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O brilho dos vitrais da Sainte-Chapelle

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O brilho dos vitrais da Sainte-Chapelle

Em maio último concluiu-se a campanha de restauro dos vitrais da Sainte-Chapelle, em Paris. Obra-prima do gótico flamejante, foi edificada em 1242 e 1248, por S. Luís, no coração do palácio da ilha "de la Cité", para acolher as relíquias da Paixão de Cristo, nomeadamente a Coroa de Espinhos.

Os vitrais, todos do séc. XIII, exceto a rosácea, refeita em 1485, respeitando o tema original, o Apocalipse, formam um conjunto único composto por 1113 cenas.

Na medievalidade, o fervor cristão atribuía um grande valor às relíquias, cuja posse conferia prestígio considerável. Em 1239, no termo de dois anos de negociação, Luís IX adquire a Coroa de Espinhos ao imperador latino de Bizâncio. Outras relíquias ligadas à Paixão de Cristo fazem da coleção de S. Luís uma das mais fabulosas do mundo cristão. Luís IX decide então edificar um monumento digno desse tesouro.

O monarca fez construir um monumento que associava de maneira emblemática o poder da sua dinastia e a missão terrestre de rei cristão. Por isso a Sainte-Chapelle devia tornar-se um relicário excecional, a expressão perfeita da elevação da alma.

A Sainte-Chapelle foi planeada à imagem das capelas palatinas de dois pisos: o primeiro, onde são conservadas as relíquias, é reservado ao rei, à família real e a alguns privilegiados, enquanto que o piso térreo é destinado ao culto paroquial.

A iconografia dos vitrais baseia-se no Antigo Testamento e ilustra a história do povo hebreu. O programa assimila o rei aos heróis veterotestamentários e apresenta-o na sua dupla autoridade, espiritual e política.

Danificada por incêndios em 1630 e 1776, a Sainte-Chapelle sofreu depois com a Revolução Francesa, tendo sido transformada em local de arquivo judicial no ano de 1803. Foi exemplarmente restaurada em várias campanhas nos séculos XIX, XX e XXI.




 




 

In "Narthex"
Trad.: Rui Jorge Martins
Publicado em 30.09.2015 | Atualizado em 21.04.2023

 

 

 
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