A reitora da Universidade Católica Portuguesa afirmou hoje que a paridade entre homens e mulheres «é possível», como também o é elas «não serem ostracizadas» e terem «mecanismos que lhes permitam escolher em liberdade».
Na intervenção que proferiu na 15.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, dedicada ao tema “A Mulher na Sociedade e na Igreja”, que decorre em Fátima, Isabel Capeloa Gil apontou alguns dos «mitos» que permanecem sobre o sexo feminino.
Depois de sublinhar que «a relação entre os sexos se faz de uma forma que legitima que a mulher seja tutelada pelo homem», a responsável revelou que várias vezes ao longo da carreira ouviu dizer que «as mulheres não são estrategas».
Prevalece igualmente a «dicotomia entre o masculino, como elemento gerador “ab initio” e a mulher, como artesã», o que se reflete, por exemplo, na «ausência de mulher criadoras» na arte e na academia, entre outras áreas.
Apesar da emergência de figuras como Angela Merkel e Hillary Clinton, «há um conjunto de preconceitos [das mulheres] enquanto líderes», «desde a aparência às políticas», resultantes da convicção de que «a liderança feminina é anti-natura», e no entanto nela se destaca a capacidade de «gerar consensos».
«Para mim nunca foi opção escolher entre carreira e maternidade», sublinhou Isabel Capeloa Gil, que lembrou a «dignificação da mulher no Novo Testamento, absolutamente distinta das práticas das culturas contemporâneas».