O papa afirmou hoje, no Vaticano, que «a religião, a cultura e o mundo económico podem colaborar pacificamente para criar um mundo mais humano e caracterizado por uma ecologia integral».
Na audiência a membros da Associação Tensho Kenoh Shisetsu Kenshoukai, do Japão, Francisco expressou o desejo de visitar o país em 2019.
«Aproveitando esta visita, quero anunciar-vos a minha vontade de visitar o Japão no próximo ano. Esperamos que possa fazê-lo», declarou o papa, que, a confirmar-se a viagem, será o segundo a deslocar-se ao país, após S. João Paulo II, de 23 a 26 de fevereiro de 1981.
Francisco recordou que «há mais de 400 anos, em 1585, quatro jovens japoneses chegaram a Roma, acompanhados por alguns missionários jesuítas, para visitar o papa, que era então Gregório XIII. Foi uma viagem extraordinária», a primeira de um grupo de representantes do Japão a visitar a Europa.
«Os quatro jovens tiveram um acolhimento maravilhoso, não só da parte do papa, mas também de todas as cidades e cortes que atravessaram: Lisboa, Madrid, Florença, Roma, Veneza, Milão, Génova. Os europeus encontraram os japoneses e os japoneses encontraram a Europa e o coração da Igreja católica. Um encontro histórico entre duas grandes culturas e tradições espirituais», lembrou o papa.
O líder do grupo, Mancio Ito, tornou-se padre e Julian Nakaura sofreu, «como muitos outros», o «suplício sobre a famosa colina dos mártires de Nagasáqui e foi proclamado beato».
Francisco pediu à Associação para «demonstrar que «a religião, a cultura e o mundo económico podem colaborar pacificamente para criar um mundo mais humano e caracterizado por uma ecologia integral», o que está «plenamente de acordo» com quanto deseja «para a humanidade de hoje e de amanhã», por se tratar do «caminho certo para o futuro» do planeta enquanto «casa comum».