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Entrevista ao novo diretor da Pastoral da Cultura: Vida cultural é «campo especialmente vocacionado para o anúncio e o diálogo»

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Entrevista ao novo diretor da Pastoral da Cultura: Vida cultural é «campo especialmente vocacionado para o anúncio e o diálogo»

O novo diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), o professor universitário José Carlos Seabra Pereira, considera que a vida cultural é um «campo especialmente vocacionado para o anúncio e o diálogo não só "ad intra" mas também na fronteira aberta entre diferentes horizontes de mundividência».

Seabra Pereira, nomeado hoje pela Conferência Episcopal Portuguesa para a direção do SNPC, sucedendo ao padre José Tolentino Mendonça, pretende promover «encontros de criadores e mediadores católicos das artes e dos saberes, cujo prestígio público ou notoriedade mediática possa reverter em favor da presença e disseminação do espírito cristão na agenda e nos debates da vida sociocultural».

Ligado à Universidade de Coimbra, Seabra Pereira, que se especializou em Literatura Portuguesa Moderna, Estudos Camonianos, Estudos Pessoanos e Teoria Literária, sublinha que «a primeira prioridade deve ser garantir que a fecunda atividade do SNPC não será afetada por efeitos de instabilidade ou de solução de continuidade».

Em declarações enviadas por escrito de Macau, onde se encontra a lecionar, José Carlos Seabra Pereira lembra que 2015 é o ano de centenário da revista "Orpheu", pelo que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura deverá mostrar-se sensível ao «potencial espiritual da(s) arte(s) modernistas».

A entrevista, na íntegra:


Na relação da Igreja católica com o mundo da Cultura em Portugal, em termos genéricos, o que importa iniciar, manter e reforçar?


- Deve ser mantido e reforçado tudo o que releva da orientação que tem prevalecido, entendendo a vida cultural como campo especialmente vocacionado para o anúncio e o diálogo não só "ad intra" mas também na fronteira aberta entre diferentes horizontes de mundividência;
- deve ser tentado um maior esforço para aumentar a visibilidade no espaço público e na comunicação social não só do trabalho do SNPC, mas também da pluralidade das criações e transmissões culturais oriundas da Igreja ou geradas pelo espírito cristão naquela fronteira aberta.
   
Quais serão as prioridades do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura para o próximo ano?

- De acordo com o que foi enunciado, a primeira prioridade deve ser garantir que a fecunda atividade do SNPC não será afetada por efeitos de instabilidade ou de solução de continuidade;
- ao mesmo tempo, as prioridades deverão ir-se definindo, em tempo oportuno e de modo eficaz, em atenta equação com as questões e as orientações pastorais privilegiadas por Roma e pela Igreja em Portugal; o SNPC e os seus colaboradores procurarão identificar e intervir com discernimento evangélico nas áreas em que aquelas questões e aquelas orientações tiverem maiores implicações socioculturais;
- sem descurar o potencial de energia cultural e pastoral da chamada rede de Referentes (no seio da Igreja em Portugal), deveremos abrir caminho para conexões de mais largo raio de ação, promovendo encontros de criadores e mediadores católicos das artes e dos saberes, cujo prestígio público ou notoriedade mediática possa reverter em favor da presença e disseminação do espírito cristão na agenda e nos debates da vida sociocultural;
- em 2015, ano de centenário da revista "Orpheu", o SNPC e os seus colaboradores  deverão operativamente mostrar-se sensíveis ao potencial espiritual da(s) arte(s) modernistas.


A par da direção do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, que atividades vai continuar a manter no domínio da docência e da investigação?

 

Como professor da Universidade de Coimbra e colaborador da Universidade Católica Portuguesa, como coordenador científico do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos, como diretor da revista "Estudos" e membro do Conselho Redatorial da "Brotéria" e de outras revistas, contnuarei a ensinar Literatura Moderna e Contemporânea, Antropologia Literária e representações de Identidades, continuarei a pensar e escrever sobre relações entre ética e estética, entre literatura e espiritualidade; e, ao longo de 2015, dedicarei particular atenção ao centenário do "Orpheu" e do Modernismo em Portugal.

 

Rui Jorge Martins
Publicado em 13.11.2014 | Atualizado em 14.04.2023

 

 
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As prioridades deverão ir-se definindo, em tempo oportuno e de modo eficaz, em atenta equação com as questões e as orientações pastorais privilegiadas por Roma e pela Igreja em Portugal
Sem descurar o potencial de energia cultural e pastoral da chamada rede de Referentes (no seio da Igreja em Portugal), deveremos abrir caminho para conexões de mais largo raio de ação
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