A espiritualidade é inerente ao ser humano, e por isso o sistema político deve facilitar o acesso a essa dimensão, como faz com a saúde, a justiça ou a educação, considera o responsável pelos Jesuítas em Portugal.
Para o padre José Frazão Correia, a Igreja deve interrogar-se como pode ajudar «os poderes políticos e económicos a tutelarem a vida da alma», porque «a humanidade é um lugar profundamente espiritual».
«Cabe-nos recordar a complexidade da existência e que a vida do espírito não é de uns beatos que não têm mais nada que fazer, mas que diz respeito ao ser humano», pelo que urge recordar que cada pessoa, independentemente das suas crenças religiosas, é um «ser espiritual», afirmou o provincial da Companhia de Jesus.
A convicção foi partilhada este sábado, durante a conferência “O valor do que não tem valor no caminho espiritual”, promovida pela comunidade de monjas dominicanas do mosteiro do Lumiar, em Lisboa.
«Hoje precisamos de cuidar da alma e dos seus movimentos; e precisamos de pedir que os poderes públicos tutelem a alma», reforçou, questionando: «O que seria uma cultura sem alma?».
Saber «como cultivar a vida do espírito na vida da cidade, na vida quotidiana» constitui «um dos grandes desafios da Igreja», porque «o que vale é o que salvaguarda e cuida» da «vida divina».
Rui Jorge Martins