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Papa lembra que «nem tudo o que é tecnicamente possível ou realizável é eticamente aceitável»

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O papa recebeu hoje, no Vaticano, os participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício da Cultura, tendo sublinhado que «nem tudo o que é tecnicamente possível ou realizável é eticamente aceitável».

Os membros e consultores do organismo, entre os quais o bispo D. Carlos Azevedo e o P. José Tolentino Mendonça, terminaram com a audiência o papal o encontro que desde quarta-feira debateu o tema “Futuro da humanidade – Novos desafios à antropologia”.

Os avanços na tecnologia, nomeadamente na inteligência artificial e na robótica, «induzem alguns a pensar» que se está diante «da aurora de uma nova era e do nascimento de um novo ser humano, superior àquele que conhecemos até agora», mas que colocam «grandes e graves interrogações», vincou o papa.

«Damo-nos hoje conta de que os grandes princípios e conceitos fundamentais da antropologia são, não raramente, colocados em questão, inclusive na base de uma maior consciência da complexidade da condição humana e exigem um aprofundamento posterior», acrescentou, citado pela Rádio Vaticano.

Retomando a pergunta sobre o ser humano expressa no Salmo 8 - «que coisa é o homem para que dele te recordes?», Francisco recordou a resposta «que se delineia já no Génesis [primeiro livro da Bíblia] e percorre toda a Revelação [de Deus na história], desenvolvendo-se em torno dos elementos fundamentais da relação e da liberdade»

«A relação difunde-se segundo uma tripla dimensão: com a matéria, a Terra e os animais; com a transcendência divina; com os outros seres humanos. A liberdade exprime-se na autonomia, naturalmente relativa, e nas escolhas morais», explicou.



O diálogo entre crentes e os investigadores e os seus financiadores passa por dois princípios apontados pela Igreja, a centralidade da pessoa humana e o destino universal dos bens



Francisco expressou a «apreciação pelas ciências» da parte da Igreja, porque o ser humano «é imagem e semelhança de um Deus que criou o mundo por amor», pelo que o cuidado da criação «deve seguir a lógica da gratuidade e do amor, do serviço, e não a do domínio e da prepotência».

No discernimento sobre as opções a nível moral em todos os domínios da vida, é imprescindível ter presente os «tesouros de sabedoria conservados nas tradições religiosas, na sabedoria popular, na literatura e nas artes, que tocam em profundidade o mistério da existência humana, sem esquecer, antes redescobrindo aqueles contidos na Filosofia e na Teologia».

Para evitar a «trágica divisão» entre «a cultura humanista-literária-teológica e a científica», bem como para «encorajar um maior diálogo também entre a Igreja, comunidade de crentes, e a comunidade científica», o papa sublinha a «necessidade premente do humanismo».

O diálogo entre crentes e os investigadores e os seus financiadores passa por dois princípios apontados pela Igreja: a centralidade da pessoa humana e o destino universal dos bens.

«O progresso científico e tecnológico serve para o bem de toda a humanidade e os seus benefícios não podem ser colocados em benefício apenas de poucos. Desta maneira evitar-se-á que o futuro acrescente novas desigualdades baseadas no conhecimento e aumente a discrepância entre ricos e pobres», assinalou.



 

SNPC
Fonte: Rádio Vaticano
Publicado em 18.11.2017 | Atualizado em 19.04.2023

 

 
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