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Portugal: passado, presente e futuro

«Portugal: passado, presente e futuro» foi o tema da conversa que a 3 de Junho, na Feira do Livro do Porto, juntou D. Manuel Clemente e Guilherme d’Oliveira Martins.
Os autores falaram à Agência Ecclesia das suas obras mais recentes - «1810-1910-2010: Datas e desafios» e «Património, Herança e Memória - A cultura como criação».

A obra de D. Manuel Clemente nasceu e foi construída a partir do texto «1810-1910-2010», pronunciado durante a 4.ª Jornada da Pastoral da Cultura (2008). O volume inclui artigos de revistas, conferências e aulas proferidas na Universidade Católica.

O volume fala da «liberdade» e da conjugação do seu sentido interior com a dimensão externa, manifestada na política, sociedade e cultura. Os textos, que foram editados pelo P. José Tolentino Mendonça e pela Assírio & Alvim, pretendem ser um contributo para equacionar a significação contemporânea da liberdade, temática inesgotável, por ser, nas palavras de D. Manuel Clemente, “a mais humana”.

Apesar de o título sugerir a Implantação da República e o seu centenário, o volume não pretende assinalar esta efeméride, procurando antes integrar 1910 no contexto mais amplo da liberdade.

O ano de 1810, que ficou marcado pelo início da terceira invasão francesa, assinalou o desmantelamento do Portugal existente até então, fenómeno que se expressou em termos materiais, sociais e institucionais. Esse primeiro impacto da liberdade, entendida segundo o ideário da Revolução Francesa (1789), esteve presente durante todo o liberalismo.

À data do termo do regime monárquico em Portugal, a dimensão política da liberdade adquiriu um novo perfil, com a complexificação das relações entre a Igreja e o Estado. Foi o tempo do confronto, mas também do diálogo, que, apesar de difícil, era inevitável.

Em 2010 emergem novos contornos, resultantes do contraste entre a dimensão exterior da liberdade, que dificilmente admite ser restringida, e o seu lado íntimo; é neste ponto que o cristianismo tem uma palavra a dizer, porque ele articula as apetências e sensibilidades individuais com as aspirações de todos os que convivem em sociedade.

A convicção de que a liberdade só é integralmente vivida se conjugar as tendências interiores com opções práticas que privilegiem a comunidade foi igualmente referida por Guilherme d’Oliveira Martins: ao mesmo tempo que deve ser reconhecida pelo Direito, a liberdade tem que ser assumida individualmente a partir do conceito cristão de dignidade universal da pessoa humana.

Em relação ao centenário da Implantação da República, o Presidente do Centro Nacional de Cultura considera que a efeméride poderá congregar todos os portugueses, e não apenas uma parte deles.

Por um lado, é fundamental que a memória seja preservada e transmitida: “A sociedade que se esquece do seu passado é uma sociedade que se suicida”. Mas este cuidado com as raízes deve ter presente que as heranças recebidas podem gerar ressentimentos e vinganças que atravessam gerações.

É necessário trabalhar a memória para que ela se coloque ao serviço da paz, superando o passado de violência sofrida e cometida.

 

rm
In Agência Ecclesia
07.06.09

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