o poeta e biblista, que se referiu ao «modo ortodoxo, mas também muito heterodoxo», do escritor norte-americano, à semelhança «de Flannery O'Connor ou de Graham Greene».

«Interessa-me muito esse resíduo inapagável de humanidade, pois a fé como abstração não me seduz. Interessa-me a fé conjugada numa ardente primeira pessoa e original», como se observa na «procura espiritual» de Kerouac, e também nos cantautores Patty Smith e Bruce Springsteen, moldado este pelo «universo americano de Nova Jérsia».

O vice-reitor da Universidade Católica realçou a gratidão devida a poetas, cineastas e artistas «por darem a ver o humano na sua contradição»: «Se não aceitamos essa contradição do humano, se não aceitamos a fragilidade e não aceitarmos o pecado, não vamos perceber o que é a graça».

Referindo-se ao livro de fotografias "Os rostos de Jesus", de Duarte Belo, de que é coautor, o padre Tolentino Mendonça mostrou-se convicto de que o conhecimento atual sobre Cristo obriga a «colocar muitas hipóteses e estar abertos a muitas outras».

«Jesus continua a ser um enigma e uma pergunta depois de dois milénios porque o seu rosto continua a desenhar-se e a fazer-se», nota, acrescentando que os textos cristãos das origens não dizem «uma única palavra» sobre o seu rosto, «a cor dos cabelos, como eram os seus olhos, o seu nariz, o seu sorriso».

O rosto de Jesus «é uma questão fundamental, mesmo que a tradição cristã a deixe obrigatoriamente em aberto, porque o que define Jesus é a sua misericórdia e a construção de uma alternativa. Muito mais do que a fixação de uma determinada forma», apontou na entrevista conduzida pelo jornalista João Céu e Silva.

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 29.12.13

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