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Em vez de pensarmos nos «outros», olhemo-los como «irmãos», diz papa, que cita Luther King

Em vez de pensarmos nos «outros», olhemo-los como «irmãos», diz papa, que cita Luther King

Imagem Chicago | Peek Creative Collective/Bigstock.com

O papa acrescentou hoje mais um contributo à sua insistência na aceitação da diferença ao declarar que se deve «deixar de pensar em qualquer grupo com os "outros"», olhando-os antes como «irmãos e irmãs», numa «abertura, de coração e da mente, [que] deve ser cultivada e alimentada nos lares e nas escolas».

Francisco também citou o ministro batista norte-americano Martin Luther King, precisamente no dia em que se assinalam os 49 anos do seu assassinato, sublinhando que a humanidade deve promover «"um método para todos os conflitos humanos que rejeite a vingança, a agressão e a vingança. O fundamento desse método é o amor"».

«Convido todas as pessoas, especialmente aos homens e mulheres jovens, a dar resposta às proféticas palavras do Dr. King, e a que saibam que uma cultura da não violência não é um sonho inalcançável, mas um caminho que produziu resultados positivos. A prática constante da não violência quebrou barreiras, reparou feridas, sarou nações e pode curar Chicago», escreve o papa.

As declarações constam de uma carta enviada pelo papa ao arcebispo de Chicago, cardeal Blase Cupich, para encorajar os esforços da arquidiocese e da população da cidade norte-americana em favor do aumento da capacidade de programas que eliminem as causas da violência e procurem parcerias nesse sentido.

Entre as ações desta iniciativa inclui-se a criação de um fundo, que conta com a contribuição da arquidiocese e de outros doadores, que será usado em novas estratégias contra a violência, ao mesmo tempo que procurará ampliar o alcance de planos de ação promissores.



«Sei que estão a assinalar esses esforços com um convite a todas as pessoas de boa vontade para caminhar pela paz na Sexta-feira Santa nas zonas afetadas pela violência. Nesse dia, enquanto realizo a minha própria via-sacra em Roma, acompanharei com a minha oração todos aqueles que caminham consigo e todas as pessoas que foram vítimas da violência»



«Lamentavelmente, como me disse, pessoas de diferentes origens étnicas, sociais e económicas são hoje vítimas de discriminação, indiferença, injustiça e violência. Devemos recusar essa exclusão e esse isolamento e deixar de pensar em qualque grupo como os "outros"; é melhor pensarmos neles como nossos próprios irmãos e irmãs», frisa.

Francisco diz ao arcebispo que sustenta os esforços da arquidiocese: «Quero assegurar-lhe que o seu compromisso e de muitos outros líderes locais estão a realizar para promover a não violência como uma forma de vida e um caminho para a paz conta com todo o meu apoio».

«Sei que estão a assinalar esses esforços com um convite a todas as pessoas de boa vontade para caminhar pela paz na Sexta-feira Santa nas zonas afetadas pela violência. Nesse dia, enquanto realizo a minha própria via-sacra em Roma, acompanharei com a minha oração todos aqueles que caminham consigo e todas as pessoas que foram vítimas da violência», refere a missiva.

Na carta o papa pede ao arcebispo para transmitir à população de Chicago que a tem na sua mente e nas suas orações: «Estou a par de que muitas das suas famílias perderam entes queridos por causa da violência. Quero dizer-lhes que estou próximo delas, que partilho a sua dor e peço a Deus para que através da sua graça possam viver e experimentar a cura e a reconciliação».

Na última quinta-feira quatro pessoas morreram em Chicago na sequência de um tiroteio num restaurante, e no domingo um rapaz de 14 anos foi detido pela polícia por ter agredido sexualmente uma jovem de 15 anos, crime que foi filmado em direto e transmitido pelo Facebook.

Em 2016 ocorreram 762 homicídios na cidade situada a 1100 km a oeste de Washington, batendo um recorde de 19 anos e superando o número conjunto de assassinatos ocorridos em Nova Iorque e Los Angeles.



 

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