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Fé e cultura

"Pátio dos Gentios": entre o popular e o intelectual

O primeiro encontro internacional do “Pátio dos Gentios”, estrutura do Vaticano para o «diálogo entre crentes e não crentes”, vai aliar o “alto nível intelectual e cultural» à dimensão «popular», assinala o diretor executivo do evento.

Em texto publicado no site do evento, que decorre a 24 e 25 de março em Paris, o padre francês Laurent Mazas salienta que «um encontro, quando é verdadeiro, é também alegre», pelo que além das conferências e colóquios, que contam com a participação de cerca de 30 oradores, está prevista uma festa concebida para a juventude.

O encontro com os jovens vai decorrer na catedral de Notre Dame, na capital francesa, espaço que o responsável considera ser «ideal» por permitir o acesso ao interior de uma «obra-prima», onde os jovens serão convidados a escutar «textos sagrados» e «uma oração que saberá tocar mesmo os não crentes».

«Creio que surpreenderá», diz o religioso formado em filosofia, antevendo um ambiente festivo que incluirá música e teatro, além de «um grandioso som e luz que colocará em diálogo as gárgulas e os santos» sem necessidade de recorrer a um «rock cristão medíocre».

Laurent Mazas anuncia também a exibição de um «magnífico filme sobre o universo, para situar o homem», assim como algumas «surpresas», como «uma intervenção do Papa fora do comum, dado que se dirigirá diretamente aos jovens presentes no local, tanto crentes como ateus».

«A única recomendação» do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, departamento responsável pelo “Pátio dos Gentios”, foi tentar elaborar um projeto simultaneamente «utópico» e «realista», refere o religioso, acrescentando que «rapidamente» se sentiu «um grande interesse» pelo evento.

«Embaixadores, ministros, intelectuais» procuraram acolher nos seus países o “Pátio dos Gentios”, assinala Laurent Mazas, dando como exemplo as propostas apresentadas por responsáveis governamentais da República Checa, Alemanha e Brasil.

Diante de alternativas como Berlim e Rio de Janeiro, o responsável optou por Paris, «cidade altamente simbólica», e dentro da capital francesa escolheu maioritariamente «pátios laicos», isto é, fora de edifícios ou lugares com referências católicas.

«Não foi difícil obter o acordo de grandes personalidades crentes e não crentes em França, de tal maneira o projeto suscita interesse», conta o religioso que desde o ano 2000 trabalha no Conselho Pontifício da Cultura.

Mazas salienta que «foi preciso vencer algumas perplexidades»: «O Vaticano pode ser honesto? Não se trata de uma operação de evangelização disfarçada?» – foram algumas das dúvidas levantadas.

O religioso pertencente à congregação dos Irmãos de São João realça que quem lê os textos de Bento XVI e «não se contenta» com as notícias fornecidas pelos media, «demasiado injustos com ele», sabe «que o debate de ideias é uma das suas paixões».

«O cardeal Ravasi inscreve-se nesta linha, muitas vezes postado nas fronteiras da Igreja, como ele gosta de se definir, homem de diálogo fortemente enraizado na Bíblia, da qual é um dos grandes especialistas em Itália», lembra Laurent Mazas.

O nome “Pátio dos Gentios” (Il Cortile dei gentili) evoca o espaço homónimo que, no antigo templo de Jerusalém, hospedava os não judeus.

 

Rui Martins
In Agência Ecclesia
24.03.11

Foto
Torre Eiffel, Paris












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