Prémio de Cultura Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes
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Entrevista

Adriano Moreira

Segunda parte da entrevista concedida por Adriano Moreira, distinguido com a edição de 2009 do «Prémio de Cultura Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes», a Paulo Rocha e Luís Filipe Santos, da Agência Eccesia.

As suas reformas para África eram apoiadas por alguns elementos da Igreja, nomeadamente D. Sebastião Soares de Resende, bispo da Beira (Moçambique).
Segui muito a vida dele, mesmo antes de o conhecer. As homilias dele mereciam ser lidas e mereciam uma meditação. Teve conflitos constantes com o governo e morreu em querela judicial com o governo.
Algumas coisas que D. Sebastião Soares de Resende desejou e vaticinou durante anos e anos, eu pude fazê-las. Uma delas foi a criação do ensino universitário. Ele pedia isso há vinte anos e guardei o anúncio para a cidade da Beira. Nesta cidade - numa assembleia convocada pela Associação Comercial - fiz este anúncio que lhe deu uma alegria enorme.
Nessa altura já tinha sido revogado o «Estatuto dos Indígenas», mas recordo que ele - era muito franco e animado no diálogo - me disse que a revogação já tinha seis meses, mas não tinha tido uma aplicação muito rápida. Disse-lhe: «Aquela lei de que o senhor é responsável diga-me a que velocidade vai a aplicação para ver se o acompanho» (Risos)

Posteriormente, tornaram-se amigos...
Ficámos amigos. A penúltima vez - isto emociona-me - que o vi foi em Roma, no II Concílio do Vaticano. Nessa altura, já estava muito frágil. Parecia uma vela do altar que dá luz e vai morrendo.
D. Sebastião foi à Suécia verificar o seu estado de saúde. Veio de lá com o diagnóstico irremediável, com poucos meses de vida. Descansou em Lisboa, no Hospital do Ultramar. Ao visitá-lo, com o Pe. Silva Rego, notei que ele estava extremamente débil. Nessa visita pediu para que as pessoas saíssem, ficando apenas eu e o Pe. Silva Rego. Deu-me vários conselhos e aconselhou-me algumas leituras: tem de voltar a ler Teillard de Chardin e S. Tomás de Aquino.

«Leia Teillard de Chardin e não desista» foi um conselho....
É verdade. Disse-me para não ter pressa porque o tempo faz falta. (Nessa altura estávamos extremamente comovidos). Referiu também que estava com pressa de regressar à diocese porque “quero ir vivo - é mais económico - para morrer em Moçambique”. O funeral dele uma manifestação ecuménica extraordinária. Estiveram representações de todas as crenças.
Em 1966 fui a um congresso na Beira e aproveitei para ir ao cemitério. Ele queria ser enterrado no caminho... Não se podia passar por cima porque este estava cheio de flores. D. Sebastião Soares de Resende manteve uma imagem e uma memória muito viva. Tenho um desgosto enorme porque havia um livro na catedral - o livro do «Povo de Deus» - onde as pessoas escreviam as suas lamentações e preces. Esse livro desapareceu. Mesmo assim consegui reunir alguns documentos e trabalhos mais importantes dele, com ajuda de outras pessoas, incluindo o sobrinho, e reuniu-os num volume: «D. Sebastião de Resende - Profeta em Moçambique». Levei esse livro ao Papa João Paulo II que ficou comovido quando ouviu a história de vida do bispo e a maneira como morreu. Na altura recebi um convite para ser o orador da inauguração da estátua de D. Sebastião Soares de Resende, em Milheiros de Poiares (Santa Maria da Feira).

Escreveu também o «Tempo de Vésperas» dedicado a D. Sebastião S. Resende?
Ele tinha um jornal que sustentava com grandes dificuldades. Após a morte dele, alguns quiseram comprar o jornal, mas a diocese teve a preocupação de não deixar que o «espírito» do jornal fosse alterado. Fui convidado a escrever crónicas para o jornal que estão publicadas em «Tempo de Vésperas». Foi um estilo que nunca mais usei... Gostei de publicar e dedicar-lhe o livro porque deveria fazer alguma coisa pela sua memória.

 

Rumo às demissões

Após a sua saída de Ministro do Ultramar começam a surgir os problemas?
Apareceram problemas na escola. O encerramento desta afectou a vida de centenas de estudantes, mas tivemos manifestações de apoio das famílias e das instituições universitárias. Mais uma vez tive que ser demitido... Fiz um pequeno discurso - foi gravado e distribuído - onde terminava da seguinte forma: as autoridades académicas neste país são da confiança do governo. Eu sou autoridade académica, mas a confiança tem de ser recíproca. Quando cheguei a casa já estava demitido.

Foi o maior desgosto da sua vida.
Nessa altura foi. Senti que ficava em perigo o projecto, mas este já tinha corpo e alma e funcionou até 1974, onde atravessou uma nova crise. Era natural que atravessasse porque todo o sistema educativo atravessou.

Passou de "possível sucessor" de Salazar a «persona non grata» do Estado Novo?
Nunca me ocorreu isso. Nunca ninguém me contactou para isso. Nunca tive nenhum movimento político. Quando foi o «desastre da queda da cadeira» estava numa missão no Brasil. Lá fiquei... Não achei que era comigo. No entanto, não ignoro os comentários e «as coisas» ditas, mesmo depois da revolução de 1974. Não ignoro, mas não posso assumir isso.

A «Primavera Marcelista» também lhe causou alguns dissabores?
Não foi tão grave assim.

Chegou a ir para o Brasil.
Ia muito ao Brasil porque tinha grande intimidade com esse país. Corri o Brasil de Norte a Sul, mas não está relacionado com a «crise marcelista».

Essa paixão pela educação gerou alguns problemas de relacionamento com Marcello Caetano e José Hermano Saraiva. «Ódios» existentes ou já estão esquecidos?
Não posso falar por eles (risos...). Acho que nunca tive sentimentos desses. No incidente com Marcello Caetano, muita gente sustentava que ele não tinha tido parte nisso que não sabia. Custa-me a aceitar isso... Ninguém se atreveria a praticar um acto daqueles - provocou uma agitação enorme na universidade - sem o conhecimento do Primeiro-Ministro. Atribuo isso ao estado espírito dele. Toda a gente sabe que ele viveu esse período cheio de inquietações. Suponho que Marcello Caetano viveu um drama: ele era um dos responsáveis por toda a estrutura anterior, visto que era um doutrinador.
Ele viveu o drama de olhar para os princípios que sempre defendeu - e os seus valores - e o que a sua inteligência lhe dizia sobre a sua mudança. Neste conflito que não teve tolerância de muita gente que o acompanhou - convencida que ele iria fazer alterações - foi grave na vida de um homem. Subitamente, ele vê-se na responsabilidade de ser ele a alterar tudo isso. Julgo, que este foi, efectivamente, o drama dele... No meio desta perplexidade aconteceu isto. No entanto, olho para isto com benevolência.

 

Nunca fui marxista

Permita-me a provocação, mas gostaria de saber se foi marxista quando era jovem?
Nunca.

Há um historiador que escreveu...
Não leio muito Freire Antunes, mas tenho que dizer o seguinte: quando comecei as reformas, naturalmente foi muito inesperado como aparecia aquele jovem a fazer estas coisas. Devo dizer que quem sofreu mais com isso foi a minha mãe. Os telefonemas que ela recebia foram extraordinários e passei a ser logo marxista (risos...). Quem defende o trabalho obrigatório é logo marxista. Posteriormente, tiveram afirmações menos «vermelha» e mais brancas (Maçonaria) porque havia pessoas, Sarmento Rodrigues e o Carvalho Santos - só soube isso depois de eles morrerem - que estavam ligadas à Maçonaria. Assiste-se, com frequência, ao ataque da credibilidade das pessoas.

Consta também que era o único membro do governo que não beijava a mão do Cardeal Cerejeira. É verdade ou lenda?
Não sei se havia alguém encarregado de verificar isso. Cada vez que via o Cardeal Cerejeira cumpria o ritual que, hoje, já anda bastante morto de beijar o anel nas cerimónias. Tive uma excelente relação com o cardeal Cerejeira e até foi presidir a conferências feitas por mim, nomeadamente em Coimbra sobre as missões. É interessante como as pessoas acham que devem observar factos tão fundamentais na vida dos povos.

Como acompanhou o processo de D. António Ferreira Gomes e o Pró-memória a Salazar?
Hoje tem uma leitura à distância que é diferente daquela que foi feita na altura. Foi um problema de relação com Salazar com o clero porque ele tinha um anti-clericalismo do norte. Explico: não devem meter-se nas coisas da política, mas quem julgava se a intromissão era na política ou não era ele. Podia ter um erro de julgamento. É bem provável que tenha tido esse erro.
D. Sebastião Soares de Resende era muito próximo de D. António Ferreira Gomes e, pelas minhas recordações, - não tinha uma grande intervenção no Estado - o problema situava-se no relacionamento que ele achava exigível à Igreja. A publicidade dada à entrevista que ele pedia feria os seus critérios... O que D. António Ferreira Gomes sustentava não era muito diferente do que sustentava D. Sebastião Soares de Resende ou daquilo que defendia D. Eurico Dias Nogueira, na «Carta Fraterna», em Moçambique.

Que razões substanciais o colocaram, novamente, na política activa nas décadas seguintes?
Quando me abordaram não foi fácil dizer logo que iria participar. Eram pessoas que ouvia, designadamente o Adelino Amaro da Costa. O pai dele foi meu subsecretário e conhecia-o de muito jovem. Não posso esquecer também o Freitas do Amaral e o Narana Coissoró que foi o grande líder dos estudantes na crise do Instituto. Pareceu-me que era uma obrigação cívica, mas não era fácil. Pensei que não era recusável e está de acordo com o princípio que tenho: quem reforma o Estado é a sociedade civil. Esta é que tem de se manifestar e assumir responsabilidades. A responsabilidade cívica tem de ser assumida.

 

Do Estado Novo a líder da Democracia Cristã

Foi o único que fez parte do «Estado Novo» e chegou a líder partidário.
É possível que mais ninguém tenha tentado. Se os melhores tivessem tentado talvez isso não tivesse acontecido (risos...) porque me teriam dispensado desse encargo.

É excesso de humildade ou é o seu franciscanismo?
Não é o franciscanismo. Acredito nessa regra: senta-te no fim da mesa e espera que te chamem. A pessoa - isto é uma das coisas importantes de Manuel Antunes - deve ter o eixo da roda firme.

Aderiu ao CDS para ter mais uma tribuna para dar voz à Doutrina Social da Igreja?
Sim. Estamos numa época onde o relativismo está a abalar toda a sociedade ocidental, mas quem organizou a Europa foi a democracia cristã. Os três grandes líderes fundamentais (França, Alemanha e Itália) eram democratas cristãos. Portanto, esse apelo era fundamental. É inquietante que a Democracia Cristã tenha desaparecido do panorama político europeu. Lamento a recusa que foi feita de fazer referência a essa herança no projecto constitucional europeu, que agora se chama «Tratado de Lisboa».

A Democracia Cristã está fora da ciência política?
Não pode estar porque não é o nome que importa. Na discussão que, hoje, é cada vez maior da reposição da ética, continuam os valores que a Democracia Cristã tinha assimilado. Não são os valores que estão em causa. As formações políticas é que perderam essa definição fundamental.

Acredita que os valores da democracia cristã estão lá?
Não identificados dessa maneira. Na Europa existem dois humanismos em concorrência, mas com alguns pontos que se cruzam: humanismo cristão e o humanismo do socialismo democrático. No entanto, não há vantagem, não é útil e não corresponde aos factos ignorar que estão lá esses valores. Julgo que a reposição desses valores é necessária. Há um fenómeno - parece-me bem documentado - que está a diminuir a declaração de pertença a uma religião institucionalizada, mas o apelo à transcendência está a aumentar. As pessoas têm de pensar nisto com seriedade...

Mesmo com o avanço do Islão?
Temos de ver se a pregação de João Paulo II nos ajuda a repor aquilo que chamei: «A Nova Doutrina de Assis». A diabolização do Islão não é aconselhada pelos factos, nem pelos interesses do desenvolvimento da sociedade ocidental. Actualmente, já temos 18 milhões de muçulmanos que vieram para ficar. Tudo o que é a diabolização de uma área cultural e de crença é extremamente errado.

Falou de João Paulo II, mas o seu Papa de referência foi João XXIII?
João Paulo II também. João XXIII foi um acontecimento porque ele «ouviu» vozes. O II Concílio do Vaticano aconteceu-lhe, como acontece aos poetas. Um voz disse-lhe: «faça o Concílio». Mas tenho de sublinhar que João Paulo II é insubstituível: o carisma e a capacidade de mobilizar multidões. Foi talvez dos papas que mais escreveu. Sem esquecer a importância que teve para a reunificação da Europa.
Tive a felicidade de estar com ele três vezes, mas há uma imagem que guardo: as cerimónias fúnebres. Os evangelhos em cima do caixão e a brisa a folheá-los... Uma imagem que ninguém pensou, mas os factos criaram aquela imagem.

Passou cerca de 40 anos no Instituto Naval de Guerra... Foi aí que fez as primeiras lições de Política Internacional?
Foram publicadas no tempo. Depois deram origem à teoria que está ainda em circulação.

Que espaço dava ao Direito Natural?
É uma matriz que faz falta. Justamente não pode haver valores cristãos sem assumir o Direito Natural. Faz parte do eixo da roda.... Insisto sempre nesta questão: na ordem jurídica internacional - hoje está numa crise enorme - o legado fundamental é de teólogos juristas. Há uma série de teólogos juristas que estão na raiz do Direito Internacional.

Vê na diplomacia do Vaticano um grande contributo nesta área?
A diplomacia do Vaticano usa um poder que outras entidades já usam: o poder dos sem poder. É o poder da razão, da persuasão, da razoabilidade... A razoabilidade é a arte do estadista e da boa diplomacia.

 

Um prémio, uma bênção

Qual a reacção inicial ao saber que era o galardoado com o «Prémio Manuel Antunes» deste ano?
Quem me comunicou foi o actual bispo do Porto, D. Manuel Clemente. Só lhe disse uma coisa: obrigado pela bênção. Primeiro comoveu-me e foi absolutamente inesperado este galardão. Há muita generosidade nessa decisão. Não deixa de ser reconfortante que a pessoa seja distinguida sob a égide da lembrança do Pe. Manuel Antunes.

Teve contactos directos com o Pe. Manuel Antunes?
Não. Assisti a conferências dele, mas não tive nenhuma intimidade com ele. Há uma coisa fundamental - entre todas que ele fez - ocorrida depois de 1974: virou-se para a sociedade civil. Teve a noção que a sociedade civil tinha que ser mobilizada e o tecido dos valores culturais tinha de ser reforçado. Nisso, ele foi incansável. Quando vemos os comentários que ele fazia - quase em cima dos acontecimentos - verificamos que era preciso ter uma formação e uma atenção à informação para ter aquela capacidade de, quase diariamente, escrever e dar respostas aos desafios que apareciam.
Por isso, a obra é tão extensa e, felizmente, está a ser publicada.

Sem esquecer os textos assinados com pseudónimos...
É verdade. A Fundação Calouste Gulbenkian faz um grande serviço ao publicar as obras completas deste jesuíta. Já tive a ocasião de recomendar ao Governo para que lesse as obras.

Ao Governo actual?
Sim, no Conselho Nacional da Educação (CNE) onde estavam alguns ministros. Há muita coisa nesta reforma no Ensino Superior que merece algumas reservas. Há um princípio do Manuel Antunes - um princípio de cristãos - que a vida é um passado com futuro. É erro pensar que é um futuro sem passado. O ensino também é um passado com futuro. A universidade é um passado com futuro. Nesse encontro do CNE recomendei as obras do Pe. Manuel Antunes ao Governo.

Um dia D. Sebastião Soares de Resende disse-lhe: «Releia Teillard de Chardin e não desista». O Pe. Manuel Antunes foi um dos principais divulgadores deste autor em Portugal.
O Pe. Manuel Antunes foi o primeiro a levar Teillard de Chardin para a Universidade. No meu Instituto organizaram-se os primeiros debates públicos sobre Teillard de Chardin e um dos organizadores foi o doutor Almerindo Leça. Há um testemunho grandioso que o Almerindo deixou sobre o Teillard de Chardin: «Não sei quantas pessoas acompanharam a intervenção do autor, mas não duvido que muitos regressaram ao cristianismo pela voz dele. Eu sou um deles».
Há uma coisa curiosa, Teillard de Chardin morreu em Nova Iorque e foi acompanhado ao cemitério por 12 amigos. Talvez um número auspicioso.

Identifica-se com o Prémio Manuel Antunes?
Identifico-me com muita modéstia porque o Pe. Manuel Antunes foi um professor com prestígio, audiência e autoridade. Um professor fenomenal. Aquilo que muitos chamam a dispersão não é a dispersão do eixo da roda. É a necessidade de tentar entender a complexidade que anda à volta e que o leva àquela intervenção quase diária. Isto tem um resultado evidente: ajuda a sustentar a esperança.

Ele via para além do tempo?
Sim. Foi um visionário.

Outro parceiro desses valores foi Agostinho da Silva?
Sim. Naturalmente com percepções diferentes. O Agostinho da Silva acreditava em Joaquim Fiora e nos três estádios da evolução: época do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Agostinho da Silva tinha uma concepção do Quinto Império que não tem sido muito bem entendida. O Quinto Império era a sobrevivência dos valores portugueses que manteriam unidos os povos. Agostinho da Silva queria fazer uma sementeira de Centros de Estudo onde tivesse passado a soberania ou a evangelização.

 

Portugal, um Estado exíguo

O Ensino Superior corre o risco de ser submetido à lógica de mercado?
De alguma maneira já está remetido. Em França, a população está na rua a manifestar-se porque não querem as universidades transformadas em empresas. Em Portugal, temos várias universidades em situação financeira difícil, mas é indiscutível que a rede global do ensino superior cresceu sem regulação. Às vezes digo: o Estado Português entrou de licença sabática nesta área, em 1974.
Temos escolas e excelência e capacidade intelectual e científica de grande valia, mas é preciso o apoio necessário.

Se pudesse escrever uma proposta no Programa do Governo qual escolheria?
Tenho a dolorosa previsão que o Estado Português está ameaçado de evolucionar para Estado exíguo. É um Estado exíguo aquele que não tem recursos para satisfazer todos os objectivos para os quais nós inventámos o Estado. Isto acontece num momento onde a redefinição das soberanias é aceleradíssima. Mesmo as grandes potências - como os Estados Unidos - já apreenderam que o multilateralismo não é possível para eles. Estamos a evolucionar para soberanias que chamo de funcionais ou cooperativas. O instrumento mais importante dessa soberania é a preparação técnica e científica. Temos de colocar o acento tónico na consolidação da preparação técnica e científica portuguesa. O mar volta a ser importante, mas devemos olhar também para uma janela de liberdade que é África.

Se voltasse à política activa qual o partido que poderia integrar?
Neste momento não voltaria à política activa. Faltam lideranças com capacidade e autenticidade. Restaurar a confiança em muitas actividades do aparelho político é fundamental. Isto é a base da esperança.

 

Adriano Moreira
In Agência Ecclesia
02.06.09

Adriano Moreira
Foto: Agência Ecclesia













































































































































































































































































































































































 

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