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Cultura e natureza

Diocese de Beja e Ministério do Ambiente assinam protocolo inédito para unir biodiversidade e património religioso

O Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) e o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja assinam hoje, 11 de janeiro, na igreja matriz de Mértola, um protocolo que concretiza uma nova metodologia de intervenção.

O acordo assenta no cruzamento do património natural e do património cultural para mobilizar e dinamizar a participação da sociedade civil na salvaguarda e promoção dos valores naturais e culturais do Baixo Alentejo, designadamente no âmbito das áreas protegidas dispersas pela região. Trata-se de um dos contributos que, segundo é reconhecido no texto do pacto, visa o aprofundamento das iniciativas nacionais no âmbito do Ano Internacional da Biodiversidade, celebrado em 2010.

Inédita em Portugal, a união de esforços entre o principal organismo responsável pela conservação do património natural, sob a tutela do Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, e um departamento diocesano com 27 anos de experiência na defesa dos bens culturais, baseia-se no facto de muitas igrejas ou as suas envolventes, especialmente em área rural, serem santuários da vida selvagem.

FotoCaboz-de-água-doce

Espécies protegidas, como o francelho e a cegonha, encontram pontos privilegiados de nidificação nas torres dos campanários e noutros pontos dos templos. Os adros e os espaços em redor destes edifícios reúnem igualmente condições excecionais para a preservação da fauna e da flora. De acordo com um dos mentores do projeto, João Filipe Bugalho, não se torna difícil irradiar daqui para pontos de referência do território.

FotoGrou, ave invernante

A tónica da colaboração que se vai iniciar é posta na dimensão pedagógica resultante da ligação do património arquitetónico e artístico e da natureza em que ele está inserido. «Não faz sentido trabalhar-se isoladamente; a defesa da biodiversidade constitui a causa maior com que a humanidade se defronta nos dias e é preciso repensá-la também à escala regional», salienta José António Falcão, diretor do Departamento do Património da Diocese de Beja.

FotoSapo-parteiro

«Os nossos monumentos religiosos podem dar um contributo importante nesse sentido; como retorno, ganhar-se-á uma nova dinâmica, criando melhores condições de conservação e fruição do próprio tecido edificado – e dos valores culturais e paisagísticos que lhe estão associados», acrescenta.

O protocolo, aberto à intervenção de outras entidades, como os municípios e as associações locais, aposta na dinamização de distintas valências patrimoniais como fator de sustentabilidade do desenvolvimento regional.

FotoTrevo-de-quatro-folhas-peludo, bastante raro e protegido

Se o envolvimento das comunidades vai ser essencial para o êxito do projeto que dá agora os primeiros passos, o seu alvo-chave reside na colaboração dos estabelecimentos de ensino e dos agricultores.

Tarefas muito simples e pouco dispendiosas como a melhoria dos pontos de água – as velhas “fontes santas” – existentes junto às ermidas, a criação de pequenas searas de feijão-frade ou a colaboração dos alunos das escolas na monitorização da fauna bravia através de câmaras ligadas à Internet podem fazer a diferença para a sobrevivência de espécies ameaçadas, entre elas a abetarda, o sisão e o grou. Podem trazer igualmente um contributo decisivo para suster a ruína de dezenas de velhas igrejas que permanecem fechadas ao longo do ano, por falta de quem delas se ocupe.

Foto

 

Sara Fonseca / SNPC
Fotografias: Carlos Carrapato (ICNB/DGAC Sul/PNVG)
© SNPC | 11.01.11

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Peneireiro cinzento

 

Ligações e contactos
Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja: dphadb@sapo.pt; 284 32 09 18

 

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