O filme "Pohang harbor" (2014, 93 minutos), primeira obra da realizadora sul-coreana Mo Hyun-shin, venceu o "Flumen Longa Internacional", prémio principal do festival Flumenfest, organizado pela arquidiocese de Braga, que decorreu de 3 a 8 de março na cidade bracarense.
A narrativa, que de acordo com o site "twithchfilm" é marcada pelo «silêncio e introspeção», centra-se na história de um homem que abandona a capital da Coreia, Seul, para regressar à cidade onde nasceu, com o propósito de tentar reencontrar o pai, desaparecido num naufrágio.
Vivendo uma existência apática, o protagonista, interpretado por Ko Kwan-jae, desinteressa-se de todas as ofertas de trabalho, recusa o convite de uma responsável da sua antiga empresa para regressar ao emprego, e um dia começa a criar bonecos de grande dimensão que evocam o pai, atirando-os ao mar, como um ritual que confirmasse a morte do progenitor.
"Washingtonia" (2014), que nasceu do desejo da cineasta grega Konstantina Kotzamani de criar um retrato de Atenas quando a cidade é abandonada pela população durante o calor do verão, ganhou o prémio para a melhor curta-metragem.
O palmarés completa-se com "Mother earth" (2014), do polaco Piotr Zlotorowicz (prémio Flumen Universidades), "Papel de Natal" (2014), realizado pelo português José Miguel Ribeiro (Flumen Júnior) e "Happiness" (2012), do francês Laurent Hasse (Flumen Público).
O júri internacional atribuiu menções honrosas à longa-metragem “A mãe e o mar”, do português Gonçalo Tocha, e às curtas “The bigger picture” (Daisy Jacobs) e “Mother earth”.
As mesmas distinções foram concedidas a "You were not there", de Agatha Ioana Paltinel (júri Universidades) e “Chicharon”, por Rina Tsou, e “Junk girl” de Mohammad Zare (júri Júnior).
«Na medida em que experimentamos o encontro com o outro, somos capacitados a amar e a acolher mais perfeitamente o “amor” de outros. Vivemos na medida em que Com-Vivemos», sublinha o padre Marc Monteiro, co-organizador do festival, juntamente a realizadora e professora com Inês Gil.
Na declaração final de agradecimentos, o sacerdote da arquidiocese de Braga expressa o desejo de que o Flumenfest «tenha ensinado a gerar comunidades disponíveis para pensar e sentir em comum através da arte de sonhar a vida experienciando-a».
Rui Jorge Martins