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Comissão Diocesana da Cultura de Aveiro apoia encenação de "Rei Édipo"

Imagem Cartaz (det.) | D.R.

Comissão Diocesana da Cultura de Aveiro apoia encenação de "Rei Édipo"

A Comissão da Cultura da diocese de Aveiro apoia a apresentação da peça clássica "Rei Édipo", de Sófocles, dramaturgo grego do séc. V a.C., que será levada à cena a partir da próxima sexta-feira.

«Trata-se de iniciativa rara na cidade de Aveiro: rara pelo conteúdo e rara pela forma de a concretizar», sublinha o presidente da Comissão Diocesana, Luís Silva, em nota enviada ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

A peça, interpretada pelo grupo amador "Oficina de Teatro Capitão Grancho”, será exibida no claustro do Museu de Aveiro nos dias 1, 2 e 3 de julho, às 21h30, antecedida de uma breve conferência sobre o seu conteúdo e atualidade.

«A atualidade do teatro antigo dispensa demonstração, tão frequentes têm sido ao longo do último século as suas reelaborações na literatura, na música, na dança ou no cinema, tantas têm sido as encenações modernas de tragédias clássicas, em espectáculos singulares ou em festivais», realça Belmiro Fernandes Pereira, doutorado em Estudos Clássicos.

O docente da Faculdade de Letras da Universidade do Porto recorda, no texto de enquadramento da iniciativa, que «à noção de trágico não são estranhas as perguntas e as dúvidas que a fé coloca, nem a procura de sentido que marca a esperança cristã».

«O trágico resulta da junção da fragilidade humana, expressa nas catástrofes provocadas por forças transcendentes, cujos desígnios não são inteligíveis para o homem, com a grandeza do indivíduo destruído, agónica expressão da liberdade humana», acrescenta o membro da Comissão Diocesana da Cultura.

Belmiro Fernandes Pereira refere que «do confronto entre a liberdade humana e o poder do destino nasce uma relação de causa efeito entre ação e sofrimento», pelo que «quando a vontade individual entra em conflito com a ordem do universo acontece o trágico, na passagem da felicidade à desgraça que resulta de um erro grave do herói, "hamartia", erro provocado pela falta de lucidez».

«O que move a ação em "Rei Édipo" é a procura de sentido, a busca da luz, a pedagogia do sofrimento. Tragédia de destino, "Rei Édipo" representa a condição humana. Às escuras o herói conduz a investigação de um crime; quando descobre a verdade, quando se (re) conhece fica cego, é destruído pela luz», assinala o especialista

Por isso, conclui o investigador, o sofrimento, físico e moral, revela-se «essencial à emoção trágica», sendo a a «afirmação simultânea da grandeza e da miséria da condição humana que faz "Rei Édipo" atual, que torna atuante a tragédia grega».

Além do apoio da Comissão Diocesana da Cultura, a exibição conta com o patrocínio da Câmara Municipal de Aveiro, entre outros organismos.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 28.06.2016

 

 
Imagem Cartaz | D.R.
«O que move a ação em "Rei Édipo" é a procura de sentido, a busca da luz, a pedagogia do sofrimento. Tragédia de destino, "Rei Édipo" representa a condição humana. Às escuras o herói conduz a investigação de um crime; quando descobre a verdade, quando se (re) conhece fica cego, é destruído pela luz»
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