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Há quem «se aproxime de uma paróquia, por exemplo, à procura de paz, respeito, doçura, e encontra lutas internas entre os fiéis», afirmou hoje o papa na homilia da missa a que presidiu na paróquia romana de S. Pedro Damião.
«Em vez da doçura encontra a intriga, a maledicência, as competições, as concorrências, um contra o outro. Encontra aquele ar que não é de incenso mas de intriga. E depois o que diz? "Se estes são cristãos, prefiro continuar pagão". E vai-se embora desiludido», apontou.
A «ambição», a «inveja», o «ciúme» nas paróquias e grupos distanciam quem se (re)aproxima da Igreja: «Somos nós a afastá-los. E não deixamos que o trabalho que faz o Espírito Santo, de atrair as pessoas, continue», frisou, acrescentando: «Digo-vos com toda a clareza, este é o pecado mais comum das nossas comunidades cristãs».
Francisco lembrou uma frase que lhe foi dita por um padre: «Na minha paróquia há algumas pessoas que podem comungar desde a porta da igreja, com a língua comprida que têm podem chegar ao altar».
«Alguns de vós poderão dizer: "Padre, está sempre a dizer o mesmo". Mas é a verdade. Isto destrói-nos. E nós temos de guardar o Espírito Santo, e não as coisas que a serpente - o diabo - nos ensina. Desculpai-me se volto sempre a isto, mas acredito que é verdadeiramente o inimigo que destrói a nossa comunidade: a intriga», acentuou.
«Isto, realmente, faz mal ao meu coração: é como se entre nós lançássemos pedras uns aos outros. E o diabo diverte-se: isto é um carnaval para o diabo. Peçamos esta graça: guardar o Espírito Santo que está em nós. Não o entristecer, como diz o apóstolo Paulo. Não o entristecer», assinalou.
A concluir, o papa lançou um pedido: «Que a nossa atitude diante de todos, cristãos e não cristãos, seja de doçura e respeito», porque o Espírito Santo age assim connosco, com doçura e respeito».