A SIGNIS – Associação Católica Mundial para a Comunicação atribuiu o seu prémio no Festival de Cinema de Veneza ao filme “Roma”, do mexicano Alfonso Cuarón, que também ganhou o prémio principal do certame, o Leão de Ouro.
«Com um estilo ao mesmo tempo clássico e inovador e um uso sábio do preto e branco, o realizador Cuarón constrói uma sugestiva e poética narrativa sobre o México dos anos 70», refere o júri do organismo representado em Portugal pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
Os jurados consideram que «a nível geral a obra recolhe as fraturas de uma sociedade que sofre profundas mudanças», ao mesmo tempo que, «do ponto de vista familiar delineia a força do papel da mulher, capaz de reagir com coragem e solidariedade às contínuas dificuldades».
«“Roma” é uma belíssima confirmação das capacidades artísticas de Cuarón, cineasta com forte visão autoral e grande capacidade divulgativa», destaca o júri presente na 75.ª edição do Festival.
Cuarón, que ganhou em 2014 o Óscar para melhor realizador com “Gravidade”, filme que obteve sete estatuetas, assina também em “Roma” o argumento, a fotografia e a montagem.
O filme “22 july”, de Paul Grengrass, que recorda o massacre de vários jovens na Noruega, em 2011, recebeu uma menção honrosa da SIGNIS, pela sua «poderosa e intensa mensagem de esperança».
O realizador «não se limita a uma eficaz reconstrução dos factos», fazendo da obra «uma advertência para as jovens gerações e para toda a comunidade para que não se deixem influenciar pelo medo do outro, pelas ideias extremas e violentas, mas a saberem encontrar a via do diálogo e da inclusão».