A igreja de S. Roque, em Lisboa, vai voltar a acolher "Paiaçú ou Pai Grande", a partir de textos do Padre António Vieira, interpretação de João Grosso ou F. Pedro Oliveira e dramaturgia de Miguel Abreu e João Grosso.
Para alguns autores contemporâneos, o religioso jesuíta «foi um pioneiro e paradigma da interculturalidade», em que mostra «todo o seu pensamento em defesa dos índios, dos escravos e da salvação humana», refere o texto de apresentação.
"Paiaçú" ou "Pai Grande", como era chamado o Padre António Vieira no Brasil, é o nome dado a uma síntese de sermões do orador jesuíta em favor da libertação dos escravos.
No «magnífico enquadramento da monumental» igreja de S. Roque ecoará a voz do insigne orador, «surpreendente, pela sua atualidade, num mundo cada vez mais multicultural mas onde ainda subsistem situações de desrespeito pela dignidade humana».
Os textos datados do século XVII, originalmente proferidos no estado brasileiro do Maranhão, serão musicalmente acompanhados pelas vozes de Sílvia Filipe ou Sofia de Portugal.
«Ontem como hoje, as palavras de Vieira interpelam-nos a meditar sobre a nossa capacidade de respeitar os sentimentos, direitos, diferenças daqueles e daquelas que convivem connosco quotidianamente», referia uma anterior nota de imprensa sobre a encenação, que lembrava «alguns autores contemporâneos» para quem o sacerdote «foi um pioneiro e paradigma de interculturalidade».
"Paiaçú ou Pai Grande" será apresentado a 26 de novembro e 10 de dezembro, às 18h00, para o público em geral, mediante marcação prévia e aquisição do programa (5 €). A dramaturgia volta em 2017, nos dias 22 e 29 de abril, às 19h00. Estão também previstas sessões reservadas para o público escolar.