Música
Sara Tavares: do «Gospel» à «World Music»
Sara Tavares tem um percurso singular na vida cultural portuguesa, conjugando sabiamente a sua condição de compositora, cantora percussionista, com a sua extraordinária sensibilidade musical e com a inteligência e dignidade, que tem testemunhado. Vale a pena ouvir o seu disco “Xinti, a sua mais recente criação, em que interpreta “canções memoráveis”, como escreveu o crítico do Financial Times. Podem conhecer melhor a sua discografia aqui e começar por ouvir “Ponto de Luz” (ver final deste artigo), uma das canções do seu último disco.
Para perceber melhor de que é feita a sua música podem ver aqui o excelente programa «Câmara Clara» da RTP 2, de 26 de Julho, em que Sara Tavares foi entrevistada por Paula Moura Pinheiro. É um prazer e alimenta “a sede de largura e altura” do nosso coração, para citar versos de “Xinti”.
A música de Sara Tavares, que se alimenta de uma grande sensibilidade e bom gosto, tem as suas raízes no gospel, na música litúrgica que cantava nos coros da Igreja Cristã em que se formou, mas abriu-se a muitas outras influências da música cabo-verdiana, africana e não só.
Sara Tavares, uma portuguesa com fundas raízes cabo-verdianas, pertence a uma geração de jovens criadores, que podemos qualificar como portugueses globais ou cosmopolitas. Não mistura apenas o português e o crioulo de Cabo Verde nas suas letras, é uma lusófona cidadã do mundo, que conjuga diversas influências musicais, que participa da crioulização cultural, que é hoje uma das dimensões da modernidade cultural.
Uma das coisas que dá gosto ver é a inteligência e a alegria da pessoa e da artista que é Sara Tavares.
Como refere Paula Moura Pinheiro, Sara Tavares “é um exemplo de inteligência, aplicada ao seu talento natural”. É também o que demonstra a forma como se refere neste programa de Câmara Clara a músicos como Boy Gê Mendes, Buika, Celina Pereira, Stevie Wonder, Buraka Som Sistema, Nittin Sawhney ou James Taylor.
Foto: Ondajazz
O que nos agarra também em Sara Tavares é a alegria, que tem raízes na sua espiritualidade, como acontece com grupos de gospel como Lady Smith Black Mambazo, da África do Sul. Respondendo à questão, colocada com delicadeza, sobre a fonte maior da sua alegria, Sara Tavares confirmou que a sua espiritualidade é a fonte da sua esperança, que assenta muito na fé, no seu mundo interior, na pátria interior que é grande e vasta.
As suas canções ouvem-se com júbilo. É uma música que, parafraseando alguns versos da sua canção “Sumanai”, ajuda-nos a descobrir que temos sede da “Água viva que me refresca e lava/Tudo, tudo cá dentro”.
Excerto da entrevista no programa «Câmara Clara»
Ponto de Luz
José Leitão
In Inclusão e cidadania
06.08.09

Foto: Joke Schot




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