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Cinema

Luís Miguel Cintra lê Evangelho segundo S. João em novo filme

Luís Miguel Cintra é o protagonista do filme "O Novo Testamento de Jesu Christo segundo S. João", dos realizadores Joaquim Pinto e Nuno Leonel, que vai ser exibido esta quarta e quinta-feira no Festival Internacional do Filme de Roma.

«O filme, rodado no exterior, do amanhecer ao pôr-do-sol, colhe uma pessoalíssima experiência de Jesus, que se materializa no grão da voz, na expressão, no controlo, no ritmo e na respiração do próprio autor», refere a sinopse.

Diz Luís Miguel Cintra: «Estaremos sempre perante Deus, não vale a pena fingir. E grava-se, filma-se aquilo que é verdade, vale sempre a pena, se o que se passa se passa mesmo, sem batota. Aquilo que as circunstâncias nos permitiram viver. Parece tão simples como a vida. Mas depende do amor. Da capacidade de amar. De nos expormos, de não ter medo. E de gostarmos do que nos rodeia e dos que nos rodeiam.»

«O Evangelho de João é todo ele uma definição do amor. Tem-me acompanhado numa imensa ânsia de alternativa para uma sociedade hipócrita, uma organização política do mundo atual verdadeiramente assassina, para uma tardia educação filosófica que não me deixe triste quando perceber que vou morrer.»

Fotograma

«A tarefa a que se dedicam o Joaquim e o Nuno é para mim uma exemplar militância política: mudar pelo exemplo a maneira de viver de toda a gente. E bastou não me deixarem parar, porem-me no meio do campo a dizer o Evangelho só com eles e dois amigos mais como parceiros, sentir que o sol se punha enquanto eu lia a narrativa das palavras que João deixou escrito que o Cristo que ele amava disse há dois mil e tal anos, para toda a fancaria artística deixar de me interessar. Eu só quero entender. E ter companhia. “Creio no Espírito Santo.” E não quero perder a vida em compromissos», conclui o ator e encenador.

Escrevem os realizadores: «"O mundo não pode odiar-vos, mas odeia-me". Não somos teólogos nem pertencemos a qualquer igreja, mas como todos, desde os que se dizem cristãos, aos que se afirmam ateus e “livres pensadores”, estamos irremediavelmente impregnados por 20 séculos de cultura cristã.»

Fotograma

«Este texto testemunha uma experiência pessoal com Jesus, remete-nos à essência dessa Palavra que um dia se fez carne e habitou entre nós. O Evangelho de João condensa o intenso período entre o testemunho de Cristo dado por João Baptista, a ressurreição e a assumpção de que, perante tais coisas, “nem no mundo todo poderiam caber os Livros,
que d’elas se houvessem de escrever”.»

«Ler, reler, filmar e gravar este texto no exterior, no Mundo, fez-nos vivenciar a presença de Cristo, libertando-nos das leis exteriores que se tornam supérfluas e da rotina aprisionadora desse Mundo que a Ele “aborrece”. Essa é a experiência que pretendemos partilhar.»

O filme produzido pela "Presente", dirigida por Joaquim Pinto e Nuno Leonel, surge na sequência das edições de textos de literatura portuguesa, da transição do clássico ao barroco, em livros acompanhados de gravações áudio ditas por Luis Miguel Cintra.

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«O primeiro capítulo é acompanhado por imagens do local, seguindo-se um bloco em que somos imersos no “grão da voz” de Luís Miguel. A partir daí, a essa voz materializa-se na expressão, no gesto, na presença, no ritmo, na respiração, na pulsão do corpo do actor, que se transforma em veículo da materialização do texto.»

«É esse dia de leitura, efetuada em continuidade desde o início da tarde até ao pôr do sol, que aqui documentamos. A interpretação inspirada permite vislumbrar, através de todos os séculos de fixações, transcrições e traduções de um texto que é já uma condensação em camadas sucessivas de uma experiência pessoal de Jesus, a emanação da força espiritual da vida de Cristo», realçam os realizadores, também responsáveis pela imagem, som e montagem.

Em artigo publicado este sábado no semanário "Expresso", o crítico de cinema Jorge Leitão Ramos assinala que as palavras «do mais visionário dos evangelistas» cruzam-se «com o céu, as árvores, os horizontes portugueses, o negro absoluto», naquela que é «uma experiência radical de escuta».

Fotograma

O texto deste filme a cores, de 128 minutos, baseou-se na Vulgata Latina traduzida para português pelo padre António Pereira de Figueiredo (1725-1797).

Joaquim Pinto nasceu no Porto, em 1957. Trabalhou como técnico de som em mais de 100 filmes, ao lado de realizadores como Manoel de Oliveira e André Techiné. Entre 1987 e 1996 produziu cerca de 30 filmes, em particular para João César Monteiro.

Nascido em Lisboa no ano de 1969, Nuno Leonel não frequentou qualquer escola de cinema mas começou a rodar filmes bastante cedo. Trabalhou como operador de animação, cenógrafo, eletricista, ator, diretor de fotografia e realizador.

No 8.º Festival de Roma serão também exibidos "A vida invisível", de Vítor Gonçalves, cineasta que declara estar interessado em «pensar a interioridade das personagens no tempo, no arco da vida», e "A mãe e o mar", de Gonçalo Tocha, que recentemente ganhou a competição nacional do DocLisboa.

 

 

 

Rui Jorge Martins | Com Expresso
Fotografia: Presente
© SNPC | 10.11.13

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