O colóquio internacional sobre a devoção a Santo António em Portugal e no Brasil, que decorre entre 31 de maio e 2 de junho, em Lisboa, vai ser acompanhado por múltiplas expressões artísticas, históricas e culturais com entrada gratuita.
No primeiro dia, o cinema S. Jorge acolhe quatro documentários sobre manifestações devocionais ao pregador franciscano (Lisboa, 1191 - Pádua, 1231), padroeiro secundário de Portugal e principal da cidade lisboeta.
A 1 de junho o auditório da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa recebe o painel "Olhares cruzados a Santo António", que compreende, durante a tarde, uma "leitura histórica" das devoções, incluindo na arte.
A partir das 19h00 inicia-se a Trezena de Santo António, orações em seu louvor nos 13 dias antes da sua festa litúrgica, tradição que remontará ao século XVII, na atual Itália. A seguir à oração, marcada para a igreja de Santo António, decorre um espetáculo de Luísa Amaro e Vítor de Sousa, refere a programação, organizada pelo Museu de Lisboa.
No último dia é proposta uma visita pedonal «que revela as marcas da presença do Santo na cidade e acompanha o colorido da exposição de rua Tronos de Santo António», que estarão expostos em vários locais nesse sábado e domingo.
O Museu de Lisboa mantém o compromisso de abrir um centro de investigação dedicado à vida, obra e culto a Santo António, «tendo em vista a dinamização, a promoção de estudos e a divulgação do rico e vasto património material e imaterial» a ele associado.
Em fevereiro deste ano a Câmara Municipal de Lisboa lançou o livro "Tronos de Santo António 2016", com fotografias de 204 altares criados por moradores das freguesias da cidade.
A tradição da construção dos tronos terá surgido após o terramoto de 1755, quando começaram os peditórios para reconstruir a igreja de Santo António, obra que ficaria concluída em 1787; até então eram colocados tronos decorados à porta das casas. No século XX consolidou-se a presença dos tronos nas festas dos bairros lisboetas.
O livro é «um importante retrato sociocultural da cidade, porque mostra a diversidade da participação de todos os que quiseram associar-se à iniciativa, num encontro de gerações, que envolveu desde artistas plásticos a pessoas comuns, passando por instituições, como os bombeiros ou a polícia, diferentes grupos e até comunidades de outros credos religiosos, como a indiana», declarou o coordenador do projeto, Pedro Teotónio Pereira, ao "DN".
Este ano o Município espera distribuir 300 a 400 estruturas de tronos, que podem ser pedidos pelas pessoas e instituições que os desejem decorar.