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Residência em S. Bento de Cástris debate "o mosteiro e a cidade"

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Residência em S. Bento de Cástris debate "o mosteiro e a cidade"

"O mosteiro e a cidade" é o tema da 4.ª Residência Cisterciense em São Bento de Cástris, nas imediações de Évora, que decorre de 15 a 17 de setembro, com inscrições até ao dia 8 do mesmo mês.

«Cada mosteiro e cada instituição monástico-conventual tem a sua história, guarda as suas memórias, protege quem nele vive e dele depende para subsistir, tem Regras, Constituições e Estatutos, estabelece diferenças entre os seus espaços e os espaços que os circundam. Assim foi com São Bento de Cástris desde a sua fundação, uma fundação cristã, de filiação cisterciense, exclusivamente feminina, com a sua Abadessa, a sua estrutura de poder interno, as suas ligações mais ou menos fortes às outras Casas suas irmãs, exigindo o cultivo dos seus domínios mais ou menos afastados para sobreviver, as horas litúrgicas para cumprir, as devoções, muitas vezes em melodias musicais, numa procura de harmonia. Como que uma pequena cidade!», lê-se no texto de apresentação da iniciativa.

«Évora nas suas muralhas, São Bento de Cástris no seu edificado e cercas. Duas realidades contíguas e identitárias. Como se comunicavam? Como partilhavam os seus homens e mulheres? Como mantinham os seus privilégios, por vezes antagónico? Como se opunham e se desconheciam? Quem ia de Évora a Cástris e vice-versa? Como se estabeleciam as trocas, particularmente no domínio cultural? Muitas questões..., muitas mais haverá a colocar e a estudar, as mesmas que se podem aplicar a outras instituições da cidade ou de outros lugares!»

«A IV Residência Cisterciense em São Bento de Cástris procurará aflorar questões, lançar pistas de estudo que, não dando respostas, podem interessar jovens investigadores para trabalhos futuros e chamar a atenção dos investigadores séniores para a necessidade de releituras do mundo dos religiosos e, por aí, de muitas das realidades da história local e nacional. A permeabilidade que o tema deste ano suscita estará também presente nas diferentes trocas e experiências que podem vivenciar no mosteiro, especialmente ao nível cultural e artístico, apostando na sua relação com a cidade, que se pretende manter e cimentar.»

O projeto «tem como objectivo primacial reinventar na contemporaneidade a densidade histórica do discurso cisterciense, integrando a geografia do mosteiro eborense numa mais ampla geografia da Ordem de Cister. Inspirada nas questões da História, da Arte, do Património e da Paisagem cistercienses, a Residência, regida pelo ritmo do quotidiano da Regra beneditina, apostará na vivência dos espaços do mosteiro e no debate de questões atuais ligadas aos espaços monásticos e ao seu futuro, apostando-se no carácter original da iniciativa». 

 

Mosteiro de S. Bento de Cástris

Data de 1169 a primeira referência à existência duma ermida no local do mosteiro, dedicada a S. Bento e erguida por D. Soeiro, primeiro bispo de Évora. No último quartel do séc. XII Dona Urraca Ximenes manda erigir um cenóbio e em 1274 sua a superiora obtém do papa Gregório X autorização para integrar o pequeno mosteiro na regra e Ordem de Cister.

A consagração da primeira igreja conventual ocorre em 1328 e no séc. XV dá-se início à construção do claustro. Nos inícios da centúria seguinte o edifício sofre importantes obras, de ampliação e modificação e em meados do mesmo século é criado um novo corpo, que constituiria a antiga enfermaria.

A 18 de abril de 1890, por morte da última freira, o convento é extinto e secularizado. Em 1940 foram adaptadas algumas dependências conventuais a Asilo Agrícola Industrial. Entre 1957 e 1958 concluíram-se as obras de aproveitamento imediato do convento, com vista à instalação da Casa Pia Masculina e do seu serviço de colégio e o orfanato, que ali deixa de funcionar em 2004/5.

Em 2007 o imóvel é afeto à Direção Regional da Cultura do Alentejo e quatro anos depois é vandalizado, sendo roubado um dos sinos.

O conjunto é composto por vários edifícios que se interligam e se aglutinam em redor de um claustro central, «formando uma massa articulada disposta horizontalmente e composta por diferentes volumes dados pelas diferentes altimetrias das dependências monásticas».

O «portão de acesso, em cantaria rusticada com frontão triangular rematado por pináculos e sustentado por cornija saliente apoiada em mísulas», tem «ao centro as armas eclesiásticas de São Bernardo de Claraval».

A igreja, de planta longitudinal, é composta por nave única de elevado pé direito com capelas laterais e coro baixo, apresentando pinturas murais representando serafins e estrelas. As paredes são revestidas de azulejos azuis e brancos, historiados, sobre a vida de São Bernardo. A capela-mor, sobreelevada em relação à nave, tem abóbada estucada com pinturas murais, e o retábulo-mor é de talha dourada, com trono e baldaquino.

O claustro, por seu lado, compõe-se de 2 pisos, o inferior de arcada em arcos de ferradura, o superior de arcadas abatidas. A Sala do Capítulo de planta longitudinal, com cobertura em abóbada, com bocetes decorados por esferas armilares e brasões dos Almeidas. 

 

Descrição abreviada do mosteiro de S. Bento de Cástris: Sistema de Informação para o Património Arquitetónico
Edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 24.08.2016 | Atualizado em 17.04.2023

 

 

 
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Data de 1169 a primeira referência à existência duma ermida no local do mosteiro, dedicada a S. Bento e erguida por D. Soeiro, primeiro bispo de Évora. No último quartel do séc. XII Dona Urraca Ximenes manda erigir um cenóbio e em 1274 sua a superiora obtém do papa Gregório X autorização para integrar o pequeno mosteiro na regra e Ordem de Cister
A igreja, de planta longitudinal, é composta por nave única de elevado pé direito com capelas laterais e coro baixo, apresentando pinturas murais representando serafins e estrelas. As paredes são revestidas de azulejos azuis e brancos, historiados, sobre a vida de São Bernardo. A capela-mor tem abóbada estucada com pinturas murais, e o retábulo-mor é de talha dourada, com trono e baldaquino
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