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Declaração conjunta dos papas Francisco e Tawadros afirma que comunhão das origens inspira reaproximação

Declaração conjunta dos papas Francisco e Tawadros afirma que comunhão das origens inspira reaproximação

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Os papas Francisco e Tawadros II, líder dos cristãos coptas ortodoxos, assinaram hoje, no Egito, uma declaração conjunta em que destacam a união existente entre os cristãos antes da separação ocorrida a partir de 1054.

«O nosso vínculo profundo de amizade e fraternidade tem a sua origem na plena comunhão que existia entre as nossas Igrejas nos primeiros séculos», refere o documento lido no patriarcado copto-ortodoxo, no Cairo, onde Francisco iniciou esta sexta-feira uma visita que se prolonga até amanhã.

O documento lembra que a comunhão «manifestava-se através da oração e práticas litúrgicas semelhantes, da veneração dos mesmos mártires e santos, e no fomento e difusão do monaquismo, seguindo o exemplo do grande Santo Antão, conhecido como o pai de todos os monges».

«Esta experiência comum de comunhão, anterior ao tempo de separação, assume um significado especial na nossa busca atual do restabelecimento da plena comunhão. A maior parte das relações que existiam nos primeiros séculos continuaram, apesar das divisões, entre a Igreja Católica e a Igreja Copta Ortodoxa até ao dia de hoje e recentemente foram mesmo revitalizadas», assinala o texto.



Perante a «multiplicidade de desafios contemporâneos, como a secularização e a globalização da indiferença», ambas as Igrejas são chamadas «a oferecer uma resposta compartilhada baseada nos valores do Evangelho e nos tesouros» das respetivas tradições»



Depois de recordar que quando os cristãos rezam juntos, chegam a compreender que aquilo que os une é muito maior do que aquilo que os divide», o texto assinala que é hoje possível «colaborar em muitas áreas e tornar tangível a grande riqueza» que já existe em comum.

«Podemos testemunhar juntos certos valores fundamentais como a sacralidade e dignidade da vida humana, a sacralidade do matrimónio e da família, e o respeito por toda a criação, que Deus nos confiou», referem os papas.

Perante a «multiplicidade de desafios contemporâneos, como a secularização e a globalização da indiferença», ambas as Igrejas são chamadas «a oferecer uma resposta compartilhada baseada nos valores do Evangelho e nos tesouros» das respetivas tradições».

«Nesta linha, somos encorajados a aprofundar o estudo dos Padres Orientais e Latinos e promover um frutuoso intercâmbio na vida pastoral, especialmente na catequese e num mútuo enriquecimento espiritual entre comunidades monásticas e religiosas», assinala o documento.



«Alguns acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e mortos unicamente pelo motivo de ser cristãos, recordam-nos ainda mais que o ecumenismo dos mártires nos une e encoraja no caminho da paz e da reconciliação. Pois, como escreve S. Paulo, "se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros"»



Tendo presente os constantes atentados de que a comunidade copta tem sido vítima no Egito, nomeadamente os dois que ocorreram no Domingo de Ramos, a declaração acentua que «todos os membros da sociedade têm o direito e o dever de participar plenamente na vida do país, gozando de plena e igual cidadania e colaborando para construir a sua nação».

«A liberdade religiosa, que engloba a liberdade de consciência e está enraizada na dignidade da pessoa, é a pedra angular de todas as outras liberdades. É um direito sagrado e inalienável», frisa o texto.

Os papas apelam à intensificação da «oração incessante por todos os cristãos no Egito e em todo o mundo, especialmente no Médio Oriente».

«Alguns acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e mortos unicamente pelo motivo de ser cristãos, recordam-nos ainda mais que o ecumenismo dos mártires nos une e encoraja no caminho da paz e da reconciliação. Pois, como escreve S. Paulo, "se um membro sofre, com ele sofrem todos os membros"», aponta o documento.



Francisco depositou flores num memorial às vítimas do bombardeamento da igreja de S. Pedro e S. Paulo e acendeu velas evocativas das suas almas



Francisco e Tawadros comprometem-se a procurar «sinceramente» não repetir o Batismo administrado numa das Igrejas a alguém que deseje juntar-se à outra. 

A declaração atesta que o reencontro entre Francisco e Tawadros, ocorrida depois de o líder copta ter visitado o papa, no Vaticano, a 10 de maio 2013, poucos dias após a sua eleição, é um «sinal de que a solidez» do relacionamento entre ambos «tem aumentado de ano para ano».

Após o encontro entre os papas na catedral ortodoxa de S. Marcos, ambos deslocaram-se à igreja de S. Pedro e S. Paulo para uma oração ecuménica. A seguir, Francisco depositou flores num memorial às vítimas do bombardeamento da igreja e acendeu velas evocativas das suas almas. No fim da celebração, o papa dirigiu-se à nunciatura apostólica, onde passa a noite.

No sábado de manhã o papa preside à missa, em que são esperadas 25 mil pessoas, almoça com bispos egípcios e tem um encontro de oração com o clero, religiosos e seminaristas, antes da cerimónia de despedida. O regresso a Roma está previsto para a noite.

A visita de Francisco ao Egito ocorre 17 anos após a do último papa a visitar o país, S. João Paulo II, em 2000.









 

SNPC
Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé
Publicado em 29.04.2017 | Atualizado em 10.10.2023

 

 
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