Arquitetura

Nuno Teotónio Pereira e o Movimento de Renovação de Arte Religiosa: um reencontro «emocionante»

O arquiteto Nuno Teotónio Pereira, que a Igreja Católica distinguiu em 2012 com o Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes, qualificou de «emocionante» o reencontro que teve esta terça-feira com alguns dos fundadores do Movimento de Renovação de Arte Religiosa, e disse ter «saudades» desse tempo.

«O grupo do Movimento fez um grande trabalho em conjunto e convivia muito, mas passados alguns anos desmembrou-se e, em muitos casos, deixámos de nos encontrar», declarou ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

«Fizemos o trabalho muito entusiasmados. Havia dificuldades e opositores mas isso estimulava-nos porque estávamos muito crentes na necessidade do nosso trabalho; não podíamos ficar de braços cruzados», afirmou ao recordar o movimento criado nos anos 50 do século XX.

Convidado a dirigir uma mensagem aos novos arquitetos, Nuno Teotónio Pereira referiu que assiste «com enorme tristeza ao desemprego» existente na profissão: «É uma coisa que me aflige muito. Para esses não encontro palavras para lhes dirigir.»

João Almeida e Nuno Teotónio Pereira

«Àqueles que estão empregados, gostava de lhes dizer para procurarem que o seu trabalho seja autêntico, no sentido de proporcionar as melhores condições de vida nos espaços que estão a criar e a recuperar, fazendo com que esses espaços tenham boas condições para as pessoas se sentirem bem. Esse é o primeiro objetivo da atividade do arquiteto.»

Para Nuno Teotónio Pereira «a construção de igrejas «estará sempre muito ligada a um espírito vanguardista, que enalteça e favoreça a missão da Igreja», favorecendo a «funcionalidade», isto é, proporcionar aos fiéis «boas condições para os congregar e acentuar os seus laços de fraternidade».

Nuno Teotónio Pereira e Nuno Portas

Nuno Portas, Lino Pimentel e padre Henrique Noronha Galvão

João Alves da Cunha na intervenção de abertura

Rui Jorge Martins
© SNPC | 12.12.12