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"A nascente": Primeiro livro do "cardeal" D. Manuel Clemente homenageia crianças e evoca S. José

Imagem Capa (det.) | D.R.

"A nascente": Primeiro livro do "cardeal" D. Manuel Clemente homenageia crianças e evoca S. José

O livro infantil "A nascente - Em louvor de São José", de D. Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, vai ser a primeira obra em que o prelado é apresentado como cardeal.

O volume da Paulinas Editora, com ilustrações de Abigail Ascenso, vai ser lançado por ocasião da celebração que ocorre este sábado, no Vaticano, durante a qual o patriarca vai ser criado cardeal pelo papa Francisco.

O texto é baseado numa das várias peças teatrais redigidas por D. Manuel Clemente para serem interpretadas por seminaristas, especialmente em momentos significativos da vida comunitária dos seminários.

S. José, pai adotivo de Jesus, é patrono da Igreja universal, dos pais (o Dia do Pai assinala-se a 19 de março, data em que a Igreja católica celebra a sua solenidade) e dos carpinteiros, em referência à sua profissão.

Ele é também evocado a 1 de maio, Dia do Trabalhador, como S. José Operário. E um dos seminários pertencentes ao patriarcado de Lisboa, localizado em Caparide, tem como padroeiro S. José.

Junto a um poço de água, encontram-se três homens: é este o cenário do excerto que apresentamos.



ImagemAbigail Ascenso | A nascente | D.R.

«José: O meu destino é Nazaré, na Galileia. E em paz, estou certo disso.

João: Quem me dera a tua certeza, amigo. Viver assim, guiado por avisos do Céu...

José: Todos os temos, para isto ou para aquilo. No vento forte ou na brisa ligeira. Na palavra ou no pensamento, a todos Deus fala e chama, sussurra ou grita. A todos os que têm ouvidos para ouvir, ou vão pelo sonho...

João: Enche o teu odre, caminheiro do Céu, enche-o bem para ti e para os teus, até Nazaré da Galileia.

José: (acabando de encher o odre, para Joaquim): Sempre queres ficar, amigo Joaquim? E fugir, fugir sempre, trocando a dificuldade da tua terra pela tristeza de terra nenhuma? Os caminhos da fidelidade pelos desvios do medo?

Joaquim: Oh, falas bem, tu que regressas! Mas, antes de regressares, também fugiste!

José: Fugi como regresso, obedecendo à mesma voz, ao mesmo sonho. Isto não é fugir, porque fugir é desistir.

João: E nunca desististe, amigo?



ImagemAbigail Ascenso | A nascente | D.R.

José: Estive quase, João, estive quase... Estava há pouco desposado com Maria - com Maria, a mais virginal das mulheres, a mais branca das flores -, há pouco nos desposáramos, quando percebi que ela esperava um filho... um filho que não era meu! Oh como eu quis desistir então, fugir, fugir, desaparecer, esconder a tristeza e a confusão!

Joaquim: Fugiste?

José: Não. Chorei tanto que caí de cansaço e sono. Dormi, sonhei e compreendi.

Joaquim: Compreendeste o quê?

José: Que não somos donos de nada, nem de ninguém. Apenas guardamos mistérios.»

 

Edição: Rui Jorge Martins
Publicado em 14.02.2015 | Atualizado em 30.04.2023

 

 

 
Imagem Capa | D.R.
No vento forte ou na brisa ligeira. Na palavra ou no pensamento, a todos Deus fala e chama, sussurra ou grita. A todos os que têm ouvidos para ouvir, ou vão pelo sonho...
Sempre queres ficar, amigo Joaquim? E fugir, fugir sempre, trocando a dificuldade da tua terra pela tristeza de terra nenhuma? Os caminhos da fidelidade pelos desvios do medo?
Estava há pouco desposado com Maria - com Maria, a mais virginal das mulheres, a mais branca das flores -, há pouco nos desposáramos, quando percebi que ela esperava um filho... um filho que não era meu! Oh como eu quis desistir então, fugir, fugir, desaparecer, esconder a tristeza e a confusão!
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