

O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, presidiu esta quinta-feira à missa fúnebre do vereador da Cultura da Cidade Invicta, Paulo Cunha e Silva, tendo elogiado a ação que desenvolveu no município.
«Vemos todo o amplo caminho que nos abriu, para devolver a Cultura à cidade e fazer do Porto uma cidade feliz», afirmou na homilia da celebração, que teve lugar na igreja da Lapa, noticia o jornal Público.
O prelado lembrou «o desígnio de missão para bem de todos os portugueses» que caracterizou Paulo Cunha e Silva, cujo «legado humano» e «património cultural» serão agora «confiados à cidade e ao país», acrescenta a mesma fonte.
D. António Francisco dos Santos destacou a «inteligência fulgurante» do autarca, que morreu na madrugada de quarta-feira devido a problemas cardíacos, e vincou que Cunha e Silva deixa «uma marca indelével que o tempo não deixará esquecer», assinala a agência Lusa.
«A melhor sepultura dos mortos é sempre o coração agradecido dos vivos», disse o prelado, que recordou o papel do vereador no Porto 2001 Capital da Cultura e no recente Festival Internacional de Música de Órgão.
No teatro Rivoli, onde decorreu o velório, o presidente da Câmara Municipal, Rui Moreira, que passa a acumular o pelouro de Cunha e Silva, leu um excerto da carta bíblica de S. Paulo aos Filipenses (cap. 4) na prece que dirigiu a Deus.
«Tudo o que há de verdadeiro, de nobre, de justo, de puro, de amável, de honorável, tudo o que for virtude e coisa digna de elogio, tudo isso levai-o em conta. De tudo, Senhor, o Paulo tinha muito. De tudo», disse o edil, citado pelo Jornal de Notícias.
Licenciado em Medicina, mestre e doutor pela Universidade do Porto, onde foi professor de Anatomia, Paulo Cunha e Silva foi presidente do Instituto da Artes do Ministério da Cultura, conselheiro cultural da Embaixada de Portugal em Roma e comissário da programação de Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura.
Colaborava com a Fundação de Serralves e Fundação Gulbenkian, e presidia à Comissão de Cultura do Comité Olímpico Português. Tinha 53 anos.
Rui Jorge Martins