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Arcebispo de Seul anuncia intenção de dedicar diocese de Pyongyang a Nossa Senhora de Fátima

O arcebispo de Seul, capital da Coreia da Sul, e administrador apostólico de Pyongyang, cardeal Andrew Yeom Soo-jung, declarou esta quinta-feira a vontade de dedicar a diocese da capital da Coreia do Norte a Nossa Senhora de Fátima, revela a edição de hoje do jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”.

O propósito foi revelado no final da missa a que presidiu, na catedral de Myeongdong, em Seul, celebração que teve como intenção a reconciliação e unidade na Coreia, no dia em que passaram 70 anos do início da guerra que entre 1950 e 1953 ensanguentou a península, deixando, como «triste herança», uma duradoura «situação de tensão devida à contraposição entre o Sul e o Norte que ameaça a paz».

A oração constitui «a arma mais poderosa que a Igreja possui na luta pela paz», vincou o prelado, que se referiu a Nossa Senhora de Fátima – visitou o santuário da Cova da Iria a 12 e 13 de outubro de 2019, quando presidiu à peregrinação internacional aniversária – e ao «grande poder» do rosário, que «pode mudar o decurso da história».

O cardeal de 76 anos, um dos pouquíssimos bispos que viveu pessoalmente a experiência do conflito – tinha sete anos quando este começou –, desafiou os fiéis a viver a data como «uma ocasião importante para renovar, como cidadãos da Coreia e como cristãos, a determinação» para realizar a «missão de empenho pela reconciliação e a unidade do povo e pela paz, isto é, pela evangelização da península coreana».

O prelado, que nunca foi autorizado pelo regime norte-coreano a visitar Pyongyang, pediu aos católicos para unirem «todas as forças e todos os corações com o objetivo de servir, de alguma forma, a construção na península de uma sociedade na qual todo o povo, quer do Sul quer do Norte, libertado da herança do passado através da “purificação da memória”, viva uma vida verdadeiramente humana» na paz de Deus.

Andrew Yeom Soo-jung falou do agravamento das tensões políticas e sociais entre as duas Coreias, e constatou o fracasso de todas as iniciativas em favor da reconciliação, que defraudaram as «grandes expetativas» dos coreanos e do mundo.

Depois de frisar que, apesar de ser «muito difícil», a paz não é impossível, o cardeal insistiu na necessidade do perdão, que, apesar de parecer «contrário à lógica humana», representa uma condição indispensável para a «reconciliação recíproca e, portanto, para a reconciliação com Deus».

Se assim não for, seja a nível individual seja no plano internacional, advertiu, «a justiça será acompanhada pelo rancor, pelo ódio e até pela crueldade, e por isso a paz não poderá ser duradoura».

«Peço as vossas orações pela paz e pela reconciliação na Península Coreana, pelos vossos irmãos e irmãs na fé, geograficamente distantes, mas unidos pela presença de Deus. Orai connosco pelo fim dos conflitos e das divisões na peninsula», pediu o cardeal na homilia da missa de 12 de outubro, em Fátima.

Durante a sua peregrinação à Cova da Iria, Andrew Yeom Soo-jung sublinhou também que, desde meados do século XX, «não há padres ou religiosos» na Coreia do Norte, porque «foram sequestrados, expulsos ou deixados entregues à morte certa».

A 23 de março deste ano, o cardeal recitou o Terço diante da estátua de Nossa Senhora de Fátima na capela da cúria arquidiocesana, tendo como intenção a cura aos que sofrem o contágio do Coronavírus, bem como a força e a coragem dos agentes de saúde


 

Rui Jorge Martins
Fonte: L'Osservatore Romano
Imagem: Pyongyang | stargazer84/Bigstock.com
Publicado em 07.10.2023

 

 
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