Envolvimento na política «é uma obrigação para um cristão», frisa papa Francisco
«Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão», vincou o papa esta sexta-feira, ao responder a perguntas colocadas por algumas das nove mil crianças e jovens de escolas e movimentos Jesuítas com quem se encontrou no Vaticano.
Os cristãos não podem «fazer de Pilatos, lavar as mãos»: «Devemos implicar-nos na política, porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum», frisou Francisco, citado pelo site "Vatican Insider".
«Os leigos cristãos devem trabalhar na política. Dir-me-ão: não é fácil. Mas também não o é tornar-se padre. A política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se implicaram com o espírito evangélico. É fácil atirar culpas... mas eu, que faço? Trabalhar para o bem comum é dever de cristão», apontou.
REUTERS/Max Rossi
Francisco pediu aos participantes para se tornarem «homens e mulheres com os outros e para os outros, verdadeiros campeões no serviço aos outros».
«Num mundo que tem tanta riqueza e tantos recursos para dar de comer a todos, não se pode compreender como há tantas crianças esfomeadas, tantas crianças sem educação, tantos pobres. A pobreza, hoje, é um grito. Todos nós devemos pensar se nos podemos tornar um pouco mais pobres», assinalou.
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O papa sublinhou que «a esperança se encontra em Jesus pobre», e que ele é quem abre «a janela ao horizonte».
Francisco afirmou ainda que não quis ser papa e explicou que prefere viver na Casa de Santa Marta, e não no Palácio Apostólico, como os seus antecessores, porque gosta de «estar entre as pessoas».
A um rapaz que falava da fé algo vacilante, o papa respondeu: «Pensai sempre nisto: não é preciso ter medo das falhas e das quedas; na arte de caminhar, o que importa não é não cair mas não permanecer caído. Se caímos, é necessário levantar-se logo, levantar-se depressa, e continuar a caminhar».
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O elemento fundamental do ensino é fazer com que os estudantes aprendam a ter «o coração grande» e «grandes ideais», sublinhou Francisco, que não leu o discurso previamente redigido.
«Preparei um texto mas são cinco páginas! Um pouco aborrecido... Façamos uma coisa: eu farei um pequeno resumo e depois entregá-lo-ei, por escrito, ao padre provincial e dá-lo ei ao padre Lombardi [porta-voz do Vaticano], para que todos vós o tenhais por escrito», referiu.
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Dirigindo-se aos educadores, o papa convidou-os a «serem testemunhas com a vida do que comunicam», porque «sem coerência não é possível educar».
«Não se pode educar apenas na zona de segurança; isso é impedir que a personalidade cresça. Mas também não se pode educar apenas na zona de risco, que é demasiado perigoso», acrescentou.
O encontro compreendeu a atuação de um coro de 200 pessoas, a apresentação de vídeos e de testemunhos.
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AP Photo/Andrew Medichini
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Rui Jorge Martins
Com agências
Fotografias: Encontro do papa Francisco com crianças e jovens de escolas e movimentos Jesuítas. Vaticano, 7.6.2013
© SNPC (texto) |
07.06.13