Vaticano
Pontifício Conselho da Cultura convoca assembleia plenária dedicada às «culturas juvenis emergentes»
O Pontifício Conselho da Cultura, estrutura da Igreja Católica sediada no Vaticano, convocou para 6 de fevereiro de 2013 uma «assembleia plenária dedicada às culturas juvenis emergentes», revelou o bispo português D. Carlos Azevedo, delegado daquele organismo. O encontro termina no dia 9 do mesmo mês.
O anúncio foi feito esta terça-feira, durante a conferência de imprensa de lançamento do 16.º festival de cinema "Tertio Millennio Film Fest", que decorre em Roma de 4 a 9 de dezembro sob o tema "Entre céu e terra. O paradoxo da realidade: histórias de trivial grandiosidade no cinema contemporâneo".
O evento, que é também apoiado pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais, propõe perto de duas dezenas de filmes e encontros com realizadores.
D. Carlos Azevedo entregou à jovem atriz siciliana Tea Falco o Prémio Revelação, atribuído anualmente pela "Rivista del Cinematografo", pelo papel principal no filme "Io e te", de Bernardo Bertolucci.
«A juventude é hoje tratada como um mito que esconde efetivamente o desinteresse da sociedade pelos jovens. Este prémio quer recordar quanto o seu talento é fundamental para o presente e futuro da humanidade. A interpretação de Tea é extremamente significativa por saber tornar tangível o sentimento de inquietação que atravessa a sua geração», a que a Igreja «não é surda», afirmou o prelado em declarações publicadas no site do festival.
A Sétima Arte consegue «comunicar muito mais facilmente do que outras linguagens», pelo que quando passa «valores através da história e faz perguntas sobre as questões mais importantes da vida, ajuda os jovens a interrogarem-se e a colocarem-se questões essenciais», referiu o responsável, citado pela Rádio Vaticano.
O delegado do Pontifício Conselho da Cultura acredita que para «muitos jovens» o cinema é mais do que uma evasão inconsequente, dado serem possuidores de uma «capacidade crítica e de reflexão» que é subvalorizada.
Começa atualmente a aparecer «uma geração de jovens que diante das dificuldade do trabalho e dos problemas da vida reflete sobre o futuro e torna-se crítica em relação à política», acrescentou.
Rui Jorge Martins
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21.11.12