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Igreja pede aos candidatos portugueses ao Parlamento Europeu que não façam do continente uma «fortaleza»

A pouco mais de três semanas das eleições para o Parlamento Europeu, a Comissão Nacional Justiça e Paz quer contribuir «para superar a crise de confiança no projeto da União Europeia», e por isso lança um apelo dirigido aos deputados portugueses, bem como quatro prioridades para os parlamentares de todos os países.

Referindo-se aos candidatos portugueses, a Comissão espera de todos «um empenho de abertura da Europa ao mundo, para que esta não se transforme numa fortaleza alheia aos problemas que se vivem ao seu redor», refere um comunicado enviado hoje ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

«Portugal tem relações privilegiadas com países lusófonos que se contam entre os que mais sofrem a pobreza, e a consciência deste drama deve estar presente no Parlamento Europeu», acentua a nota.

À cabeça das propostas sugeridas aos candidatos de todos os países pelas Comissões Justiça e Paz europeias está o combate às «desigualdades de distribuição de riqueza» entre os vários países, que se constatam, por exemplo, na «diferença entre o custo médio da hora de trabalho na Bulgária (4,90€) e na Dinamarca (42,50€)».

«A convergência entre regiões mais ricas e mais pobres da União Europeia, que se verificou durante algum tempo, está agora a diminuir», assinalam as Comissões, sublinhando que «o autêntico desenvolvimento não se mede apenas pelo PIB; para além da dimensão económica, envolve dimensões sociais, culturais, ecológicas e espirituais, para que se traduza em desenvolvimento humano integral».



«É nossa firme convicção que só uma União Europeia coerente com os valores da paz, do respeito pelos direitos humanos e da justiça social, que estiveram na base da sua criação, pode suscitar a confiança, o entusiasmo e a mobilização de todos os europeus»



A rede Justiça e Paz Europa alerta, depois, para o «enorme desperdício alimentar nos países desenvolvidos», que é uma «imagem escandalosa dos efeitos colaterais negativos das modalidades dominantes de produção e consumo».

Na União Europeia (UE), estima-se que o desperdício alimentar seja o equivalente a «mais de um quinto da produção», pelo que se pede ao próximo Parlamento «o estabelecimento de metas obrigatórias de redução do desperdício alimentar».

As Comissões pedem, em terceiro lugar, «o fim da exportação de armas que possam vir a ser utilizadas em guerras e conflitos», tendo em conta que os países da UE «são o segundo maior exportador de armas do mundo».

É preciso fazer cumprir as regras da «Posição Comum sobre exportação de armas na União Europeia», que a veda a estados «envolvidos em guerras e conflitos, que cometam sérias violações dos direitos humanos, que apoiem organizações terroristas, ou em que os altos custos dos equipamentos de defesa possam afetar seriamente as suas perspetivas de desenvolvimento».

Por fim, pede-se «o respeito pelos direitos humanos por parte de empresas multinacionais», cabendo ao Parlamento Europeu a criação de «entidades com competência de monitorização».

«É nossa firme convicção que só uma União Europeia coerente com os valores da paz, do respeito pelos direitos humanos e da justiça social, que estiveram na base da sua criação, pode suscitar a confiança, o entusiasmo e a mobilização de todos os europeus. É por isso que dirigimos este apelo aos candidatos a deputados nas próximas eleições para o Parlamento Europeu», que em Portugal ocorrem a 26 de maio, assinala a nota da Comissão Nacional Justiça e Paz, em ação coordenada com Justiça e Paz Europa.


 

Rui Jorge Martins
Publicado em 02.05.2019 | Atualizado em 06.10.2023

 

 
 
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