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Compositor português distinguido por peça coral para a Semana Santa em concurso internacional

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Compositor português distinguido por peça coral para a Semana Santa em concurso internacional

A peça "O Crux", do português Alfredo Teixeira, obteve o segundo lugar no concurso internacional "New Music for Easter Time", destinado a composições corais aptas a serem interpretadas durante a Semana Santa, de Domingo de Ramos à Páscoa.

O evento foi organizado pela associação Musica Ficta, sediada na cidade italiana de Rimini, que concretiza diversos projetos envolvendo vários países, como sessões formativas, festivais e concursos.

De acordo com o comunicado de imprensa da associação, a decisão foi tomada a 15 de setembro por um júri composto que agregou especialistas do Reino Unido, Suíça, Letónia, Japão e Itália, após terem sido selecionadas 15 peças finalistas, das 80 submetidas a concurso, enviadas por 66 compositores de 27 países.

«O Tropário "O Crux" faz parte de uma coleção para coro a cappella intitulada "Hymnarium II". Como o concurso visava premiar duas obras que constituíssem reportório novo para concertos a realizar na Semana Santa, optei por trabalhar sobre textos litúrgicos, recompostos segundo uma arquitetura própria», explicou Alfredo Teixeira.

Em texto enviado ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, de que é colaborador no seu site, o autor sublinha que «não se trata de uma obra que vise a integração numa determinada sequência litúrgica».

A peça, assinala o professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, «recolhe um conjunto de fragmentos da liturgia romana (Antiphona, Via crucis; Antiphonae hymni «Pange lingua»; Improperia; Antiphona ad detegendam Crucem; Hymnus "Vexilla Regis prodeunt"), reunindo-os num amplo políptico que se poderia descrever como uma meditação sobre a "Cruz" enquanto teodrama».

«O idioma musical responde a essa dramática textual com microclimas diferentes, entre-mundos, num vaivém entre a memória da "música das catedrais" e o lirismo de certos cantos tradicionais mediterrânicos criados para o tempo das festas pascais», conclui Alfredo Teixeira.

Segundo o comunicado de imprensa, a peça "O Crux" vai ser gravada pela editora Edition Ferrimontana. A estreia, pela "The University of Philippines Singing Ambassadors", deve ocorrer no prazo máximo de um ano.

O primeiro lugar do concurso distinguiu a obra "Caligaverunt Oculi Mei", do espanhol Francisco José Carbonell, cujo percurso académico passou pelo Pontifício Instituto de Música Sacra, em Roma.

Doutorado em Antropologia Política pelo ISCTE-IUL Alfredo Teixeira obteve o mestrado em Teologia Sistemática pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa. Além de lecionar nesta instituição, é membro do seu Conselho Científico. Em 2011 coordenou o estudo "Identidades religiosas em Portugal: identidades, valores e práticas".

Alfredo Teixeira fez os estudos musicais na Escola de Música do Conservatório Nacional, na classe de Órgão do professor Simões da Hora e na classe do professor Rui Paiva, que completou com formação de Canto com a professora Manuela de Sá, Música de Câmara com o maestro Fernando Eldoro, e Composição com Jorge Peixinho e Eurico Carrapatoso.

Frequentou o Curso Internacional de Direcção Coral do Orfeo Lleidatà – sob orientação dos maestros Lászlo Heltay, Erwin List e Montserrat Rios –, e também os cursos de formação para professores de Análise e Técnicas de Composição promovidos pelo Gabinete de Educação Tecnológica, Artística e Profissional.

Depois de ter terminado o percurso no Conservatório Nacional, estudou composição com Jorge Peixinho, durante três anos, até à data da sua morte, em 1995, ao mesmo tempo que realizou diversas experiências no âmbito da música vocal: participou regularmente no Coro da Escola de Música do Conservatório Nacional (Lisboa) sob direcção do maestro Fernando Eldoro, bem como em vários projectos de música vocal com o maestro Paulo Brandão e a maestrina Teresita Marques.

Entre as distinções que obteve inclui-se o Prémio Internacional Fernando Lopes Graça, em 2013, com a peça “O Menino Jesus numa estória aos quadradinhos", para coral infantil e piano. É diretor musical do Grupo Vocal Discantus (concelho de Cascais) desde a sua constituição.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 02.10.2014 | Atualizado em 27.04.2023

 

Ligações: Musica Ficta

 

 
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Como o concurso visava premiar duas obras que constituíssem reportório novo para concertos a realizar na Semana Santa, optei por trabalhar sobre textos litúrgicos, recompostos segundo uma arquitetura própria
O idioma musical responde a essa dramática textual com microclimas diferentes, entre-mundos, num vaivém entre a memória da "música das catedrais" e o lirismo de certos cantos tradicionais mediterrânicos criados para o tempo das festas pascais
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