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A Igreja está ao lado dos criadores, reitera capelão dos artistas

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A Igreja está ao lado dos criadores, reitera capelão dos artistas

O padre Alain Arnould, da arquidiocese de Mechelen-Bruxelas, presidiu este domingo, na igreja de S. Miguel e Santa Gúdula, concatedral da capital belga, à 44.ª "Missa Anual dos Artistas", tendo reiterado a proximidade da Igreja aos criadores.

«A Igreja está presente para vos acompanhar no vosso esforço criador. Enriquecida com a longa tradição que une os artistas e os cristãos, encontraremos juntos os caminhos para construir um futuro e uma esperança para todos», afirmou na homilia o capelão dos artistas, citado pela página da concatedral.

Este ano, o compositor norte-americano David Miller, que vive na Bélgica há vários anos, compôs, a pedido do sacerdote dominicano, a "Missa breve da Esperança", para coro misto, assembleia e órgão, que foi interpretada pelo Coro de Câmara de Bruxelas.

David Miller dirigiu a assembleia, enquanto que uma cantora, uma autora, e dois atores assumiram a Liturgia da Palavra, as preces da Oração dos Fiéis e a oração por cerca de 90 personalidades de todo o mundo ligadas à arte que faleceram em 2014.

«Não tem também hoje a nossa sociedade ocidental sede e fome de outra coisa que não a cotação da bolsa e a competição pela riqueza, não está ela muitas vezes doente do seu individualismo, não é ela estranha às tradições que a construíram, não sufoca ela na sua prisão do pensamento único?», questionou o capelão.

A todas estas perguntas, muitos artistas respondem com «verticalidade e coragem», alimentando aqueles que «escutam, veem ou leem» a sua obra criadora, fugindo às «banalidades embrutecedoras».

«Vós perfumais o coração daqueles que procuram um apoio para as suas emoções profundas, vós renovais o nosso laço com as raízes marcantes da história da humanidade, vós libertais aqueles que estão sós ao juntá-los em torno de um encontro artístico. De tudo isto eu sou testemunha privilegiada através dos meus numerosos contactos que tenho convosco», sublinhou o padre Arnould.

A homilia do capelão baseou-se na leitura do Evangelho proclamado nas missas deste domingo, de Cristo Rei (cf. artigos relacionados).

«Se vos sentis marginalizados (...) por aqueles que, em virtude de não sei que agenda política, vos tiram os meios para alimentar o nosso pensamento, para reconfortar os doentes do nosso tempo, para colocar em questão os mecanismos que aprisionam o homem e o privam da sua humanidade e da sua procura espiritual, para ligar os homens e mulheres de diferentes idades, estratos sociais ou culturas com a sua herança, para criar espaços de respiração, de coesão e de liberdade na nossa sociedade, sabei que, sob o olhar de Deus, esta separação, com certeza dolorosa, pode ser fonte criadora de um caminho que conduz à vida agora e à vida na eternidade, onde Deus nos acolherá na luz da sua ressurreição», vincou o sacerdote.

De 1 de novembro a 4 de janeiro as missas dominicais e das principais solenidades do Advento e Naral celebradas na concatedral «ofercem um espaço amplo às expressões artísticas que acompanham a oração», com a participação de músicos e atores profissionais, bem como de pregadores de diferenets tradições espirituais cristãs.

O programa inclui exposições, concertos e leituras alusivas ao Natal.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 24.11.2014 | Atualizado em 24.04.2023

 

 
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Vós perfumais o coração daqueles que procuram um apoio para as suas emoções profundas, vós renovais o nosso laço com as raízes marcantes da história da humanidade, vós libertais aqueles que estão sós ao juntá-los em torno de um encontro artístico
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