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«Utopia da fraternidade universal» em debate no Congresso Internacional do Espírito Santo

Imagem Cartaz (det.) | D.R.

«Utopia da fraternidade universal» em debate no Congresso Internacional do Espírito Santo

A Câmara Municipal de Alenquer e a Confraria da Rainha Santa Isabel promovem em 2016 o "Congresso Internacional do Espírito Santo - Génese, Evolução e Atualidade da Utopia da Fraternidade Universal", assinalando centenários de instituições ligadas à Igreja e à cultura em Portugal.

«Uma das tradições mais fecundas e inspiradoras de construções utópicas que refundam a espera da possibilidade de construção da fraternidade universal é a chamada corrente joaquimita do anúncio da Terceira Idade da História», que tem como matriz a teologia do monge calabrês Joaquim de Flora, refere o texto de apresentação da iniciativa.

Os organizadores explicam que «a utopia da Terceira Idade, que atenderia ao ideal evangélico de paz, justiça, fraternidade, santidade, relação mais íntima com Deus, paridade, indistinção de raças, nações e estatutos sociais, esteve na base da fundação das confrarias e das Festas do Espírito Santo, que teriam tido a sua génese na Baixa Idade Média em Portugal».

«Estas celebrações festivas, que ganharam projeção com a expansão portuguesa, persistindo vivas especialmente nas rotas globais das diásporas emigrantes açorianas e também madeirenses, são dadas como tendo origem em Alenquer e no gesto fundador da Rainha Isabel de Aragão, esposa de D. Dinis», assinala a nota.

O projeto lembra os 800 anos da fundação da Ordem Franciscana e a relevância dos seus membros «na promoção das festas do Espírito Santo e da expectativa chegada de uma era de paz e fraternidade universal entre os homens e mulheres do mundo inteiro».

Os 500 anos da beatificação da Rainha Santa Isabel e o papel pioneiro que lhe é atribuído como patrona de tradições celebrativas e de confrarias do Espírito Santo, marcando a sua génese na vila de Alenquer, serão também referenciados no congresso.

Igualmente com cinco séculos é o primeiro Compromisso Impresso das Misericórdias, «que representam em Portugal uma moderna e original iniciativa prática de institucionalização da utopia da solidariedade e fraternidade, herdeiras de experiências confraternais de origem medieval, como as confrarias do Espírito Santo, mas exibindo um pendor universalista, que representa e anuncia o advento de sociedades mais equânimes, solidárias e atentas aos mais frágeis e desprotegidos».

A obra "Utopia", de S. Tomás Moro, também com 500 anos de publicação, vai ser analisada na iniciativa por cunhar o conceito «que passou a servir para designar os projetos de uma vida em sociedade mais bem governada e harmónica, projeto ainda não concretizado, mas reconhecido como possível».

Por fim, serão recordados os três séculos da criação do Patriarcado de Lisboa, reconhecendo a «centralidade» da capital «no processo moderno de globalização do cristianismo e do lugar de liderança que lhe foi atribuído pelo pensamento utópico português e não só na inauguração de uma nova ordem mundial em nome do ideal da fraternidade e da concórdia entre todo o género humano».

O congresso realiza-se em três fases: Coimbra, 16 e 17 de junho; Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 14 e 15 de setembro; e Alenquer, 16, 17 e 18 de setembro.

O projeto resulta de uma parceria com o Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos e o Centro de História da Sociedade e da Cultura, da Universidade de Coimbra, o Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, da Universidade de Lisboa, a Cátedra Infante D. Henrique, da Universidade Aberta, e o Instituto Europeu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes, em cooperação com outras instituições nacionais e estrangeiras.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 01.11.2015

 

 
Imagem Cartaz | D.R.
A utopia da Terceira Idade, que atenderia ao ideal evangélico de paz, justiça, fraternidade, santidade, relação mais íntima com Deus, paridade, indistinção de raças, nações e estatutos sociais, esteve na base da fundação das confrarias e das Festas do Espírito Santo, que teriam tido a sua génese na Baixa Idade Média em Portugal»
A obra "Utopia", de S. Tomás Moro, também com 500 anos de publicação, vai ser analisada na iniciativa por cunhar o conceito «que passou a servir para designar os projetos de uma vida em sociedade mais bem governada e harmónica, projeto ainda não concretizado, mas reconhecido como possível»
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