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Papa pede «paixão», rejeita moralismos e leva poesia à missa de abertura do sínodo sobre os jovens

O papa abriu hoje o sínodo dedicado aos jovens, que decorre no Vaticano até dia 28, pedindo «ardor e paixão evangélica» aos participantes, entre os quais se encontram «pela primeira vez dois irmãos bispos da China continental», a quem Francisco, emocionado, deu as «calorosas boas-vindas».

«Sabemos que os nossos jovens serão capazes de profecia e visão, na medida em que nós, adultos ou já idosos, formos capazes de sonhar e assim contagiar e partilhar os sonhos e as esperanças que trazemos no coração», afirmou Francisco na homilia da missa a que presidiu.

O que os bispos participantes, incluindo os portugueses D. Joaquim Mendes e D. António Azevedo, respetivamente auxiliares das dioceses de Lisboa e Porto, ouviram quando eram jovens, será bom transmiti-lo «com o coração, lembrados das palavras do poeta: “O homem mantenha o que, em criança, prometeu”», acentuou o papa, citando o alemão Hölderlin.

Marcado pelo signo da «esperança», o sínodo quer «ampliar horizontes, dilatar o coração e transformar as estruturas que hoje paralisam» a Igreja, fazendo com que os católicos se «separam e afastam dos jovens».

É essa esperança, prosseguiu Francisco, que pede à Igreja para trabalhar no sentido de «derrubar as situações de precariedade, exclusão e violência» a que está exposta a juventude.



«Ouvir a Deus, para escutar com Ele o clamor do povo; ouvir o povo, para respirar com ele a vontade a que Deus nos chama» é a atitude que defenderá os participantes da «tentação de cair em posições moralistas ou elitistas, bem como da atração por ideologias abstratas que nunca correspondem à realidade» do povo



«[Os jovens] pedem-nos e exigem-nos uma dedicação criativa, uma dinâmica inteligente, entusiasta e cheia de esperança, e que não os deixemos sozinhos nas mãos de tantos traficantes de morte que oprimem a sua vida e obscurecem a sua visão», declarou.

Francisco alertou os participantes para que não prevaleça «a lógica da autopreservação e da autorreferência, que acaba por tornar importante o que é secundário, e secundário o que é importante».

«Ouvir a Deus, para escutar com Ele o clamor do povo; ouvir o povo, para respirar com ele a vontade a que Deus nos chama» é a atitude que defenderá os bispos, peritos e jovens participantes (na qualidade de auditores, sem direito a voto) da «tentação de cair em posições moralistas ou elitistas, bem como da atração por ideologias abstratas que nunca correspondem à realidade» do povo, apontou.

A homilia terminou com a citação de excertos da mensagem que os participantes no Concílio Vaticano II dirigiram aos jovens, no final da assembleia, a 8 de dezembro de 1965:

«Lutai contra todo o egoísmo. Recusai dar livre curso aos instintos da violência e do ódio, que geram as guerras e o seu cortejo de misérias. Sede generosos, puros, respeitadores, sinceros. E construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados».

O sínodo tem por tema "Os jovens, a fé e o discernimento vocacional".








 

Rui Jorge Martins
Publicado em 03.10.2018 | Atualizado em 08.10.2023

 

 

 
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