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Vaticano apresenta "Consulta Feminina" na véspera do Dia Internacional da Mulher

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O Conselho Pontifício da Cultura apresentou hoje, véspera do Dia Internacional da Mulher, a "Consulta Feminina", organismo nascido em 2015 que congrega economistas, cientistas, gestoras, intelectuais, desportistas, jornalistas e teólogas, não só cristãs.

A plataforma «quer ser sobretudo um olhar feminino dirigido a toda a atividade do nosso discastério. O seu contributo pode ser assinalado a dois níveis. De um lado, certamente, sobre os conteúdos; alguns conteúdos que não tínhamos previsto e que fazem parte da experiência feminina, da sua experiência de trabalho, inclusive laica. O segundo aspeto é o do estilo: conseguir introduzir, por exemplo, uma leitura muito mais global, colorida, da realidade e dos temas que abordamos, fazendo perder um pouco aquela análise que é só especificiamente teológico-filosófica, própria da linguagem eclesial», explicou o presidente do Conselho Pontifício da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, à Rádio Vaticano.

O objetivo da instância «é trabalhar em diálogo com a diversidade, as religiões e os muitos mundos em que as mulheres operam, convicta de que a pluralidade é o pressuposto da ação humana», lê-se numa nota de apresentação prévia à conferência de imprensa que decorreu no Vaticano.

«Não falamos em nome da mulher, mas alimentamos uma discussão proativa sobre a evolução dos papéis, tema sobre o qual as mulheres são protagonista desde há mais de um século, enquanto os homens parecem tê-lo vivido de modo passivo», assinala o texto.

O Conselho Pontifício da Cultura considera que «o compromisso das mulheres na ampliação das fronteiras da sua liberdade requer um pacto novo com os homens - irrigado pelo amor e pela amizade -, seja na esfera pública, seja no interior das relações familiares para alimento da relação materna e paterna».

No encontro com os jornalistas intervieram o cardeal Ravasi, a coordenadora do organismo, Consuelo Corradi, e a teóloga iraniana Shahrazad Houshmand, professora de Estudos Islâmicos e de Língua e Literatura Persas na Pontifícia Universidade Gregoriana.



«Em muitos lugares do mundo (embora ainda não em todos) o pedido das mulheres de gastar os seus próprios talentos em favor da sociedade começa a ser ouvido. E isto acontece muitas vezes sem rancor, sem assumir um tom feroz e sem abandonar os recursos da ironia, da sagacidade e da perspicácia»



Marcaram presença cerca de 25 membros da Consulta Feminina, composta por mais de três dezenas de personalidades, criada no seguimento da assembleia plenária de 2015 do Conselho Pontifício da Cultura, dedicada às «culturas femininas".

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é lançado o primeiro número de 2017 da revista do Conselho Pontifício da Cultura, "Cultura e fé", tem por título "O tempo e o olhar das mulheres".

A edição centra-se em quatro eixos: os jovens, «na sua linguagem particular, na sua experiência, força e fragilidade»; a superação da «disparidade de acesso ao trabalho e de remuneração, que ainda existem até nos países onde as jovens têm taxas de escolaridade mais elevadas do que os homens»; «apoiar a presença positiva das mulheres nas religiões»; «lançar uma ponte para as culturas masculinas».

Os artigos «não são sobre mulheres em geral, e muito menos oferecem uma visão singular sobre a feminilidade, mas apresentam diferentes perspetivas da mulher, reflexões sobre temas que são regularmente tratados pelo dicastério [Conselho Pontifício da Cultura]: encontro e diálogo com o mundo contemporâneo, particularmente as culturas juvenis; o mundo da economia e a evangelização da cultura através do dom da fé; desafios antropológicos no contexto pós-moderno», refere a página da revista.



O Conselho Feminino emergiu da convicção de que «existe uma diferença feminina e as culturas humanas declinam-na de muitos modos. Existe um tempo das mulheres, um olhar feminino sobre a realidade, uma relação especial que se estabelece entre pessoas humanas»



«Em muitos lugares do mundo (embora ainda não em todos) o pedido das mulheres de gastarem os seus próprios talentos em favor da sociedade começa a ser ouvido. E isto acontece muitas vezes sem rancor, sem assumir um tom feroz e sem abandonar os recursos da ironia, da sagacidade e da perspicácia», salienta Consuelo Corradi no editorial.

É comum afirmar-se que «o mundo está a mudar e o século XXI será o das mulheres, no bem e no mal. As mulheres da Consulta, interpretando cada uma a seu modo o génio feminino, acreditam que tal acontecerá no bem», assinala o Conselho, que se reúne três vezes por ano.

O Conselho Feminino emergiu da certeza de que «existe uma diferença feminina e as culturas humanas declinam-na de muitos modos. Existe um tempo das mulheres, um olhar feminino sobre a realidade, uma relação especial que se estabelece entre pessoas humanas: por exemplo entre mulher e homem, entre mãe e filhos», escreve Consuelo Corradi.

O primeiro número de 2017 da revista "Cultura e fé" destaca também a primeira conferência sobre fé e desporto, realizada em 2016 no Vaticano, e as recentes sessões do Átrio dos Gentios, plataforma para o diálogo entre crentes e não crentes, sobre pessoas reclusas e novas formas de pobreza.



 

SNPC
Publicado em 08.03.2017 | Atualizado em 15.04.2023

 

 

 
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