Viagens
"Lugares do infinito: Um guia de mosteiros e conventos para reencontrar o mundo"
O jornalista António Marujo e o fotógrafo Daniel Rocha são os autores do livro "Lugares do infinito: Um guia de mosteiros e conventos para reencontrar o mundo", que a Paulinas Editora lança esta semana.
Aproximando-se as férias de verão, tempo de repouso físico e intelectual, e ao mesmo tempo propício ao silêncio, à indagação interior e escuta de Deus, os autores passam para livro as reportagens publicadas no jornal "Público".
«Com o Daniel Rocha e o seu olhar capaz de entender o interior das pessoas e das coisas, fomos, durante algumas semanas de 2012, na senda (...) [de] mosteiros e conventos onde se pode ficar a rezar, descansar e ansiar por mais», escreve António Marujo na apresentação.
Os repórteres escolheram «lugares onde há uma comunidade religiosa que acolhe quem chega e em cujos tempos de oração é possível participar – ou seja, que não são apenas casas de retiros ou seminários com quartos para poder dormir».
O texto introdutório, intitulado "Fugas do mundo nas sendas de Deus", começa por recordar o esmorecimento do cristianismo que se seguiu à sua declaração como "religião de Estado", por parte do imperador romano Constantino, no século IV.
«Muitos crentes começaram, então, a retirar-se para lugares de silêncio e solidão, em busca de uma vida mais ascética e purificada. Foi o caso de Bento de Núrsia (c. 490-547), que com a sua Regra, inspirada num texto de que tomou conhecimento, se tornou «o iniciador do monaquismo cristão como o conhecemos».
A ideia do acolhimento de quem passava era essencial na espiritualidade monacal: «A cada [hóspede] sejam prestadas as honras convenientes, de modo particular aos “domésticos da fé” [clérigos e monges] e aos peregrinos», determinava o código, que dispunha depois os pormenores práticos.
A fuga do mundo personificada pelos irmãos reunidos em comunidade, como já antes tinha acontecido com os eremitas, respondia ao desejo de buscar mais radicalmente as sendas de Deus.
E, como assinalam os autores, «pode ser essa ideia de travessia, de ir de um lugar a outro de cada vida, que hoje leva tantas pessoas a procurar lugares de tranquilidade, natureza e pacificação».
«Hoje, mosteiros e conventos continuam a ser possibilidades de, na fuga, reencontrar o mundo. E continuam a ser lugares de hospitalidade, mesmo se o acolhimento surge já como um desafio mútuo, para quem chega ou quem está», aponta a introdução.
«Em Portugal, há também sítios destes. Que podem ser lugar para umas férias diferentes ou para tempos de descanso. Mosteiros e conventos que convidam à busca interior, à procura do melhor de si mesmo, da natureza ou (para quem crê) de Deus. Onde o acolhimento continua a ser uma dimensão importante.»
O volume narra a experiência espiritual, mas também cultural, histórica e paisagística, que os autores viveram nas comunidades masculinas e femininas de Tibães, Singeverga, Bande, Balsamão, Roriz, Avessadas, Torrão e Monte Real.
Cada texto inclui um «guia prático» com informações sobre a localização, o espaço, designadamente os quartos, atividades religiosas e turísticas, preços e contactos.
"Lugares do infinito", de que apresentamos uma das viagens, vai ser lançado na Feira do Livro, das 18h00 às 18h50, na Praça Amarela.
Rui Jorge Martins
Páginas do livro: Lugares do infinito, ed. Paulinas
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06.06.14 | Atualizado em 06.06.14
(cancelamento da sessão de apresentação do livro)
