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Papa diz que teólogos são «pioneiros do diálogo da Igreja com a cultura» e pede-lhes para ouvirem os «pequeninos»

O papa pediu esta sexta-feira aos teólogos para serem pioneiros do diálogo entre Igreja e cultura, bem como para se predisporem a ouvir os «pequeninos».

No encontro com os membros da Comissão Teológica Internacional, que concluíram no Vaticano a sua sessão plenária, Francisco agradeceu-lhes o trabalho realizado nos últimos cinco anos e reafirmou «a importância do serviço eclesial dos teólogos para a vida e missão» da Igreja.

«A teologia é ciência e sabedoria. É ciência, e como tal utiliza todos os recursos da razão iluminada pela fé para penetrar na inteligência do mistério de Deus revelado em Jesus Cristo», afirmou, citado pela Rádio Vaticano.

Mas a teologia é «sobretudo sabedoria», no seguimento da escola da Virgem Maria, que meditava em todos os acontecimentos no seu coração», quando o teólogo procura realçar «a unidade do desígnio de amor de Deus e se empenha em mostrar como a verdade da fé forma uma unidade orgânica, harmoniosamente articulada».

Ao teólogo compete igualmente «escutar atentamente, discernir e interpretar as várias linguagens» do tempo, e «saber julgá-las à luz da Palavra de Deus, para que a verdade revelada seja compreendida sempre mais profundamente, seja melhor compreendida e possa ser presentada de forma mais adaptada», como refere a “Gaudium et spes”, um dos documentos mais importantes do Concílio Vaticano II (1962-1965).

Para o papa, os teólogos são «pioneiros do diálogo da Igreja com a cultura», numa relação que deve ser estabelecida «nas fronteiras».

«Este diálogo da Igreja com a cultura é ao mesmo tempo crítico e benévolo», tentando «favorecer o acolhimento da Palavra de Deus» por parte de todos os seres humanos, independentemente da sua nacionalidade, raça, povo e língua.

De acordo com Francisco, «Deus não é uma ameaça para o homem», pelo que a fé «não é nem pode nunca ser geradora de violência e de intolerância», porque o seu «carácter altamente racional confere-lhe uma dimensão universal, capaz de unir os homens de boa vontade».

Por outro lado, a revelação cristã torna «impossível qualquer recurso à violência “em nome de Deus”», e é por ter recusado a violência, «por ter vencido o mal com o bem», que Cristo «reconciliou os homens com Deus e entre eles».

A doutrina social da Igreja, objecto de estudo dos teólogos na sessão plenária, procura «traduzir no concreto da vida social o amor de Deus pelo homem», e é por este motivo que o pensamento e a ação católicas em relação às pessoas mais carenciadas «radica sempre na Palavra de Deus, acolhida, celebrada e vivida na Igreja».

A Igreja é chamada a viver, «antes de tudo em si mesma, a mensagem social que leva ao mundo», através das «relações fraternas entre os crentes, a autoridade como serviço, a partilha com os pobres».

«Todos estes traços, que caracteriza, a vida eclesial desde a sua origem, podem e devem constituir um modelo vivo e atraente para as diversas comunidades humanas, da família até á sociedade civil», apontou Francisco.

Na intervenção, o papa referiu-se também à «espécie de instinto espiritual» que permite aos membros da Igreja «discernir o que é conforme à fé apostólica e ao espírito do Evangelho», embora esta perceção não se possa «confundir com a realidade sociológica de uma opinião maioritária».

«Por isso é importante, e essa é uma competência vossa, elaborar os critérios que permitam discernir as expressões autênticas do “sensus fidelium”, enquanto que o Magistério «tem o dever de estar atento ao que o Espírito diz às Igrejas».

Francisco lembrou que o seu antecessor, Bento XVI, «sublinhou várias vezes que o teólogo deve permanecer à escuta da fé vivida pelos últimos e pequeninos, aos quais apraz ao Pai revelar o que escondeu aos doutores e sábios».

«A vossa missão – prosseguiu – é, portanto, ao mesmo tempo fascinante e arriscada. Estas duas coisas fazem bem: o fascínio da vida, porque a vida é bela; também o risco, porque desta forma podemos andar em frente.»

A teologia é «fascinante» porque a sua investigação e ensino «podem tornar-se uma verdadeira estrada de santidade pura, como atestam numerosos Padres e Doutores da Igreja», mas também «é arriscada, porque comporta tentações: a aridez do coração».

«Quando o coração seca e crê poder refletir sobre Deus com essa aridez… Quantos erros! O orgulho, por vezes a ambição. S. Francisco de Assis dirigiu uma vez uma breve nota ao irmão António de Pádua, em que dizia, entre outras coisas: «Gosto que ensines a sagrada teologia aos irmãos, porque no estudo tu não extingues o espírito de santa oração e de devoção».

A terminar, Francisco pediu para que Maria conceda a todos os teólogos poderem crescer no espírito de «oração e de devoção, e assim, com profundo sentido de humildade, serem verdadeiros servidores da Igreja».

«Neste caminho acompanho-vos com a Bênção Apostólica, e peço-vos, por favor, que rezem por mim, porque disso tenho necessidade», concluiu.

 

Radio Vaticano
© SNPC (trad.) | 06.12.13

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FotoPapa Francisco
Praça de S. Pedro, 4.12.2013
Foto: AFP Photo/Filippo Monteforte

 

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