O Comité Olímpico Internacional (COI) aprovou esta terça-feira a junção da palavra “Communiter” (em latim, “together”, em inglês, “juntos”, em português) ao conhecido lema das Olimpíadas, “Citius, Altius, Fortius” (mais rápido, mais alto, mais forte), proposto pelo religioso dominicano francês Henri Didon, amigo de Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos modernos, em 1894.
Para a Athletica Vaticana, primeira associação desportiva oficial da Santa Sé, os Jogos Olímpicos em Tóquio, que abriram a 21 de julho – com a cerimónia de abertura marcada para esta sexta-feira, dia 23 –, «começam com a marca solidária sugerida pela encíclica “Fratelli tutti” do papa Francisco».
«“Communiter” (“cum munus”, isto é, dom recíproco), porque só com um estilo solidário – juntos – se poderá sair melhor da crise. Também através do desporto», observa uma nota publicado na página do Facebook da instituição, que se regozija com esta ideia do presidente do COI, Thomas Bach, «que também informou o papa Francisco».
O texto recorda que, como já tinha sido explicado pelo Card. Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura, organismo do Vaticano responsável pela Athletica Vaticana, «a palavra latina mais correta» seria «simul», mas o COI temeu que se pudesse confundir com a expressão «simulação», que no desporto tem conotação negativa.
«“Simul currebant” (do Evangelho de João: Pedro e João “corriam juntos”) e “We run together” são os lemas da Athletica Vaticana. O COI foi impelido por esta mesma linha inclusiva e solidária na escolha das palavras para o lema olímpico “Simul/Communiter” e “Together”», observa a instituição, que sublinha: «Não há dúvida que “Fratelli tutti” (Todos irmãos) é o caminho».
Para Thomas Bach, o enriquecimento da divisa olímpica é «um marco» no «desenvolvimento» do COI «e envia um sinal claro. Queremos colocar um foco especial na solidariedade».
A mensagem da Athletica Vaticana termina com um desejo: «Boas Olimpíadas para todos – sobretudo a quem representa as realidades mais pequenas e pobres (como a Equipa dos Refugiados) – com um encorajamento maior a quem está a esforçar-se e a sofrer na grande “competição da vida”».
Não haverá nenhum membro da Athletica Vaticana nos Jogos Olímpicos, cujo moto, em latim, passa a ser “Citius, Altius, Fortius – Communiter”, mas a equipa participou, em junho, no Campeonato de Atletismo dos Pequenos Estados da Europa, realizado em São Marino, e que contou com a participação de 170 atletas de 16 países e territórios.
A arquidiocese de Tóquio tinha preparado um programa pensado para as necessidades espirituais dos atletas que participam nos Jogos Olímpicos, que incluía a celebração presencial de uma missa e a oferta de um terço a quem o desejasse, mas as iniciativas foram canceladas por causa da pandemia.