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Santos Cirilo e Metódio: Padroeiros da Europa, anunciadores do Evangelho, obreiros da solidariedade, artífices da paz

A Igreja Católica evoca a 14 de fevereiro a memória de S. Cirilo, monge, e S. Metódio, bispo, padroeiros da Europa, que viveram durante o século IX. Recuperamos excertos da homilia pronunciada por João Paulo II neste mesmo dia de 1981.

«Como Paulo e Barnabé, os santos Cirilo e Metódio, irmãos no sangue e mais ainda na fé, foram intrépidos seguidores de Cristo e incansáveis pregadores da Palavra de Deus.

Nascidos em Tessalónica, cidade onde São Paulo desenvolveu parte da sua atividade apostólica e a cujos primeiros fiéis enviou duas Cartas, os dois irmãos entraram em contacto espiritual e cultural com a Igreja patriarcal de Constantinopla, então florescente pela cultura teológica e pela atividade missionária, e souberam unir as exigências e os compromissos da vocação religiosa com o serviço missionário. Os Czares da Crimeia foram as primeiras testemunhas do ardor apostólico deles; mas a sua mais importante obra evangelizadora foi a missão da Grande Morávia, empreendida depois que o príncipe Rastislau da Morávia lhes tinha conseguido a permissão do imperador e da Igreja de Constantinopla.

A obra apostólica e missionária, tão complexa e diversificada, dos santos Cirilo e Metódio, considerada hoje à distância de onze séculos sob multíplices aspetos, apresenta-se rica de uma extraordinária fecundidade e também de uma excecional importância teológica, cultural e ecuménica: aspetos estes que interessam não só à história da Igreja, mas também à civil e política de uma parte do Continente Europeu.

A tradução em língua vulgar dos Livros sagrados com a finalidade litúrgica e catequética fez dos santos Cirilo e Metódio, além de os apóstolos dos Povos eslavos, também os pais da sua cultura. O seu incansável serviço missionário realizado em união seja com a Igreja de Constantinopla, pela qual tinham sido enviados, seja com a Sé romana de Pedro, pela qual foram confirmados, manifesta-nos o seu elevado amor pela Igreja una, santa, católica, e serve-nos de estímulo para que esta unidade seja vivida plenamente na fé e na caridade.

Além disso (...) os dois santos irmãos colocaram em realce antes de tudo o contributo da antiga cultura grega e, em seguida, o alcance da irradiação da Igreja de Constantinopla e da tradição oriental, a qual se inscreveu profundamente na espiritualidade e na cultura de tantos Povos e Nações do Oriente Europeu.

Junto do túmulo de São Cirilo, que aos 42 anos concluiu nesta Urbe [Roma] a sua vida terrena a 14 de fevereiro do ano 869, e ao recordar também o seu irmão São Metódio, que foi pelo Papa ordenado arcebispo e enviado à Morávia para continuar a sua preciosa obra apostólica, prosseguida até à morte ocorrida a 16 de abril do ano 885, nós devemos ouvir as palavras que Jesus dirigiu aos setenta e dois discípulos antes de os enviar dois a dois para a pregação do Reino de Deus: "A messe é grande, mas os operários são poucos. Pedi, portanto, ao dono da messe que mande operários para a Sua messe" (Lc 10, 2).

Cirilo e Metódio foram dois autênticos "operários" da messe de Deus.

E neste dia da sua festividade, a Igreja, exaltando a meritória ação apostólica deles, está consciente de ter hoje ainda mais necessidade de cristãos capazes de dar o seu contributo de compromisso, de energia e de entusiasmo para o anúncio da mensagem de salvação em Cristo Jesus. Mas está igualmente consciente de ter necessidade de almas total e exclusivamente consagradas à pregação do Evangelho e à ação missionária; tem necessidade de sacerdotes, de religiosos e religiosas, de missionários e missionárias, que, renunciando generosa e alegremente à família, à pátria e aos afetos humanos, dediquem toda a sua vida ao trabalho e ao sofrimento pelo Evangelho (cf. Mc 8, 35).

Diante do alcance histórico da obra evangelizadora realizada pelos dois santos irmãos, a Igreja percebe de novo ainda mais profundamente que a evangelização é a sua própria graça e vocação, a sua mais íntima identidade. "Ela existe para evangelizar — escreveu Paulo VI — ou seja, para pregar e ensinar, ser o canal do dom da graça, reconciliar os pecadores com Deus, perpetuar o sacrifício de Cristo na Santa Missa que é o memorial da sua Morte e gloriosa Ressurreição" (Exort. Apost. Evangelii Nuntiandi, 14).

Isto significou para os Santos Cirilo e Metódio tornar preeminente o anúncio do Evangelho: um anúncio que não matou, destruiu ou eliminou, mas antes integrou, elevou e exaltou os autênticos valores humanos e culturais, típicos do génio dos Países evangelizados, contribuindo para uma abertura e solidariedade, capazes de fazer superar os antagonismos e de criar um comum património espiritual e cultural, que colocou sólidas bases para a justiça e a paz.»

 

João Paulo II
© SNPC | 13.02.14

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