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Papa reaparece em boa forma e sublinha que Evangelho não é mercadoria que se vende ao desbarato

O papa voltou hoje às audiências gerais semanais, após a habitual interrupção em julho e exatamente um mês depois da operação cirúrgica a que foi submetido, aparentando boas condições de saúde, mostrando-se ágil, atento e reativo.

Com voz firme, um dos sinais visíveis da sua recuperação, Francisco, como acontece sistematicamente nas suas intervenções durante estes encontros das quartas-feiras de manhã, acrescentou palavras de improviso ao discurso redigido no papel, de maneira a aprofundar e realçar determinados excertos.

Na audiência, que decorreu no auditório Paulo VI, a curta distância do edifício onde reside - e não, como é costume quando as condições climatéricas o permitem, na praça de S. Pedro, que exigiria maior esforço físico a Francisco, com as interações a que é solicitado e os cumprimentos após o encontro - o papa acentuou que o Evangelho não está em saldo, evocou o padroeiro dos sacerdotes e lembrou a explosão ocorrida no porto de Beirute, há precisamente um ano.

«Ou tu recebes o Evangelho como é, como foi anunciado, ou recebes outra coisa. Mas não se pode negociar, com o Evangelho. Não se pode descer a compromissos: a fé em Jesus não é mercadoria a regatear: é salvação, é encontro, é redenção. Não se vende barato», vincou o papa, que alertou para o perigo dos reducionismos da mensagem de Cristo, sempre presentes na história da Igreja e que hoje subsistem, por parte de congregações religiosas e movimentos católicos.

Francisco retomou o ensinamento sobre a Carta aos Gálatas, tendo explicado que quando S. Paulo a redigiu nenhum dos quatro Evangelhos tinha sido escrito: «Para ele, o Evangelho é aquilo que prega, isso que se chama “kerygma”, isto é, o anúncio. E que anúncio? Da morte e ressurreição de Jesus como fonte de salvação».

«Um Evangelho que se exprime com quatro verbos: Cristo “morreu” pelos nossos pecados segundo as Escrituras, foi “sepultado”, “ressuscitou” ao terceiro dia segundo as Escrituras e “apareceu” a Cefas» (1 Coríntios 15, 3-5). Este é o anúncio de Paulo, o anúncio que nos dá vida a todos. Este Evangelho é o cumprimento das promessas e é a salvação oferecida a todos os seres humanos. Quem o acolhe é reconciliado com Deus, é acolhido como um verdadeiro filho e obtém em herança a vida eterna», apontou.

Depois de frisar que «o Evangelho é um só», «outro não pode existir», Francisco justificou o facto de Paulo utilizar «termos muito duros» na sua missiva: «Por duas vezes usa expressão “anátema”, que indica a exigência de manter longe da comunidade aquilo que ameaça os seus fundamentos».

«Saber discernir é importante. Muitas vezes vimos na História, e também o vemos hoje, alguns movimentos que pregam o Evangelho com uma modalidade própria, por vezes com carismas verdadeiros, seus; mas depois exageram e reduzem todo o Evangelho ao “movimento”. E isto não é o Evangelho de Cristo: isto é o Evangelho do fundador, da fundadora, e isto sim, poderá ajudar ao início, mas no fim não produz frutos porque não tem raízes profundas», frisou.

No dia em que se evoca, na liturgia, o padroeiro dos sacerdotes, S. João Maria Vianney, o papa lançou uma proposta aos peregrinos de língua portuguesa: «Convido-vos a rezar de maneira especial pelos vossos párocos e por todos os sacerdotes. Que eles, inspirados pelo exemplo do Santo Cura D'Ars, ofereçam as suas vidas à missão de pregar o Evangelho da salvação».

A concluir, Francisco recordou que hoje passa um ano da explosão no porto de Beirute, que «provocou morte e destruição». Após apelar à comunidade internacional para ajudar o país «não só com palavras, mas com gestos concretos», o papa declarou: «Queridos libaneses, o meu desejo de ir visitar-vos é grande, e não cesso de rezar por vós, para que o Líbano volte a ser uma mensagem de fraternidade, uma mensagem de paz para todo o Médio Oriente».








 

Rui Jorge Martins
Fonte (texto e imagem): Sala de Imprensa da Santa Sé
Atualizado em 29.07.2024

 

 
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