«Ir em frente: em frente na profundidade da oração, na profundidade da docilidade, do coração aberto à voz de Deus. E assim se fazem as verdadeiras mudanças na Igreja, com pessoas que sabem lutar no pequeno e no grande», sublinhou hoje o papa.
Francisco refletiu sobre a primeira leitura bíblica proclamada nas missas desta sexta-feira, centrada na conversão de Paulo, de perseguidor dos cristãos a figura angular do cristianismo das origens (cf. Atos 9,1-20).
A alteração de rumo de Saulo de Tarso, no caminho de Damasco, foi um «virar de página na história da Salvação», ao marcar a abertura da mensagem cristã «aos pagãos, aos gentios, àqueles que não eram israelitas», constituindo-se como «porta aberta para a universalidade da Igreja», sublinhou.
Paulo, «antes de tudo, era coerente, porque era um homem aberto a Deus. Se perseguia os cristãos, era porque estava convicto de que Deus queria isso», defendendo «o zelo que tinha pela pureza da casa de Deus, pela glória de Deus».
«Um coração aberto à voz do Senhor. E arriscava, arriscava, avançava. E outro traço do seu temperamento é que era um homem dócil, tinha a docilidade, não era um casmurro», pelo menos na sua alma, assinalou.
O papa apontou como exemplo do temperamento de Paulo um conjunto de freiras que, na missa, assinalaram 50 anos de vida religiosa: «Obrigado por escutarem a voz de Deus, e obrigado pela docilidade».
«Perseverar. E isto é um sinal da Igreja. Desejo agradecer hoje, em vós, muitos homens e mulheres, corajosos, que arriscam a vida, que seguem em frente, e também que procuram novos caminhos na vida da Igreja», apontou.
Evocando S. Paulo, o papa concluiu a homilia com um pedido a Deus: «A graça da docilidade à voz do Senhor e do coração aberto ao Senhor; a graça de não termos medo de fazer coisas grandes, de avançar, na condição de termos a delicadeza de cuidarmos das coisas pequenas».