Investigação
D. Manuel Clemente e Jorge Sampaio apresentam "Interações do Estado e das Igrejas"
O patriarca de Lisboa e historiador D. Manuel Clemente e o ex-presidente da República Jorge Sampaio apresentam a 19 de novembro, em Lisboa, o livro "Interações do Estado e das Igrejas", editado pela Imprensa de Ciências Sociais.
A obra organizada pelos historiadores António Matos Ferreira, diretor do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, e Luís Salgado de Matos, da mesma instituição, reúne cinco estudos sobre instituições e personalidades que concretizam essas interações.
O estudo começa por estudar as instituições: Luís Salgado de Matos propõe padrões mundiais de relacionamento entre o Estado e as Igrejas, «com uma inovadora tipologia das relações entre o Estado e as Igrejas em 193 países soberanos», refere a Associação Portuguesa de História Económica e Social.
«Separação à americana, sem lei especial e à francesa; as Igrejas de Estado, distinguindo as tradicionais das modernas, como na China; os Estados de Igreja, ou teocracias; a grande conclusão é que sem separação é raro haver liberdade religiosa», adianta a página da Associação.
Por seu lado, António Matos Ferreira apresenta um novo paradigma da Ação Católica, enquanto que Teresa Clímaco Leitão analisa a democracia cristã na transição portuguesa de 1974-1982, «desvendando aspetos desconhecidos do CDS, antepassado do atual PP».
No campo das personalidades são analisados os percursos do cardeal Cerejeira, por Sérgio Ribeiro Pinto, e do cardeal António Ribeiro, por Paulo Fontes.
Sérgio Ribeiro Pinto analisa o livro "A Igreja e o Pensamento Contemporâneo", do cardeal Cerejeira: «contrariando muitas versões redutoras do seu pensamento, descobre-o interessado em conciliar a tradição com a modernidade».
Comentando os textos sobre os dois prelados, António Reis afirma no prefácio: «Devo confessar, insuspeito que sou pelo cargo que já desempenhei, que os ensaios aqui publicados sobre os dois patriarcas, me levaram a vê-los com um novo olhar, em que as naturais divergências filosóficas não impedem o reconhecimento da elevada estatura intelectual e moral de ambos».
"Interações do Estado e das Igrejas" (19,00 €), que resulta do Seminário Permanente sobre o Estado e as Igrejas, realizado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Estudos de História Religiosa, contém 264 páginas que incluem 14 ilustrações e três gráficos, índice ideográfico e onomástico.
A sessão de apresentação realiza-se às 18h30 na Biblioteca da Assembleia da República.
Rui Jorge Martins
© SNPC |
03.11.13