O cantor The Edge, guitarrista principal da banda irlandesa U2, tornou-se este sábado na primeira estrela de rock a tocar na Capela Sistina, um dos espaços mais emblemáticos do Vaticano.
O artista, cujo nome real é David Evans, apresentou quatro músicas para 200 médicos, investigadores e filantropos que participaram numa conferência sobre medicina regenerativa, co-organizada pelo Conselho Pontifício da Cultura.
Apoiado por um coro composto por sete adolescentes irlandeses, e utilizando o gorro preto habitual na sua indumentária, The Edge tocou guitarra acústica e interpretou uma música de Leonard Cohen, "If it be your will", a par de versões de músicas dos U2, "Yahweh", "Ordinary love" e "Walk on".
The Edge, cujo pai morreu em março devido a um cancro, e cuja filha foi atingida pela leucemia, é membro de fundações que trabalham a favor da prevenção das doenças cancerígenas.
O cantor agradeceu ao papa Francisco e aos responsáveis do Vaticano que lhe permitiram cantar «no mais belo salão paroquial do mundo».
A interpretação de "Walk on", composta em 2000 para Aung San Suu Kyi, uma das vozes mais proeminentes a favor da democracia em Myanmar, quando estava em prisão domiciliária, foi dedicada a Francisco, que descreveu como «papa do povo».
Ele está a fazer um trabalho espantoso e espero que continue durante muito tempo», acrescentou The Edge, que no seu discurso empregou termos técnicos no âmbito da medicina e da investigação.
«Posso dizer que esta uma audiência verdadeiramente fria, porque habitualmente quando eu menciono a palavra "angiogénese" os olhos enchem-se de lágrimas», afirmou, referindo-se ao termo que descreve o processo através do qual novos vasos sanguíneos, de que os tumores precisam para crescer, são formados, e que os cientistas têm procurado deter.
O congresso sobre medicina regenerativa contou também com a intervenção do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, cujo filho morreu em 2015, vítima de cancro no cérebro.
Biden, que se encontrou com o papa durante o encontro que Francisco teve com os participantes no congresso, proferiu um discurso emotivo, marcado pelas memórias pessoais da luta que a sua família travou para manter o filho vivo.
Reuters