«Conhecer o que acontece no coração. Se não fizermos isto, se não soubermos o que acontece no nosso coração – e isto não o digo eu, diz a Bíblia – somos como os animais que não entendem nada, seguem em frente com o instinto. Mas nós não somos animais», afirmou hoje o papa.
Os cristãos são «filhos de Deus, batizados com o dom do Espírito Santo», e essa impressão digital não pode ser apagada e requer atitudes consequentes: «É importante compreender o que aconteceu hoje no meu coração. O Senhor nos ensine a fazer sempre, todos os dias, o exame de consciência».
As palavras de Francisco foram proferidas na homilia da missa a que presidiu, na capela da casa de Santa Marta, no Vaticano, em que começou por lembrar que o coração do ser humano é como um «campo de batalha» onde se confrontam dois «espíritos» diferentes.
O espírito de Deus conduz «às boas obras, à caridade, à fraternidade», enquanto que o outro, o mundano, impele «para a vaidade, o orgulho, a suficiência, a murmuração», apontou o papa, baseando-se na primeira leitura bíblica proclamada nas missas desta terça-feira, na qual o apóstolo Paulo «ensina aos coríntios o caminho para ter o pensamento de Cristo» (1 Cor 2, 10b-16).
«O nosso coração – dizia um santo – é como um campo de batalha, um campo de guerra onde estes dois espíritos lutam», apontou Francisco, realçando que o ser humano, «abandonado às suas forças, não compreende as coisas do Espírito».
Na vida cristã deve haver um «combate para deixar espaço ao Espírito de Deus» e «expulsar o espírito do mundo», e por isso um exame de consciência diário ajuda a discernir as tentações e a clarificar como as forças contrapostas atuam no coração e determinam o agir, observou o papa.
