O Evangelho segundo Marcos é um «texto fortíssimo, que não pretende apenas informar, mas sobretudo persuadir em tempos de crise, e que, por isso mesmo, ganha em ser lido em voz alta».
É com estas palavras que D. António Couto, bispo de Lamego, apresenta o seu mais recente estudo bíblico, que a Paulus Editora lança em fevereiro, sobre um escrito que está a ser redescoberto precisamente quando as comunidades cristãs voltam, em muitos países, a ser uma minoria.
«As Igrejas de hoje voltaram a ser minoritárias, diluídas no meio de uma sociedade pagã, indiferente e até hostil. Por vezes, são mesmo perseguidas até ao sangue» à semelhança do tempo em que, provavelmente, Marcos escreveu o seu Evangelho, explica o biblista.
«Compreende-se (…) porque é que hoje, em que, em termos eclesiais, vivemos situações idênticas às do mundo que viu nascer este Evangelho», a narrativa de Marcos tenha voltado à ribalta, depois do esquecimento a que foi votado a partir do século II, considera D. António Couto, igualmente autor de “Quando Ele nos abre as Escrituras Domingo após Domingo. Uma leitura bíblica do lecionário (Ano B)”, da mesma editora.
O volume, de que transcrevemos a apresentação e dois apontamentos sobre Marcos, é um instrumento útil para compreender e contextualizar o Evangelho que neste ano litúrgico está a ser proclamado nas missas com maior frequência.
Apresentação
D. António Couto
O Evangelho segundo Marcos conhece, nos tempos que correm, um sucesso surpreendente. Além da proliferação de estudos e comentários, o sinal mais marcante do interesse que desperta está na sua subida aos palcos. De facto, renomados atores têm dito este Evangelho nos palcos de Londres, Nova Iorque, Paris, Atenas, Roterdão, Bruxelas.
Tamanha relevância contrasta com o esquecimento a que foi votado a partir do século II. É sintomático que, do século III ao século XI, não consigamos encontrar dois comentários completos deste Evangelho. Entre os padres latinos, possuímos algumas homilias de São Jerónimo, e um único comentário completo, de Beda o Venerável (século VIII). Entre os padres gregos, há ainda menos.
Ao fazer de Marcos um «Mateus abreviado», Santo Agostinho e os seus herdeiros atiraram Marcos para a sombra e para a gaveta. Marcos passou assim a ser visto, não só como posterior no tempo a Mateus e Lucas, mas também como um corpo desvalorizado, dado tratar-se de um simples resumo empobrecido.
Foi preciso esperar pelo século XIX para que os estudos em torno da «questão sinóptica» restituíssem a Marcos a precedência no tempo sobre Mateus e Lucas.
Não obstante o reconhecimento da sua anterioridade, o Evangelho de Marcos continuou ainda durante décadas a #o a ser pouco compreendido, e era lido apenas em função dos outros três. Tenha-se presente que até ao Concílio II do Vaticano, na liturgia de rito romano, para além do relato da Paixão em terça-feira santa, apenas mais quatro perícopes deste Evangelho eram proclamadas durante o inteiro ano litúrgico.
Como explicar então que Marcos tenha sido votado ao esquecimento e ao apagamento durante tanto tempo, quando se verifica a sua alta importância no século I? Esta relevância no século I fica claramente exposta e manifesta no próprio facto de os outros três evangelhos, segundo Mateus, Lucas e mesmo João, distanciando-se embora da linguagem, se terem mantido fiéis ao plano da composição e ordenação dos factos constante no Evangelho segundo Marcos.
Mas a que se deve, volto a perguntar, o escondimento de Marcos durante tanto tempo? Ou, fazendo a pergunta de outra maneira, quais são as razões que, nos nossos dias, desde as últimas décadas do século XX até hoje, nos levaram a redescobrir o Evangelho segundo Marcos? E aqui a resposta torna-se óbvia. As Igrejas de hoje voltaram a ser minoritárias, diluídas no meio de uma sociedade pagã, indiferente e até hostil. Por vezes, são mesmo perseguidas até ao sangue, como temos visto e continuamos a ver cada vez mais em El Salvador, no Chile, Zaire, Polónia, Vietname, Cambodja, Argélia, Etiópia, Nigéria, Quénia, Síria, Paquistão, Iraque, e em muitos outros lugares.
Acontece que, quando Marcos escreve o seu Evangelho, provavelmente em Roma (seguindo, traduzindo e escrevendo o Evangelho de Pedro?), nos conturbados anos da guerra judaica (66-70), as Igrejas são igualmente minoritárias e encontram-se diluídas na sociedade imperial romana, cuja xenofobia era proverbial. As assembleias litúrgicas cabem no espaço de uma simples casa (Mc 1,29.33; 2,1; 3,20; At 12,12; 20,8).
Conhecem, além disso, a perseguição e a repressão, quer por parte dos romanos, que confundem cristãos com judeus, quer por parte dos judeus bem colocados na sociedade romana, que veem a “seita” da Galileia no seguimento dos zelotas e a acusam como bode expiatório dos trágicos acontecimentos da guerra judaica. São tempos de resistência e de angústia, em que a traição anda à solta: «Serei eu?» (Mc 14,10-11.18,21). De resto, os cristãos guardam na memória a morte violenta dos seus dirigentes: Pedro e Paulo em Roma alguns anos antes, Tiago, filho de Zebedeu, e Tiago, irmão do Senhor, em Jerusalém, respetivamente nos anos 44 e 62.
Compreende-se assim o grau de exigência que Marcos requer do discípulo de Jesus para o seguir no caminho até ao 6m (Mc 8, 27–10,52). Compreende-se também, neste contexto, a técnica narrativa do chamado “segredo messiânico”. Não porque Jesus não queira que se diga quem Ele é, mas porque se pretende evitar todo o dizer tradicional e convencional, fácil, por ouvir dizer, que não implica a pessoa naquilo que diz. Marcos pretende que o discípulo de Jesus se implique naquilo que diz, dizendo Jesus e dizendo-se face a Jesus, no duro “caminho” da Galileia até à Cruz.
Para levar cada discípulo, ouvinte ou leitor, a aprender a dizer Jesus e a implicar-se a dizer Jesus seguindo-O pessoalmente no caminho, Marcos dá ao seu Evangelho uma estrutura quiástica [cruzamento de grupos sintáticos paralelos (dois ou quatro vocábulos), de forma que o grupo de vocábulos do primeiro se repete no segundo em ordem inversa – ABxBA)] colocando bem no centro «o seguimento de Jesus no caminho» (Mc 8,27–10,52).
A estrutura de Marcos será substancialmente decalcada por Mateus e Lucas, emprestando-lhe cada um, no entanto, o seu cunho pessoal.
Note-se ainda que Mateus e Lucas escrevem os seus evangelhos uns dez ou quinze anos depois de Marcos, estando já os cristãos, nessa altura, numa situação bem diferente no seio do Império. A situação de perseguição, bem patente em Marcos, já passou. Os cristãos são já uma entidade ampla e plural, bem reconhecida na «cidade».
E, de certo modo, assim continuaram até aos séculos XIX e XX. Durante todo este tempo, as comunidades cristãs, maioritárias e mais ou menos instaladas, não tiveram necessidade de Marcos. Compreende-se assim que o tenham deixado cair no esquecimento. E também se compreende porque é que hoje, em que, em termos eclesiais, vivemos situações idênticas às do mundo que viu nascer este Evangelho, tenha sido novamente trazido para a ribalta. E compreende-se ainda que a sua leitura tenha até sido interdita.
É este texto fortíssimo, que não pretende apenas informar, mas sobretudo persuadir em tempos de crise12, e que, por isso mesmo, ganha em ser lido em voz alta, que agora entrego ao leitor.
Quem é Marcos?
No primeiro quartel do século II, Papias, bispo de Hierápolis, na Frígia, reportando-se ao presbítero João, deixou-nos o seguinte testemunho:
«Eis o que o Presbítero costumava dizer: Marcos, que tinha sido intérprete (“hermeneutês”) de Pedro, escreveu com exatidão, ainda que não em ordem (“ou méntoi taxei”), muitas das coisas ditas e feitas pelo Senhor, segundo as suas notas. Pois ele não ouviu o Senhor nem O seguiu, mas mais tarde, como eu disse, seguiu Pedro, que compôs os seus ensinamentos de acordo com as necessidades, mas sem fazer uma composição ordenada (“sýntaxis”), dos ditos do Senhor. Assim Marcos não cometeu nenhum erro em escrever algumas coisas (“énia”) exatamente como ele as coligiu. Pois ele tinha apenas um desejo: não deixar de fora nada do que ouviu e não dizer nada de falso.»
Igualmente explícito, e ainda dentro do século II, é o testemunho de Ireneu:
«Depois da sua (de Pedro e de Paulo) morte, Marcos, o discípulo e intérprete (“ho mathêtês kaì hermêneutês”) de Pedro, transmitiu-nos também ele por escrito o que tinha sido pregado por Pedro.»
Na mesma linha se pronunciam outros notáveis do século II, como Justino (“Memórias de Pedro”), Clemente de Alexandria (escrito em Roma por Marcos) e Tertuliano68.
É assim que, de acordo com a tradição, no princípio do século II, o segundo Evangelho era já atribuído a uma personagem de segundo plano. Trata-se de um dado surpreendente, que, como tal, não podia ter sido inventado.
Quem é Marcos? Pode ser aquele Marcos que Pedro chama afetuosamente «o meu filho» (“ho hyiós mou”) (1Pe 5,13). Esta relação próxima e afetuosa de Pedro com Marcos iria de encontro aos dizeres de Papias. Mas Pedro aparece ainda ligado a Marcos, João Marcos, em At 12,12. É para sua casa que Pedro se dirige logo após ter sido milagrosamente liberto da prisão por um Anjo durante aquela noite de Páscoa (At 12,7-11)70. Na verdade, na página assombrosa de At 12,1-11, Pedro é salvo miraculosamente pela intervenção do Anjo de Deus, do próprio Deus, portanto.
São significativos os cinco imperativos que o Anjo dirige a Pedro: Levanta-te, cinge-te, calça as sandálias, cobre-te com o teu manto e segue-me! (At 12,8). Com o primeiro imperativo, caem das mãos de Pedro as correntes de ferro. Assim começa a liberdade! Passam depois, sem qualquer sobressalto, um após outro, dois postos da guarda, e abre-se automaticamente (“automátê”) o portão de ferro que dava para fora (At 12,10). Quando Pedro cai em si, está numa rua de Jerusalém e reconhece a mão de Deus nesta espetacular ação de libertação em que é liberto das mãos de Herodes (At 12,10-11). Trata-se de Herodes Agripa I, neto de Herodes, “o Grande”, e filho de Aristóbulo. Herodes Agripa I nutria uma grande ambição pelo poder e um gosto desmesurado pelo dinheiro.
Foi assim que, endividando-se sucessivamente, teve de procurar refúgio em Roma no ano 36. Um mal-entendido com o imperador Tibério levou-o à prisão. Mas foi logo favorecido, primeiro por Calígula, que sucedeu a Tibério em 37, e fez passar Herodes Agripa I de prisioneiro a rei, e continuou depois a ser beneficiado por Cláudio. E assim foi vendo, a partir do ano 37, começar e aumentar o seu reinado de norte para sul: em 37, Calígula liberta-o e entrega-lhe, juntamente com o título de rei, as tetrarquias de Filipe e de Lisânias; em 40, recebe a tetrarquia de Herodes Antipas, acabando de 41 a 44, ano da sua morte em Cesareia Marítima, por se tornar rei também sobre a Judeia, de certo modo refazendo o antigo reino de Herodes, o Grande. É no decurso destes últimos anos que se situam os acontecimentos relatados ou apenas acenados na lição de At 12,1-11, nomeadamente o martírio de Tiago, filho de Zebedeu, e a prisão de Pedro.
A cena da libertação de Pedro acontece na noite de Páscoa, em paralelismo com os hebreus que, no Egito celebraram a Páscoa da libertação. Também aí acontece a intervenção de Deus (Ex 12,8.12), também de noite, e os hebreus, como Pedro agora, comem a Páscoa com os rins cingidos e sandálias nos pés (Ex 12,11). E, de novo em paralelismo com os hebreus na saída do Egito, também Pedro deve caminhar pelas ruas da cidade e pelos caminhos do mundo. É aí que Pedro e os Apóstolos devem agora fazer falar a Palavra, e não já no Templo, como sucedeu no relato da libertação dos Apóstolos narrado em At 5,18-2172.
Na verdade, quando Pedro dá por si, encontra-se na rua! Dirige-se então para casa de Maria, mãe de João Marcos, onde era usual os cristãos reunirem-se para rezar (At 12,12). Este João Marcos – não se veem razões para que não seja o mesmo – aparece também associado a Paulo e Barnabé, no regresso destes de Jerusalém a Antioquia (At 12,25), após terem ido de Antioquia a Jerusalém para levar ajuda material (At 11,29-30). Acompanha-os também no início da denominada «primeira viagem missionária», sendo nomeado em Chipre (At 13,5) e em Perge, na Panfília, onde abandona Paulo e Barnabé, e volta para Jerusalém (At 13,13).
Este abandono da missão será invocado mais tarde por Paulo para impedir a sua presença na chamada «segunda viagem missionária» (At 15,37-39). Esta decisão de Paulo provocou a rutura também com Barnabé, que não acompanhará mais Paulo, e parte com Marcos para Chipre (At 15,39). Esta estreita associação de Barnabé com Marcos pode apoiar a sua relação de parentesco, a que alude Paulo na Carta aos Colossenses (4,10). Marcos aparece mais tarde associado a Paulo (Cl 4,10; F/ 24),
Mas quem é verdadeiramente Marcos? Será que o currículo acima elencado basta para se ficar a saber quem é Marcos? Eu penso que não, e proponho que voltemos à casa de Marcos, já atrás referida, onde estavam reunidos muitos cristãos em oração, quando Pedro, milagrosamente libertado da prisão por um anjo que lhe tocou de lado, lá foi bater insistentemente ao portão exterior que dá para o pátio interior da casa. É então que, apercebendo-se, veio uma criada, de nome grego Rode [= Rosa], ver quem era (At 12,13). Não viu nem abriu o portão. Mas reconheceu a voz de Pedro, e ficou tão contente que, em vez de abrir o portão, correu outra vez para dentro para dizer que era Pedro que estava ali a bater ao portão (At 12,14). E a bater continuou, porque dentro não acreditaram no dizer da criada, e até disseram a Rode que estava maluca (“maínê”) (At 12,15-16a).
Quando finalmente abriram o portão, que não se abre automaticamente como o da cadeia, ficaram assombrados, fora de si (“exéstêsan”: aor de “exístêmi”) (At 12,16b). Aí está a começar a desenhar-se a verdadeira identidade de Marcos: um cristão assombrado! Analisando agora melhor o relevo de At 12, e observando o pitoresco e a precisão do relato, bem como a técnica literária da incrustação, salta à vista que não tem o estilo de Lucas. Esta página é de Marcos, e lembra muito mais o seu estilo, e está cheia do seu assombro!
Onde, quando e para quem escreve Marcos?
Já sabemos que a tradição fará de Marcos um seguidor de Pedro. E é em Roma, talvez entre os anos 66 e 70, provavelmente já depois da morte de Pedro, que ele porá por escrito o Evangelho.
Marcos e a sua audiência ambientam-se bem em Roma. Só na parte ocidental do império se entendia a denominação «Siro-fenícia» (“Syrophoiníkissa”) (7,26), difícil de explicar se o autor e a sua audiência vivessem em Israel ou na Síria. No Ocidente, a «Siro-fenícia» distinguia os residentes na Síria dos habitantes no norte de África. Para esta região usava-se a denominação «Libo-fenícia». Mas também alguns dizeres só fazem sentido num ambiente geocultural diferente da Palestina. É o caso da discussão sobre o divórcio, em que a mulher aparece em pé de igualdade com o homem, incompreensível no direito judaico, mas compreensível no direito greco-romano: «Todo aquele que repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira; e se ela repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério» (10,11-12).
Ou então, no episódio da viúva pobre, a explicação do grego “lepton” pelo latino “kodrántês”: «E tendo vindo uma viúva pobre, lançou duas pequenas moedas (“leptà dýo”), isto é, um quadrante (“kodrántês)”» (12,42). Ou ainda a explicação da “aulê” de Pilatos por “praitôrion” (15,16). Ou ainda o parêntesis explicativo acerca dos costumes judaicos de purificação (7,3-4), ou os apostos para explicar os ritos da Páscoa (14,12; 15,42)81, ou a tradução de palavras aramaicas (3,17: “boanêrgés”; 5,41: “talitha kûm”; 7,11: “korbân”; 7,34: “effatha”; 10,46: “bartimaîos”; 14,36: “Abba;” 15,22: “Golgotha2; 15,34: “Eloi Eloi lema sabachtani”).
Martin Hengel tem razão quando escreve: «Não tenho conhecimento de outro qualquer trabalho em grego que, num espaço tão curto, tenha tantas palavras e fórmulas aramaicas ou hebraicas como tem o segundo Evangelho». Portanto, quase com certeza, Marcos é hebreu, mas também lê e escreve facilmente em grego, o que o situa numa faixa cultural superior que atinge uns 10 ou 20 por cento da sociedade.
A data acima avançada para a redação deste Evangelho (66-70) deixa-nos no período difícil da Guerra Judaica, mas antes da destruição de Jerusalém, a que parece nunca se fazer alusão. O tempo é de perseguição. Tudo o que era estrangeiro em Roma, nomeadamente o que apresentava roupagem judaica ou cristã – sobretudo cristã desde as acusações de Nero –, era certamente objeto de suspeita, denúncia, perseguição e condenação, como se pode ver no discurso de Jesus em 13,9-13. Também se compreende bem, neste terreno minado, que Jesus apareça muitas vezes a ensinar «em casa» (1,29-33; 2,1-2; 2,15; 3,20; 7,24), de acordo com as reuniões dos cristãos, que tinham lugar, não num amplo lugar central, mas em diferentes casas dispersas pelos quarteirões de Roma.
Quem é então Marcos e para quem escreve? Digo-o agora com as palavras precisas de Ernest Martínez:
«Quando falo de “Marcos”, pretendo falar do autor do Evangelho segundo Marcos. Não sei, com certeza absoluta, quem era. Mas sei que era um génio. Sei que tinha olhado no mais profundo da pessoa de Jesus. E sei que queria comunicar a todos a consciência que tinha de Jesus. Não sei, com absoluta segurança, o seu nome. Mas sei que tinha uma fé viva. Sei que era um discípulo entusiasta. E sei que amava ardentemente Jesus. Não sei exatamente para quem escrevia. Mas sei que escrevia para nos instruir. Sei que escrevia para nos levar à fé em Cristo. Sei que escrevia para mim.»
Esta transcrição omite as notas de rodapé do original.
Edição: Rui Jorge Martins