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Papa Francisco nomeia cardeais do Canadá e Alemanha para Pontifício Conselho da Cultura

O papa Francisco agregou ao Pontifício Conselho da Cultura dois novos cardeais, pertencentes ao grupo dos que foram criados no último Consistório, realizado a 22 de fevereiro, no Vaticano, anunciou esta quinta-feira a Sala de Imprensa da Santa Sé.

Um dos novos membros está entre os cardeais mais jovens da Igreja, Gérald Cyprien Lacroix, de 56 anos, primaz do Canadá, considerado no site do Vaticano como inclinado para as tecnologias digitais, «que utiliza assiduamente no seu ministério pastoral».

Arcebispo metropolita do Québec, Lacroix «é também «muito ativo nas redes sociais: tem há mais de seis anos uma página pessoal no Facebook e há três abriu uma conta no Twitter», lê-se na biografia.

Primogénito de sete filhos, emigrou em 1965 com a sua família para New Hampshire, ingressando em 1975, no último ano da escola, no Instituto Secular Pio X, que tem como carisma «anunciar o Evangelho com a própria vida».

Regressou à cidade do Québec, onde trabalhou num restaurante e numa editora. Em 1980 partiu como missionário para a Colômbia, e ao regressar ao Canadá tomou a decisão de ser padre, vindo a receber a ordenação sacerdotal em 1988.

Voltou à Colômbia entre 1990 e 1998, onde abriu novas comunidades para o seu instituto, foi pároco, obteve grau académico em Teologia Pastoral, foi docente num seminário maior e ocupou cargos nas comissões dos meios de comunicação social e de liturgia.

Em 2001 regressou ao Québec, depois de eleito diretor geral do seu instituto, e em 2008 tornou-se membro do Conselho Executivo da Conferência Mundial dos Institutos Seculares.

Bento XVI nomeou-o bispo auxiliar do Québec em 2009, tornando-se administrador diocesano no ano seguinte, depois da partida do cardeal Marc Ouellet, arcebispo, para o Vaticano.

Foi membro da comissão para as relações interculturais e inter-religiosas no âmbito da assembleia dos bispos do Québec, e, dentro do episcopado canadiano, integrou a comissão para a família e vida e foi bispo de ligação com os institutos seculares.

No ano de 2011 Bento XVI escolheu-o para arcebispo metropolita do Québec, e três anos depois tornou-se o oitavo cardeal originário da arquidiocese de 17.º na história do Canadá.

FotoCard. Gerald Lacroix

Francisco nomeou também para o Pontifício Conselho da Cultura o cardeal alemão Gerhard Ludwig Müller, que dirige a Congregação para a Doutrina da Fé, bem como a Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei”, a Pontifícia Comissão Bíblica e a Comissão Teológica Internacional.

Com 66 anos, o acebispo-bispo emérito de Ratisbona, doutorou-se em Teologia no ano de 1977 sob a orientação de Karl Lehmann, hoje cardeal, com a tese “Igreja e sacramentos no cristianismo arreligioso. O contributo de Bonhoeffer para uma teologia ecuménica dos sacramentos”.

Após a ordenação, em 1978, prestou serviço em três paróquias e ensinou religião em liceus. No ano de 1986 foi-lhe confiada a cátedra de Dogmática Católica na Universidade Ludwig-Maimilian, de Munique.

Durante a atividade na capital bávara foi convidado a lecionar em várias instituições espalhadas pelo mundo, ao mesmo tempo que trabalhava como coadjutor numa paróquia.

Em 1990 tornou-se membro da comissão para a fé do episcopado alemão, e de 1998 a 2002 integrou a Comissão Teológica Internacional.

Igualmente em 2002 o papa João Paulo II nomeou-o bispo de Ratisbona. Recebeu a ordenação episcopal numa celebração que contou com a participação do cardeal Joseph Ratzinger, então prefeito pela Congregação para a Doutrina da Fé.

A biografia inserida no site do Vaticano refere que entre as suas prioridades estão a pregação, cultura, liturgia e ação caritativa, e é neste contexto que promove diversos programas humanitários em vários pontos do globo.

Entre as suas ações na diocese incluiu-se o projeto “Assistência espiritual no centro da cidade”, para garantir o acompanhamento espiritual de residentes e turistas.

Acolhendo uma sua solicitação, em 2009 algumas paróquias de Ratisbona organizaram uma missão citadina, com a participação de mais de um milhar de voluntários, com o objetivo de revitalizar o interesse pela fé cristã.

Participou em dois sínodos dos bispos e, dentro da Conferência Episcopal Alemã, ocupou os cargos de presidente da comissão para o ecumenismo, vice-presidente da comissão para a doutrina da fé, assim como diretor, da parte católica, da comissão comum com a Igreja ortodoxa.

Trabalhou igualmente na subcomissão para a assistência às Igrejas em países em vias de desenvolvimento, que se concretiza, em particular, através da agência Misereor.

Em 2012 o papa Bento XVI incluiu-o entre os membros da Congregação para a Educação Católica e do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e no ano seguinte juntou-se à Congregação para as Igrejas Orientais.

Bento XVI confiou-lhe ainda a edição dos seus “Gesammelte Schriften”, escritos de caráter teológico, encarregando-o de editar a publicação de toda essa obra. Para suportar cientificamente este projeto, articulado em 16 volumes, fundou em 2008, na cidade de Ratisbona, o Instituto Papa Bento XVI, que tem como prioridade a recolha e elaboração de todo o material editado e inédito de Joseph Ratzinger.

Entre as mais de 500 publicações científicas que assinou, inclui-se a obra “Dogmática católica. Para o estudo e a práxis da teologia”), de 900 páginas, lançada em 1995 e várias vezes reeditada e traduzida em várias línguas.

Recentemente foi lançada em Portugal a sua obra “Ao lado dos pobres” (ed. Paulinas), que resulta da troca de perspetivas teológicas e pastorais com o peruano Gustavo Gutiérrez, a quem se atribuem as bases da Teologia da Libertação (cf. “Artigos relacionados”).

FotoCard. Gerhard Müller

O Pontifício Conselho da Cultura é também composto pelos cardeais Gianfranco Ravasi (presidente), Giuseppe Betori (arcebispo de Florença, Itália), Daniel DiNardo (arcebispo de Galveston-Houston, EUA), Péter Erdö (arcebispo de Esztergom-Budapeste, Hungria), Laurent Pasinya (arcebispo de Kinshasa, República Democrática do Congo), Kazimiercz Nycz (arcebispo de Varsóvia, Polónia), Marc Ouellet, Béchara Boutros Raï (patriarca maronita de Antioquia, Líbano), Angelo Scola (arcebispo de Milão, Itália), Jean-Louis Tauran (presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso), Telesphore Toppo (arcebispo de Ranchi, Índia) e Donald Wuerl (arcebispo de Washington, EUA).

Além destas duas nomeações, o papa Francisco incluiu os cardeais criados em fevereiro entre os membros de outros organismos principais da Santa Sé .

 

Rui Jorge Martins
© SNPC | 22.05.14

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