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Cultura e Património

Douro desperta para o Turismo Religioso

A TUREL - Turismo Cultural e Religioso, em colaboração da Direcção Regional da Cultura do Norte, Estrutura de Missão do Douro, Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Turismo do Douro, e as dioceses da região, propõe dinamizar o turismo religioso no Douro. Para os próximos dois anos já estão identificados 60 recursos, materiais e imateriais, alusivos ao património construído e às festividades religiosas na região duriense.

Uma das rotas é a “Norte a Sete Chaves”, que tem como objectivo proporcionar a descoberta de monumentos nacionais e outros imóveis de interesse público, habitualmente encerrados, mas que têm elementos que justificam a visita. Aqui estão inseridas algumas igrejas do distrito de Vila Real, nomeadamente a Igreja Paroquial de Covas do Barroso (Boticas), Igreja Matriz de S. Vicente (Valpaços), a Igreja de Mondrões e o Santuário de Nossa Senhora da Pena. Na proposta do “Românico no Norte de Portugal” figura a Igreja de Vila Marim/Vila Real. Numa outra rota, designada “O Legado de Nasoni”, contempla a Igreja de S. Pedro e a Igreja Paroquial da Cumieira (Santa Marta de Penaguião).

Foto Nossa Senhora dos Remédios, Lamego (Francisco Duarte)

Varico Pereira, da TUREL, deu a conhecer o que já está a ser feito na região. “Estamos a trabalhar na inventariação do património não identificado, que passa pelo registo de imagens, plantas e vídeo. Depois serão identificados os recursos religiosos mais relevantes, onde será preciso hierarquizar, e fazer as opções de primeira e segunda prioridade”.

FotoAntiga Sé de Bragança. Foto: Carla A. Gonçalves (Mensageiro de Bragança)

Depois de qualificar os suportes de informação para divulgação dos recursos mais relevantes, a TUREL - instituição privada vocacionada para a recuperação, valorização e promoção do património religioso e prestação de serviços aos turistas e peregrinos - parte para a organização de visitas ao património religioso do Douro. “Embora as dioceses sejam proprietárias e gestoras da maior parte do património religioso, estão ainda à margem de toda a dimensão da visita. É um recurso importante para as dioceses e para o turismo. As visitas organizadas ainda não estão devidamente trabalhadas, depois há que divulgar e comercializar o Douro como destino turístico religioso”, sublinhou Varico Pereira.

FotoMosteiro de S. João de Tarouca (VRFoto)

Até agora, a principal diocese envolvida é a de Lamego, sendo um dos parceiros que investe parte do capital no projecto e que mostrou todo o interesse nesta acção. Mas outras podem vir a seguir o mesmo caminho, até porque a riqueza do património religioso do Douro é assinalável.

FotoIgreja de Santa Maria Maior, Chaves

A directora da Delegação Regional da Cultura do Norte, Helena Gil, está ciente de que a “valorização e divulgação do património religioso é uma mais valia turística importante para o Douro”: “Faz parte da lei orgânica da Direcção Regional apoiar a valorização dos imóveis classificados de toda a região Norte. Há uma listagem enorme de bens que nos estão confiados, que nos são afectos e sobre os quais temos responsabilidade directa. No caso do Douro acontece que existe um conjunto significativo muito importante que também nos está afecto.

FotoMosteiro de Santa Maria de Salzedas (VRFoto)

Esta responsável lembrou que quando na região do Douro se fez um levantamento sobre a excelência do Turismo no Douro, verificaram-se algumas dificuldades na forma de receber os visitantes e também na qualidade da informação prestada. E foi nesta perspectiva de uma maior dinamização que foi feita uma candidatura para criar uma rede de monumentos do Douro, dotando-a da informação necessária, melhorando as condições de acessibilidade.

Foto Claustros da Sé de Lamego (VRFoto)

Helena Gil adiantou ainda algumas intervenções planeadas. “Nas igrejas estamos a preparar um conjunto de obras para pequenas infra-estruturas, de modo a que haja um ponto de recepção mais consentâneo e próprio como hoje se exige. Entendemos que mesmo as igrejas, para além de um lugar de culto, são também espaços de História, têm memória, arte, são visitadas e representam elementos culturais importantes.”

FotoIgreja dos Clérigos, Vila Real (jmsbastos)

Em relação à TUREL, esta responsável evidenciou a parceria estabelecida. “Quando soubemos da abertura das candidaturas, foi a TUREL que nos contactou e a nossa intenção foi no sentido de fazermos uma articulação. Até porque muita dessa informação é da nossa responsabilidade e é fundamental haver essa articulação entre todos quantos se posicionam no terreno para divulgar o património religioso”.

“Pretendemos fazer com que o visitante que chega ao Douro o faça nas melhores condições, e que leve da região uma imagem de modernidade e de competência das instituições que lhes estão ligadas”, concluiu.

FotoIgreja de Castro de Avelãs, Bragança (orbellal)

Numa primeira acção, no âmbito da Promoção e Animação Turística do Douro, a TUREL vai lançar um áudio-guia para os visitantes, com todas as informações sobre as várias rotas religiosas. Irá ainda promover uma grande exposição sobre o Douro Religioso e elaborar vários suportes promocionais. Parte deste material será depois distribuído por várias entidades e organismos turísticos da região.

FotoIgreja de Nossa Senhora dos Remédios, Lamego. Foto: johan

Com estas novas propostas, a importância do Douro, como Pólo de Dinamização Turística e Património Mundial, assente também no Turismo Religioso, assume maior relevo. A riqueza patrimonial das dioceses, nomeadamente a Sé de Lamego e de Vila Real, os santuários da Senhora dos Remédios, da Senhora da Lapa, da Senhora da Pena, da Senhora da Saúde, e os mosteiros de S. João de Tarouca e Salzedas, são alguns dos ícones de interesse.

O turismo cultural e religioso tem crescido sustentadamente nas últimas três décadas no país, cerca de seis por cento ao ano. Para os próximos anos, prevê-se um crescimento entre cinco a dez por cento.

 

José Manuel Cardoso
In A Voz de Trás-os-Montes
20.11.10

Foto
Sé de Lamego
Foto: surfgatinho

 

 

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