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Lisboa e Porto

Espiritualidade e Teologia católicas na Feira do Livro

A Feira do Livro de Lisboa é uma ocasião para descobrir obras antigas que não deixaram de ser novas, ainda que a iniciativa possa comprometer o futuro de algumas livrarias, consideram responsáveis católicos de editoras presentes no evento.

A encosta do Parque Eduardo VII, que até 13 de maio acolhe o evento, é também o ponto de encontro entre a persistência dos pequenos livreiros e a satisfação dos leitores que esperam meses pelos descontos.

O diretor comercial da Paulinas explicou à Agência Ecclesia que a Feira «permite ao cliente ter acesso ao fundo editorial», uma «espécie de jardim secreto cada vez mais difícil de expor».

«O modelo de gestão de hoje é assente na novidade – publicam-se anualmente 16 mil livros novos em Portugal – pelo que o prazo de vida de um livro no ponto de venda é equivalente à validade de um iogurte», assinalou Carlos Rito.

O responsável pela editora Principia, Henrique Mota, sublinhou que «a Feira é importante como festa e possibilidade de o público encontrar livros que hoje não estão disponíveis nas livrarias».

O impacto do evento nas vendas anuais «é muito modesto», seja positiva para a tesouraria, dado que «significa um desafogo a meio do ano que é relevante para muitas editoras», acrescentou.

FotoStand das Paulinas na Feira do Livro de Lisboa 2012

Henrique Mota admitiu que as vendas na Feira possam ter «uma queda menor do que a que ocorre nas livrarias», à semelhança do que aconteceu o ano passado, mas disse estar «preocupado» com o impacto da iniciativa nos pontos de venda.

«Na situação de fragilidade em que as livrarias estão, a perda de vendas para a Feira pode ser comprometedora para algumas», sustentou o responsável da Principia, cujos quatro stands distribuem obras de outras editoras.

Os responsáveis da Paulinas, presente com dois pavilhões, um deles dedicado ao setor infantojuvenil, estão moderadamente otimistas quanto às vendas: «Vivemos um momento delicado e não podemos andar iludidos com expectativas muito altas».

«Este ano a Feira centra-se no autor», explicou Carlos Rito, pelo que a editora criada pela congregação das Irmãs Paulinas privilegia os autores portugueses, como o «padre José Tolentino Mendonça e o cónego António Rego para a faixa etária dos adultos».

FotoStand da Universidade Católica Editora (foto de arquivo)

Gianfranco Ravasi, Ermes Ronchi, Albert Nolan, Timothy Radcliff, Timothy Keller, Andrea Riccardi e Anselm Grün são outros escritores em destaque nas Paulinas, que oferece descontos de 40 por cento no «livro promocional» e «livro do dia», 20 por cento em todo o catálogo relativamente ao preço de venda ao público e pelo menos 50 por cento na “Hora H”, que ocorre antes do fecho da feira em dias determinados.

As Paulinas agendaram várias iniciativas, começando este sábado, às 17h30, com o lançamento de “Ana Açúcar”, de Maria Teresa Maia Gonzalez, seguindo-se, no domingo, à mesma hora, uma sessão de autógrafos com Paulo Bandeira, autor de ‘Gabriel, o Anjinho Mensageiro’ e ‘Miguel, o Anjinho Conciliador’.

Na próxima quinta-feira, pelas 18h30, é lançado o volume “Ao sabor da palavra”, do português D. Manuel António dos Santos, bispo de São Tomé e Príncipe.

A Principia também oferece descontos mas não tem eventos agendados para a Feira, pelo que os lançamentos se realizam na Livraria Férin, antigo estabelecimento no centro histórico de Lisboa, como acontece hoje, às 18h00, com a apresentação da obra “1 de dezembro – Dia de Portugal”, de José Ribeiro e Castro.

Foto

A «maior apreensão» de Henrique Mota para a Feira é a chuva: «Ontem [25 de abril] foi terrível».

«Na nossa livraria [em Lisboa] sinto claramente a partir do princípio de março que as pessoas deixam de comprar para aguardar pelas promoções de Feira», notou a diretora geral da Universidade Católica Editora (UCE).

Anabela Antunes tem “expectativas elevadas” para o evento, dado que em 2011 editaram 51 títulos novos e porque «o atual contexto socioeconómico vai certamente levar muitos potenciais clientes à Feira».

A responsável espera por isso um «novo crescimento das vendas» face a 2011, ano em que já se tinha registado um aumento importante comparativamente a 2010, embora sublinhe que o impacto do consumo no volume anual de negócios «é relativo».

Para Catarina Boavida, responsável pela representação da Vozes na capital portuguesa, a 82.ª edição da Feira é uma oportunidade para mostrar que a delegação portuguesa da editora brasileira «ainda não morreu» e «continua na luta».

«As expectativas são médias. Sabemos a situação do país», disse a livreira, para quem «as pessoas com vontade de ler vão aproveitar a Feira para investir nos livros».

Foto

A «situação está difícil» para os livreiros mais pequenos, e no caso da Vozes os custos da importação são agravados pelo «preconceito que ainda existe em relação a ser uma editora que escreve e publica em Português do Brasil».

O destaque vai para as «promoções atrativas de obras importantes com boas traduções», como é o caso do “Dicionário de Teologia Bíblica”, «livro caro mas que as pessoas sabem que vale o dinheiro investido».

O «maior cartão de visita» da editora pertencente aos Franciscanos é o “Minutos de Sabedoria”, «livrinho pequeno com cariz mais espiritual e de autoajuda que já ultrapassou as 50 edições, o que só por si diz muito».

Depois de frisar que «a Feira é importante para a UCE na divulgação das obras junto dos docentes e dos alunos», Anabela Antunes adiantou que a editora faz uma «forte aposta nas edições de Direito», nomeadamente nos comentários de Paulo Pinto de Albuquerque ao Código Penal e Código de Processo Penal.

A diretora realçou ainda o livro de Fernando Ilharco sobre liderança e trabalho em equipa, centrado na ação do treinador José Mourinho, que vai ser lançado a 5 de maio, pelas 17h00, bem como as novas coleções de Estudos de Comunicação e Cultura e Estudos de Filosofia.

Entre as iniciativas previstas para a Feira inclui-se uma sessão de autógrafos com Samuel Dimas, autor de “A metafísica da experiência em Leonardo Coimbra”, a 12 de maio, também às 17h00.

O volume “Vidas de Missão – 25 anos de Experiência dos Leigos para o Desenvolvimento”, vai ser apresentado a 13 de maio, pelas 18h00, encerrando desta forma a participação na UCE na Feira.

A editora oferece descontos de 60 a 70 por cento em algumas obras e pelo menos 50 por cento na ‘Hora H’, que ocorre antes do fecho da Feira em dias determinados, campanha a que a Vozes também adere.

 

Rui Jorge Martins
Agência Ecclesia / SNPC
© SNPC | 27.04.12

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