Teatro
"Fingido e Verdadeiro ou martírio de S. Gens, ator"
Gens é um famoso ator pagão a quem Diocleciano chama para representar uma sátira aos cristãos, que o imperador romano perseguia. A meio do auto Gens converte-se ao cristianismo e o que até então ridicularizava passou a ser a razão de ser da sua vida.
O enredo é subitamente transtornado com falas imprevistas, os atores atrapalham-se e o imperador confunde-se: o que vem a ser isto?
O núcleo da peça “Fingido e Verdadeiro ou martírio de S. Gens, ator”, que o Teatro da Cornucópia, em Lisboa, estreia esta quinta-feira, 29 de março, é uma comédia de Lope de Vega que também se assume como uma reflexão sobre os cruzamentos entre personagens, atores e autores.
Luís Miguel Cintra adaptou o texto e acrescentou-lhe excertos da “Flos Sanctorum” e da “História Imperial e Cesárea” bem como citações de Santo Agostinho, Tertuliano, Louis Jouvet e Jean Genet.
O espetáculo, em cena até 29 de abril, «pretende ser um divertimento, jogo irónico sobre a Verdade e a Mentira, a Vida e a Ficção, sobre o Ator, fechando uma série de espetáculos que a Cornucópia tem vindo a apresentar em volta do mesmo tema», refere o Teatro do Bairro Alto.
Fingido e verdadeiro
O Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura assinala o Dia Mundial do Teatro, que se comemora esta terça-feira, com uma entrevista a Luís Miguel Cintra, onde o encenador e ator fala sobre a peça e a arte teatral.
O Dia Mundial do Teatro é comemorado em Lisboa com a entrada gratuita para o ensaio de "Fingido e Verdadeiro" e para "A morte de Danton" e "João Torto" (D. Maria II), "O rapaz da última fila" (Politécnica) e "O fantasma de Chico Morto" (Barraca).
O acesso grátis estende-se a "Dança de Roda" (Teatro Municipal de Almada, "Shakespeare pelas Barbas (Teatrão, Évora) e "Falar verdade a mentir" (Teatro Garcia de Resende, na mesma cidade), enquanto no Porto a iniciativa inclui as peças "Alma" (São João) e "Esta é a minha cidade e eu quero viver nela" (Mosteiro S. Bento da Vitória).
© SNPC | 27.03.12
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