Papa Francisco
Paisagens
Pedras angulares A teologia visual da belezaQuem somosIgreja e culturaPastoral da Cultura em movimentoImpressão digitalVemos, ouvimos e lemosPerspetivasConcílio Vaticano II - 50 anosPapa FranciscoBrevesAgenda VídeosLigaçõesArquivo

Papa Francisco: Beijar a cruz e agradecer
O «mistério desconcertante», o «mistério da grande humildade de Deus» patente na crucificação de Jesus, que se assinala especialmente na Sexta-feira Santa, constituiu o centro da intervenção do papa na audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano. A alocução de Francisco foi também marcada pela esperança na ressurreição e no que ela significa não só no fim da vida, mas como convicção que pode ajudar a olhar com uma perspetiva mais positiva para as dificuldades, por vezes extremas, do dia a dia. «Esta semana meditemos muito na dor de Jesus e digamos a nós mesmos: “Isto é por mim. Ainda que eu fosse a única pessoa no mundo, Ele tê-lo-ia feito. Fê-lo por mim”. E beijemos o crucifixo e digamos: “Por mim. Obrigado Jesus. Por mim”», disse Francisco, citado pela Rádio Vaticano. «No momento em que tudo parece perdido, no momento da dor e em que tantas pessoas sentem como a necessidade de descer da cruz, é o momento mais próximo da ressurreição. A noite torna-se mais escura precisamente antes de começar a manhã, antes de surgir a luz. No momento mais escuro intervém Deus. Ressuscita», acrescentou.

Leitura: "Francisco - Vida e revolução"
Celia Dalila Díaz tem trinta e cinco anos e vive na Villa 1-11-14. A 5 de abril de 2012, Quinta-feira Santa, Bergoglio aparece no Hogar de Cristo, criado pelos padres da paróquia, dedicado à reabilitação de toxicodependentes. Celia não consome droga há um ano e meio e agora é voluntária do Hogar Santa Maria, também criado pelos padres. «Sabia que viria um cardeal, mas não fazia ideia, não sabia quem seria. [Bergoglio] chegou com os padres, como uma pessoa qualquer, no meio de todos nós. Convidei-o para tomar um mate e começámos a conversar. Dei-me conta de que era muito humilde pela forma de se expressar, por tomar do mesmo mate que os toxicodependentes: não é qualquer um que o faria. Durante o pouco tempo em que conversámos a sós, cerca de meia hora, perguntou-me há quanto tempo estava aqui, como me chamava e como estava. Contei-lhe que os padres me tinham tirado da rua, o que lhe agradou muito. De repente, disse-me: "Não queres que eu te lave os pés?" Eu não percebia nada, não sabia o que era isso, e respondi-lhe: "Desculpe, eu consigo lavar os pés sozinha." Ele replicou: "Não, não, eu quero benzer-te os pés." "Está bem, então força", anuí... Não sabia que me ia pôr no meio de toda a gente, que ia ter de tirar os ténis ... fiquei cheia de vergonha. É muito estranho que de repente venha alguém, te lave os pés e os beije... Mas depois senti-me aliviada ... Nesse dia [o cardeal] também batizou o meu filho», recorda.

Depois do "Superpapa", eis Francisco ciclista
Depois da pintura do "Superpapa" numa parede de um prédio de Roma, próximo do Vaticano, que rapidamente foi removida, aparece agora novo retrato de Francisco, desta vez de bicicleta. É um Bergoglio com o rosto sorridente aquele que aparece num desenho colado sobre um placar, também próximo do Vaticano; atrás das costas vê-se o extremo superior da férula (semelhante a um báculo) e a estola que esvoaça.
Imagens

Papa Francisco inicia Semana Santa com báculo feito por pessoas detidas
O papa vai presidir à missa do Domingo de Ramos, no Vaticano, com um báculo em madeira de oliveira, encimado por uma cruz e com o brasão pontifício de Francisco, feito por pessoas detidas numa cadeia italiana. A prisão é assistida por uma cooperativa fundada pelo bispo italiano D. Antonio Suetta, cujos dirigentes entregaram o báculo ao papa nesta sexta-feira, à hora do almoço, na Casa de Santa Marta, tendo Francisco anunciado que o usaria na primeira grande celebração prevista na agenda. Na celebração do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor assinala-se também a 29.ª Jornada da Juventude, que este ano decorre ao nível das dioceses sob o tema "Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu" (do evangelho segundo S. Mateus 5, 3). Cerca de uma centena de rapazes e raparigas dos cinco continentes participam na procissão de entrada da celebração com o papa Francisco, e após a missa realiza-se o ato de entrega da cruz da Jornada Mundial da Juventude e do ícone mariano que sempre a acompanha.

Estudo da história ilumina caminho da Igreja, diz papa Francisco, que recorda apoio dos cristãos às vítimas da I Guerra Mundial
O papa Francisco recebeu este sábado, no Vaticano, 25 membros do Pontifício Comité das Ciências Históricas, instituição que assinala 60 anos a 7 de abril e a que pertence a portuguesa Maria de Lurdes Correia Fernandes. O estudo da história representa «uma das vias para a investigação apaixonada da verdade», frisou o papa, que recordou o congresso internacional que o organismo da Santa Sé vai organizar por ocasião dos cem anos do início da I Guerra Mundial (1914-1918), revela a Rádio Vaticano. «Nele passareis em revista as mais recentes aquisições da investigação, com especial atenção às iniciativas diplomáticas da Santa Sé durante aquele trágico conflito e ao contributo dado por católicos e outros cristãos no socorro aos feridos, refugiados, órfãos e das viúvas, à procura dos desaparecidos, como também à reconstrução», afirmou. «As vossas investigações, marcadas conjuntamente por autêntica paixão eclesial e amor sincero pela verdade, podem ser de grande ajuda àqueles que têm a função de discernir o que o Espírito Santo quer dizer à Igreja de hoje», vincou.

Com as crianças não se brinca
Sinto-me interpelado a tomar a meu cargo todo o mal que alguns sacerdotes – bastantes, bastantes em número, não em comparação com a totalidade – a tomar a meu cargo e a pedir perdão do dano que fizeram pelos abusos sexuais das crianças. A Igreja está consciente deste dano, que é um dano pessoal, moral deles, mas homens de Igreja. E não vamos dar um passo atrás no que se refere ao tratamento destes problemas e das sanções que se devem colocar; pelo contrário, creio que devemos ser muito fortes, com as crianças não se brinca. Nos nossos dias, é importante levar adiante os projectos contra o trabalho escravo, contra o recrutamento de crianças soldados e qualquer tipo de violência sobre os menores. Dito de forma positiva, é preciso reafirmar o direito das crianças a crescer numa família, com um pai e uma mãe capazes de criar um ambiente idóneo para o seu desenvolvimento e amadurecimento afetivo. Continuar a amadurecer em relação, em confronto, com o que é a masculinidade e a feminilidade de um pai e de uma mãe, e assim construindo o seu amadurecimento afetivo.

Falar do diabo no século XXI não é questão obsoleta mas sempre atual, diz papa Francisco
«“Padre, que antigo é o senhor: falar do diabo no século XX.” Mas olhai que o diabo existe. O diabo existe. Mesmo no século XXI. E não devemos ser ingénuos. Devemos aprender do Evangelho como se luta contra ele.» Foi nestes termos que o papa Francisco concluiu a homilia da missa a que presidiu esta sexta-feira no Vaticano, dedicada ao combate contra as tentações, uma «verdade» que os cristãos devem «conhecer bem» para evitar «cair na armadilha». «O espírito do mal não quer a nossa santidade, não quer o testemunho cristão, não quer que sejamos discípulos de Jesus», vincou o papa, citado pela Rádio Vaticano, antes de se referir às três características que marcam «a tentação». A tentação «começa levemente, mas cresce, cresce sempre. Segundo, cresce e contagia um outro, transmite-se a um outro, procura ser comunitária. E no fim, para tranquilizar a alma, justifica-se. Cresce, contagia e justifica-se».

Teólogos que não rezam caem no narcisismo e fazem mal à Igreja, adverte papa Francisco
O papa Francisco afirmou esta quinta-feira que «o teólogo que não reza e que não adora Deus» fecha-se em si mesmo, sendo esta «uma enfermidade eclesiástica» porquanto «faz muito dano o narcisismo dos teólogos e dos pensadores». As palavras do papa foram proferidas na audiência a professores, estudantes e pessoal não docente da Pontifícia Universidade Gregoriana, Pontifício Instituto Bíblico e Pontifício Instituto Oriental, instituições sediadas em Roma. «O vosso compromisso intelectual, no ensino e na investigação, no estudo e na mais ampla formação, será tanto mais fecundo e eficaz quanto mais for animado pelo amor a Cristo e à Igreja, quanto mais for sólida e harmoniosa a relação entre estudo e oração. Esta não é uma coisa antiga, este é o centro», assinalou, refere o portal de notícias do Vaticano. Para Francisco, «transmitir o saber e oferecer uma chave de compreensão vital, não um cúmulo de noções entre si», é um dos desafios da época contemporânea: «Faz falta uma verdadeira hermenêutica evangélica para entender melhor a vida, o mundo, os seres humanos; não uma síntese, mas uma atmosfera espiritual de procura e certeza baseada na verdade de razão e de fé».

«A oração muda-nos o coração», diz papa Francisco
Moisés foi «corajoso», e no fim, como conta o livro do Êxodo, Deus «desistiu do mal com que tinha ameaçado o seu povo»: «Mas quem mudou aqui? Foi o Senhor que mudou? Creio que não», vincou Francisco. Rezar, sublinhou, altera todas as perspetivas: «A oração muda-nos o coração. Faz-nos compreender melhor como é o nosso Deus. Mas para isso é importante falar com o Senhor, não com palavras vazias», mas «falar com a realidade». «“Olha, Senhor, eu tenho este problema, na família, com o meu filho, com isto, com aquilo… O que é que se pode fazer? Olha que não me podes deixar assim!” Esta é a oração. Mas esta oração leva tanto tempo… Sim, leva tempo», apontou o papa. Francisco realçou a necessidade de a oração ser próxima de Deus: «A Bíblia diz que Moisés falava ao Senhor face a face, como a um amigo. Assim deve ser a oração: livre, insistente, com argumentos».

Papa Francisco: «O Matrimónio é o ícone do amor de Deus connosco. Muito belo!»
«A imagem de Deus é o casal matrimonial, é o homem e a mulher», sublinhou hoje o papa Francisco na intervenção que encerrou o ciclo de catequeses sobre os sacramentos, proferidas nas audiências gerais de quarta-feira, no Vaticano. Depois de realçar que a aliança de Deus com a humanidade está representada na «aliança entre o homem e a mulher», Francisco assinalou que Deus «é comunhão» e lembrou que a Bíblia, no livro do Génesis, recorre a uma expressão «forte» para dizer a união entre os esposos: «“Uma só carne”. Não são duas». «O Matrimónio responde a uma vocação específica e deve ser considerado com uma consagração. É uma consagração. O homem e a mulher são consagrados pelo seu amor, por amor», afirmou. Neste sentido, prosseguiu, os esposos são «investidos de uma verdadeira e própria missão, para que possam tornar visível, a partir das coisas simples, normais, o amor com que Cristo ama a sua Igreja, continuando a dar a vida por ela, na fidelidade e no serviço».

Papa Francisco critica desleixo, tristeza, formalismo e hipocrisia na Igreja
O papa Francisco lamentou esta terça-feira no Vaticano a existência dentro da Igreja católica de cristãos que vivem «sem entusiasmo, até tristes», tendo voltado a criticar o apego às regras e às leis, em detrimento da ação de Deus, que age quando quer. Francisco referiu-se particularmente à «doença da acídia», ou seja, à preguiça e desleixo, «comportamento que é paralisante do zelo apostólico, que faz dos cristãos pessoas paradas, tranquilas, mas não no bom sentido da palavra: que não se preocupam em sair para anunciar o Evangelho. Pessoas anestesiadas». Referindo-se à leitura do Evangelho proclamado nas missas de hoje, em que se narra uma cura de Jesus ao sábado, Francisco criticou também a prioridade dada às leis. «A vida cristã, a vida desta gente, é ter todos os documentos em ordem, todos os atestados», ironizou, antes de afirmar: «Cristãos hipócritas, como estes. Só se interessam pela formalidade». «Era sábado? Não, não se podem fazer milagres ao sábado, a graça de Deus não pode trabalhar ao sábado. Fecham a porta à graça de Deus! Temos tanto disto na Igreja; temos tanto!», apontou, antes de vincar: «“Não se pode”: é a palavra que têm mais à mão».

Papa Francisco apela à conversão dos cristãos «turistas existenciais»
O papa Francisco identificou esta segunda-feira três categorias de crentes: cristãos que confiam nas promessas de Deus e o procuram e seguem, aqueles que vivem estagnados,  e os que estão convencidos de que fazem progressos mas não são mais do que «turistas existenciais». A essência da vida cristã é «caminhar para a promessa», mas para muitos crentes este é um horizonte longínquo: «Sim, creem que haverá o Céu e tudo ficará bem. Está certo que acreditam nele, mas não o procuram. Cumprem os mandamentos, os preceitos, tudo, tudo, mas estão parados». Destes cristãos, acrescentou Francisco, Deus «não pode fazer fermento no seu povo porque não caminham», o que constitui «um problema». Há também os crentes que se equivocam nas suas opções e que persistem no erro: «Todos nós algumas vezes errámos a estrada, sabemo-lo. O problema não é errar a estrada; o problema é não regressar quando se dá conta do erro».

«Confissão não é tribunal de condenação, mas experiência de perdão e misericórdia»
A misericórdia é o coração do Evangelho! Não esqueçais isto: a misericórdia é o coração do Evangelho! É a boa notícia que Deus nos ama, que ama sempre o homem pecador, e com este amor atrai-o a si e convida-o à conversão. Não esqueçamos que os fiéis consideram difícil aproximar-se do sacramento, seja por razões práticas, seja pela natural dificuldade de confessarem os próprios pecados a outro homem. Por este motivo, é preciso trabalhar muito sobre nós próprios, sobre a nossa humildade, para nunca ser obstáculo, mas favorecer sempre a aproximação à misericórdia e ao perdão. Muitas vezes sucede que uma pessoa vem e diz: «Não me confesso há muitos anos, tive este problema, deixei a Confissão porque encontrei um sacerdote que me disse isto», e vê-se a imprudência, a falta de amor pastoral naquilo que a pessoa conta. E afasta-se por causa de uma má experiência na Confissão. Se há uma atitude de pai, que vem da bondade de Deus, isto nunca mais acontecerá.

«É uma grande honra para mim. Sou um seu grande admirador», disse Barack Obama a papa Francisco
O papa recebeu esta quinta-feira o presidente dos EUA, Barack Obama, que manifestou a Francisco o seu contentamento pelo encontro: «É uma grande honra para mim. Sou um seu grande admirador. Obrigado por me ter recebido», disse, citado pelo site "Vatican Insider". Em entrevista publicada no jornal italiano “Corriere della Sera”, Barack Obama sublinhou que não está de acordo com todas as intervenções de Francisco mas elogiou a sua coerência entre teoria e prática: «Ele não se limita a proclamar o Evangelho: ele vive-o». «Quando o papa fala, as suas palavras têm um peso enorme», frisou o presidente norte-americano, acrescentando que se sente inspirado pelo empenho demonstrado por Francisco pela «justiça social», a par da sua «mensagem de amor e compaixão pelas pessoas», especialmente pelas «mais pobres e vulneráveis». O encontro de 50 minutos decorreu após a missa a que o papa Francisco presidiu, com a participação de quase três centenas de deputados e 176 senadores, bem como nove ministros do Governo italiano.

Espiritualidade, ecumenismo, diálogo inter-religioso e refugiados marcam visita do papa Francisco à Terra Santa
Encontros com líderes religiosos cristãos ortodoxos, judeus e muçulmanos, bem como com crianças e adultos de campos de refugiados, a par da visita a locais emblemáticos do cristianismo, judaísmo e islão marcam a viagem do papa Francisco à Terra Santa. A peregrinação à Jordânia, Palestina e Israel, que decorre de 24 a 26 de maio, assinala o 50.º aniversário do encontro em Jerusalém entre o papa Paulo VI e o patriarca cristão ortodoxo Atenágoras. O programa completo da visita, divulgado esta quinta-feira pelo Vaticano, privilegia a espiritualidade, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso e o abraço às pessoas mais desfavorecidas, como são os refugiados e jovens com deficiência. Além das homilias três missas a que preside, estão previstos dez discursos, mais de dois terços dos quais em Israel. Conheça a agenda da viagem.

Francisco, o papa que renunciou à "corte"
A imagem de Francisco sentado na quarta fila, entre os outros cardeais e bispos da Cúria Romana que juntamente com ele estão a realizar os exercícios espirituais em Ariccia, próximo do Vaticano, é emblemática deste primeiro ano de pontificado. Renunciar ao trono, ir para a última fila para testemunhar, também visivelmente, que a autoridade é antes de tudo serviço, não representa uma novidade para ele. O arcebispo de Buenos Aires, cardeal Antonio Quarracino, que em 1992 quis como bispo auxiliar aquele padre jesuíta taciturno a quem não pesava estar muitas horas no confessionário, costumava dizer: «Sei sempre onde está o meu auxiliar Bergoglio. Na última fila...». Mesmo depois de se ter tornado arcebispo e cardeal, mesmo durante as suas frequentes visitas às "vilas miséria", os bairros de barracas de Buenos Aires, Bergoglio costumava sentar-se nos últimos lugares. Por isto foi natural renunciar a alguns símbolos que ao longo dos séculos o papado herdou do uso imperial. E a sua atitude, um estilo que é também substância, tornou-o próximo e acessível.

Papa Francisco envia telegrama de condolências pela morte de D. José Policarpo
Com pesar recebi a notícia do falecimento do cardeal José da Cruz Policarpo e desejo expressar a minha união de oração com o Patriarcado de Lisboa, a família do defunto e quantos choram a sua morte inesperada. Confio à misericórdia de Deus o amado cardeal, recordando-me da sua preciosa colaboração nos diferentes organismos da Santa Sé e dos meus encontros com este pastor apaixonado pela busca da verdade. Ele era solícito em colocar os dons recebidos do Senhor ao serviço do Povo de Deus e dos seus irmãos bispos sobretudo nos anos que o viram presidente da conferência episcopal. Dou graças ao Pai do Céu pelo seu ministério episcopal em que ele se prodigalizou com generosidade conduzindo pelos caminhos do Evangelho o povo que lhe fora confiado, com o mesmo zelo com que realizara os seus serviços precedentes, nomeadamente na Universidade Católica Portuguesa.

"O papa sorriu": Museu de Arte Sacra expõe caricaturas de Francisco
O Museu de Arte Sacra de S. Paulo, no Brasil, inaugura este sábado a exposição "O papa sorriu", que conta com 38 caricaturas realizadas por igual número de desenhadores brasileiros e estrangeiros. «Impressionados com os sorrisos e abraços distribuídos pelo Papa, especialmente com os jovens, um grupo de cartoonistas reuniu diversas obras que retratam o Pontífice e sua simpatia», refere a nota de apresentação da mostra. «É a primeira vez que caricaturas entram num museu de arte sacra», realçou o presidente da Associação dos Cartoonistas do Brasil, José Alberto Lovetro. «O papa Francisco está fazendo com que a Igreja se aproxime de um de seus maiores críticos, o cartoonista. E ele faz isso com bom humor. Nós temos um papa bem-humorado e esse é seu diferencial», apontou Seri, um dos participantes.
Imagens

O filme da eleição do papa Francisco contado pelo cardeal que lhe pediu para não se esquecer dos pobres
«Os votos convergiam nele: estava a interiorizar muito naquele momento, silencioso. Comentei com ele a possibilidade de poder alcançar o número necessário para se tornar papa. Quando as coisas começaram a estar um pouco mais perigosas para ele, confortei-o. Depois houve o voto definitivo, e houve um grande aplauso. A contagem prosseguiu até ao fim, mas eu abracei-o e beijei-o logo. E disse-lhe aquela frase: “Não te esqueças dos pobres”. Não tinha preparado nada, mas naquele momento veio do meu coração, com força, dizer-lhe isso, sem me dar conta de ser a boca através da qual falava o Espírito Santo. Ele disse que aquelas palavras lhe tinham com força, que foi naquele momento que pensou nos pobres e lhe veio à ideia o nome de S. Francisco. Foi interpelado, foi-lhe pedido se aceitava e com que nome desejava ser chamado. O nome que pronunciou, Francisco, foi uma enorme surpresa para todos. Quem teria imaginado que um papa poderia chamar-se Francisco! Porque é uma figura exigente, e ele escolheu-a com coração feliz e leve.» O testemunho do cardeal brasileiro D. Cláudio Hummes.

«Quando estás com Bergoglio, tens a impressão de que ele conhece Deus Pai pessoalmente»
Falar a sós com o papa Francisco constitui uma experiência espiritual. Estar com ele durante um longo período de tempo deu-me a impressão de ver um homem profundamente mergulhado em Deus. Um seu amigo, Luis Palau, conhecido líder mundial dos cristãos evangélicos, disse certo dia acerca dele: «Quando estás com Bergoglio, tens a impressão de que ele conhece Deus Pai pessoalmente.» É isso mesmo. Sente-se sobretudo que se está diante de um homem livre, de uma liberdade espiritual que, no entanto, está plenamente envolvida na vida, nas suas dinâmicas, nos seus afetos. As características fundamentais da sua oração são simples: ele diria «normais». São as de qualquer sacerdote. Reza com o seu breviário, um livro em latim, já gasto pelo uso, e reza «mentalmente», ou seja, num diálogo interior silencioso com Deus. Gosta da oração que acompanha a vida e os seus momentos, e também gosta da adoração silenciosa, durante a qual por vezes dormita. No passado, já se tinha detido sobre essa adoração silenciosa que faz parte da sua vida, desde há muito tempo: «Sinto-me como se estivesse nas mãos de outro, como se Deus me estivesse a dar a mão».

Coragem, papa Francisco, coragem!
Passados os primeiros momentos de encantamento, o papa Francisco começou logo a mostrar o seu estilo, o seu jeito latino-americano, o seu desejo de servir a Igreja Católica e a humanidade de corpo e alma. Tantos detalhes chamaram a atenção, como residir na Casa de Santa Marta, em vez do palácio apostólico; a dispensa de muitos protocolos; o seu jeito de pastor de almas; a forma direta e simples de falar... Muitos, talvez, esperavam imediatas e até espetaculares reformas na Cúria Romana e nos organismos de governo, que ajudam o Papa na sua missão universal. Francisco começou por pedir reformas nas atitudes e nas disposições de todos os filhos da Igreja; as reformas administrativas da Santa Sé chegam aos poucos e as da Cúria Romana ainda devem chegar. Ninguém tenha a ilusão de que, na Igreja, tudo depende só da Cúria Romana; Francisco tem falado mais vezes da necessária participação de todos e que cada membro da Igreja faça bem a sua parte, em vista da saúde do corpo inteiro.

Nesta Quaresma, não deixemos que a habituação ao mal nos deixe indiferentes ao sofrimento
Uma das coisas mais desgastantes que nos pode acontecer é cair nas garras da habituação. Tanto ao bem como ao mal. Quando o marido ou a mulher se habituam ao carinho e à família, então deixa-se de valorizar, de dar graças e de cuidar delicadamente do que se tem. Quando nos acostumamos ao dom da fé, a vida cristã torna-se rotina, repetição, não dá sentido à vida, deixa de ser fermento. A habituação é um travão que aprisiona o coração. Estamos em risco! Como sociedade, habituámo-nos pouco a pouco a ouvir e a ver, através dos meios de comunicação, a crónica negra de cada dia; e o que ainda é pior, também nos habituámos a tocá-la e a senti-la à nossa volta sem que nos produza nada ou, quanto muito, um comentário superficial e descomprometido. A habituação diz-nos sedutoramente que não faz sentido tratar de mudar algo, que não podemos fazer nada frente a esta situação, que foi sempre assim e, todavia, sobrevivemos. Através da habituação deixamos de resistir, permitindo que as coisas “sejam o que são”, ou que alguns decidiram que “sejam”.

Papa Francisco e a proximidade: Não se visitam os amigos dentro de uma caixa de vidro
«Numa entrevista à emissora brasileira Rede Globo, o Papa, respondendo ainda a uma pergunta sobre a sua segurança, fora ainda mais claro sobre as suas motivações: "Se vais visitar alguém de quem gostas muito, visitar amigos, com vontade de comunicar, vais visitá-los dentro de uma caixa de vidro? Não. Eu não podia vir visitar este povo, que tem um coração tão grande, atrás de uma caixa de vidro. E no automóvel, quando vou pelas ruas, abro a janela, para poder meter a mão de fora, para saudar. Ou seja, ou tudo ou nada: ou se faz a viagem como deve ser, com comunicação humana, ou não se faz; a comunicação a meias não faz bem a ninguém" E concluiu: "Já que venho visitar as pessoas, desejo tratá-las como pessoas. Tocar-lhes". Na mesma entrevista, o Papa radica na maternidade da Igreja esta atitude fecunda e sem barreiras físicas: "Para mim é fundamental a proximidade da Igreja. A Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos nenhuma mãe 'por correspondência'. A mãe dá afeto, toca, beija, ama".» Excerto do livro "Temos de ser normais - Papa Francisco em conversa aberta com Antonio Spadaro".

Papa Francisco visita a Coreia do Sul em agosto
O papa Francisco vai visitar a Coreia do Sul em agosto, revelou hoje a Sala de Imprensa do Vaticano.

Quaresma: Espiritualidade e missão segundo o papa Francisco (cardeal Bergoglio)
A nossa identidade está ameaçada; não exercemos como antes a liderança moral nem temos um lugar social de relevância; apresentam-se-nos problemas para os quais, aparentemente, não temos resposta. Somos uma minoria e resistimos a ser um entre muitos. Permanece sempre latente a tentação de fugir para uma "Társis" que pode ter muitos nomes: individualismo, espiritualismo, encerramento em pequenos mundos, dependência, instalação, repetição de esquemas, dogmatismo, nostalgia, pessimismo, refúgio nas normas... (...) Tal como Jonas, podemos ouvir um chamamento persistente que volte a convidar-nos a percorrer a aventura de Nínive, a aceitar o risco de protagonizar uma nova evangelização, fruto do encontro com Deus que é sempre novidade e nos impele a romper, partir e deslocarmo-nos para ir mais além do conhecido, para as periferias e as fronteiras onde está a humanidade mais ferida e onde os homens, sob a aparência da superficialidade e conformismo, continuam à procura da resposta à pergunta pelo sentido da vida. Ao ajudarmos os nossos irmãos a encontrarem uma resposta, também nós encontraremos renovadamente o sentido de toda a nossa ação, o lugar de toda a nossa oração e o valor de toda a nossa entrega.

O papa Francisco e as mulheres
«Muitas coisas podem mudar, e com efeito mudaram, na evolução cultural e social, mas permanece um dado: é a mulher que concebe, que traz no seu seio e que dá à luz os filhos dos homens. E este não é simplesmente um dado biológico, mas encerra em si uma riqueza de implicações quer para a própria mulher, em virtude do seu modo de ser, quer para as suas relações, em função da sua maneira de se colocar em relação à vida humana e à vida em geral. Chamando a mulher à maternidade, Deus confiou-lhe o ser humano de forma inteiramente especial. No entanto, aqui existem dois perigos sempre presentes, dois extremos opostos que mortificam a mulher e a sua vocação. O primeiro consiste em reduzir a maternidade a um papel social, a uma tarefa, por mais nobre que seja, mas com efeito põe de lado a mulher com as suas potencialidades e não a valoriza plenamente na construção da comunidade. Isto tanto no âmbito civil, como no contexto eclesial. E, como reação a este há outro perigo, em sentido oposto, que consiste em promover uma espécie de emancipação que, para ocupar os espaços tirados ao masculino, chega a abandonar o feminino, com os traços inestimáveis que o caracterizam.

O jejum mais difícil é a bondade e a ternura, diz papa Francisco
A relação entre a espiritualidade cristã, especialmente no tempo da Quaresma, e o afeto pelos pobres e excluídos que resulta em ações concretas estiveram no centro da homilia que o papa Francisco proferiu esta sexta-feira no Vaticano. O jejum que Deus quer é aquele «que se preocupa com a vida do irmão, que não se envergonha – diz o próprio profeta Isaías – da carne do irmão», vincou Francisco na missa a que presidiu, revela a Rádio Vaticano. «Quando dou uma esmola, olho nos olhos do meu irmão, da minha irmã? Quando sei que uma pessoa está doente, vou ao seu encontro? Saúdo-a com ternura? Há um sinal que talvez nos ajude, é uma pergunta: sei acariciar os doentes, os idosos, as crianças, ou perdi o sentido da carícia?», interrogou.

«Há tanta gente ferida... Nós, padres, devemos estar lá, próximos...»
«À imagem do Bom Pastor, o padre é homem de misericórdia e de compaixão, próximo da sua gente e servidor de todos. Este é um critério pastoral que desejo sublinhar muito: a proximidade. A proximidade e o serviço; mas a proximidade! Todo aquele que se encontre ferido na sua vida, de que modo seja, pode encontrar no padre atenção e escuta.» «Em particular, o padre demonstra um interior de misericórdia ao administrar o sacramento da Reconciliação; demonstra-o em toda a sua atitude, na maneira de acolher, de escutar, de aconselhar, de absolver… Mas isto deriva de como ele mesmo vive o sacramento na primeira pessoa, de como se deixa abraçar por Deus Pai na Confissão, e permanece dentro deste abraço… Se alguém vive isto em si, no próprio coração, pode também dá-lo aos outros no ministério. Como me confesso? Como? Deixo-me abraçar?» «O padre é chamado (…) a ter um coração que se comove. Os padres – seja-me permitido dizer assim – “asséticos”, “de laboratório”, tudo imaculado, tudo bonito… não ajudam a Igreja.»

Sem a cruz de cada dia não pode haver estilo de vida cristão, sublinha papa Francisco
O papa Francisco vincou esta quinta-feira, no Vaticano, que «o estilo cristão» de vida passa por ter diante dos olhos e do coração a cruz de cada dia, na seguindo e imitando a vida de Jesus. «Não podemos pensar a vida cristã fora desta estrada. Há sempre este caminho que Ele fez primeiro: o caminho da humildade, o caminho também da humilhação, de se aniquilar a si próprio, e depois ressurgir», vincou Francisco, citado pela Rádio Vaticano. Na missa a que presidiu, o papa frisou que «o estilo de vida cristão sem cruz não é cristão, e se a cruz é uma cruz sem Jesus, não é cristã»: «O estilo cristão toma a cruz com Jesus e segue em frente. Não sem cruz, não sem Jesus». Na eucaristia de Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma, a que presidiu na basílica de Santa Sabina, em Roma, o papa realçou a vertente penitencial deste tempo de preparação para a Páscoa, tendo recordado o sentido da oração, do jejum e da esmola. «A Quaresma recorda-nos que é possível realizar em nós e à nossa volta qualquer coisa de novo, porque Deus é fiel e pronto a perdoar e a recomeçar do início.»

Papa Francisco em entrevista, um ano após a eleição
O papel de Bento XVI, que «não é uma estátua num museu», a normalidade da vida de um papa, um homem «normal» e que, por isso, não gostou de se ver representado como “super-homem”, as próximas viagens intercontinentais e os abusos sexuais do clero constituíram alguns dos temas abordados por Francisco na entrevista publicada esta quarta-feira no jornal italiano “Corriere della Sera” e no argentino “La Nación”. A poucos dias de completar um ano da eleição (13 de março de 2013), o papa refere-se também às acusações de marxismo que lhe foram dirigidas, reafirma a sua posição sobre a pobreza, critica o atual modelo de globalização económica e financeira, revela que o tema para o sínodo surgiu após um processo de discernimento e constata a crise das famílias. A intervenção do cardeal Walter Kasper no último consistório, a moral sexual, o papel da mulher na Igreja, a encíclica “Humanae vitae” e a regulação dos nascimentos, o prolongamento da vida quando o doente está em estado vegetativo, a relação com os cristãos ortodoxos, a China e o “não assunto” que tem sido a Europa foram também questões abordadas na entrevista, que transcrevemos na íntegra.

Papa Francisco apela à conversão e pede novo olhar para as «tristes realidades» do mundo
O papa Francisco apelou esta quarta-feira, primeiro dia da Quaresma, ao regresso a Deus, atitude essencial a partir da qual se pode transformar realidades que desvirtuam a dignidade do ser humano e que hoje são encaradas com indiferença. «Há o risco de aceitar passivamente certos comportamentos e de não nos surpreendermos diante das tristes realidades que nos rodeiam. Habituamo-nos à violência como se fosse uma notícia habitual tomada como certa; habituamo-nos aos irmãos e irmãs que dormem na rua, que não têm um teto para se protegerem. Habituamo-nos aos refugiados à procura de liberdade e dignidade, que não são acolhidos devidamente. Habituamo-nos a viver numa sociedade que pretende viver sem Deus, na qual os pais deixaram de ensinar aos filhos a rezar e a fazer o sinal da cruz.»

Perseguições aos cristãos são causadas por mundo que «não tolera o anúncio do Evangelho», aponta papa Francisco
O papa Francisco frisou esta terça-feira no Vaticano que as «perseguições» aos cristãos acontecem atualmente «porque o mundo não tolera a divindade de Cristo», «não tolera o anúncio do Evangelho» nem «tolera as bem-aventuranças». «Pensemos em tantos cristãos, há 60 anos, nos campos, nas prisões dos nazis, dos comunistas: tantos. Por serem cristãos. Ainda hoje. "Mas hoje temos mais cultura e não existem essas coisas". Existem! E eu digo-vos que hoje há mais mártires do que nos primeiros tempos da Igreja», vincou Francisco. «[Os cristãos] são condenados porque têm uma Bíblia. Não podem fazer o sinal da cruz. E esta é a estrada de Jesus. Mas é uma estrada de alegria, porque o Senhor nunca nos prova para além das nossas capacidades. A vida cristã não é lucro comercial, não é fazer carreira: é simplesmente seguir Jesus», apontou.

Quando o coração está cheio de dinheiro (ou de outra coisa), é difícil escolher Deus, diz papa Francisco
A homilia que Francisco proferiu esta segunda-feira na missa a que presidiu, no Vaticano, centrou-se no Evangelho proclamado nas eucaristias do dia, em que um homem se aproxima de Jesus com vontade de o seguir, mas desiste desse propósito quando sabe que tem de se desfazer das suas riquezas. «Quantos jovens sentem no seu coração este chamamento a aproximarem-se de Jesus, e são entusiastas» nem «têm vergonha de se ajoelhar diante dele», dando «demonstração pública da sua fé em Jesus» e querem segui-lo», apontou Francisco. No entanto, «quando têm o coração cheio de outra coisa e não são muito corajosos para o esvaziar, voltam atrás, e aquela alegria torna-se tristeza», afirmou o papa, acrescentando que hoje há muitos jovens que têm vocação para seguir Cristo mais de perto, mas por vezes há algo que os impede. «Devemos rezar para que o coração destes jovens possa esvaziar-se, esvaziar-se de outros interesses, de outros amores, para que o coração se torne livre», apontou.

Papa lembra a bispos que todos os fiéis «têm olfato para as coisas de Deus» e diz que fé é mais do que «herança cultural»
«É importante que o bispo não se sinta só, não creia estar só, que seja consciente de que também o rebanho que lhe foi confiado tem olfato para as coisas de Deus», vincou esta segunda-feira o papa Francisco, no Vaticano. Depois de pedir aos bispos para não pouparem esforços na tarefa de «abrir novos caminhos ao Evangelho», Francisco frisou que «as mediações da fé são cada vez mais escassas e não faltam dificuldades para a sua transmissão», o que exige da Igreja um «estado de missão permanente, para chamar quem se afastou e fortalecer a fé, especialmente nas crianças». «A fé não é uma mera herança cultural, mas um presente, um dom que nasce do encontro pessoal com Jesus e da aceitação livre e jubilosa da nova vida que nos oferece. Isto requer anúncio incessante e animação constante, para que o crente seja coerente com a condição de filho de Deus que recebeu no Batismo», assinalou.

"O Meu Papa": «Primeiro semanário no mundo» dedicado a Francisco sai para as bancas no início da Quaresma
A editora Mondadori vai lançar em Itália o semanário "Il Mio Papa" ("O Meu Papa"), o «primeiro semanário no mundo» integralmente dedicado a Francisco, com o número de estreia nas bancas a 5 de março, Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma. «A ideia de um jornal pensado para contar e partilhar os atos e as palavras de Francisco nasceu ao observar como a sua eleição provocou um renovado interesse em temas éticos, religiosos e morais», afirma o diretor do semanário, citado no site da editora. Para Aldo Vitali, o papa Bergoglio é uma figura que «graças à sua empatia, juntamente com o poder, a coragem e a simplicidade da sua mensagem, conquistou todos, fiéis e não crentes». "O meu papa", que sai às quartas-feiras, ao preço de 0,50 €, tem um formato popular, com um grafismo de fácil leitura, cores e fotografias de grande impacto emotivo.

Providência de Deus também está nas nossas mãos, sublinha papa, que aponta caminho para a Quaresma
Se cada um de nós não acumula riqueza só para si mas coloca-a ao serviço dos outros, a Providência de Deus torna-se visível nestes gestos de solidariedade. Se, no entanto, há quem acumule só para si, o que lhe acontecerá quando for chamado por Deus? Não poderá levar a riqueza consigo porque – como sabeis – a mortalha não tem bolsos! É melhor partilhar, porque nós levamos para o Céu apenas o que partilhámos com os outros. Esta semana iniciaremos a Quaresma, que é o caminho do Povo de Deus até à Páscoa, um caminho de conversão, de luta contra o mal com as armas da oração, do jejum, da misericórdia. A humanidade precisa de justiça, de reconciliação, de paz, e poderá tê-las apenas se voltar de todo o coração a Deus, que é a sua fonte. Também todos nós precisamos do perdão de Deus. Entremos na Quaresma em espírito de adoração a Deus e de solidariedade com quantos, neste tempo, são mais provados pela indigência e por conflitos violentos.

Quando acaba o amor no casal é preciso «não condenar» nem «fazer casuística», mas «caminhar» com ele, diz papa
O papa vincou esta sexta-feira, no Vaticano, que a Igreja tem o dever de acompanhar os membros de um casal que deixam de estar unidos pelo amor, em vez de os criticar ou de os analisar à luz de argumentos subtis. «[Quando] o amor fracassa, porque muitas vezes fracassa, devemos sentir a dor do fracasso, acompanhar as pessoas que tiveram este fracasso no próprio amor. Não condenar. Caminhar com eles. E não fazer casuística com a sua situação», vincou Francisco, segundo a Rádio Vaticano. «Sempre o pequeno caso. E esta é a armadilha: por trás da casuística, por trás do pensamento casuístico, há sempre uma armadinha. Sempre. Contra as pessoas, contra nós, contra Deus, sempre», vincou. O Evangelho proclamado nas missas desta sexta-feira permite observar «quão belo é o amor, quão belo é o matrimónio, quão bela é a família», ao mesmo tempo que realça a «proximidade» que a Igreja deve ter «pelos irmãos e irmãs que na vida tiveram a desgraça de um fracasso no amor».

Bíblia não é comunista, embora possa parecer, diz papa, que alerta: Cristãos incoerentes afastam ateus da fé
Francisco citou a passagem bíblica proclamada nas missas desta quinta-feira, que diz: «Privastes do salário os trabalhadores que ceifaram as vossas terras. O seu salário clama; e os brados dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor do Universo». «Se alguém ouve isto, pode pensar: “Mas isto foi dito por um comunista”. Não, não, disse-o o apóstolo Tiago. É palavra do Senhor. É a incoerência. E quando não há a coerência cristã e se vive com esta incoerência, faz-se o escândalo. E os cristãos que não são coerentes fazem escândalo», afirmou o papa. «Muitas vezes ouvimos dizer: “Mas padre, eu creio em Deus, mas não na Igreja, porque vós, os cristãos, dizeis uma coisa e fazeis outra”», ou «Eu creio em Deus, mas em vós não», disse o papa, que apontou a origem destas posições: «É por causa da incoerência». A seguir, Francisco propôs um caso de vida: «Se tu estás diante de um ateu – imaginemos – e ele te diz que não acredita em Deus, tu podes ler-lhe toda uma biblioteca, onde se diz que Deus existe, e até provar que Deus existe, e ele não ficará com fé».

«Renúncia e sacrifício» fazem parte da missão do bispo: Papa aponta critérios para nomeações episcopais
«A coragem de morrer, a generosidade de oferecer a própria vida e de consumir-se pelo rebanho estão inscritos no ADN do episcopado», vincou esta quinta-feira o papa Francisco no Vaticano, em discurso à Congregação para os Bispos. O papa apontou oito critérios que devem presidir à nomeação dos bispos, tendo sublinhado que «a renúncia e o sacrifício são conaturais à missão episcopal». «Dado que a fé vem do anúncio, precisamos de bispos kerigmáticos[anunciadores das verdades fundamentais da fé]. (…) Homens guardiães da doutrina não para medir quanto o mundo vive distante da verdade que ela contém, mas para fascinar o mundo, para o encantar com a beleza do amor, para o seduzir com a oferta da liberdade dada pelo Evangelho.» «A Igreja não precisa de apologistas das próprias causas nem de cruzados das próprias batalhas, mas de semeadores humildes e confiantes da verdade (…).»

Unção dos Doentes não é presságio de morte, mas Cristo que dá a mão a quem sofre, sublinha papa Francisco
«No momento da dor e da doença não estamos sós», vincou esta quarta-feira o papa Francisco durante a audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano, dedicada ao sacramento da Unção dos Enfermos, que que não é a antecâmara do funeral. Perante 50 mil pessoas reunidas na Praça de S. Pedro, o papa sublinhou que a Unção dos Doentes permite a quem a recebe «tocar com a mão a compaixão de Deus pelo homem», refere a Rádio Vaticano. «Há um pouco a ideia de que quando alguém está doente e vem o sacerdote, depois dele chegam as cerimónias fúnebres; e isso não é verdade. O sacerdote vem para ajudar o doente ou o idoso. Por isso é muito importante a visita dos sacerdotes aos doentes», frisou. Com a Unção dos Doentes, «é Jesus que chega para o erguer, para lhe dar força, para lhe dar esperança, para o ajudar. E também para lhe perdoar os pecados. E isto é belíssimo».

Papa Francisco escreve carta às famílias a pedir orações pelo próximo Sínodo dos Bispos
Verdadeiramente Jesus faz com que as gerações se encontrem e unam! Ele é a fonte inesgotável daquele amor que vence todo o isolamento, toda a solidão, toda a tristeza. No vosso caminho familiar, partilhais tantos momentos belos: as refeições, o descanso, o trabalho em casa, a diversão, a oração, as viagens e as peregrinações, as ações de solidariedade... Todavia, se falta o amor, falta a alegria; e Jesus é quem nos dá o amor autêntico: oferece-nos a sua Palavra, que ilumina a nossa estrada; dá-nos o Pão de vida, que sustenta a labuta diária do nosso caminho. Queridas famílias, a vossa oração pelo Sínodo dos Bispos será um tesouro precioso que enriquecerá a Igreja. Eu vo-la agradeço e peço que rezeis também por mim, para que possa servir o Povo de Deus na verdade e na caridade. A proteção da Bem-Aventurada Virgem Maria e de São José acompanhe sempre a todos vós e vos ajude a caminhar unidos no amor e no serviço recíproco. De coração invoco sobre cada família a bênção do Senhor.

Papa: Pensemos nas crianças famintas nos campos de refugiados, enquanto os fabricantes de armas têm vida regalada
«A criança doente, faminta, num campo de refugiados, e as grandes festas, a boa vida que têm aqueles que fabricam as armas»: o papa Francisco lançou hoje no Vaticano um grito contra a banalização da guerra. «Todos os dias, nos jornais, encontramos a guerra», afirmou na homilia da missa a que presidiu, citado pela Rádio Vaticano, sublinhando que «os mortos parecem fazer parte de uma contabilidade quotidiana». «O que acontece no nosso coração?», questionou o papa, recordando que o «espírito da guerra», que «afasta de Deus», não está presente apenas em territórios longínquos, mas começa dentro de casa. O que um cristão «deve fazer hoje, 25 de fevereiro», diante de «tantas guerras, em todo o lado», é «chorar, fazer luto, humilhar-se», apontou o papa, acrescentando: «O Senhor nos faça compreender isto e nos livre de nos habituarmos às notícias de guerra».

Papa Francisco apela aos cardeais para fugirem das «intrigas» e pede-lhes para amarem quem é hostil à Igreja
O papa afirmou este domingo, no Vaticano, que cada cardeal «entra na Igreja de Roma, não entra numa corte», pelo que deve evitar «hábitos e comportamentos de corte», nomeadamente «intrigas», «falatório» ou «favoritismos». «A nossa linguagem seja a do Evangelho: "sim, sim, não não"», frisou na missa a que presidiu na basílica de S. Pedro com 18 dos 19 novos cardeais e a maior parte dos membros do Colégio Cardinalício, refere a Rádio Vaticano. Francisco vincou a necessidade de um comportamento exemplar por parte dos cardeais e do próprio papa: «O Senhor Jesus e a mãe Igreja pedem-nos para testemunhar com maior zelo e ardor estas atitudes de santidade». «Por isso - prosseguiu, amemos aqueles que nos são hostis; bendigamos quem diz mal de nós; saudemos com um sorriso quem talvez não o mereça; não aspiremos a fazermo-nos valer, mas contraponhamos a mansidão à prepotência; esqueçamos as humilhações sofridas.»

Francisco e Bento XVI: Dois papas num consistório para a História
O consistório para a criação de 19 cardeais (cf. Artigos relacionados) que decorreu este sábado no Vaticano fica para a História como o que juntou dois homens de branco: o papa Francisco e o seu antecessor, o papa emérito Bento XVI. A poucos dias de completar um ano da resignação ao pontificado (28 de fevereiro de 2013), Bento XVI foi convidado pelo papa Francisco a estar presente no seu primeiro consistório, designação conferida à reunião dos cardeais com o papa. Bento XVI sentou-se na primeira fila, tendo sido saudado por Francisco quando este entrou na basílica de São Pedro. Diante do seu sucessor, Ratzinger levantou-se e tirou o solidéu. «A Igreja precisa da vossa coragem, para anunciar o Evangelho em toda a ocasião oportuna e inoportuna, e para dar testemunho da verdade. A Igreja precisa da vossa oração», acentuou Francisco na homilia da missa, dirigindo-se aos cardeais.
Imagens

Papa Francisco sublinha que fé tem de produzir obras e elogia teologia feita de joelhos
O papa Francisco vincou hoje no Vaticano que «a fé sem fruto na vida, uma fé que não dá fruto nas obras, não é fé» e criticou os cristãos para quem a crença em Deus pouco mais é do de um conjunto de teorias. Aqueles que «caem na casuística» ou na «ideologia» são cristãos «que conhecem a doutrina mas sem fé, como os demónios», sublinhou o papa na homilia da missa a que presidiu, refere a Rádio Vaticano. «Ter fé não é ter um conhecimento», realçou Francisco, que apontou o exemplo dos crentes que «não conhecem a doutrina mas têm muita fé» e vincou que esta «conduz sempre ao testemunho». A intervenção do papa baseou-se na primeira leitura bíblica proclamada nas missas desta sexta-feira, em que S. Tiago pergunta «de que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras?», antes de acentuar que «a fé sem obras está completamente morta».

Valor do ser humano não pode ser medido pela saúde, ainda que frágil, nem pela idade, mesmo que avançada
Quanto vale o homem» e em que critérios se baseia o seu «valor» é a questão que está «na base das discriminações e das exclusões», sublinha o papa em mensagem dirigida ao presidente da Pontifícia Academia para a Vida. «A saúde é certamente um valor importante, mas não determina o valor da pessoa. A saúde, por outro lado, não é por si garantia de felicidade: esta, com efeito, pode verificar-se também na presença de uma saúde precária», assinala Francisco no documento enviado por ocasião da assembleia geral da instituição do Vaticano. «A mais grave privação que as pessoas idosas sofrem não é a debilitação do organismo», mas «o abandono, a exclusão, a privação de amor», frisa Francisco. Neste sentido, «uma sociedade é verdadeiramente acolhedora no que diz respeito à vida quando reconhece que ela é preciosa mesmo na velhice, na deficiência, na doença grave e até quando se está a extinguir».

A família é «desprezada» e «maltratada» mas continua a ser «a célula fundamental da sociedade», afirma papa Francisco
O papa Francisco iniciou hoje no Vaticano uma reunião com a maior parte dos cardeais da Igreja sobre o tema da família, antecedendo o consistório do próximo sábado em que vai criar 19 cardeais. O debate procurará «aprofundar a teologia da família e a pastoral» que deve ser concretizada nas «condições atuais»: «Façamo-lo com profundidade e sem cair na casuística, porque faria inevitavelmente baixar o nível do nosso trabalho», pediu Francisco, determinando a orientação que os trabalhos devem seguir. «A família é hoje desprezada, é maltratada, e o que nos é pedido é reconhecer quanto é belo, verdadeiro e bom formar uma família, ser família hoje; quanto ela é indispensável para a vida do mundo, para o futuro da humanidade», assinalou.

Papa Francisco: Conhece-se melhor Jesus seguindo-o todos os dias do que lendo o catecismo
O papa vincou hoje na missa a que presidiu, no Vaticano, que o principal conhecimento sobre quem é Jesus é obtido numa vida de seguimento, e não tanto através do que se escreveu sobre ele. A homilia de Francisco baseou-se no trecho do Evangelho proclamado nas eucaristias desta quinta-feira, em que Jesus pergunta aos apóstolos: «Quem dizeis que eu sou?», refere a Rádio Vaticano. «Parece que para responder àquela pergunta que todos nós ouvimos no coração – “Quem é Jesus para nós?” – não é suficiente o que nós aprendemos, estudámos no catecismo, que é importante estudá-lo e conhecê-lo, mas não é suficiente», frisou. Francisco apontou como exemplo o apóstolo Pedro, de quem é sucessor, sublinhando que é necessário olhar para o seu caminho enquanto discípulo sujeito a contradições e arrependimentos.
Imagens

Deus abraça-nos quando nos confessamos, diz papa Francisco
O papa Francisco afirmou hoje, na audiência geral das quartas-feiras realizada na Praça de S. Pedro, no Vaticano, que o sacramento da Reconciliação (confissão) é «um abraço» de Deus a quem o recebe. A Reconciliação, à semelhança da Unção dos Doentes, «é um sacramento de cura»: «Quando vou confessar-me, é para me curar: curar-me a alma, curar-me o coração por alguma coisa que fiz que não está bem», salientou Francisco, citado pela Rádio Vaticano. «Celebrar o sacramento da Reconciliação significa ser envolvido num abraço caloroso: é o abraço da infinita misericórdia do Pai», realçou. Francisco também acentuou a dimensão comunitária da Reconciliação, contrapondo os argumentos de quem defende que o perdão de Deus obtém-se numa relação direta, sem mediações. «Alguém pode dizer: “Eu confesso-me apenas a Deus”. Sim, podes dizer a Deus: “Perdoa-me”, e dizer os teus pecados. Mas os nossos pecados são também contra os irmãos, contra a Igreja, e por isto é necessário pedir perdão à Igreja e aos irmãos, na pessoa do sacerdote», apontou.

Contra as tentações só há um remédio, diz papa Francisco
O papa Francisco analisou hoje a forma como as tentações moldam o coração humano e sublinhou que a escuta e confiança obediente na «Palavra de Deus» constitui o único antídoto para que não tomem conta da vida. «É curioso – afirmou– a tentação tem três características: cresce, contagia e justifica-se. Cresce: começa com um ar tranquilo, e cresce. O próprio Jesus dizia isto, quando falou da parábola do grão e do joio: o grão cresce, mas também o joio». A tentação «cresce, cresce», e se «não se detém, ocupa tudo», sublinhou Francisco, antes de referir que ela «procura outro para ter companhia». «Só a Palavra de Deus, a Palavra de Jesus nos salva. Ouvir aquela Palavra que nos abre o horizonte. Ele está sempre disposto a ensinar-nos como sair das tentações. E Jesus é grande porque não só nos faz sair das tentações, mas dá-nos mais confiança», frisou. Enquanto que Cristo «abre» o coração do ser humano, as tentações «fecham, fecham, fecham», apontou Francisco, que ao terminar a homilia apelou aos participantes na missa para se recordarem do que Deus fez nas suas vidas.

É a «paciência» que faz avançar a vida cristã e a Igreja, diz papa Francisco
«A paciência não é resignação» mas faz «amadurecer» a vida, mesmo nos acontecimentos «que não queremos», afirmou hoje o papa Francisco na missa a que presidiu, no Vaticano. O papa, possivelmente recordado da visita que efectuou este domingo a uma paróquia de Roma, lembrou os fiéis «que sofrem, que têm problemas, que têm um filho deficiente ou têm uma doença, mas levam adiante a vida com paciência». Francisco elogiou a «gente que sofre, que sofre muito, muitas coisas, mas não perde o sorriso da fé, que tem a alegria da fé». «E esta gente, o nosso povo, nas nossas paróquias, nas nossas instituições – tanta gente – é aquela que leva adiante a Igreja, com a sua santidade, de todos os dias, de cada dia», apontou o papa.

Papa Francisco ofereceu "curso de preparação para o matrimónio" e deu conselhos «para sempre»
«Na oração do Pai-nosso, dizemos: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Os esposos podem aprender a rezar também assim: “Senhor, o amor nosso de cada dia nos dai hoje”.» O papa Francisco encontrou-se na manhã desta sexta-feira com mais de vinte mil noivos de vários países que se estão a preparar para o matrimónio, por ocasião da memória litúrgica de S. Valentim, padroeiro dos namorados. A iniciativa, que decorreu na Praça de S. Pedro, no Vaticano, começou com testemunhos, música e poesia. O papa chegou depois, tendo respondido às perguntas colocadas por três casais de noivos, antecipadamente escolhidas. O “para sempre” do casamento cristão, as três palavras que consolidam a «arte» de viver juntos e os critérios que determinam a celebração do sacramento e a festa que se lhe segue constituíram os temas abordados por Francisco, numa intervenção pautada pelo improviso e pelo humor, de que apresentamos alguns excertos.

O cristão é sempre cordeiro, nunca lobo, diz papa Francisco, que pede «alegria» na vida e no testemunho
O cristão é uma pessoa que está sempre a caminhar, é alegre e nunca deve recorrer à violência ou astúcia maligna para fazer valer a sua perspetiva, frisou hoje o papa Francisco na missa a que presidiu, no Vaticano. «Por vezes, a tentação faz-nos pensar: “Mas isto é difícil, estes lobos são espertos e eu serei ainda mais espero do que eles”. Cordeiro. Parvo não, mas cordeiro. Com a astúcia cristã, mas cordeiro sempre. Porque se tu és cordeiro, Ele defende-te. Mas se tu te sentes forte como o lobo, Ele não te defende, deixa-te só e os lobos comer-te-ão cru. Como cordeiro», apontou. Os católicos, prosseguiu, não podem ser pessoas que permaneçam paradas, e se tal acontece é porque têm «alguma doença» na sua identidade: «O cristão é discípulo para caminhar, para andar». «Não fazem um favor ao Senhor nem à Igreja aqueles cristãos que têm um tempo de adagio-lamentoso, que vivem sempre assim, lamentando-se de tudo, tristes. Este não é o estilo do discípulo», declarou ainda.

Papa sublinha que «contexto histórico e cultural» faz da educação «um dos desafios mais importantes da Igreja»
O papa Francisco afirmou hoje que a educação constitui «um dos desafios mais importantes da Igreja», no quadro de «um contexto histórico e cultural em constante transformação». Na audiência com os participantes na assembleia plenária da Congregação para a Educação Católica, o papa frisou a importância do «diálogo», especialmente tendo em conta que as escolas da Igreja são frequentadas também por estudantes não cristãos e também não crentes. Para Francisco, é fundamental que «as instituições académicas católicas não se isolem do mundo, mas saibam entrar com coragem no areópago das culturas atuais e porem-se em diálogo, conscientes do dom que têm a oferecer a todos». A par da técnica, os professores devem apurar a sua espiritualidade, porque os alunos «precisam de qualidade de ensino e de valores, não só enunciados, mas testemunhados», já que «a coerência é um fator indispensável na educação dos jovens».

Há não crentes que se aproximam de Deus por serem humildes, e há crentes que se afastam por causa das paixões, diz papa
Um crente pode perder a fé por causa das suas paixões, enquanto que uma pessoa não crente pode começar a acreditar em Deus através da sua humildade, sublinhou o papa Francisco na missa a que presidiu hoje no Vaticano. Diariamente há pessoas na Igreja que fazem esse caminho «silenciosamente» para encontrar Deus, «mas também há o caminho contrário». Segundo Francisco, «ter fé não significa ser-se capaz de recitar o Credo», ao passo que saber dizer o núcleo do cristianismo não é necessariamente sinal do seguimento de Cristo: «Tu podes recitar o Credo e ter perdido a fé».

Papa Francisco: Diz-me como te dás aos excluídos, dir-te-ei como celebras a missa
O papa Francisco realçou hoje que há «sinais muito concretos» que permitem discernir se a missa é bem vivida e tem reflexos fora da igreja, nomeadamente no cuidado com as pessoas mais excluídas, ou se não passa de uma «tradição consolidada». «O primeiro indício é o nosso modo de olhar e considerar os outros», frisou na audiência geral semanal, realizada na Praça de S. Pedro. Depois de recordar os estragos causados pela chuva intensa que caiu nos últimos dias em Roma e o desemprego, causado pela «crise social», o papa questionou: «Pergunto-me, todos nós nos perguntamos: eu que vou à missa, como vivo isto? Preocupo-me em ajudar, aproximar-me, rezar por eles, que têm este problema? Ou sou algo indiferente?». «Ou talvez me preocupe em cochichar: “Viste como estava vestida aquela, ou como está vestido aquele?”. Às vezes faz-se isto depois da missa, ou não? Sim, faz-se. E não se deve fazer. Devemos preocupar-nos pelos nossos irmãos e irmãs que têm uma necessidade, uma doença, um problema», apontou.

Bento XVI e Francisco: Respeito e afeto
«Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde» (Primeira saudação do papa Francisco. Vaticano, 13.3.2013). «Nós tivemos um exemplo maravilhoso do modo como se realiza esta relação com Deus na própria consciência, um recente exemplo maravilhoso. O Papa Bento XVI deu-nos este grande exemplo quando o Senhor lhe fez compreender, na oração, qual era o passo que devia dar. E seguiu, com um profundo sentido de discernimento e coragem, a sua consciência, ou seja, a vontade de Deus que falava ao seu coração» (Papa Francisco, Vaticano, 30.6.2013). Um ano após o anúncio da renúncia de Bento XVI ao pontificado, que abriu caminho para a eleição de Francisco, recordamos imagens e vídeos que realçam o respeito e o afeto que une os dois papas.
Vídeo Imagens

Ir à missa não é fazer turismo nem é tempo para estar a olhar para o relógio, diz papa Francisco
O papa Francisco sublinhou hoje, no Vaticano, que a celebração da Eucaristia a que preside, na Casa de Santa Marta, não pode ser mais uma atividade no roteiro turístico de quem visita Roma, nem um período passado à espera que acabe. «A liturgia é tempo de Deus e espaço de Deus, e nós devemos colocar-nos nele, no tempo de Deus, no espaço de Deus, e não olhar para o relógio», vincou Francisco, que criticou quem conta os minutos durante a missa: «Não é a atitude própria que nos pede a liturgia». «A celebração litúrgica não é um ato social, um bom ato social; não é uma reunião de crentes para rezar juntos. É outra coisa. Na liturgia, Deus está presente» de maneira «real», realçou Francisco, acrescentando que eucaristia «não se se ouve mas participa-se», porque ela é «uma comemoração real, isto é, uma teofania».

Papa Francisco olha para a Ásia e acolhe convite para visitar Sri Lanka
«Acolho o convite para visitar o Sri Lanka», disse este sábado o papa Francisco num encontro que decorreu no Vaticano com a comunidade da ilha do Índico, antiga Ceilão, residente em Itália. No encontro que decorreu na basílica de S. Pedro, Francisco referiu-se às belezas naturais da ilha, a que uma missão portuguesa chegou em 1505, a par do conflito armado que até 2009 opôs os separatistas dos Tigres Tamil e o regime de Kotte, guerra que causou 80 mil mortos e centenas de milhares de deslocados. «Diz-se que a pérola é formada pelas lágrimas da ostra; infelizmente, muitas lágrimas foram derramadas nos últimos anos por causa do conflito interno que provocou tantas vítimas e causou tantos estragos», disse Francisco. Ainda sem datas marcadas, é possível que o papa visite também a Coreia do Sul, possivelmente este ano, e as Filipinas.

Como podemos viver a bem-aventurança da pobreza em espírito na sociedade atual?
A primeira mensagem que o papa Francisco escreveu para o Dia Mundial da Juventude, marcada para o Domingo de Ramos, 13 de abril (uma semana antes da Páscoa), incide na primeira bem-aventurança: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu». «Num tempo em que muitas pessoas penam por causa da crise económica, pode parecer inoportuno acostar pobreza e felicidade. Em que sentido podemos conceber a pobreza como uma bênção?», questiona o papa, que aponta caminhos para que a «pobreza em espírito se transforme em estilo de vida». Depois de explicar o que significa «pobres em espírito», Francisco sublinha que há três opções de vida que concretizam hoje a primeira bem-aventurança: «ser livres em relação às coisas», «conversão em relação aos pobres» e aprender o que os pobres têm para ensinar». Apresentamos alguns excertos da mensagem.

Papa Francisco: «Pedir a graça de morrer em casa, na Igreja», na certeza de que «do outro lado nos esperam»
«Morrer em casa, na Igreja» é um «presente de Deus» e uma graça que «não se compra», mas que deve ser pedida, na esperança de que a vida continua, sublinhou hoje o papa na missa a que presidiu no Vaticano. Na homilia, Francisco realçou também a necessidade de invocar «outra graça»: «[A] consciência [de que] do outro lado nos esperam; do outro lado também continua a casa, continua a família». «Que herança deixo eu àqueles que vêm atrás de mim? Uma herança de vida? Fiz tanto bem que as pessoas me querem como pai ou como mãe? Plantei uma árvore? Dei a vida, sabedoria? Escrevi um livro?», questionou. O legado dos católicos é o seu «testemunho» como cristãos, vincou Francisco: «Alguns de nós deixam uma grande herança: pensemos nos santos, que viveram o Evangelho com tanta força que nos deixam uma estrada de vida e um modo de viver como herança».

«É muito importante ir à missa ao domingo», sublinha papa Francisco, que explicou significado da Eucaristia
A Eucaristia «é um dom muito grande e por isso é muito importante ir à missa ao domingo», afirmou hoje o papa Francisco no Vaticano, durante a audiência geral semanal, em que prosseguiu a catequese sobre os sacramentos. «O que vemos quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia, a missa, já nos faz intuir o que estamos para viver. Ao centro do espaço destinado à celebração encontra-se o altar, que é uma mesa, coberta por uma toalha, e isto faz pensar num banquete», referiu o papa, citado pela Rádio Vaticano. A explicação da geografia eucarística e do seu significado prosseguiu com a cruz, colocada «sobre a mesa», indicando que sobre o altar é oferecido o «sacrifício de Cristo», o «alimento espiritual» que se recebe «sob os sinais do pão e do vinho».

Quando se é pobre, então é que se é rico: Papa Francisco apela à justiça, igualdade, sobriedade e partilha na mensagem para a Quaresma
Se julgamos não ter necessidade de Deus, que em Cristo nos dá a mão, porque nos consideramos autossuficientes, vamos a caminho da falência. O único que verdadeiramente salva e liberta é Deus. O Evangelho é o verdadeiro antídoto contra a miséria espiritual: o cristão é chamado a levar a todo o ambiente o anúncio libertador de que existe o perdão do mal cometido, de que Deus é maior que o nosso pecado e nos ama gratuitamente e sempre, e de que estamos feitos para a comunhão e a vida eterna. O Senhor convida-nos a sermos jubilosos anunciadores desta mensagem de misericórdia e esperança. É bom experimentar a alegria de difundir esta boa nova, partilhar o tesouro que nos foi confiado para consolar os corações dilacerados e dar esperança a tantos irmãos e irmãs imersos na escuridão. Trata-se de seguir e imitar Jesus, que foi ao encontro dos pobres e dos pecadores como o pastor à procura da ovelha perdida, e fê-lo cheio de amor. Unidos a Ele, podemos corajosamente abrir novas vias de evangelização e promoção humana.

«Fez-se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza»: Apresentação da primeira mensagem do papa Francisco para a Quaresma
O Vaticano divulgou hoje a primeira mensagem do papa Francisco para a Quaresma, intitulada «Fez-se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza», excerto inspirado na segunda carta de S. Paulo aos Coríntios (8,9). O «conceito da pobreza é muito caro ao papa Francisco, que desde o início do seu pontificado quis colorar ênfase particular sobre esta dimensão da vida do cristão», afirmou esta terça-feira o cardeal Robert Sarah, presidente do Pontifício Conselho Cor Unum. «A história da Igreja está cheia de exemplos de pessoas que, por amor de Cristo pobre, escolheram a pobreza para combater a miséria», testemunho que nada tem a ver com «uma ideologia» e que continua hoje através de «pessoas concretas», destacou o prelado em conferência de imprensa. O texto do papa enumera «três tipos de miséria» - material, moral e espiritual -, sendo a primeira aquela que afeta as pessoas que «vivem numa condição indigna da pessoa humana».

Deus também chora pelos filhos, diz papa Francisco
As lágrimas derramadas pela morte de uma pessoa próxima, narradas em dois dos três excertos bíblicos proclamados nas missas de hoje, levaram o papa Francisco a afirmar que Deus também chora. Na primeira leitura, o rei David chora a morte do filho Absalão, quando combatia num exército oposto ao do monarca: «Este é o coração de um pai, que nunca renega o seu filho», ainda que ele seja inimigo, sublinhou o papa na homilia da missa a que presidiu, no Vaticano. A alguém que diga «mas padre, Deus não chora», a resposta é esta: «Mas como não? Recordemos Jesus, quando chorou ao olhar para Jerusalém», salientou Francisco, acrescentando: «Deus chora. Deus chora por nós. E aquele choro de Jesus é precisamente a figura do choro do Pai, que quer todos consigo». Faz-nos lembrar na primeira coisa que dizemos a Deus no Credo: “Creio em Deus Pai…”. Faz-nos lembrar na paternidade de Deus. Deus é assim. Deus é assim connosco», frisou.

Papa Francisco pede «atenção especial ao contexto cultural» de quem recebe anúncio cristão
O papa sublinhou este sábado no Vaticano a necessidade de os evangelizadores conhecerem e terem em conta a cultura das pessoas a quem anunciam a mensagem cristã, sendo esta uma das três prioridades da ação missionária. «Mesmo nos lugares mais distantes, mesmo nas culturas mais diversas, Deus espalha em todo o lado as sementes do seu Verbo. Daqui brota a necessidade de uma atenção especial ao contexto cultural», frisou Francisco na celebração em que enviou várias famílias para diferentes locais do mundo com, o objetivo de colaborarem na evangelização. «Muitos farão o esforço de aprender a língua, às vezes difícil, e este esforço é significativo. Mais importante será o vosso empenho em aprender a cultura que encontrardes, sabendo reconhecer a necessidade do Evangelho que está presente em todo o lado, mas também a ação que o Espírito Santo completou na vida e na história de cada povo», salientou, lembrando que Deus «chega sempre primeiro» que a Igreja.

Papa pede «diálogo» e «paciência» à Congregação para a Doutrina da Fé, que não deve basear-se em «teorias abstratas»
O papa recebeu hoje no Vaticano os participantes na assembleia plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, a quem pediu que tivessem sempre presente «as exigências do diálogo construtivo, respeitoso e paciente com os autores». «Se a verdade exige a fidelidade, esta cresce sempre na caridade e na ajuda fraterna para quem é chamado a maturar ou aclarar as próprias convicções», afirmou Francisco, citado pela Rádio Vaticano. Proteger «a integridade da fé é uma tarefa muito delicada», que o dicastério deve desempenhar «sempre em colaboração com os pastores locais e com as comissões doutrinais das conferências episcopais». A intervenção também alertou para o perigo de se procurar "converter" Deus ao pensamento dominante: «É grande, com efeito, a tentação de nos apropriarmos dos dons da salvação que vem de Deus para os domesticar – talvez até com boa intenção – à mentalidade e ao espírito do mundo. E esta é uma tentação que se repete continuamente».

Papa Francisco critica «perda do sentido do pecado» e «mediocridade cristã»
«Todos somos pecadores e todos somos tentados, e a tentação é o pão nosso de cada dia. Se algum de nós dissesse “nunca tive tentações”, ou é um anjo ou é um pouco tolo, não?», disse o papa. «Quando o Reino de Deus diminui, um dos sinais é que se perde o sentido do pecado», vincou Francisco, que se referiu à oração do Pai-nosso, na parte em que se pede «venha a nós o teu reino”», o que significa «cresça o teu reino». «O poder do homem no lugar da glória de Deus. Este é o pão de cada dia. Por isso, a oração de todos os dias a Deus “Venha o teu reino, cresça o teu reino”, para que a salvação não venha da nossa esperteza, da nossa astúcia, da nossa inteligência», afirmou. «[Há] muitos (...) que sofrem a nossa mediocridade cristã quando perdemos o sentido do pecado, quando deixamos que o Reino de Deus caia. Estes são os mártires dos nossos pecados não reconhecidos.»

Universidades católicas devem mostrar «harmonia entre fé e razão» e resistir à diluição da sua identidade, diz papa
As universidades católicas, «pela sua própria natureza, estão empenhadas em mostrar a harmonia entre fé e razão, e a evidenciar a relevância da mensagem cristã para uma vida humana vivida em plenitude e autenticidade», frisou hoje o papa. No encontro que teve no Vaticano com uma delegação da universidade norte-americana de Notre Dame, Francisco vincou que é «essencial um testemunho corajoso das universidades católicas no que diz respeito ao ensinamento moral da Igreja e à defesa da liberdade de manter esses ensinamentos». «Isto é importante: a identidade própria, como foi desejada desde o início. Defendê-la, conservá-la, fazê-la avançar», afirmou.

Papa Francisco diz que «amar Cristo sem a Igreja» é uma «dicotomia absurda»
O papa Francisco afirmou hoje, no Vaticano, que é uma «fantasia» pensar que se pode manter uma relação próxima com Cristo ao mesmo tempo que se ignora ou menospreza a pertença à Igreja. «Não se compreende um cristão sem Igreja. E por isso o grande [papa] Paulo VI dizia que é uma dicotomia absurda amar Cristo sem a Igreja, escutar Cristo sem a Igreja, estar com Cristo à margem da Igreja. Não se pode», vincou na homilia da missa a que presidiu, segundo a Rádio Vaticano. O primeiro dos três pilares da pertença à Igreja é a «humildade»: «Uma pessoa que não é humilde, não pode sentir com a Igreja, sentirá aquilo que lhe agrada», apontou o papa. O segundo alicerce da pertença eclesial é a «fidelidade» à Igreja, «ao seu ensinamento», ao «Credo» e à «doutrina», que deve ser protegida: «Humildade e fidelidade». Por fim, o papa vincou a importância de «rezar pela Igreja».

Papa Francisco apela aos pais para fazerem «todos os possíveis» para que os filhos recebam o Crisma
O papa Francisco convidou hoje os católicos a darem mais atenção ao sacramento do Crisma e a pedirem-no para os seus filhos, quando chega a idade de o receberem, para que não fiquem apenas pelo Batismo. «Todos nós nos preocupamos para que [as crianças] sejam baptizadas; e isso é bom. Mas talvez não tenhamos tanta preocupação que recebam o Crisma: ficam a meio caminho», afirmou Francisco na audiência geral que decorreu esta manhã no Vaticano. Tirando os olhos do discurso que preparou, o papa lançou um apelo: «Se em vossa casa tiverdes crianças, jovens, que ainda não o receberam e estão em idade de o receber, fazei todos os possíveis para que se complete esta iniciação cristã e que recebam a força do Espírito Santo».

Relação entre fé e verdade deve ser procurada não só com a mente, mas também com o coração, aponta papa Francisco
O «amor» é um critério essencial para apurar a relação entre fé e verdade, considera o papa, que esta terça-feira revelou os vencedores da edição de 2013 dos prémios das academias pontifícias, a que concorreram trabalhos centrados na obra de S. Tomás de Aquino. A relação entre fé e verdade deve ser procurada «não só com os olhos da mente, mas também com os do coração, isto é, na perspetiva do amor», sublinha Francisco. «A fé conhece na medida em que está ligada ao amor, já que o próprio amor traz uma luz. A compreensão da fé é aquela que nasce quando recebemos o grande amor de Deus, que nos transforma interiormente e nos dá olhos novos para ver a realidade», assinala. A «"oculata fides", uma fé que vê», que o doutor da Igreja assinala, implica «consequências importantes seja para o agir dos crentes, seja para o método de trabalho dos teólogos», frisa Francisco.

Mais depressa nos entusiasmamos com um golo no futebol do que no louvor a Deus, diz papa, que convida à alegria na oração
O papa Francisco vincou hoje, no Vaticano, a importância da oração de louvor a Deus, que muitas vezes causa menos estímulo do que a alegria provocada pelos golos marcados num desafio de futebol. «A oração de louvor é uma oração cristã para todos nós. Na missa, todos os dias, quando cantamos o “Santo”. Louvamos Deus pela sua grandeza, porque é grande. E dizemos-lhe coisas belas, porque a nós nos agrada que seja assim, afirmou, citado pela Rádio Vaticano. «“Mas, padre, eu não sou capaz…” Mas és capaz de gritar quando a tua equipa marca um golo, e não és capaz de cantar o louvor ao Senhor? De sair um pouco da tua compostura para o cantar? Louvar Deus é totalmente gratuito. Não pedimos, não agradecemos: louvamos», afirmou na homilia da missa a que presidiu.

Que as lágrimas do Holocausto se convertam em compromisso para que o horror não se repita: Papa evoca Dia da Memória
O papa Francisco enviou uma carta ao rabino Abraham Skorka, seu amigo desde o tempo em que habitava em Buenos Aires, onde expressa o desejo de que as lágrimas causadas pelo Holocausto se convertam em compromisso para que acontecimentos semelhantes não se repitam. A missiva vai ser lida na tarde desta segunda-feira, em Itália, durante o concerto “Os violinos da esperança”, organizado para recordar as vítimas da “Shoah”, revela a Rádio Vaticano. O público, escreve Francisco, vai ouvir música de Vivaldi, Beethoven e outros grandes compositores, «mas o coração de cada um dos presentes sentirá que por trás do som da música vive o som silencioso das lágrimas históricas, lágrimas daqueles que deixam traços na alma e no corpo dos povos».

Papa Francisco elogia padres e bispos que dão a vida no anonimato e são esquecidos pelos média
O papa Francisco salientou esta segunda-feira a ação silenciosa que padres e bispos realizam todos os dias no anonimato e no silêncio, e lamentou que os média deem mais realce aos maus exemplos do que ao trabalho positivo realizado pela maioria do clero.  «Na história conhecemos uma mínima parte, mas quantos bispos santos, quantos sacerdotes, quantos padres santos que deixaram a sua vida ao serviço das dioceses, da paróquia; quanta gente recebeu a força da fé, a força do amor, a esperança, destes párocos anónimos, que não conhecemos. São tantos», afirmou o papa no Vaticano. «“Mas, padre, li num jornal que um bispo fez tal coisa ou que um padre fez aquilo!”. “Sim, eu também li; mas, diz-me, nos jornais vêm as notícias daquilo que fizeram tantos sacerdotes, tantos padres em tantas paróquias de cidade e do campo, tanta caridade que fizeram, tanto trabalho que fazem para levar por diante o seu povo?”. Ah, não! Isso não é notícia», apontou o papa.

Papa Francisco pede à Igreja para não ter medo de se misturar com os «gentios»
O papa Francisco afirmou hoje, no Vaticano, que os católicos não devem ceder à tentação de se isolar do mundo, como se estivessem refugiados numa fortaleza, e lembrou que Cristo escolheu pessoas e lugares da periferia para começar a sua missão. A Igreja encontra-se hoje numa situação análoga: «Também nós estamos imersos a cada dia numa “Galileia dos gentios”, e neste contexto podemos ter medo e ceder à tentação de construir recintos para estar mais seguros, mais protegidos». «Mas Jesus ensina-nos que a Boa Nova, que Ele traz, não é reservada a uma parte da humanidade, é para comunicar a todos. É um anúncio feliz destinado a quantos o esperam, mas também a quantos talvez não esperam mais nada e não têm sequer a força de procurar e de pedir», assinalou. Ao partir de uma região remota, Jesus «ensina que ninguém é excluído da salvação de Deus», que «prefere partir da periferia, dos últimos, para chegar a todos», o que impõe à Igreja «sair da própria comunidade e ter a coragem de chegar a todas as periferias».

Papa Francisco lança apelo ecuménico: «Se não rezamos uns pelos outros, a unidade não virá»
O papa Francisco concluiu hoje em Roma a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, tendo afirmado a membros de Igrejas cristãs e comunidades eclesiais que a reconciliação não acontecerá como «um milagre no fim», mas após um «caminho» conjunto. «Se não rezamos uns pelos outros, a unidade não virá», vincou o papa na oração litúrgica de Vésperas, que celebrou na Basílica de S. Paulo Fora de Muros, no dia em que se assinala a conversão do denominado apóstolo dos gentios, refere o site "Vatican Insider". As divisões na Igreja não são um fenómeno «inevitável», acentuou Francisco, para quem «a perfeita união entre os irmãos» não «poderá ser fruto de estratégia humana» mas apenas tendo como referência «o pensamento e os sentimentos de Cristo».

Papel da mulher no trabalho é «importante», mas na família é «imprescindível», diz papa Francisco
O papa Francisco frisou hoje que as mulheres têm uma missão indispensável na família, que se sobrepõe em importância às funções que desempenham na atividade profissional e dentro da Igreja. «Se no mundo do trabalho e na esfera pública é importante o contributo mais incisivo do caráter feminino, tal contributo permanece imprescindível no âmbito da família», vincou Francisco no Vaticano, ao receber as participantes no congresso nacional promovido  pelo Centro Italiano Feminino, refere a Sala de Imprensa da Santa Sé. «Os dons de delicadeza, especial sensibilidade e ternura, de que o espírito feminino é rico, representam não só uma força genuína para a vida das famílias, para a irradiação de um clima de serenidade e de harmonia, mas uma realidade sem a qual a vocação humana seria irrealizável», assinalou.

Cristãos são chamados a construir pontes em vez de muros, mesmo que seja preciso «engolir muitos sapos», diz papa Francisco
O papa Francisco voltou a sublinhar hoje, no Vaticano, a necessidade do diálogo e da humildade, ainda que essas sejam atitudes penosas, e afirmou que as discordâncias devem ser resolvidas logo que os ânimos serenem. «Humilhar-se e fazer sempre a ponte, sempre. Sempre. Isto é ser cristão. Não é fácil. Não é fácil. Jesus fê-lo: humilhou-se até ao fim, fez-nos ver a estrada», apontou o papa na missa a que presidiu, revela a Rádio Vaticano. Segundo Francisco, quando surge um problema, «o mais rápido possível, no momento em que se possa fazê-lo, depois que é passada a tormenta, aproximar-se ao diálogo, porque o tempo faz crescer o muro, como faz crescer a erva daninha que impede o crescimento da semente». «Quando os muros crescem é muito difícil a reconciliação, é muito difícil», acentuou o papa, para quem o diálogo exige «a mansidão, sem gritar», pensando no que o interlocutor pode oferecer.

Papa Francisco aponta caminhos para a comunicação da Igreja: Silêncio, diálogo, proximidade
A proximidade física mais do que digital, o silêncio, a reflexão crítica e, uma vez mais, a convicção de que a escuta da diferença e o diálogo devem ser linhas orientadoras para a Igreja católica são algumas das prioridades enunciadas pelo papa Francisco na sua primeira mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. «Os muros que nos dividem só podem ser superados, se estivermos prontos a ouvir e a aprender uns dos outros. Precisamos de harmonizar as diferenças por meio de formas de diálogo, que nos permitam crescer na compreensão e no respeito. A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber de outros», indica. Francisco acentua que «o testemunho cristão não se faz com o bombardeio de mensagens religiosas, mas com a vontade de se doar aos outros através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana». À Igreja «não basta circular pelas “estradas” digitais, isto é, simplesmente estar conetados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro.

Ciúme e inveja são venenos que matam a alegria e a Igreja, afirma papa Francisco
O papa Francisco vincou esta quinta-feira, na missa a que presidiu no Vaticano, que o ciúme, a inveja e as murmurações destroem as relações entre os cristãos e prejudicam a Igreja. «Uma comunidade cristã, quando sofre – alguns dos seus membros – de inveja, de ciúme, acaba por se dividir: um contra o outro. Este é um veneno forte», afirmou Francisco, citado pela Rádio Vaticano. No coração de uma pessoa atingida pelo ciúme e pela inveja ocorrem «duas coisas claríssimas», a começar pelo azedume: «A pessoa invejosa, a pessoa ciumenta, é uma pessoa amarga: não sabe cantar, não sabe louvar, não sabe o que é a alegria, olha sempre para “o que aquele tem e eu não tenho”». O segundo comportamento daninho é dizer mal dos outros: Porque este não tolera que aquele tenha algo, a solução é rebaixar o outro, para que eu seja um pouco mais alto. E o instrumento são as murmurações».

Divisão entre cristãos é um «escândalo», frisa papa Francisco, que pede para que diferença entre Igrejas seja entendida como riqueza
O papa Francisco lamentou esta quarta-feira no Vaticano, durante a audiência geral realizada na Praça de S. Pedro, a separação existente entre os cristãos, não obstante Cristo dever ser fonte de união. «Com certeza que Cristo não foi dividido. Mas devemos reconhecer sinceramente, e com dor, que as nossas comunidades continuam a viver divisões que são escandalosas. A divisão entre nós, cristãos, é um escândalo. Não há outra palavra: um escândalo», frisou o papa. A mensagem de Francisco enquadra-se na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que começou no sábado. «O nome de Cristo cria comunhão e unidade, não divisão. Ele veio para fazer comunhão entre nós, não para nos dividir.» A audiência geral foi também aproveitada por Francisco para lançar um apelo à paz na Síria, no âmbito da conferência “Genebra 2”, que decorre na Suíça a partir desta quarta-feira, no quadro das Nações Unidas.

Esforçai-vos para que a humanidade se sirva da riqueza e não seja governada por ela: mensagem do papa ao Fórum Económico Mundial
O Vaticano divulgou esta terça-feira a mensagem que o papa dirigiu ao presidente executivo do 44.º Fórum Económico Mundial, na qual Francisco apela à coragem dos participantes para mudar o destino dos pobres. As pessoas que trabalham nos campos da política e da economia «têm uma responsabilidade precisa para com os demais, especialmente com os mais frágeis, débeis e vulneráveis», acentua. Para o papa, «é intolerável» que «milhares de pessoas morram a cada dia de fome, apesar das grandes quantidades alimentos disponíveis e, com frequência, simplesmente desperdiçados». Francisco realça a necessidade de «decisões, mecanismos e processos dirigidos para uma melhor distribuição da riqueza, a criação de fontes de emprego e a promoção integral do pobre, que vai mais além de uma simples mentalidade de assistência».

Papa Francisco sublinha importância da «humildade», «pequenez» e «mansidão» na espiritualidade cristã
O papa Francisco realçou hoje no Vaticano que Deus dirige-se a cada pessoa pelo seu nome, ou seja, conhece-a profundamente, e acentuou a importância da «humildade», «pequenez» e da «mansidão» enquanto favorecedores da espiritualidade cristã. Deus «fala sempre pessoalmente, com os nomes. E escolhe pessoalmente. A narração da criação é uma figura que faz ver isto: é o próprio Senhor que com as suas mãos faz artesanalmente o homem e lhe dá um nome: “Tu chamas-te Adão”. E assim começa essa relação entre Deus e a pessoa», disse o papa, citado pela Rádio Vaticano. O primeiro trecho bíblico proclamado nas missas de hoje, onde se lês que «Deus não vê como o homem: o homem olha às aparências, o Senhor vê o coração», serviu de base à homilia de Francisco.

Papa Francisco "conhece" cordeiros que vão dar a lã para os pálios dos arcebispos metropolitas
O papa Francisco “conheceu” esta terça-feira no Vaticano os dois cordeiros dos quais se extrairá a lã para confeccionar os pálios dos novos arcebispos metropolitas, continuando uma tradição que ocorre no dia em que a Igreja assinala a memória de Santa Inês. O pálio é uma insígnia litúrgica de honra e jurisdição usada pelo papa e arcebispos metropolitas – estes apenas nas dioceses que pertencem à sua província eclesiástica (em Portugal há três: Braga, Lisboa e Évora). O pálio destinado aos arcebispos metropolitas é uma estola, tecida em lã branca, decorada com seis cruzes negras, que é imposta pelos ombros, deixando faixas pendentes sobre o peito e sobre as costas. A narração dos últimos momentos de Santa Inês, nascida em Roma de pais cristãos, refere que foi morta com golpes de espada na garganta, à semelhança da maneira como se matavam os cordeiros.

«O nosso Deus não é um Deus de hábitos: é um Deus das surpresas», diz papa Francisco
«O Evangelho é novidade. A revelação é novidade. O nosso Deus é um Deus que faz sempre as coisas novas e pede de nós esta docilidade à sua novidade.» «O Evangelho é novidade. A revelação é novidade. O nosso Deus é um Deus que faz sempre as coisas novas e pede de nós esta docilidade à sua novidade.» «Podemos perguntar-nos: sou dócil à Palavra de Deus ou faço sempre aquilo que eu creio que seja a Palavra de Deus? Ou faço passar a Palavra de Deus por um destilador, e no fim sai outra coisa em relação àquilo que Deus quer fazer?» O excerto do Evangelho proclamado nas missas desta segunda-feira, em que Cristo sublinha que vinho novo deve ser deitado em odres novos, constituiu o centro da homilia do papa Francisco na missa a que presidiu, no Vaticano.

Papa Francisco visitou paróquia do centro de Roma: Fotogaleria
São perdoados até os pecados que precisam de uma camioneta para serem transportados; a fé é a chave do sucesso na vida: Estas foram algumas das ideias principais que o papa Francisco deixou este domingo à tarde durante a missa a que presidiu na paróquia de Sacro Cuore a Castro Pretorio, em Roma. Debaixo da chuva, que o papa definiu como «uma bênção», centenas de pessoas reuniram-se à porta da quarta paróquia visitada por Francisco após a eleição, a primeira no centro da capital italiana, refere a Rádio Vaticano. Francisco encontrou-se com 60 pessoas sem abrigo, e a seguir com uma centena de jovens refugiados, recordando que a Igreja assinalou no domingo o 100.º Dia Mundial do Migrante e Refugiado. Depois, falou com crianças recentemente batizadas e com esposos casados há pouco tempo.
Imagens

O que significa ser hoje discípulo do Cordeiro de Deus?
«Nós, cristãos, devemos fazer isto: colocar no lugar da malícia, a inocência; no lugar da força, o amor; no lugar da soberba, a humildade; no lugar do prestígio, o serviço.» «Ser discípulos do Cordeiro significa não viver como uma "fortaleza assediada", mas como uma cidade colocada sobre o monte, aberta, acolhedora, solidária.» «Quer dizer não assumir atitudes de fechamento, mas propor o Evangelho a todos, testemunhando com a nossa vida que seguir Jesus torna-nos mais livres e mais alegres.» Na oração do Angelus a que presidiu este domingo no Vaticano, o papa Francisco falou sobre o Evangelho proclamado nas missas, centrado na figura de Cristo como Cordeiro de Deus.

Migrantes: Papa Francisco pede criação de emprego e diz que é preciso passar do «medo» à «hospitalidade»
A mensagem do papa Francisco para o 100.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja assinala a 19 de janeiro, apela a «um espírito de profunda solidariedade e compaixão» por quem deixa a sua terra em busca de uma vida melhor. «É necessário passar de uma atitude de defesa e de medo, de desinteresse ou de marginalização – que, no final, corresponde precisamente à "cultura do descartável" – para uma atitude que tem por base a "cultura do encontro", a única capaz de construir um mundo mais justo e fraterno, um mundo melhor», frisa Francisco. No documento, intitulado "Migrantes e refugiados: rumo a um mundo melhor", o papa vinca que «criar oportunidades de emprego nas economias locais impediria (…) a separação das famílias e garantiria condições de estabilidade e de serenidade para os indivíduos e comunidades».

Papa Francisco pede aos cristãos que resistam à «tentação» de esquecer Deus para aderir à «uniformidade» e à «moda»
O papa Francisco vincou esta sexta-feira, no Vaticano, que «a normalidade da vida exige do cristão fidelidade à sua eleição, e não vendê-la para caminhar em direção a uma uniformidade mundana». «Esta é a tentação do povo [judeu do Antigo Testamento], e também a nossa. Tantas vezes esquecemos a Palavra de Deus, aquilo que nos diz o Senhor, e tomamos a palavra da moda, mesmo aquela da telenovela está na moda, tomamo-la, é mais agradável», disse Francisco na missa a que presidiu. «É verdade que o cristão deve ser normal, como são normais as pessoas», mas no entanto «há valores que o cristão não pode tomar para si», pelo que deve resistir à tendência de considerar-se vítima de «um certo complexo de inferioridade» por não se sentir como fazendo parte de um «povo normal».

«Estará Cristo dividido?» Pergunta de há dois mil anos continua a ecoar hoje entre os cristãos
«Estará Cristo dividido?», interrogação que S. Paulo apontou na sua primeira carta aos Coríntios, e que constitui o tema da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que começa este sábado, continua a ecoar hoje entre os cristãos, atravessando séculos de discórdias. «Hoje é dirigida a nós a mesma pergunta», afirmou esta sexta-feira o papa Francisco, ao receber no Vaticano uma delegação ecuménica da Igreja Luterana da Finlândia, por ocasião da peregrinação anual a Roma para a celebração da festa de Santo Henrique, patrono do país. «Diante de algumas vozes que já não reconhecem como objectivo que pode ser perseguido a plena e visível unidade da Igreja, somos convidados a não desistir do nosso esforço ecuménico, fiéis a quanto o próprio Senhor Jesus pediu ao Pai: que “todos sejamos um só”», apontou o papa, que realçou a importância do «ecumenismo espiritual».

Papa Francisco foi convidado para a Expo 2015 de Milão e conheceu objetivos do pavilhão da Santa Sé
O arcebispo de Milão, cardeal Angelo Scola, e a delegação da Expo 2015, que vai decorrer naquela cidade italiana convidaram o papa Francisco para visitar a exposição universal, dedicada ao tema “Alimentar o planeta, energia para a vida”. Francisco ficou satisfeito pelas oportunidades de trabalho que a exposição representa para os jovens, bem como pelos projectos de cooperação internacional que a iniciativa implica, afirmou o porta-voz da Santa Sé, citado pela Rádio Vaticano. A Expo 2015, que decorre de 1 de maio a 31 de outubro do próximo ano, com a presença de um pavilhão da Santa Sé, vai centrar-se sobre um tema de «importância capital, que envolve aspectos de carácter científico, técnico, cultural, social e religioso», sublinhou o arcebispo de Milão. Pobreza, fome, organismos geneticamente modificados, relações entre países ricos e pobres, o peso da finança na produção alimentar, o sentido da dimensão artística da alimentação e a convivialidade em torno da refeição serão algumas das questões em debate.

Ser cristão é um êxodo permanente
«Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho. Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus. É “um êxodo que nos leva por um caminho de adoração ao Senhor e de serviço a Ele nos irmãos e nas irmãs”.» O Vaticano divulgou esta quinta-feira a mensagem do papa para o 51.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que se assinala a 11 de maio, no qual Francisco sublinha que qualquer estado de vida cristã implica sair de si mesmo, ao encontro de Deus e do ser humano.

Papa Francisco lamenta «escândalos» na Igreja e padres que dão alimento espiritual «envenenado» aos fiéis
O papa Francisco lamentou esta quinta-feira, no Vaticano, os «escândalos» protagonizados por padres católicos, no mesmo dia em que pela primeira vez um representante da Santa Sé responde nas Nações Unidas, em Genebra, sobre casos de abusos de menores praticados por sacerdotes ou religiosos. «Muitos escândalos que não quero mencionar singularmente, mas todos os sabemos… Sabemos onde estão. Escândalos, alguns que obrigaram a pagar muito dinheiro: está bem! Deve fazer-se assim… A vergonha da Igreja! Mas estamos envergonhados daqueles escândalos, dessas derrotas de padres, de bispos, de leigos?», questionou, citado pela Rádio Vaticano. Francisco apontou a escassez de oração como causa principal desses atos: «A Palavra de Deus naqueles escândalos era rara. Não tinham um laço com Deus. Tinham uma posição na Igreja, uma posição de poder, também de comodidade. Mas a Palavra de Deus, não».

Papa Francisco apela a «novo protagonismo» dos batizados e pede-lhes para aprenderem com a saga dos cristãos no Japão
O papa Francisco apelou esta quarta-feira, no Vaticano, a um «novo protagonismo» dos batizados, tendo-lhes pedido que aprendam com o exemplo da comunidade cristã do Japão, que passou 250 anos sem padres mas sobreviveu graças ao primeiro dos sacramentos. Os cristãos do país do sol nascente sofreram «uma dura perseguição nos inícios do século XVII»: «Milhares de fiéis foram mortos» e «não ficou no Japão nenhum padre: todos foram expulsos», sublinhou Francisco. «Quando, após cerca de dois séculos e meio, os missionários regressaram ao Japão, milhares de cristãos saíram à luz do dia e a Igreja pôde reflorir. Tinham sobrevivido com a graça do seu Batismo!» Referindo-se à sua primeira exortação apostólica, “A alegria do Evangelho”, Francisco acentuou que «a nova evangelização deve implicar um novo protagonismo de todos, de todo o povo de Deus; um novo protagonismo dos batizados, de cada um dos batizados».

Cristãos não devem ser legalistas e a fé não pode ser um peso, sublinha papa Francisco
O papa Francisco alertou esta terça-feira, no Vaticano, para os comportamentos hipócritas ou legalistas que distanciam as pessoas da fé, tendo também criticado os «cristãos corruptos». Nas suas pregações, Jesus «ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas», que «ensinavam, pregavam, mas atavam as pessoas com muitas coisas pesadas às costas, e a pobre gente não podia avançar», afirmou na homilia da missa a que presidiu, refere a Rádio Vaticano. «Quantas vezes o povo de Deus não se sente querido por parte daqueles que devem dar testemunho: dos cristãos, dos leigos cristãos, dos padres, dos bispos… “Mas, pobre gente, não percebe nada… Deve fazer um curso de teologia para perceber bem”», ironizou o papa.

Papa Francisco revoluciona a geografia: Terceiro Mundo passou a ser o Primeiro
Com a lista dos novos cardeais divulgada este domingo (os primeiros do seu pontificado) e com o discurso ao Corpo Diplomático desta segunda-feira (também este pela primeira vez), o papa Francisco confirmou a sua maneira de entender a geografia. Aquele que, com efeito, é comummente designado "Terceiro Mundo" é o primeiro nas suas atenções. E aquilo que para os outros é "periferia", encontra-se na realidade no centro do seu interesse pastoral, político (no sentido nobre da palavra) e humano. Num certo sentido podemos dizer que o papa - ele que, como João Paulo II e Bento XVI, é profundamente mariano - recitou o seu pessoalíssimo Magnificat, especialmente no verso que diz «[Deus] exaltou os humildes». Só assim se compreende a escolha de bispos de dioceses do Terceiro Mundo que nos seus países (como o Haiti e as Filipinas, por exemplo) nem sequer são aquelas consideradas mais importantes.

Papa Francisco pede «pobreza» aos novos cardeais e lembra-lhes que nomeação não é «promoção», mas serviço
O papa Francisco escreveu uma carta aos 19 bispos e arcebispos que vão ser criados cardeais a 22 de fevereiro, sublinhando que «o cardinalato não significa uma promoção, nem uma honra, nem uma decoração». «Simplesmente é um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração», frisa o papa na missiva que a Rádio Vaticano dá a conhecer um dia depois de Francisco ter revelado o nome dos novos membros do Colégio Cardinalício. «Peço-te, por favor, que recebas esta designação com um coração simples e humilde», escreve o papa, acrescentando: «Ainda que o devas fazer com júbilo e alegria, fá-lo de modo que este sentimento seja distante de qualquer expressão de mundanidade, de qualquer festejo estranho ao espírito evangélico de austeridade, sobriedade e pobreza».

«A fé é a mais bela herança» que os pais podem legar aos filhos, diz papa Francisco
O papa Francisco batizou este domingo 32 crianças no Vaticano, e lembrou aos pais que «têm o dever de transmitir a fé» aos seus filhos, prosseguindo uma «cadeia ininterrupta» que começou com a primeira comunidade cristã. «Vós tendes o dever de transmitir a fé a estas crianças. E a mais bela herança que vós lhes deixareis é a fé. Apenas isto. Hoje, levai para casa este pensamento. Devemos ser aqueles que transmitem a fé», frisou Francisco, citado pela Rádio Vaticano.

Papa critica padres que preferem vaidade e negócios à oração, e pergunta: Se não tivermos Cristo, o que daremos às pessoas?
«Nós somos ungidos pelo Espírito Santo, e quando um sacerdote se distancia de Jesus Cristo pode perder a unção. Na sua vida, não: essencialmente tem-na... mas perde-a. E em vez de ser ungido, acaba por ser untuoso. E quanto mal fazem à Igreja os padres untuosos! Aqueles que colocam a sua força nas coisas artificiais, na vaidade.» «Quando as pessoas veem os padres - para dizer uma palavra - idólatras, que em vez de terem Jesus têm os pequenos ídolos... pequenos... alguns até devotos do "deus Narciso"... Quando as pessoas veem isto, dizem: "Coitado!"» O papa Francisco criticou este sábado, no Vaticano, os padres mais interessados na vaidade e nos negócios, que correm o risco de perderem a unção recebida no dia da sua ordenação e passarem a serem «untuosos», tendo vincado que nada terão a dar às pessoas se não mantiverem uma relação próxima com Cristo na oração.

Papa agradece aos benfeitores da Comissão para a Colaboração Cultural com as Igrejas Ortodoxas
O papa Francisco expressou neste sábado o seu «vivo agradecimento» aos benfeitores que têm apoiado o Comité Católico para a Colaboração Cultural com as Igrejas Ortodoxas e as Igrejas Ortodoxas Orientais. O organismo, criado pelo papa Paulo VI antes do termo do Concílio Vaticano II (1962-1965), «ontem como agora, com a ajuda de generosos benfeitores, distribui bolsas de estudo a clérigos e leigos, provenientes das Igrejas Ortodoxas e das Igrejas Ortodoxas Orientais, que desejam completar os seus estudos teológicos em instituições académicas da Igreja Católica, e apoia outros projetos de colaboração ecuménica». No encontro com os membros do Conselho de Administração do comité, o papa saudou igualmente os estudantes que concluem os seus cursos teológicos em Roma: «A vossa permanência entre nós é importante para o diálogo entre as Igrejas de hoje e sobretudo de amanhã».

Papa Francisco sublinha que amor cristão não é de «telenovela», mas «concreto»
O papa Francisco vincou esta quinta-feira no Vaticano que o amor cristão, em particular o que é referenciado na primeira carta de João, proclamada hoje nas missas, é totalmente distinto daquele que é narrado nos folhetins que passam na televisão. «Vede que o amor de que fala João não é amor das telenovelas! Não, é outra coisa. O amor cristão tem sempre uma qualidade: a concretude. O amor cristão é concreto. O próprio Jesus, quando fala do amor, fala-nos de coisas concretas: dar de comer aos famintos, visitar os doentes e muitas coisas concretas», apontou na missa a que presidiu, revela a Rádio Vaticano. Para Francisco, o «primeiro critério» dos cristãos é «amar com as obras, não com as palavras. Palavras leva-as o vento. Hoje existem, amanhã não. O segundo critério de concretização é: no amor é mais importante dar do que receber. Quem ama, dá, dá… Dá coisas, dá vida, dá-se a si próprio a Deus e aos outros».

Papa diz que Batismo não é «ato formal» para dar um nome e sublinha que «não é o mesmo uma criança batizada ou uma criança não batizada»
O papa Francisco iniciou esta quarta-feira, na primeira audiência geral de 2014, que decorreu na Praça de S. Pedro, no Vaticano, um ciclo de audiências sobre os sacramentos, começando pelo primeiro, o Batismo. «Pode nascer em nós uma pergunta: mas é verdadeiramente necessário o Batismo para viver como cristão e seguir Jesus? Não é, no fundo, um simples rito, um ato formal da Igreja para dar o nome ao menino e à menina?», disse o papa. Para Francisco, o Batismo «não é uma formalidade», mas um «ato que toca em profundidade» a existência humana, vincando que «não é o mesmo uma criança batizada ou uma criança não baptizada», o mesmo acontecendo com os adultos.

«Humildade» e «serviço» são critérios para orientar vida cristã, aponta papa Francisco
Diante das opções que diariamente têm de ser tomadas, desde a vida familiar à profissional, das pequenas às grandes opções, os critérios que devem orientar quem confia em Deus são a «humildade» e o «desejo», sublinhou o papa esta terça-feira, no Vaticano. «Se um pensamento, se um desejo te conduz pela estrada da humildade, do abaixamento, do serviço aos outros, é de Jesus. Mas se te conduz pela estrada da suficiência, da vaidade, do orgulho, sobre a estrada de um pensamento abstrato», então já não é de Deus, afirmou Francisco na homilia da missa a que presidiu, refere a Rádio Vaticano.

Papa Francisco volta a dirigir-se, «respeitosamente», a quem se sente «longe de Deus e da Igreja»
O papa Francisco voltou nesta segunda-feira a dirigir-se às pessoas afastadas do cristianismo, lembrando que Deus e a Igreja estão sempre de braços abertos para as receber. «Gostaria – sinceramente – gostaria de dizer àqueles que se sentem longe de Deus e da Igreja - dizê-lo respeitosamente - dizer àqueles que estão receosos e são indiferentes: o Senhor também te chama, chama-te a seres parte do seu povo, e fá-lo com grande respeito e amor», afirmou. «O Senhor chama-te. O Senhor procura-te. O Senhor espera-te. O Senhor não faz proselitismo, dá amor, e este amor procura-te, espera-te, tu que neste momento não crês ou estás longe», disse Francisco. «O bem atrai-nos sempre, a verdade atrai-nos, a vida, a felicidade, a beleza atrai-nos», assinalou.

Papa Francisco diz que Cristo derruba mundo mundo do «domínio», do «sucesso» e do «ter», e sublinha que católicos devem ter a «santa astúcia» dos Magos
O papa Francisco elogiou esta segunda-feira, no Vaticano, a «santa astúcia» revelada pela narrativa bíblica dos Magos, que decidiram não voltar a ver o rei Herodes depois de terem adorado Jesus recém-nascido, regressando a casa por outro caminho. «Trata-se daquela astúcia espiritual que nos permite reconhecer os perigos e evitá-los», disse o papa, citado pela Rádio Vaticano, na missa a que presidiu na basílica de S. Pedro, por ocasião da celebração da solenidade da Epifania. «Jesus não veio para o derrubar [Herodes], infeliz fantoche, mas o Príncipe deste mundo! Todavia, o rei e os seus conselheiros sentem estalar os pilares do seu poder, temem que sejam invertidas as regras do seu jogo, desmascaradas as aparências», vincou Francisco. «Todo um mundo edificado sobre o domínio, sobre o sucesso e sobre o ter, sobre a corrupção, é posto em crise por um Menino», acrescentou.

Francisco: Retratos da visita a um presépio da periferia
Nenhum formalismo, calor humano espontâneo num encontro praticamente sem protocolo, contacto direto com os fiéis que o esperavam desde a manhã. Foi assim a visita que o papa realizou esta segunda-feira ao presépio vivo preparado pela paróquia de Santo Afonso Maria de Ligório, na extrema periferia norte de Roma. Além do encontro com os mais de 200 figurantes, Francisco dialogou com palavras, gestos e sorrisos, e, à imagem do "Bom Pastor" do Evangelho, tomou um cordeiro nos seus ombros. À chegada, o papa recebeu um ramo de rosas brancas e uma meia, usada no Natal para colocar presentes, cheia de chocolates e caramelos. Francisco saudou cada um dos intérpretes das personagens do presépio, alguns dos quais pediram para o abraçar e beijar, o que não lhes foi recusado.
Imagens

Evangelho anuncia-se com «doçura», «fraternidade» e «amor», e não com «bastonadas inquisitoriais», afirma papa Francisco
O papa Francisco frisou esta sexta-feira que o anúncio da mensagem cristã deve ser feito com suavidade, sem recorrer à violência, e sublinhou que «uma fé autêntica implica sempre um profundo desejo de mudar o mundo». «Penso agora na tentação, que talvez possamos ter, e que muitos têm, de ligar o anúncio do Evangelho com bastonadas inquisitoriais, de condenação. Não, o Evangelho anuncia-se com doçura, com fraternidade, com amor», afirmou na homilia da missa a que presidiu na igreja de Jesus, em Roma, pertente aos Jesuítas. «Eis a pergunta que devemos colocar-nos: também nós temos uma visão e um impulso grandes? Também nós somos audazes? O nosso sonho voa alto? O zelo devora-nos? Ou somos medíocres e contentamo-nos com as nossas programações apostólicas de laboratório?», questionou.

«Devemos formar o coração. De outro modo, formamos pequenos monstros», disse papa a superiores de congregações
«A Igreja deve ser atrativa. Acordai o mundo. Sede testemunhas de um modo diferente de fazer, de agir, de viver», pediu o papa Francisco aos membros da União dos Superiores Gerais dos Institutos Religiosos Masculinos. Na conversa que decorreu a 29 de novembro, no Vaticano, o papa dirigiu um aviso aos formadores dos seminários: «Devemos formar o coração. De outro modo, formamos pequenos monstros». «Cometeremos sempre erros, não tenhamos dúvidas. Mas isto não deve travar-nos, porque há o risco de cometer erros maiores», apontou Francisco, salientando que a Igreja deve sempre «pedir perdão e olhar com muita vergonha para os insucessos apostólicos causados pela falta de coragem». «É preciso conhecer a realidade pela experiência, dedicar tempo para ir à periferia, para conhecer verdadeiramente a realidade e a vida das pessoas»; caso contrário, prevalecem «abstrações ideológicas e fundamentalistas», o que «não é saudável».

Papa Francisco confia o mundo à «humildade» da Mãe de Deus e apela à «força, coragem e esperança» no primeiro dia de 2014
Na primeira missa a que presidiu em 2014, celebrada esta quarta-feira no Vaticano, o papa Francisco confiou o futuro do mundo e as intenções de cada pessoa à Mãe de Deus, invocação mariana que a Igreja católica assinala a 1 de janeiro. «A Ela confiamos o nosso itinerário de fé, os desejos do nosso coração, as nossas necessidades, as carências do mundo inteiro, especialmente a sua fome e sede de justiça e de paz», disse. Francisco referiu-se igualmente à primeira leitura bíblica que é proclamada nas missas do ano novo, bênção que é um augúrio de paz: «O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz». Para o papa, estas palavras proclamadas no início do ano «dão força, coragem e esperança; não uma esperança ilusória, assente em frágeis promessas humanas, nem uma esperança ingénua que imagina melhor o futuro, simplesmente porque é futuro».

Papa Francisco pede mais cidadania para ajudar pobres e desempregados, e questiona: «Como vivemos o tempo?»
O papa pediu esta terça-feira mais cidadania para combater a pobreza e o desemprego, naquela que foi a última celebração litúrgica a que presidiu em 2013, tendo aproveitado a oportunidade para questionar o uso que os católicos dão ao tempo. «Muitas pessoas não encontram trabalho ou realizam trabalhos mal pagos e às vezes indignos. Quem está investido de autoridade tem maior responsabilidade, mas cada um é corresponsável, no bem e no mal», frisou Francisco, citado pelo site da Rádio Vaticano, ao referir-se à cidade de Roma, de que é bispo. O mundo seria melhor «se não houvesse pessoas que olham de longe, que olham a vida só do camarote, sem se envolverem em tantos problemas humanos, problemas de homens e mulheres» que, «queiramos ou não, são nossos irmãos», apontou.

Papa Francisco tem «sinceridade e autenticidade que nenhum líder mundial pode igualar», diz "Financial Times"
O editorial desta segunda-feira do "Financial Times", um dos mais importantes diários do mundo na área da finança e economia, sublinha que o papa Francisco tem uma «sinceridade e autenticidade que nenhum líder mundial pode igualar». O artigo menciona três aspetos que tornaram o papa Bergoglio «uma figura de grande atracão este ano para católicos e não católicos», a começar pela «modéstia pessoal»: «Num tempo em que muitos estão profundamente preocupados pela vaidade das celebridades e pela riqueza dos plutocratas, o papa depressa se tornou o líder global símbolo de compaixão e humildade». «Mas o que é impressionante no papa Francisco é como rapidamente se tornou uma autêntica figura de proa para quem está preocupado com o que ele denomina "o ídolo chamado dinheiro" e a "indiferença globalizada neste mundo globalizado"».

Papa Francisco: Perspetivas para 2014
Terminada a série de celebrações de fim e do início do ano, a 22 de fevereiro chega o consistório para a criação dos novos cardeais. O anúncio dos nomes dos escolhidos deverá ser anunciado no início de janeiro, dando tempo para preparar a grande celebração. Para 27 de abril está marcada a canonização dos papas João XXIII e João Paulo II. Esta será, possivelmente, uma ocasião para perceber melhor como Francisco interpreta a herança do Concílio Vaticano II, que o primeiro convocou e o segundo procurou realizar. A viagem de Francisco à Terra Santa, em maio, 50 anos após a peregrinação de Paulo VI, é um acontecimento central de 2014. Em outubro decorrerá o Sínodo dos Bispos, sobre a família. Nos primeiros meses do ano será divulgado o "instrumento de trabalho" da assembleia, que além de perspetivar os temas em discussão, resumirá as respostas ao «questionário» enviado às dioceses.

Papa Francisco lembra que há mais mártires cristãos hoje do que nos primeiros tempos da Igreja
A memória de Santo Estêvão, primeiro mártir cristão, vítima de apedrejamento, que os católicos evocam a 26 de dezembro, marcou a intervenção do papa na oração mariana do Angelus, proferida esta quinta-feira no Vaticano. «Estamos próximos destes irmãos e irmãs que, como Santo Estêvão, são acusados injustamente e são objeto de violência de vária ordem. Estou certo de que, infelizmente, são mais numerosos hoje que nos primeiros tempos da Igreja», afirmou o papa, citado pela Rádio Vaticano. O ataque aos cristãos ocorre «especialmente» em países «onde a liberdade religiosa ainda não está garantida ou não foi plenamente realizada», apontou Francisco, que pediu alguns instantes de silêncio para rezar cristãos vítimas de perseguição.

Papa Francisco pede a crentes e não crentes que se unam pela «oração» e pelo «desejo» a favor da paz
O papa Francisco pediu esta quarta-feira, dia de Natal, aos crentes e não crentes que se unam pela paz, tanto pela «oração», para quem acredita em Deus, como pelo «desejo», para quem não crê. «Também aos não crentes convido a desejar a paz. Com o seu desejo, com o desejo que amplia o coração, todos unidos, ou com a oração ou com o desejo, mas todos, pela paz», apelou Francisco ao evocar alguns dos conflitos armados existentes no mundo. O convite fez parte da mensagem de Natal e da bênção "Urbi et Orbi" ("à cidade [de Roma] e ao mundo") que o papa transmitiu a partir da Praça de S. Pedro, no Vaticano, embora não estivesse incluído nas palavras redigidas no discurso. O vídeo que apresentamos inclui toda a mensagem e a bênção, legendadas em português, que o papa Francisco transmitiu neste dia de Natal, o primeiro como bispo de Roma.
Vídeo

«Sois imenso, e fizestes-vos pequenino; sois rico, e fizestes-vos pobre; sois omnipotente, e fizestes-vos frágil»
«Na nossa historia pessoal, também se alternam momentos luminosos e escuros, luzes e sombras. Se amamos a Deus e aos irmãos, andamos na luz; mas, se o nosso coração se fecha, se prevalece em nós o orgulho, a mentira, a busca do próprio interesse, então calam as trevas dentro de nós e ao nosso redor. Jesus é o Amor feito carne. Não se trata apenas de um mestre de sabedoria, nem de um ideal para o qual tendemos e do qual sabemos estar inexoravelmente distantes, mas é o sentido da vida e da história que pôs a sua tenda no meio de nós. Os pastores foram os primeiros a ver esta «tenda», a receber o anúncio do nascimento de Jesus. Foram os primeiros, porque estavam entre os últimos, os marginalizados. Não temais! O nosso Pai é paciente, ama-nos, dá-nos Jesus para nos guiar no caminho para a terra prometida. Ele é a luz que ilumina as trevas. Ele é a nossa paz.» Palavras e imagens da primeira missa de Natal do papa Francisco. 

O espírito do Natal, segundo o papa Francisco
Numa banda desenhada recentemente publicada, uma menina contava à sua amiga que, para este Natal, tinha pedido aos pais que não lhe dessem presentes, mas apenas “espírito natalício”, e que os pais tinham ficado desconcertados, sem entender nem saber que fazer. A mensagem parece-me muito pertinente e coloca-nos certamente a pergunta: o que é o espírito natalício? Ao longo dos tempos, a arte procurou expressá-lo de mil maneiras e conseguiu avizinhar-nos muito do significado desse espírito natalício. Quantos contos de Natal nos oferecem histórias que nos aproximam dele! As belíssimas narrativas de Andersen, Tilich, Lenz, Böll, Dickens, Gorki, Hamsun, Hesse, Mann e muitos outros conseguiram abrir horizontes de significado que nos fazem entrar por este caminho de compreensão do mistério, porém são insuficientes.

Estamos abertos ao nascimento de Cristo ou fechámos-lhe a porta com uma placa a dizer «Por favor, não incomode»?
A poucas horas do Natal, o papa Francisco interpelou esta segunda-feira os participantes na missa a que presidiu, no Vaticano, sobre a sua atitude espiritual em relação ao nascimento de Jesus. «Pergunto-me: estamos à espera ou estamos fechados? Estamos vigilantes ou estamos seguros num hotel, ao longo do caminho, e não queremos avançar mais? Somos peregrinos ou somos errantes?», questionou, citado pela Rádio Vaticano. Depois de lembrar a importância da atitude da vigilância devida à vinda iminente de Jesus, o papa perguntou se neste Advento tem havido «lugar para Deus», ou se apenas «há lugar para a festa, para as compras, para fazer barulho». A «alma» dos fiéis «está aberta», como estava a da Mãe de Jesus, ou «está fechada» e os católicos colocaram «à porta um cartão, muito educado, que diz, “Por favor, não incomode”, interrogou.

Papa Francisco visitou Bento XVI para lhe transmitir votos natalícios
O papa Francisco visitou esta segunda-feira à tarde o seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, para lhe transmitir os votos natalícios, revela a Rádio Vaticano. Depois de ter acolhido Francisco na sua residência, no interior do Vaticano, Bento XVI, que renunciou a 28 de fevereiro, rezou por alguns momentos na capela com o seu sucessor, eleito a 13 de março. A seguir à oração, Francisco e Bento XVI reuniram-se em particular durante cerca de meia-hora numa sala da residência.
Imagens

O "duplo Natal" do papa Francisco, batizado a 25 de dezembro
O dia de Natal é particularmente significativo para o papa Francisco: Jorge Mario Bergoglio foi batizado a 25 de dezembro de 1936, uma semana após o nascimento. Bergoglio nasceu no bairro Flores, de Buenos Aires, às 17h10 de 17 de dezembro de 1936. A celebração do Batismo decorreu não longe do local do nascimento, na basílica Maria Auxiliadora e S. Carlos Borromeu, no bairro Almagro. Foi precisamente nesta basílica em que, no ano anterior, também no fim de dezembro, casaram Mario Giuseppe Francesco Bergoglio e Regina Maria Sivori, pais do papa Francisco.

Francisco visita as crianças no "Hospital do Papa"
As crianças do Hospital Pediátrico Bambino Gesu (Menino Jesus), em Roma, conhecido localmente como “Hospital do Papa”, estão a ser visitadas na tarde deste sábado por Francisco. A instituição, que foi fundada em 1869 e é considerada a unidade pediátrica mais antiga de Itália, tem sido visitada pelos papas desde 1958, com João XXIII. Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI prosseguiram esta tradição.
Imagens

Papa Francisco aponta critérios para se trabalhar no Vaticano: profissionalismo, serviço, santidade e horror às intrigas
A «santidade», que está na «base da qualidade do trabalho, do serviço», implica «vida imersa no Espírito, abertura do coração a Deus, oração constante, humildade profunda, amor fraterno nas relações com os colegas», afirmou Francisco em audiência aos cardeais e membros superiores da Cúria Romana. «Santidade, na Cúria, significa também objeção de consciência. Sim, objeção de consciência às murmurações», sublinhou, acrescentando que as intrigas «lesam a qualidade das pessoas, lesam a qualidade do trabalho e do ambiente». No tradicional encontro para apresentação dos votos natalícios, o papa evocou os poucos dias que faltam para o Natal e lembrou o comportamento discreto de S. José, que apontou como exemplo para quem trabalha ao serviço da Igreja.

«Com a comida que se deita fora, podia dar-se de comer a todos os famintos», lembra papa Francisco em mensagem aos coletores de cartão
O papa Francisco dirigiu uma mensagem em vídeo a quem em todo o mundo recolhe cartão e promove a sua reciclagem, em que sublinha que «com a comida que se deita fora, podia dar-se de comer a todos as pessoas famintas do mundo». A mensagem foi difundida por uma associação argentina que representa as milhares de pessoas que no país natal do papa vivem da reciclagem de cartões e outros materiais, revela a Rádio Vaticano. O vídeo, que foi para o ar próximo do Natal, época dada à superabundância e desperdício alimentar em muitas famílias, foi gravado a 5 de dezembro, durante o encontro de Francisco com um dirigente do Movimento dos Trabalhadores Excluídos.
Vídeo

Encontro com Deus precisa de silêncio e foge da publicidade, sublinha papa Francisco
O papa Francisco pediu esta sexta-feira, durante a missa a que presidiu no Vaticano, «a graça de amar o silêncio», que precisa de ser protegido longe dos holofotes. Deus não «faz publicidade do mistério», porque «um mistério que faz publicidade de si não é cristão, não é o mistério de Deus: é uma simulação de mistério», vincou Francisco, citado pela Rádio Vaticano. A «sombra», a «nuvem», o «silêncio» constituem, de acordo com a narrativa bíblica, algumas das ocasiões em que Deus se revela, como se lê no Evangelho proclamado nas eucaristias desta sexta-feira, referente ao anúncio que um anjo faz a Maria sobre o nascimento de Jesus.

A humildade é a semente da vida, diz papa Francisco
O papa Francisco sublinhou esta quinta-feira que Deus pode converter em fecundidade o que à partida parece estéril em termos físicos ou espirituais, desde que a soberba desapareça e dê lugar à humildade. «Eu sou capaz de dar vida» é o que Deus quer dizer ao agir em chão infértil, afirmou o papa, citado pela Rádio Vaticano, acrescentando que também nos profetas surge a imagem da «terra deserta incapaz de fazer crescer uma árvore, um fruto, de fazer germinar qualquer coisa». «O deserto será como uma floresta, dizem os profetas, será grande, florirá. Mas o deserto pode florir? Sim. A mulher estéril pode dar vida? Sim. Aquela promessa do Senhor: Eu posso! Eu posso da secura, da vossa secura, fazer crescer a vida, a salvação. Eu posso da aridez fazer crescer os frutos», vincou Francisco.

Natal é festa da esperança que supera pessimismo, diz papa Francisco, que critica cristãos que se pavoneiam e recusam servir
Deus quis compartilhar a nossa condição humana ao ponto de fazer-se uma coisa só connosco na pessoa de Jesus, que é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Mas há qualquer coisa de ainda mais surpreendente. A presença de Deus entre a humanidade não se realizou num mundo ideal, idílico, mas neste mundo real, marcado por muitas coisas boas e más, marcado por divisões, crueldade, pobreza, prepotência e guerra. Ele escolheu habitar a nossa história como é, com todo o peso dos seus limites e dos seus dramas. (...) É uma coisa bruta quando se vê um cristão que não quer abaixar-se, que não quer servir, um cristão que se pavoneia por todo o lado: é bruto, hã? Esse não é cristão: esse é pagão. O cristão serve, abaixa-se. Façamos de maneira que estes nossos irmãos e irmãs nunca mais se sintam sós. A nossa presença solidária ao seu lado exprima não só com as palavras, mas com a eloquência dos gestos, que Deus está próximo de todos.

Deixa que Deus escreva a tua história, convida papa Francisco na missa do dia do seu aniversário
O papa Francisco convidou os colaboradores da Casa de Santa Marta, no Vaticano, onde reside, a participarem na missa desta terça-feira, dia em que assinala 77 anos, tendo-lhes pedido que deixem Deus escrever a história das suas vidas. «Deus é consubstancial a nós. Faz história connosco. Mais: quando Deus quer dizer quem é, diz “Eu sou o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob”. Mas qual é o apelido de Deus? Somos nós, cada um de nós. Ele toma de nós o nome para fazê-lo o seu apelido», vincou. «Aproximando-se o Natal, pensemos: se Ele fez a sua história connosco, se Ele tomou de nós o seu apelido, se Ele deixou que nós escrevêssemos a sua história, deixemos, ao menos, que Ele nos escreva a nossa história. E essa é a santidade: deixar que o Senhor nos escreva a nossa história», sublinhou Francisco».

Papa Francisco apela a mais profetismo na Igreja e pede fim do clericalismo e legalismo
«Quando no povo de Deus não há profecia, o vazio que ela deixa é ocupado pelo clericalismo», vincou esta segunda-feira o papa Francisco na missa a que presidiu, no Vaticano. «Quando no povo de Deus falta a profecia, falta uma coisa: falta a vida do Senhor. Quando não há profecia, a força cai na legalidade», apontou. «A nossa oração nestes dias, nos quais nos preparamos para o Natal do Senhor, seja; “Senhor, que não faltem os profetas no teu povo”. Todos nós, batizados, somos profetas», afirmou o papa. Francisco concluiu a homilia com esta prece: «Senhor, que não esqueçamos a tua promessa. Que não cessemos de andar em frente. Que não nos fechemos nas legalidades que fecham as portas. Senhor, liberta o teu povo do espírito do clericalismo e ajuda-o com o espírito de profecia».

Equipa de futebol do papa Francisco dá-lhe presente antecipado ao sagrar-se campeã nacional da Argentina
O Club Atlético San Lorenzo de Almagro, de que o papa Francisco é adepto, sagrou-se esta madrugada campeão nacional de futebol da Argentina, ao vencer o “Torneio Inicial” com mais dois pontos do que as três equipas que também podiam chegar ao título. Francisco recebeu esta manhã com «alegria» a notícia do triunfo, refere a imprensa internacional, que também anuncia que dirigentes, treinador e outros membros do clube estão a caminho do Vaticano para mostrar a taça ao papa esta terça-feira, dia em que completa 77 anos.
Imagens

É sempre possível recomeçar
Por muito grandes que sejam os nossos limites e a nossa desorientação, não nos é consentido ser fracos e vacilantes diante das dificuldades e das nossas próprias fragilidades. Pelo contrário, somos convidados a robustecer as mãos, a tornar firmes os joelhos, a ter coragem a não temer, porque o nosso Deus mostra-nos sempre a grandeza da sua misericórdia. Ele dá-nos a força para avançar. Ele está sempre connosco para nos ajudar a avançar. É um Deus que nos quer muito bem, que nos ama, e por isso está connosco, para nos ajudar, para nos fortalecer e fazer andar para a frente. Coragem! Sempre para a frente! Graças à sua ajuda, podemos sempre recomeçar do princípio. Como? Recomeçar do princípio? Alguém me pode dizer: «Não, padre, não posso fazer tanto... Sou um grande pecador, uma grande pecadora... Não posso recomeçar do princípio!». É um engano! Tu podes recomeçar do princípio! Porquê? Porque Ele te espera, Ele está próximo de ti, Ele ama-te, Ele é misericordioso, Ele perdoa-te, Ele dá-te força para recomeçar do princípio! A todos!

As crianças e a ternura do papa Francisco
O papa Francisco recebeu este sábado crianças e voluntários do Dispensário Pediátrico Santa Marta, instituição que no interior do Vaticano proporciona assistência médica, apoio psicológico e distribuição de bens de primeira necessidade a crianças. O programa do encontro incluiu a saudação ao papa por parte da religiosa responsável pelo Dispensário, irmã Antonietta Collacchi, e pela peruana Elisabetta, mãe de uma das crianças apoiadas pela instituição. «O que dizer do teu sorriso? É tão surpreendente que chegue ao coração de todos, dando-nos tanta paz. Sabemos o amor que tens pelas crianças, especialmente aquelas que têm mais necessidade», disse a mãe. «Caro papa Francisco, estas nossas crianças recebem hoje o mais belo presente de Natal que se pode imaginar: o teu sorriso, uma tua carícia, um abraço», sublinhou.
Imagens

Cristãos alérgicos aos pregadores têm sempre alguma coisa a criticar, diz papa Francisco no dia do 44.º aniversário da ordenação sacerdotal
Os cristãos alérgicos aos pregadores têm sempre alguma coisa a criticar, mas na verdade têm medo de abrir a porta ao Espírito Santo e tornam-se tristes, afirmou o papa Francisco na missa a que presidiu esta sexta-feira, dia em que assinala o 44.º aniversário da ordenação sacerdotal. «Estes cristãos que estão fechados, que estão enclausurados, estes cristãos tristes… não são livres. Porquê? Porque têm medo da liberdade do Espírito Santo, que vem através da pregação. E este é o escândalo da pregação, do qual falava S. Paulo: o escândalo da pregação que acaba no escândalo da cruz», vincou o papa. «Escandaliza que Deus nos fale através de homens com limites, homens pecadores: escandaliza! E escandaliza mais que Deus nos fale e nos salve através de um homem que diz que é filho de Deus mas que acaba como um criminoso», acrescentou.

Papa Francisco escreve novo dicionário da Fraternidade
«Convém desde já lembrar que a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família, graças sobretudo às funções responsáveis e complementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe. A família é a fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor.» A primeira mensagem do papa Francisco para o próximo Dia Mundial da Paz, que se assinala a 1 de janeiro de 2014, amplia o significado da palavra “fraternidade”, alargando-a à espiritualidade, justiça e intervenção social. A partir do texto, intitulado “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”, escolhemos 26 palavras a que atribuímos excertos do documento.

Tráfico de seres humanos é uma «vergonha», e é preciso acabar com ele, vinca papa Francisco
O papa Francisco vincou esta quinta-feira que o tráfico de seres humanos é «uma vergonha» e um «crime contra a humanidade», porque o ser humano «nunca se deve vender e comprar como uma mercadoria». O discurso não esqueceu o papel dos cristãos, que «em nome da comum humanidade», independentemente da religião das vítimas, são chamados a partilhar «a compaixão pelo seu sofrimento, com o compromisso de as libertar e aliviar as suas feridas». «Juntos podemos e devemos empenhar-nos para que sejam libertados e se possa pôr fim a este horrível comércio. Fala-se de milhões de vítimas do trabalho forçado, trabalho escravo, do tráfico de pessoas para a mão-de-obra e aproveitamento sexual. Tudo isto não pode continuar: constitui uma grave violação dos direitos humanos das vítimas e uma ofensa á sua dignidade», declarou.

Papa Francisco convida ao silêncio para se ouvir a «ternura» de Deus
O papa Francisco sublinhou esta quinta-feira a importância do silêncio para escutar a ternura de Deus, especialmente no tempo do Advento, em que os cristãos meditam na vinda de Cristo – a primeira, celebrada no Natal, a que acontece no dia a dia, e a última, no final dos tempos. Na homilia da missa a que presidiu, no Vaticano, o papa voltou a recorrer à imagem da segurança que uma criança encontra nos seus pais, naquela que é uma relação que pode ser equiparada à dos cristãos com Deus. Para Francisco, o amor dos pais «tem necessidade de aproximar-se» e «abaixar-se ao mundo da criança»: «Aproximam-se, fazem-se crianças. E assim é o Senhor».

«As paralisias da consciência são perigosas», adverte papa, que volta a pedir liberdade religiosa para os cristãos
O papa Francisco concelebrou esta segunda-feira, no Vaticano, a missa com o patriarca de Alexandria dos Coptas Católicos, Ibrahim Isaac Sidrak, tendo sublinhado que «as paralisias da consciência são contagiosas». A concelebração decorreu por ocasião da manifestação pública da «comunhão eclesiástica» com o sucessor do apóstolo Pedro. «Com a cumplicidade da pobreza da história e do nosso pecado, [as paralisias da consciência] podem expandir-se e entrar nas estruturas sociais e nas comunidades, até bloquearam povos inteiros», sublinhou Francisco. Na homilia, o papa convidou à oração «com confiança» pela pacificação na Terra Santa no Médio Oriente: «Terminem (…) para sempre a inimizade e as divisões. Retomemos rapidamente o propósito da paz frequentemente paralisado por interesses contrapostos e obscuros».

A Imaculada Conceição e o pecado original, segundo o papa Francisco
O papa Francisco explicou este domingo o significado da Imaculada Conceição e do pecado original, perante dezenas de milhares de pessoas reunidas para a oração mariana do Angelus, no Vaticano. Tendo em vista a maternidade, «Maria foi preservada do pecado original, isto é, daquela fratura na comunhão com Deus e com os outros, e com o que foi criado, que fere profundamente todo o ser humano», afirmou. «Contemplando a nossa Mãe Imaculada, bela, reconhecemos também o nosso destino mais verdadeiro, a nossa vocação mais profunda: sermos amados, sermos transformados pelo amor, sermos transformados pela beleza de Deus», apontou. Francisco lançou depois um convite: «Deixemo-nos guardar por ela, para aprendermos a ser mais humildes, e também mais corajosos no seguimento da Palavra de Deus; para acolhermos o terno abraço do seu Filho Jesus, um abraço que nos dá vida, esperança e paz».

Presença da Igreja na internet é «indispensável», mas «relações humanas autênticas» são mais importantes, diz papa
A presença da Igreja católica na internet é importante, mas o essencial é a relação pessoal, afirmou este sábado o papa aos participantes na assembleia plenária do Pontifício Conselho para os Leigos, dedicada ao tema “Anunciar Cristo na era digital”. «O anúncio requer relações humanas autênticas e diretas para desaguar num encontro pessoal com o Senhor. Portanto a rede não basta, a tecnologia não é suficiente. Isto, porém, não quer dizer que a presença da Igreja na Internet seja inútil; pelo contrário, é indispensável estar presente, sempre com estilo evangélico», apontou. O papa considera que a internet tornou-se «para muitos, especialmente jovens», uma «espécie de ambiente de vida, para despertar as perguntas que não se podem suprimir do coração sobre o sentido da existência, e indicar o caminho que leva àquele que é a resposta, a misericórdia divina feita carne», que é Cristo.

Papa Francisco pede aos políticos católicos para que «saibam pensar segundo o Evangelho» e não fechem portas ao diálogo
O papa considera que «é necessário um trabalho de sensibilização e formação para que os fiéis leigos, em quaisquer condições, e especialmente aqueles que se comprometem no campo político, saibam pensar segundo o Evangelho», e de acordo com «bússola» da doutrina social da Igreja». Em intervenção que proferiu este sábado no Vaticano, Francisco sublinhou também a necessidade de os católicos saberem «agir coerentemente, dialogando e colaborando com quantos, com sinceridade e honestidade intelectual, partilhem, se não a fé, pelo menos uma visão do homem e da sociedade e a sua consequência ética.

Papa diz que teólogos são «pioneiros do diálogo da Igreja com a cultura» e pede-lhes para ouvirem os «pequeninos»
Para o papa, os teólogos são «pioneiros do diálogo da Igreja com a cultura», numa relação que deve ser estabelecida «nas fronteiras». «Este diálogo da Igreja com a cultura é ao mesmo tempo crítico e benévolo», tentando «favorecer o acolhimento da Palavra de Deus» por parte de todos os seres humanos, independentemente da sua nacionalidade, raça, povo e língua. De acordo com Francisco, «Deus não é uma ameaça para o homem», pelo que a fé «não é nem pode nunca ser geradora de violência e de intolerância», porque o seu «carácter altamente racional confere-lhe uma dimensão universal, capaz de unir os homens de boa vontade». Na intervenção, o papa referiu-se também à «espécie de instinto espiritual» que permite aos membros da Igreja «discernir o que é conforme à fé apostólica e ao espírito do Evangelho», embora esta perceção não se possa «confundir com a realidade sociológica de uma opinião maioritária».

Papa Francisco manifesta «tristeza» pela morte de Mandela, e bispos dizem que lutar pelos seus ideais é honrar o seu legado
O papa Francisco enviou esta sexta-feira um telegrama de condolências ao presidente da África do Sul, Jacob Zuma, em que diz estar triste com a morte de Nelson Mandela, ocorrida na quinta-feira. «Foi com tristeza que soube da morte do antigo presidente Nelson Mandela», e envio condolências na oração a toda a família de Mandela, aos membros do Governo e a todo o povo da África do Sul». Depois de invocar a «infinita misericórdia de Deus», a quem recomenda «a alma» de Mandela, o papa presta tributo ao «firme compromisso» que manifestou «na promoção da dignidade humana de todos os cidadãos da nação, e ao forjar uma nova África do Sul construída nas sólidas fundações da não-violência, reconciliação e verdade». «A melhor forma para honrar a vida de Nelson Mandela é lutar pelos ideais que ele acarinhou: a liberdade, a igualdade e a democracia, e defender estes ideais daqueles que tentam corrompe-los», sublinha por seu lado o presidente da Conferência Episcopal sul-africana.

A alegria voltou à Igreja
Com a exortação "Evangelii gaudium" regressou no título de um documento pontifício a dimensão da alegria, depois do discurso de abertura do Concílio Vaticano II, a 11 de outubro de 1962, quando o papa João XXIII exclamou «alegra-se a Santa Mãe Igreja». Um dos documentos mais importantes do concílio foi a "Gaudium et spes" (As alegrias e as esperanças"), constituição sobre a Igreja no mundo contemporâneo. Dez anos depois da conclusão do Vaticano II, é com o convite apaixonado da Carta de S. Paulo aos Filipenses que abre o único texto papal totalmente dedicado à alegria, a exortação "Gaudete in Domino" (alegrai-vos no Senhor), de Paulo VI. «Alegrai-vos no Senhor, porque ele está próximo de quantos o invocam com coração sincero» é a primeira frase do documento, o primeiro que o papa Francisco cita na sua exortação apostólica "O evangelho da alegria". Recordamos alguns dos trechos desta exortação que se referem à alegria, extraídos da tradução em português publicada no portal de notícias do Vaticano.

O Advento e a exortação "A alegria do Evangelho"
Há dois acontecimentos que se cruzam e que se iluminam mutuamente. Estamos a viver o período de Advento, com o qual, em cada ano, nos preparamos para a celebração do Natal; acabámos de ser brindados pela Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco com o título «A alegria do Evangelho». Se as semanas de Advento nos preparam para reconhecermos Aquele que nos traz a alegria autêntica, Jesus Cristo, o Filho de Deus Encarnado, se todas as realidades envolventes no acontecimento do nascimento do Senhor nos conduzem ao impulso de O anunciar a partir de uma experiência de alegria sem limites, então este documento pontifício, focado todo ele no fundamental da evangelização, ajudar-nos-á a viver em profundidade as exigências do encontro com Cristo a que nos convida a experiência deste tempo pré-natalício. O encontro com Deus é sempre também encontro com os nossos contemporâneos, os nossos irmãos, para lhes testemunhar a alegria que Deus provoca quando nos convida à união com Ele.

Exortação "A alegria do Evangelho" é muito mais inovadora do que parece, considera presidente do Centro Nacional de Cultura
O presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d’Oliveira Martins, considera que o texto da primeira exortação apostólica do papa Francisco, “Evangelii gaudium” (A alegria do Evangelho), é «muito mais inovador do que à primeira vista possa parecer». Em artigo enviado ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, o também presidente do Tribunal de Contas sublinha que o documento obriga a «repensar a crise do compromisso comunitário», orientação que constitui uma prioridade no atual contexto de dificuldades financeiras. A «crise económica» implica a «recusa de uma economia de exclusão, da idolatria do dinheiro, de um dinheiro que governa em vez de servir, de desigualdades sociais que propiciam o risco da violência e do real que cede lugar às aparências e às ilusões», frisa Guilherme d’Oliveira Martins. Leia o artigo na íntegra.

Interpretar a Palavra de Deus sem relação com Cristo faz mal à Igreja, diz papa Francisco
As palavras de Deus são «boas», mas se não são «fundadas em Cristo» «não só não servem como fazem mal», vincou esta quinta-feira o papa Francisco na homilia da missa a que presidiu, no Vaticano. «Uma palavra é forte, dá vida, pode avançar, pode tolerar todos os ataques, se tem as suas raízes em Jesus Cristo. Uma palavra cristã que não tem as suas raízes vitais, na vida de uma pessoa, em Jesus Cristo, é uma palavra cristã sem Cristo», e que por isso «engana», afirmou, citado pela Rádio Vaticano. O papa sublinhou as consequências de a interpretação da palavra divina estar separada da «relação» e da «oração» com Jesus: «Uma palavra cristã sem Cristo leva-te à vaidade, à segurança de ti próprio, ao orgulho, ao poder pelo poder».

Papa Francisco sublinha que ressurreição «não é uma mentira» e apela à espiritualidade da esperança
O papa Francisco vincou esta quarta-feira que a ressurreição «não é uma mentira», durante a audiência geral semanal das quartas-feiras, no Vaticano, em que também animou os católicos a manterem viva a esperança. «[A ressurreição] é verdade. Nós cremos que Jesus ressuscitou, que Jesus está vivo neste momento. Vós credes que Jesus está vivo? Que é vivo? Não credes? Credes ou não credes?», perguntou aos milhares de fiéis reunidos na Praça de S. Pedro. «E se Jesus está vivo, pensais que Jesus nos deixará morrer e não nos ressuscitará?» «Recordemo-lo sempre: somos discípulos daquele que veio, vem todos os dias e virá no fim. Se conseguirmos ter mais presente esta realidade, ficaremos menos exaustos com o quotidiano, menos prisioneiros do efémero e mais dispostos a caminhar com coração misericordioso no caminho da salvação». No final da audiência, Francisco apelou à libertação de cinco religiosas sequestradas esta segunda-feira na Síria.

Papa tem palavras justas e claras «para meter o dedo em muitas feridas», diz patriarca de Lisboa sobre a exortação "Evangelii gaudium"
O patriarca de Lisboa pronunciou-se esta terça-feira sobre a exortação apostólica “Evangelii gaudium” (A alegria do Evangelho), do papa Francisco, tendo realçado a pertinência da mensagem social do documento. O papa «tem encontrado palavras muito justas e muito claras para meter o dedo em muitas feridas que a nossa sociedade manifesta, concretamente desigualdades gritantes, não só nos países que nos tocam mais de perto, mas também entre «países ricos e pobres», afirmou. D. Manuel Clemente apontou também o «muito desrespeito pela dignidade humana»: «Parece que adormecemos em relação a situações que não podemos manter. De vez em quando acordamos, quando há uma Lampedusa ou morre muita gente ao tentar chegar às costas da Europa». O patriarca pronunciou-se também sobre o inquérito na diocese de Lisboa com vista ao sínodo da família, que está a «exceder as expetativas», e acerca da sentença aplicada ao padre da diocese da Guarda acusado de abuso sexual de menores.

Papa convida católicos a olharem para o sorriso de Cristo e a serem alegres como Ele
A paz, a alegria e a espiritualidade foram as notas dominantes da homilia que o papa Francisco pronunciou esta terça-feira, durante a missa a que presidiu na Casa de Santa Marta, no Vaticano. «Pensamos sempre em Jesus quando pregava, quando curava, quando caminhava, andava pelas estradas, também durante a Última Ceia… Mas não estamos tão habituados a pensar em Jesus sorridente, alegre», disse Francisco, citado pela Rádio Vaticano. Cristo quis que «a Igreja fosse também alegre»: «Não se pode pensar uma Igreja sem alegria, e a alegria da Igreja é precisamente isto: anunciar o nome de Jesus.»

Papa quer católicos de formação sólida, diz que ação dos leigos tem de ser «fortemente» apoiada e pede presença da Igreja no debate público
«A educação das consciências» torna-se «prioritária», nomeadamente através da «formação do julgamento crítico», ao mesmo tempo que se manifesta uma perspetiva «positiva» sobre as realidades sociais, atitude que evitará «a superficialidade dos julgamentos e a resignação à indiferença». Esta aposta exige que «os católicos, padres, pessoas consagradas, leigos, adquiram uma formação sólida e de qualidade», permitindo assim um «melhor anúncio do Evangelho», vincou o papa. «Neste contexto, o testemunho e o compromisso dos leigos na Igreja e na sociedade têm um lugar de eleição e devem ser fortemente apoiados», porque os batizados são convidados a serem «discípulos-missionários» onde quer que estejam, apontou. Numa sociedade «fortemente marcada pela secularização», os bispos holandeses foram estimulados por Francisco a «estarem presentes no debate público, em todos os domínios onde o homem está em causa, para tornar visível a misericórdia de Deus, a sua ternura por toda a criatura».

Papa Francisco reúne conselho de oito cardeais para avaliar "ministérios" do Vaticano
O papa Francisco reúne-se a partir desta terça-feira, no Vaticano, com o conselho de oito cardeais nomeado por ele a 13 de abril para o ajudar na reforma da Cúria romana e no governo da Igreja. A reunião, que decorre até quinta-feira, é o segundo encontro formal do conselho.Nesta sessão serão avaliados o trabalho e as competências das congregações do Vaticano, os dicastérios, departamentos de primeira ordem da Santa Sé, avança o site "Vatican Insider". Prevê-se que à exceção da manhã de quarta-feira, quando marcará presença na audiência geral, o papa acompanhe o trabalho destes três dias, que deverá passar ao lado da reforma dos conselhos pontifícios, onde se inclui o da Cultura.
Imagens

Oração, caridade e louvor: Papa Francisco aponta programa para o Advento
O papa Francisco sublinhou esta segunda-feira, segundo dia do Advento, que a preparação para o Natal, que é mais do que uma recordação ou «uma coisa bonita», passa pela oração, pela caridade e pelo louvor. «O Natal é um encontro. E caminhamos para o encontrar [Cristo]: encontrá-lo com coração, com a vida; encontrá-lo vivo, como Ele é; encontrá-lo com fé», disse Francisco na homilia da missa a que presidiu, no Vaticano. Mais do que encontrar-se com Deus, é preciso que cada pessoa se deixe «encontrar por Ele»: «É Ele que entra dentro de nós, é Ele que nos refaz totalmente de novo».

«O homem a quem devemos a vida tornou-se Papa»
Logo que o padre Jorge foi informado, fez desencadear uma operação de salvamento em duas direções: arrancar Sergio aos militares e pôr Ana em segurança. Como de costume, o jesuíta começou a investigar por conta própria. Perguntando no lugar e olhando à sua volta. Foi falar com alguns oficiais para defender a causa dos seus amigos. Depois das peripécias habituais, conseguiu tirar Sergio. «Os dezoito dias do meu sequestro – conta Gobulin – foram realmente duros, não somente por causa das torturas físicas, mas sobretudo das psicológicas. Depois da minha libertação soube, através dos meus familiares, dos esforços que o padre Jorge fez à minha procura e para me libertar, e dos do então vice-cônsul da Itália na Argentina, Enrico Calamai. Sergio repete aquilo de que não quer esquecer-se: «Tive a felicidade de sair vivo de lá. Mas foi mérito da teimosia de pessoas importantes, que me procuraram nas diversas casernas do horror. É neste contexto que emerge a figura de Bergoglio.»

Papa critica «pensamento uniforme» e aponta racionalidade alternativa que una inteligência e transcendência
O papa Francisco manifestou-se esta sexta-feira no Vaticano contra o «pensamento uniforme, o pensamento igual, o pensamento débil [e] um pensamento difuso» que não é orientado pelos critérios de Deus. «O espírito do mundo trata-nos como se não tivéssemos a capacidade de pensar por nós próprios; trata-nos como pessoas não livres», disse na homilia da missa a que presidiu. Só com a ajuda divina é possível «compreender os sinais dos tempos»: «O Espírito Santo dá-nos este presente, um dom: a inteligência para compreender, e não para que outros me digam o que se passa».

Os perigos do «mundanismo espiritual» para a vida da Igreja
«Deus nos livre de uma Igreja mundana sob vestes espirituais ou pastorais! Este mundanismo asfixiante cura-se saboreando o ar puro do Espírito Santo, que nos liberta de estarmos centrados em nós mesmos, escondidos numa aparência religiosa vazia de Deus. Não deixemos que nos roubem o Evangelho!» «Dói-me muito comprovar como nalgumas comunidades cristãs, e mesmo entre pessoas consagradas, se dá espaço a várias formas de ódio, divisão, calúnia, difamação, vingança, ciúme, a desejos de impor as próprias ideias a todo o custo, e até perseguições que parecem uma implacável caça às bruxas. Quem queremos evangelizar com estes comportamentos?» Na sua primeira exortação apostólica, "A alegria do Evangelho", o papa Francisco aponta lacunas causadas pelo «mundanismo espiritual» que estão a lesar a Igreja.

«A vida neste mundo é-nos dada também para preparar a outra vida»
«A morte diz respeito a todos, interroga-nos de modo profundo, especialmente quando nos toca de perto ou quando atinge os mais pequenos, os indefesos de uma maneira que nos parece “escandalosa”, disse Francisco na audiência geral semanal, no Vaticano, antes de confessar a sua perplexidade pelo sofrimento e a perda da vida das crianças. «Eu preparo-me para a morte estando próximo de Jesus. E como é que se está próximo de Jesus? Com a oração, nos sacramentos e também na prática da caridade. Recordemos que Ele está presente nos mais frágeis e necessitados», apontou. Dirigindo-se 50 mil pessoas presentes que na Praça de S. Pedro suportaram uma temperatura próxima dos 0 graus, o papa vincou uma ideia: «Quem pratica a misericórdia não teme a morte. Pensai bem nisto. Quem pratica a misericórdia não teme a morte. Estais de acordo? Digamo-lo juntos para não o esquecer: Quem pratica a misericórdia não teme a morte. Mais uma vez: Quem pratica a misericórdia não teme a morte».

«Queremos inserir-nos a fundo na sociedade», diz papa Francisco, que alerta: Fechar-se na comodidade é um «lento suicídio»
A interdependência entre a espiritualidade dos católicos e a influência cultural, política e social da Igreja nas sociedades constitui um dos temas abordados pelo papa Francisco na sua primeira exortação apostólica, “A alegria do Evangelho”. «Se não sentimos o desejo intenso de comunicar Jesus, precisamos de nos deter em oração para lhe pedir que volte a cativar-nos. Precisamos de o implorar cada dia, pedir a sua graça para que abra o nosso coração frio e sacuda a nossa vida tíbia e superficial.» Depois de realçar a importância da relação pessoal com Jesus, o papa apela aos católicos para que saiam ao encontro do mundo, em vez de ficarem ensimesmados nos seus planos e estruturas. «Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos outros. Espera que renunciemos a procurar aqueles abrigos pessoais ou comunitários que permitem manter-nos à distância do nó do drama humano, a fim de aceitarmos verdadeiramente entrar em contacto com a vida concreta dos outros e conhecermos a força da ternura», assinala.

«Há uma necessidade imperiosa de evangelizar as culturas», aponta papa Francisco
«Há uma necessidade imperiosa de evangelizar as culturas para inculturar o Evangelho», vinca o papa Francisco na exortação apostólica “A alegria do Evangelho”. «Se for bem entendida, a diversidade cultural não ameaça a unidade da Igreja», aponta o papa. Referindo-se ao contexto urbano, o papa considera que a Igreja precisa de «identificar a cidade a partir dum olhar contemplativo, isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas suas casas, nas suas ruas, nas suas praças». «A presença de Deus acompanha a busca sincera que indivíduos e grupos efetuam para encontrar apoio e sentido para a sua vida. Ele vive entre os citadinos promovendo a solidariedade, a fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça. Esta presença não precisa de ser criada, mas descoberta, desvendada. Deus não se esconde de quantos o buscam com coração sincero, ainda que o façam tateando, de maneira imprecisa e incerta», sublinha. «É necessário chegar aonde são concebidas as novas histórias e paradigmas, alcançar com a Palavra de Jesus os núcleos mais profundos da alma das cidades. Não se deve esquecer que a cidade é um âmbito multicultural», vinca Francisco.

Papa Francisco pede cristãos sem «cara de vinagre»
O papa pede aos cristãos que resistam à tentação da «sensação de derrota» antecipada quanto aos frutos da sua missão evangelizadora, que lhes «sufoca o fervor e a ousadia», além de os transformar em «pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre». «Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos», frisa Francisco na exortação apostólica “A alegria do Evangelho”, publicada esta terça-feira. Na secção dedicada às «tentações dos evangelizadores», Francisco constata que o cansaço e a desmotivação dos católicos «não está sempre no excesso de atividades, mas sobretudo nas atividades mal vividas, sem as motivações adequadas, sem uma espiritualidade que impregne a ação e a torne desejável».

Igreja não pode continuar como está, avisa papa Francisco
O papa Francisco considera que «todas as comunidades» da Igreja católica têm de se esforçar por «atuar os meios necessários para avançar no caminho duma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão». «Neste momento, não nos serve uma «simples administração», sendo preciso um «estado permanente de missão» em todo mundo, frisa o papa na exortação apostólica “A alegria do Evangelho”. «Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação», vinca Francisco. O papa volta a declarar que prefere «uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças», e lança um apelo: «Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa».

Evangelização é «essencialmente» anúncio a quem desconhece Cristo ou àqueles «que sempre o recusaram», lembra papa
O papa sublinha na sua primeira exortação apostólica, “Evangelii gaudium” (A alegria do Evangelho), que «a evangelização está essencialmente relacionada com a proclamação do Evangelho àqueles que não conhecem Jesus Cristo ou que sempre o recusaram». «Todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte maravilhoso, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas “por atração”, frisa Francisco. Por isso, os cristãos não podem «ficar tranquilos, em espera passiva» dentro das igrejas, «sendo necessário passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária», naquela que é uma missão que «continua a ser a fonte das maiores alegrias para a Igreja».

"A alegria do Evangelho": Papa Francisco assina a sua primeira exortação apostólica e diz que quer «descentralização» na Igreja
“Evangelii gaudium” (“A alegria do Evangelho”) é o título da primeira exortação apostólica do papa Francisco, que recolhe a «riqueza» dos trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, realizado no Vaticano em outubro de 2012. «Consultei também várias pessoas e pretendo, além disso, exprimir as preocupações que me movem neste momento concreto da obra evangelizadora da Igreja», explica o papa. Depois de referir que não pretende abordar todas as «inumeráveis» questões relacionadas com a evangelização, Francisco salienta que «não se deve esperar do magistério papal uma palavra definitiva ou completa sobre todas as questões que dizem respeito à Igreja e ao mundo». «Não convém que o Papa substitua os episcopados locais no discernimento de todas as problemáticas que sobressaem nos seus territórios. Neste sentido, sinto a necessidade de proceder a uma salutar “descentralização”», aponta.

Papa Francisco: Mártires de ontem e de hoje são incentivo a «escolhas definitivas» dos cristãos
O papa Francisco realçou esta segunda-feira o exemplo dos mártires cristãos de todos os tempos para a vida da Igreja, depois de neste domingo ter rezado na Praça de S. Pedro diante do relicário com as relíquias do apóstolo S. Pedro, martirizado em Roma. «Quando ouvimos a vida dos mártires, quando lemos nos jornais as perseguições contra os cristãos, hoje, pensemos nestes irmãos e irmãs em situações limite, que fazem esta escolha. Eles vivem neste tempo. São um exemplo para nós e encorajam-nos a pôr no tesouro da Igreja tudo o que temos para viver», sublinhou na homilia da missa a que presidiu, no Vaticano. «Far-nos-á bem pensar nestes irmãos e irmãs que, em toda a nossa história, ainda hoje, fazem escolhas definitivas», acrescentou o papa, um dia após a primeira exposição pública do relicário com as relíquias do apóstolo em quem Cristo confiou a edificação da Igreja.
Imagens

Deus procura-nos com paciência e está «sedento de nós», diz papa Francisco
Deus procura-nos com paciência e está «sedento de nós», afirmou este sábado o papa Francisco, na basílica de S. Pedro, no Vaticano, durante o rito de admissão ao catecumenato de 500 pessoas de 47 nacionalidades que vão receber o Batismo. «É um buscador paciente, o nosso Pai. Ele precede-nos e espera-nos sempre. Não se distancia de nós, mas tem a paciência de esperar o momento favorável do encontro com cada um de nós. E quando o encontro acontece, nunca é um encontro à pressa, porque Deus deseja permanecer longamente connosco, para nos sustentar, para nos consolar, para nos dar a sua alegria.» «Viestes de muitos países diferentes, de tradições culturais e experiências diferentes. No entanto, esta tarde sentimos ter entre nós muitas coisas em comum. Sobretudo temos uma: o desejo de Deus», disse o papa. «Como é importante manter vivo este desejo, este anseio de encontrar o Senhor e fazer experiência dele, do seu amor, da sua misericórdia. Se faltar a sede do Deus vivo, a fé arrisca-se a tornar um hábito, arrisca-se a extinguir-se», acrescentou.

É mais importante ir à igreja para adorar Deus do que para celebrar um rito, sublinha papa Francisco
«O templo é o lugar onde a comunidade vai rezar, louvar o Senhor, a dar graças, mas sobretudo a adorar: no templo adora-se o Senhor. E isto é o ponto mais importante», frisou o papa Francisco esta sexta-feira, no Vaticano. Esta prioridade vale também para as celebrações, apontou o papa na missa a que presidiu: «Nesta cerimónia litúrgica o que é o mais importante? Os cantos, os ritos – belos, tudo…? Mais importante é a adoração: toda a comunidade reunida olha o altar onde se celebra o sacrifício e adora». «Mas eu creio – humildemente o digo – que nós, cristãos, também tenhamos perdido um pouco o sentido da adoração, e pensamos: vamos ao templo, juntemo-nos como irmãos – é bom, é belo – mas o centro é onde está Deus. E nós adoramos Deus», sublinhou. A seguir, Francisco perguntou: «Os nossos templos são lugares de adoração, favorecem a adoração? As nossas celebrações favorecem a adoração?».

Doze minutos de oração com o papa Francisco
Diante das «dificuldades e surpresas do projeto de Deus, a esperança da Virgem nunca vacila», o que diz aos cristãos «que a esperança alimenta-se de escuta e de paciência», frisou Francisco durante a meditação que antecedeu a oração em silêncio. O papa Francisco deslocou-se esta quinta-feira a um mosteiro feminino de clausura, em Roma, para a oração de Vésperas, que na liturgia católica é rezada ao cair da tarde, e permanecer em oração contemplativa junto de Cristo, presente no Santíssimo Sacramento. O vídeo que apresentamos é um resumo da passagem do papa pelo mosteiro de Santo Antão: começa com o canto de uma passagem bíblica, prossegue com a contemplação do Santíssimo Sacramento, em silêncio, e termina com um cântico. A proposta que deixamos é rezar 12 minutos com Francisco...
Vídeo

Papa Francisco reza pelas Filipinas a «oração do porquê»
O papa reuniu-se esta quinta-feira, no Vaticano, com membros da comunidade filipina, com quem rezou pelas vítimas do furacão Haiyan, que no dia 8 de novembro causou mais de quatro mil mortos, 18 mil feridos e 1600 desaparecidos, além de arrasar milhares de habitações. «Nestes dias, também eu tenho estado muito próximo do vosso povo. E senti que a provação era forte, demasiado forte. Mas também senti que o povo era forte», frisou depois de ouvir a intervenção do cardeal filipino Luis Antonio Tagle. «Nestes momentos de tanto sofrimento, não cesseis de dizer: "Porquê?". Como as crianças... E assim atraís os olhos do nosso Pai sobre o vosso povo; atraís a ternura do papá do céu sobre vós. Como faz a criança quando pergunta: "Porquê? Porquê?"».

O papa também é pecador e confessa-se a cada quinze dias, diz Francisco
«Também o papa se confessa todos os quinze dias, porque o papa também é um pecador», afirmou Francisco esta quarta-feira, durante a catequese que pronunciou na audiência geral semanal, dedicada ao sacramento da Reconciliação. Depois de sublinhar que tanto padres como bispos «devem confessar-se», o papa disse, levantando os olhos do papel com o discurso: «O confessor ouve as coisas que lhe digo, aconselha-me e perdoa-me, porque todos temos necessidade deste perdão». «O serviço que o sacerdote presta, da parte de Deus, no sacramento da confissão é um serviço muito delicado, que exige que o seu coração esteja em paz, (…) que não maltrate os fiéis mas que seja amigo fiel e misericordioso, que saiba semear esperança nos corações, e sobretudo esteja consciente de que o irmão e a irmã procuram o perdão e fá-lo como as muitas pessoas que se aproximavam de Jesus para que as curasse.» Por isso, vincou, o sacerdote que não tenha «esta disposição de espírito», é melhor que «não administre o sacramento», porque os fiéis «têm o direito de encontrar nos sacerdotes os servidores do perdão de Deus».

Papa Francisco recebeu escultura de Jesus sem-abrigo
O papa Francisco recebeu esta quarta-feira, no Vaticano, uma escultura de Jesus representado como um sem-abrigo a dormir num banco de jardim. A peça de bronze, cujo original, em tamanho real, foi instalado em Toronto, é assinada pelo escultor canadiano Timothy Schmalz, que há mais de duas décadas trabalha sobre temas cristãos. A escultura inspira-se num encontro que o artista teve com uma pessoa sem-abrigo nas ruas de Toronto, experiência que ofereceu a Schmalz uma nova aproximação artística à dimensão da compaixão pelos mais necessitados, apontada no capítulo 25 do evangelho segundo S. Mateus. Para o escultor, os Evangelhos e o cristianismo proporcionam «infinitas possibilidades criativas».

Um povo que não respeita os avós, não tem futuro, diz papa Francisco
«Um povo que não protege os avós, um povo que não respeita os avós, não tem futuro, porque não tem memória, perdeu a memória», vincou o papa Francisco esta terça-feira, no Vaticano. «Far-nos-á bem pensar em muitos idosos e idosas, muitos que estão nas casas de repouso, e também muitos – é uma palavra bruta, mas digamo-la – abandonados pelos seus. São o tesouro da nossa sociedade», sublinhou na homilia da missa a que presidiu. Num tempo em que os idosos «não contam», o papa vincou a ação das pessoas mais velhas na transmissão da fé. «Os anciãos são aqueles que nos trazem a história, que nos trazem a doutrina, que nos trazem a fé e a dão em herança. São aqueles que, como o bom vinho envelhecido, têm esta força dentro de si para nos dar uma herança nobre», apontou.

Papa Francisco encerra Ano da Fé com exortação apostólica "Evangelii gaudium"
O papa Francisco vai entregar a exortação apostólica “Evangelii gaudium” (O Evangelho da alegria) no próximo domingo a fiéis dos cinco continentes, após a missa a que presidirá na praça de S. Pedro, no Vaticano, celebração que encerra o Ano da Fé. O anúncio foi feito pelo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o arcebispo italiano Rino Fisichella, que também revelou que a apresentação oficial da primeira exortação apostólica do papa Francisco decorre a 26 de novembro. No ato de entrega marcam também presença alguns artistas, como Etsuro Sotoo, escultor japonês que colaborou na basílica da Sagrada Família, em Barcelona, e a pintora polaca Anna Gulak, porque «a beleza é uma forma privilegiada de evangelização», sublinhou o prelado.

Papa Francisco: As verdadeiras batalhas a combater são pela vida, e nunca pela morte
O papa Francisco afirmou esta quarta-feira, no Vaticano, que os únicos combates que devem ser travados são aqueles que procuram salvar vidas, e não os que conduzem à morte. «Tomei conhecimento, com grande dor, que há dois dias, em Damasco [capital da Síria], disparos de morteiro mataram algumas crianças que regressavam da escola e o motorista do autocarro. Outras crianças ficaram feridas. Por favor, que estas tragédias não aconteçam mais! Rezemos fortemente», apelou. «Nestes dias, estamos a rezar e a unir as forças para ajudar os nossos irmãos e irmãs das Filipinas, atingidos pelo furacão. Estas são as verdadeiras batalhas a combater. Pela vida. Nunca pela morte!», frisou. Francisco centrou a sua intervenção no Batismo e na Penitência, que «não é uma sessão numa sala de tortura», mas sim uma festa que recorda o primeiro dos sacramentos e dá sentido à existência humana, porque «é somente no perdão, dado e recebido», que o coração «encontra a paz e a alegria».

Papa Francisco vai ao Salão do Livro de Turim 2014, que tem o Vaticano como país convidado
O papa Francisco vai estar no Salão Internacional do Livro de Turim, que se realiza de 8 a 12 de maio de 2014, iniciativa que tem o Estado da Cidade do Vaticano como país convidado. A presença está prevista para a cerimónia de atribuição dos prémios do Concurso Literário "Lingua Madre", revelou o portal de notícias da Santa Sé. Em carta enviada aos organizadores, lê-se que Francisco conheceu o livro "Lingua Madre 2013", coletânea de histórias redigidas por mulheres imigradas no decorrer deste ano, e afirmou «apreciar os nobres sentimentos que inspiram o Concurso». «É a primeira vez que a Santa Sé participa num Salão do Livro. Apresentar-se-á em Turim não só com um stand, mas com um programa delineado por uma comissão presidida pelo cardeal Gianfranco Ravasi, que trabalhará para declinar a imensa história cultural e espiritual da Igreja», realçou em julho o presidente do certame, Rolando Picchioni.

Papa vai destacar Ecologia numa próxima encíclica
O papa manifestou interesse em destacar o tema da defesa do ambiente numa encíclica, que poderá ser já a próxima. Nos últimos dias, Francisco revelou esta vontade a três personalidades, começando pelo amigo Gustavo Vera, deputado argentino e ativista na luta conta o tráfico de pessoas, com quem almoçou a 3 de novembro. Francisco foi ainda mais explícito com o senador argentino Fernando “Pino” Solanas, recebido esta segunda-feira em audiência privada. «Tivemos um diálogo extenso e profundo sobre o dano ambiental que se está a produzir no nosso país e no mundo. O papa Francisco revelou-me que está a trabalhar numa grande encíclica sobre o meio ambiente», revelou o político, citado pelo diário argentino “Clarín”.

Papa Francisco recebeu futebolista argentino Carlos Tevez e família
O papa Francisco recebeu esta terça-feira no Vaticano, em audiência privada, o futebolista Carlos Tevez, atacante da equipa italiana da Juventus e da seleção nacional da Argentina. O encontro, no qual Tevez estava acompanhado por familiares, ocorreu na Casa de Santa Marta, onde o papa reside. «Obrigado Santo Padre por ter recebido a minha família. É um orgulho que seja argentino e especialmente que seja uma pessoa tão humilde», escreveu Tevez no seu perfil na rede social Twitter.

Papa Francisco critica «vida dupla» de quem dá dinheiro à Igreja mas «rouba» o Estado e os pobres
O papa Francisco criticou esta segunda-feira, no Vaticano, a «vida dupla» de quem dá dinheiro à Igreja mas retrai-se na partilha com os pobres e falta à verdade nos impostos a pagar ao Estado. «A vida dupla de um cristão faz tanto mal, tanto mal. “Mas eu sou benfeitor da Igreja! Meto a mão ao bolso e dou à Igreja.” Mas com a outra mão, rouba: ao Estado, aos pobres… rouba. É um injusto. Esta é a vida dupla», vincou Francisco na homilia da missa a que presidiu.

Pré-publicação: "A lista de Bergoglio"
Eu tinha as horas contadas. Estava desesperado.» O guarda do edifício avisara-o: «Te matarán» (Vão matar-te). Mas, para não acabar assassinado, só lhe restava uma via, percorrer um caminho que, para alguém como ele, estava cheia de armadilhas: pedir ajuda aos padres. Ajudar dissidentes a fugir era não somente uma operação cheia de riscos, mas também a possibilidade concreta de acabar diretamente nas garras dos açougueiros. Por isso e para isso, o padre Jorge construiu uma rede de apoio no Brasil, de maneira a favorecer o sucesso das fugas. Na verdade, nenhum dos membros do «sistema Bergoglio» sabia que fazia parte dele. Cada um fazia um único favor concreto ao provincial argentino: um providenciava uma cama para uma noite, outro um transporte de carro, outro metia uma «cunha» aos funcionários consulares europeus, outro tratava dos bilhetes de avião. O livro "A lista de Bergoglio - Os que foram salvos por Francisco durante a ditadura", resulta da investigação de Nello Scavo, e conta com prefácio do argentino Adolfo Pérez Esquivel, prémio Nobel da Paz.

Os pobres e os doentes são uma «riqueza para a Igreja», lembra papa Francisco
«Os pobres, também os pobres de saúde, são uma riqueza para a Igreja», afirmou este sábado o papa no Vaticano, numa audiência a milhares de membros da Unitalsi (União Nacional Italiana de Transporte de Doentes a Lourdes e Santuários Internacionais). «A vossa presença, silenciosa mas mais eloquente do que tantas palavras, a vossa oração, a oferta quotidiana dos vossos sofrimentos em união com os de Jesus crucificado para a salvação do mundo, a aceitação paciente e também jubilosa da vossa condição, são um recurso espiritual, um património para cada comunidade cristã. Não vos envergonheis de ser um tesouro precioso da Igreja», declarou. O papa saudou, uma a uma, as centenas de pessoas doentes ou com deficiência presentes na sessão, abraçando-as, acariciando-as, colocando a mão sobre as suas cabeças e abençoando-a. Para Francisco, «o contexto cultural e social de hoje está bastante inclinado a esconder a fragilidade física, a considerá-la apenas como um problema, que pede resignação e pietismo, ou, por vezes, rejeição das pessoas».

Papa Francisco realça «variedade» na Igreja e diz que «uniformidade» mata «dons do Espírito Santo»
«Aceitamos o outro, aceitamos que haja uma justa variedade, que este seja diferente, que este pense de uma forma ou de outra - mas na mesma fé pode pensar-se de forma diferente -, ou tendemos a uniformizar tudo? A uniformidade mata a vida. A vida da Igreja é variedade, e quando queremos colocar essa uniformidade sobre todos, matamos os dons do Espírito Santo.» «Cada um de nós pode perguntar-se hoje: Como vivo na Igreja? Quando vou à igreja, é como se estivesse ao estádio, a um jogo de futebol? É como se fosse cinema? Não, é outra coisa. Como é que eu vou à igreja? Como acolho os dons que a Igreja me oferece, para crescer, para amadurecer como um cristão? Participo na vida da comunidade ou vou à igreja e fecho-me nos meus problemas, isolando-me do outro? Neste primeiro sentido, a Igreja é católica porque é a casa de todos. Todos são filhos da Igreja e todos estão nessa casa.» Na audiência geral desta quarta-feira, o papa explicou as implicações do termo "católico", palavra de origem grega que significa "universalidade", "totalidade". Excertos da intervenção.

Sou cristão cultural e do bem-estar, ou vou até à cruz?, questiona papa Francisco
O papa Francisco afirmou esta sexta-feira no Vaticano que a prova para cada pessoa saber se se é cristão está na capacidade de «suportar as humilhações com alegria e paciência». «É esta a tentação do bem-estar espiritual: Temos tudo: temos a igreja, temos Jesus Cristo, os sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um belo trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. (…) Mas não basta o bem-estar espiritual até certo ponto», sublinhou Francisco na homilia da missa a que presidiu. «Como aquele jovem que era rico: queria andar com Jesus, mas até um certo ponto. Falta esta última unção do cristão, para ser cristão verdadeiro: a unção da cruz, a unção da humilhação», apontou.

"A lista de Bergoglio": Testemunhas relatam ação do papa Francisco durante ditadura argentina
“A lista de Bergoglio” é um livro que relata, ao longo de quase 200 páginas, o testemunho de dezenas de perseguidos políticos pela ditadura argentina salvos pelo papa Francisco quando era padre. «É difícil fazer uma estimativa precisa, sobretudo porque o padre Bergoglio nunca quis falar sobre isto. Recolhemos uma vintena de testemunhos, todos em períodos diferentes entre si, de pessoas que não se conhecem e que conheceram Bergoglio em épocas diferentes», explicou o autor. «Cada uma destas pessoas, por sua vez, diz-se testemunha de, pelo menos, vinte salvamentos. Prudentemente, podemos afirmar que são mais de cem as pessoas que o padre Jorge Mário Bergoglio salvou naquele tempo», acrescentou.

Não se pode conhecer Jesus apenas na biblioteca: é preciso ação e oração, diz papa Francisco
O papa Francisco frisou esta quinta-feira que conhecer Jesus implica um envolvimento existencial que causa sempre contrariedades, e que se baseia no estudo, na oração e na ação. «Se tu queres ter um problema, vai pela estrada do conhecimento de Jesus. Não um, mas terás muitos», disse Francisco na homilia da missa a que presidiu na Casa de Santa Marta, onde reside, no Vaticano, refere a Rádio Vaticano. Para o papa, «não se pode conhecer Jesus em primeira classe»: «Jesus conhece-se no caminhar quotidiano de todos os dias. Não se pode conhecer Jesus na tranquilidade, nem na biblioteca». «Não se pode conhecer Jesus sem o envolvimento com Ele, sem apostar a vida por Ele», vincou Francisco, antes de apontar: «Esta é a estrada. Cada um deve fazer a sua escolha».

Sou um católico aberto a toda a Igreja ou "privatizo" a fé?, pergunta papa Francisco
«Perguntemo-nos todos: eu, como católico, sinto esta unidade? Eu, como católico, vivo esta unidade da Igreja? Ou não me interessa porque estou fechado no meu pequeno grupo ou em mim próprio? Sou daqueles que “privatizam” a Igreja para o próprio grupo, a própria nação, os próprios amigos?» «É triste encontrar uma Igreja privatizada por este egoísmo e esta falta de fé. É triste. Quando oiço que tantos cristãos no mundo sofrem, sou indiferente ou é como se sofresse um membro da família? Quando penso ou oiço dizer que muitos cristãos são perseguidos, e até dão a vida pela sua fé, isso toca o meu coração ou não me afeta? Estou aberto àquele irmão ou àquela irmã da família que está a dar a vida por Jesus Cristo?» O papa Francisco acentuou esta quarta-feira a importância da unidade dentro de uma Igreja formada por muitas línguas e culturas, e perguntou aos católicos se são sensíveis aos fiéis em dificuldades ou se se fecham no seu grupo e privatizam a fé.

«Deus espera sempre», lembra papa Francisco
O papa sublinhou esta terça-feira que Deus aguarda sempre pelo ser humano, e salientou que os sacramentos são um meio privilegiado para o encontro com Cristo. Francisco salientou igualmente a identidade dos sete sacramentos: «O Senhor Jesus acompanha-nos também na nossa vida pessoal: com os sacramentos. O sacramento não é um rito mágico: é um encontro com Jesus Cristo». «E se Ele entrou na nossa história, entremos também nós um pouco na história dEle», convidou.

Papa Francisco: «Cultura do conflito, não; cultura do encontro, sim»
O papa considera que a Igreja deve seguir uma rota que privilegie o encontro e a abertura, evitando uma visão apocalíptica da história marcada pelo conflito, isolamento, fuga e resignação, à maneira do «lavar das mãos» de Pilatos. As palavras de Francisco foram pronunciadas no «encontro com  o mundo da cultura», em Cagliari, na aula magna da Pontifícia Faculdade de Teologia da Sardenha, ilha italiana que o papa visitou este domingo. Francisco vincou o papel das universidades na renovação da sociedade, realçou as perspetivas dos políticos jovens e afirmou que «toda a crise, mesmo a atual, é uma passagem, o trabalho de um parto que compreende fadiga, dificuldade, sofrimento, mas que traz em si o horizonte da vida, de uma renovação, traz a força da esperança». A intervenção do papa foi guiada pelas palavras «desilusão», «resignação» e «esperança».

Papa Francisco aos jovens: «Não vendais a vossa juventude aos mercadores da morte»
«Nunca cesseis de voltar ao jogo, como bons desportistas que sabem enfrentar a fadiga do treino para alcançar resultados: a dificuldade não deve assustar-nos, mas impulsionar-nos a avançar mais.» «Sois chamados a tornar-vos pescadores de homens; não hesiteis a gastar a vossa vida a testemunhar com alegria o Evangelho, especialmente aos vossos contemporâneos: o vosso contributo é indispensável para a missão da Igreja, que é a evangelização, os jovens apóstolos dos jovens.» «Tantos anos após ter ouvido a vocação junto do Senhor, não me arrependo; não porque me sinto forte - mas pensais que sou o Tarzan? Não, sinto-me forte porque nos momentos mais escuros, no pecado, na fragilidade, eu olho Jesus e ele nunca me deixou só; confiai nele, que nunca vos desiludireis.»
Imagens

Papa Francisco aos desempregados: clamar por trabalho é uma «oração necessária»
«Deus quis que no centro do mundo não esteja um ídolo, mas o homem, o homem e a mulher, que com o próprio trabalho fazem avançar o mundo. Mas agora, neste sistema sem ética, ao centro está um ídolo e o mundo tornou-se idólatra deste "deus dinheiro".» «Para defender este ídolo amontoam-se todos ao centro e caem os últimos, caem os idosos, porque neste mundo não há lugar para eles. (...) E caem os jovens que não encontram o trabalho, a dignidade. (...) Este mundo não tem futuro.» «Esta é a oração que gritais: "Trabalho", "trabalho", "trabalho". É uma oração necessária. Trabalho quer dizer dignidade, trabalho quer dizer levar o pão para casa, trabalho quer dizer amar!» O papa Francisco deslocou-se este domingo à cidade de Cagliari, na ilha italiana da Sardenha, tendo centrado a sua primeira intervenção na «tragédia» do desemprego, causada pelo «deus dinheiro». Visivelmente emocionado pelo testemunho de três desempregados, Francisco falou de improviso, tendo entregado o discurso previamente escrito ao bispo local.

Papa Francisco na primeira grande entrevista após a eleição: do que a Igreja mais precisa é curar as feridas e aquecer os corações dos fiéis
A revista "Brotéria", propriedade dos Jesuítas Portugueses, publica esta quinta-feira no seu site uma entrevista exclusiva que o papa Francisco concedeu a 16 publicações periódicas da Companhia de Jesus ao longo de três encontros, a 19, 23 e 29 de agosto, no Vaticano. "Quem é Jorge Mario Bergoglio?", "viver em comunidade", "ouvir os outros", "santidade para todos", Igreja de portas abertas", "o que a Igreja mais precisa", "uma Igreja à procura de novos caminhos", "Igreja e homossexualidade", "aborto, casamento homossexual e métodos contracetivos", "anunciar o essencial está primeiro do que as normas morais", "sinodalidade", "mulher na Igreja", "perigo da instrumentalização do rito litúrgico anterior ao Concílio Vaticano II", "encontrar Deus no dia a dia, "paciência com Deus", "desconfiar de quem diz saber tudo de Deus", "a surpresa de Deus", "soluções disciplinares e segurança doutrinal", "referências culturais", "fé de fronteira", "pensamento da Igreja" e "oração", são alguns dos temas e questões abordadas na entrevista, de que apresentamos alguns excertos.

Bispos precisam de bom humor, diz papa Francisco
«Perguntai-vos: aqueles que batem à porta da minha casa, como é que a encontram? Se a encontram aberta, através da vossa bondade, da vossa disponibilidade, experimentarão a paternidade de Deus e compreenderão como a Igreja é uma boa mãe que acolhe e ama sempre.» «Nós, pastores, não somos (…) homens ambiciosos, esposos de uma Igreja na expetativa de outra mais bela, mais importante ou mais rica. Isto é um escândalo. (…) Estai bem atentos para não cairdes no espírito do carreirismo. É um cancro. Não é só com a palavra, mas também e sobretudo com o testemunho concreto de vida, que somos mestres e educadores do nosso povo. O anúncio da fé pede que se conforme a vida ao que se ensina. Missão e vida são inseparáveis. Há uma pergunta a fazer a cada dia: o que vivo corresponde ao que ensino?» O papa Francisco dirigiu esta quinta-feira alguns conselhos a prelados recentemente nomeados, a quem pediu para não se tornarem «bispos de aeroporto», sempre em viagem e distantes da proximidade com os fiéis que lhe estão confiados, tendo-lhes também sugerido que cultivem o bom humor.

Primeira encíclica do papa Francisco sublinha pertinência pública da fé, diz diretor da Pastoral da Cultura
O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre José Tolentino Mendonça, considera que a “Lumen fidei” (A luz da fé), primeira encíclica do papa Francisco, acentua a pertinência pública da fé. «O papa Francisco corrobora algo de essencial, que é dizer assim: é preciso colocar a fé cristã no centro do debate público. A Igreja tem atualidade não apenas pelo magnífico gesto de Lampedusa, mas por isto que mulheres e homens transportam na história, a fé, que não pode ser acantonada para um gueto, mas tem de ser a questão primeira, a questão que se discute, algo que se privatiza», disse num encontro realizado esta terça-feira em Lisboa com o pensador Eduardo Lourenço. «Podemos pensar que uma encíclica sobre a fé seria para o interior da Igreja; e, de certa forma, só interessa aos crentes, aos suspeitos do costume. Mas este texto, com a força do pensamento de um teólogo raro como era Bento XVI, e com a força profética do papa Francisco, leva-nos a uma reflexão sobre a pertinência pública da fé», afirmou.

Igreja católica, mãe de ternura e misericórdia
«A Igreja é assim, uma mãe misericordiosa, que compreende, que procura sempre ajudar, encorajar; mesmo diante dos seus filhos que erraram e que erram, nunca fecha a porta da casa; não julga, mas oferece o perdão de Deus, oferece o seu amor que convida a retomar o caminho; mesmo àqueles seus filhos que caíram num abismo profundo, a mãe não tem medo de entrar na sua noite para dar esperança. E a Igreja não tem medo de entrar na nossa noite, quando estamos na escuridão da alma, da consciência, para nos dar esperança: a Igreja é mãe, e é assim que faz». O papa Francisco comparou esta quarta-feira a dedicação de uma mãe pelos seus filhos, mesmo quando cometem erros, aos cuidados, ternura e misericórdia que a Igreja católica tem por todos aqueles que se lhe dirigem. Excertos da intervenção e imagens da audiência geral na Praça de S. Pedro.
Imagens

O novo papamóvel de Francisco
No último sábado o papa Francisco viu a oportunidade perfeita para voltar a pegar no volante e dar um passeio, depois de ter recebido de presente um Renault 4 com quase três décadas e 300 mil km. O carro, de um modelo idêntico a que Francisco conduziu na Argentina, foi oferecido ao papa pelo padre Renzo Zocca, um pároco italiano de 69 anos. «O pessoal de segurança estava muito preocupado porque perceberam que a partir de agora ele andaria pelo Vaticano no meu carro», disse o sacerdote ao semanário “Famiglia Cristiana”. «Deixei algumas correntes de neve na mala. Nunca se sabe», referiu. Zocca disse que o papa não estava seguro quanto a aceitar o automóvel, tendo sugerido que seria melhor dá-lo aos pobres. No entanto o sacerdote afirmou que a viatura já tinha dado muito aos pobres, pelo que queria dá-la a Francisco como "testemunha" do trabalho que tinha feito nela.
Imagens

Papa Francisco escreve carta a quem não crê em Deus
Ir ao encontro dos outros e dialogar com os que não partilham a mesma fé e as mesmas crenças tem sido uma proposta do papa Francisco, desde o início do seu pontificado. Esta atitude foi uma vez mais manifestada numa carta que endereçou ao jornalista fundador do diário “La Reppublica”, um dos mais importantes jornais de Itália. «Pergunta-me se o Deus dos cristãos perdoa àqueles que não creem e não procuraram a fé», escreve o papa, que coloca como premissa o facto de que «a misericórdia de Deus não tem limites, se uma pessoa se Lhe dirige com coração sincero e contrito». «Entre a Igreja e a cultura de inspiração cristã, de um lado, e a cultura moderna de inspiração iluminista, de outro, instaurou-se a incomunicabilidade. Chegou o tempo, e o Vaticano II inaugurou esta nova estação, de um diálogo aberto e sem preconceitos capaz de reabrir as portas para um verdadeiro e fecundo encontro», frisa Francisco.

Papa Francisco lembra que «todos somos Igreja» e pede compromisso no testemunho cristão
«A fé é um ato pessoal: “eu creio”, eu respondo pessoalmente a Deus que se faz conhecer e quer estabelecer amizade comigo. Mas eu recebo a fé dos outros, numa família, numa comunidade que me ensina a dizer “eu creio”, “nós cremos”. Um cristão não é uma ilha! Nós não nos tornamos cristãos em laboratório, nós não nos tornamos cristãos sozinhos e com as nossas forças, mas a fé é um presente, é um dom de deus que nos é dado na Igreja e através da Igreja.» «Amamos a Igreja como se ama a própria mãe, sabendo também compreender os seus defeitos? Todas as mães têm defeitos, todos nós os temos. Mas quando se fala dos defeitos da mãe, nós protegemo-la, amamo-la… E a Igreja também tem os seus defeitos. Amo-a, como à minha mãe? Ajudamo-la a ser mais bela, mais autêntica, mais de acordo com o Senhor?» Excertos da intervenção do papa Francisco na audiência geral.
Imagens

Acolhimento, fraternidade, serviço: papa Francisco visitou centro de proteção de refugiados
O papa Francisco visitou esta terça-feira um centro de acolhimento de refugiados, em Roma, tendo sublinhado a importância do serviço, da fraternidade e da defesa dos últimos. «Inclino-me sobre quem está em dificuldade ou tenho medo de sujar as mãos? Estou fechado em mim mesmo, nas minhas coisas, ou reparo de quem precisa de ajuda? Sirvo só a mim mesmo ou sei servir os outros, como Cristo que veio para servir até dar a sua vida? Olho nos olhos daqueles que pedem justiça ou volto o olhar para o outro lado?», questionou Francisco, que vincou a necessidade de a Igreja ter «comunidades solidárias que vivam o amor de maneira concreta». Excertos do discurso do papa.

Papa Francisco pede perdão, diálogo e reconciliação na vigília de oração pela paz na Síria e no mundo
«Aperfeiçoámos as nossas armas, a nossa consciência adormeceu, tornámos mais subtis as nossas razões para nos justificarmos. Como se fosse uma coisa normal, continuamos a semear destruição, dor, morte. A violência, a guerra só trazem morte, falam da morte. A violência e a guerra têm a linguagem da morte.» «Olha para a dor do teu irmão... penso nas crianças... e não acrescentes mais dor, fecha a tua mão, reconstrói a harmonia que se rompeu; faz isto não com o confronto, mas com o encontro. Termine o rumor das armas! A guerra marca sempre o fracasso da paz, é sempre uma derrota da humanidade.». Excertos da intervenção do papa Francisco na vigília de oração pela paz na Síria e no mundo, que decorre no Vaticano este sábado.

Papa anuncia jornada de jejum e oração pela paz na Síria e no mundo
O papa anunciou este domingo uma jornada de jejum e oração pela paz na Síria, Médio Oriente e em todo o mundo, a decorrer este sábado, 7 de setembro, na vigília do dia em que a Igreja católica assinala a festa do nascimento da Virgem Maria. O papa convidou os cristãos não católicos, fiéis de outras religiões e «pessoas de boa vontade» a envolverem-se nesta jornada, e solicitou a todas as Igrejas particulares (dioceses) para organizarem celebrações litúrgicas em comunhão com este encontro. Francisco condenou o uso das armas químicas na Síria e falou do «juízo de Deus» e da «história».

Papa lembra conversão de Santo Agostinho e pede «inquietude» permanente a crentes e não crentes
Inspirado pela frase de Santo Agostinho «Tu nos fizeste para ti, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em ti», o papa Francisco afirmou: «Queria dizer a quem se sente indiferente perante Deus, perante a fé, a quem está longe de Deus ou que o abandonou, e também a nós, com as nossas "distâncias" e os nossos "abandonos" face a Deus, talvez pequenos, mas que são tantos na vida quotidiana: olha para o profundo do teu coração, olha para o interior de ti mesmo, e pergunta-te: é um coração que deseja algo de grande, ou um coração adormecido pelas coisas?». «O teu coração conservou a inquietude da procura, ou deixou-se sufocar pelas coisas, que acabam por o atrofiar? Deus espera-te, procura-te: o que respondes?»

Papa Francisco tem «medo de cristãos sossegados» porque «acabam como a água estagnada»
«Vós sabeis que tenho medo dos cristãos sossegados. Acabam como a água estagnada», escreveu o papa por ocasião do 50.º aniversário da diocese argentina de Concepción. Em missiva redigida ao bispo diocesano, Francisco diz recordar «os rostos» dos padres que há anos o ouviram pregar os exercícios espirituais, e, como que a retomar o retiro, aponta três orientações: «caminhar, fazer discípulos e anunciar». O papa também diz temer aqueles que «acreditam saber tudo»: «Sem se darem conta, aos poucos fecham o seu coração ao Senhor, e acabam por ficar centrados apenas sobre si próprios», adverte.

«Propor» o Evangelho não é um ataque à liberdade, sublinha papa, que pede «coragem» e «alegria» no anúncio
O papa considera que o anúncio do Evangelho não constitui um ataque à liberdade, e frisa que os católicos devem ter «sempre a coragem e a alegria de propor, com respeito, o encontro com Cristo». Na mensagem para o Dia Mundial das Missões, que se assinala a 20 de outubro, Francisco justificou a urgência de dar testemunho das convicções de fé numa sociedade em que o presente e o futuro «parecem cobertos por nuvens ameaçadoras». O texto, divulgado esta terça-feira pelo Vaticano, recorda que a evangelização deve ser dirigida a quem ainda não a conhece, bem como a quem dela se afastou, prioridades que «muitas vezes» encontram «obstáculos não só no exterior, mas no interior da própria comunidade eclesial».

Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude: quinze temas-chave
A Jornada Mundial da Juventude, que terminou este domingo no Rio de Janeiro, foi marcada por cerca de 20 intervenções do papa, entre homilias, discursos e outras alocuções. Francisco aproveitou o encontro para lançar mensagens aos jovens, mas também à América Latina e ao mundo, retomando alguns dos temas que lhe são queridos: bater à porta, sair, missionários, juntos, cultura da exclusão, justiça social, protagonistas do futuro, esperança, diálogo, solidariedade, revolução, Maria, alegria, serviço e cruz. (Re)leia algumas das passagens mais significativas sobre estes temas.

As perguntas do papa Francisco
Procuramos que o nosso trabalho e o de nossos presbíteros seja mais pastoral que administrativo? Superamos a tentação de tratar de forma reativa os problemas complexos que surgem? Criamos um hábito proativo? Na prática, fazemos os fiéis leigos participantes da Missão? Temos como critério habitual o discernimento pastoral, servindo-nos dos Conselhos Diocesanos? Nós, Pastores Bispos e Presbíteros, temos consciência e convicção da missão dos fiéis e damos-lhe a liberdade para irem discernindo, de acordo com o seu caminho de discípulos, a missão que o Senhor lhes confia? Os agentes de pastoral e os fiéis em geral sentem-se parte da Igreja, identificam-se com ela e aproximam-na dos batizados indiferentes e afastados? A Conversão Pastoral diz respeito, principalmente, às atitudes e a uma reforma de vida.

Igreja deve «sintonizar o passo» com os «ritmos de caminhada» dos peregrinos
«Hoje, serve uma Igreja capaz de fazer companhia, de ir para além da simples escuta; uma Igreja, que acompanha o caminho pondo-se em viagem com as pessoas; uma Igreja capaz de decifrar a noite contida na fuga de tantos irmãos e irmãs de Jerusalém; uma Igreja que se dê conta de como as razões, pelas quais há quem se afaste, contém já em si mesmas também as razões para um possível retorno, mas é necessário saber a totalidade com coragem.» O papa inspirou-se na narrativa bíblica dos discípulos de Emaús para refletir sobre a forma como a Igreja deve «sintonizar o passo com as possibilidades dos peregrinos, com os seus ritmos de caminhada». No discurso que pronunciou este sábado aos cardeais do Brasil e outros prelados, no Rio de Janeiro, Francisco apontou os caminhos que os católicos podem seguir para voltar a propor a Igreja às pessoas que a deixaram.

Lições que a Igreja não pode esquecer: fé, reconciliação, anúncio, pobreza e simplicidade
As redes da Igreja são frágeis, quiçá remendadas; a barca da Igreja não tem a potência dos grandes transatlânticos que sulcam os oceanos. E, contudo, Deus quer manifestar-se precisamente através dos nossos meios, meios pobres, porque é sempre ele quem atua. O resultado do trabalho pastoral não se baseia na riqueza dos recursos, mas na criatividade do amor. Decerto que é necessária a tenacidade, o esforço, o trabalho, o planeamento, a organização, mas é preciso saber antes de tudo que a força da Igreja não reside em si mesma, mas está escondida nas águas profundas de Deus, naquelas a que ela está chamada a lançar as redes.

Papa pede aos cristãos para serem «revolucionários»: rebelem-se contra a «cultura do provisório» e façam escolhas «para sempre»
«Há quem diga que hoje o casamento está "fora de moda"; na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é "curtir" o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, "para sempre", uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã», disse perante milhares de voluntários da Jornada Mundial da Juventude. «Nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, que não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de "ir contra a corrente". Tenham a coragem de ser felizes», apelou.

Fraternidade e justiça não são utopia: Papa propõe "programa de governo" com «humanismo», «responsabilidade social» e «diálogo»
O papa defendeu este sábado que o «humanismo integral, que respeite a cultura original», a «responsabilidade solidária» e o «diálogo construtivo» constituem linhas orientadoras para a ação de quem tem um «papel de responsabilidade» num país. No discurso à «classe dirigente do Brasil», Francisco frisou que «a fraternidade entre os homens e a colaboração para construir uma sociedade mais justa não constituem uma utopia, mas são o resultado de um esforço harmonioso de todos em favor do bem comum». A «via a seguir» deve assegurar que «ninguém fique privado do necessário, e que a todos sejam asseguradas dignidade, fraternidade e solidariedade». E acrescentou: «Quando os líderes dos diferentes setores me pedem um conselho, a minha resposta é sempre a mesma: diálogo, diálogo, diálogo. A única maneira para uma pessoa, uma família, uma sociedade crescer, a única maneira para fazer avançar a vida dos povos é a cultura do encontro; uma cultura segundo a qual todos têm algo de bom para dar, e todos podem receber em troca algo de bom. O outro tem sempre algo para nos dar, desde que saibamos nos aproximar dele com uma atitude aberta e disponível, sem preconceitos».
Imagens

Papa pede ao clero para pensar pastoral a partir das pessoas mais afastadas e «promover cultura do encontro»
«Decididamente pensemos a pastoral a partir da periferia, daqueles que estão mais afastados, daqueles que habitualmente não frequentam a paróquia», pediu este sábado o papa a bispos, padres, diáconos e seminaristas. «Não podemos ficar encerrados na paróquia, nas nossas comunidades, quando há tanta gente esperando o Evangelho! Não se trata simplesmente de abrir a porta para acolher, mas de sair pela porta fora para procurar e encontrar», que também «são convidados para a Mesa do Senhor». O clero é igualmente chamado a «promover a cultura do encontro», para fazer frente à «cultura de exclusão» que ganhou espaço «em muitos ambientes», onde «não há lugar para o idoso, nem para o filho indesejado», frisou Francisco na catedral do Rio de Janeiro.
Imagens

Papa Francisco proclama hino à Cruz
Jesus com a sua cruz atravessa os nossos caminhos para carregar os nossos medos, os nossos problemas, os nossos sofrimentos, mesmo os mais profundos. Com a cruz, Jesus une-se ao silêncio das vítimas da violência, que já não podem clamar, sobretudo os inocentes e indefesos; nela Jesus une-se às famílias que passam por dificuldades, que choram a perda de seus filhos, ou que sofrem vendo-os presas de paraísos artificiais como a droga; nela Jesus une-se a todas as pessoas que passam fome, num mundo que todos os dias deita fora toneladas de comida; nela Jesus une-se a quem é perseguido pela religião, pelas ideias, ou simplesmente pela cor da pele; nela Jesus une-se a tantos jovens que perderam a confiança nas instituições políticas, por verem egoísmo e corrupção, ou que perderam a fé na Igreja, e até mesmo em Deus, pela incoerência de cristãos e de ministros do Evangelho.

Culto ao «deus dinheiro» está a excluir jovens e idosos, denuncia papa Francisco
O papa afirmou esta quinta-feira no Rio de Janeiro que o «culto» ao «deus dinheiro» está a excluir «os dois polos da vida que são as promessas dos povos»: os mais velhos e os mais novos. Os idosos são vítimas de uma «espécie de eutanásia escondida», porque não são devidamente acompanhados, e também de uma «eutanásia cultural», porque são impedidos de «falar» e «atuar», disse Francisco num encontro com compatriotas argentinos. Esta «filosofia» de vida também ataca a juventude: «A percentagem de jovens sem trabalho, sem emprego, é muito alta. E é uma geração que não tem a experiência da dignidade adquirida pelo trabalho. Ou seja, esta civilização levou-nos a excluir os dois extremos que são o nosso futuro». Nesta sexta-feira, dia de S. Joaquim e Santa Ana, pais da Virgem Maria avós de Jesus, o papa voltou a salientar a importância das gerações mais velhas. Francisco também confessou alguns participantes na Jornada Mundial da Juventude e encontrou-se, no arcebispado, com oito jovens detidos.

Papa Francisco aos jovens: «Bota fé», esperança e amor na tua vida
O papa pediu hoje às centenas de milhares de jovens reunidos na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, para fazerem das suas vidas uma morada onde a fé, a esperança e o amor sejam o critério decisivo. «Se desejamos que a vida tenha verdadeiramente sentido e plenitude, como vós mesmos desejais e mereceis, digo a cada um e a cada uma de vós: "mete fé» e a tua vida terá um sabor novo, haverá uma bússola que indica a direção; "mete esperança" e cada dia teu será iluminado e o teu horizonte deixará de ser escuro, mas luminoso; "mete amor" e a tua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o teu caminho será feliz porque encontrarás muitos amigos que caminham contigo. Mete fé, mete esperança, mete amor!».
Imagens

Papa Francisco: um país só é grande quando não deixa os pobres para trás
O papa deslocou-se esta quinta-feira à comunidade da Varginha, bairro pobre do Rio de Janeiro, onde lançou um apelo à solidariedade, «palavra frequentemente esquecida ou silenciada porque é incómoda» e que «quase parece um palavrão». «Só quando se é capaz de compartilhar é que se enriquece de verdade. Tudo aquilo que se compartilha, multiplica-se. Pensemos na multiplicação dos pães por parte de Jesus. A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como trata os mais necessitados, que não têm outra coisa senão a sua pobreza», vincou. Vida, família, educação, saúde e segurança constituem para Francisco os pilares sem os quais é impossível o desenvolvimento do ser humano, sublinhou Francisco.

Papa Francisco na comunidade da Varginha: resumo em vídeo
O papa visitou esta quinta-feira a comunidade da Varginha, bairro pobre do Rio de Janeiro, no Brasil. Francisco entrou e rezou na pequena capela, foi abraçado por crianças, recebeu um cachecol do clube de futebol de que é adepto, conversou com jovens e dirigentes locais, e, por fim, proferiu um breve discurso no campo de futebol. O vídeo que apresentamos é um resumo desse percurso pelas ruas da Varginha, ainda mais apertadas com as milhares de pessoas que o queriam ver, tocar e falar. Incluímos também alguns excertos da intervenção do papa.
Vídeo

Droga não se combate com liberalização, mas com mais justiça e educação, frisa papa
O papa vincou esta quarta-feira no Rio de Janeiro que o narcotráfico «não se combate com a liberalização do uso das drogas», mas através de «maior justiça» e educação dos jovens «para os valores». Na visita ao hospital S. Francisco de Assis, que se dedica ao tratamento de pessoas toxicodependentes, o papa fez um discurso de pendor social a partir da biografia do santo que inspirou o seu nome pontifício. «Neste lugar de luta contra a dependência química, desejo abraçar-vos, vós que sois a carne de Cristo», habitando uma sociedade em que prevalece o «egoísmo», e onde «muitos vendedores de morte seguem a lógica do poder e do dinheiro a todo o custo».

Papa no Santuário de Aparecida: a visita de Francisco à «casa da Mãe»
«Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos. Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações!» O Santuário de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, acolheu esta quarta-feira a primeira missa que o papa celebrou publicamente no país. O papa levou a imagem da Virgem consigo após o fim da missa, cumprimentou responsáveis religiosos e saudou a multidão que participou na celebração do lado de fora da igreja. Assista a um resumo em vídeo da visita de Francisco à «casa da Mãe de cada brasileiro».
Vídeo

O filme dos primeiros 90 minutos do papa Francisco no Brasil
O papa chegou às 19h45 de Lisboa desta segunda-feira ao Rio de Janeiro (15h45, hora local), naquela que é a sua primeira viagem apostólica fora de Itália. Após 12 horas de voo desde Roma, Francisco saiu às 20h00 do avião, saudando em primeiro lugar a presidente da República, Dilma Rousseff, seguindo-se os cumprimentos a responsáveis civis e eclesiásticos. O papa entrou depois num carro de gama média para fazer o percurso entre o aeroporto e o centro da Cidade Maravilhosa. Francisco saudou as milhares de pessoas que o esperavam ao longo do percurso. O cortejo foi bloqueado durante vários minutos por um engarrafamento de autocarros. Sempre com o vidro aberto, o papa saudou várias pessoas, que mais do que uma vez, cercaram a sua viatura. Veja o filme resumido deste percurso, conheça as principais ideias da primeira intervenção de Francisco e conheça o programa da viagem ao Brasil.
Vídeo Imagens

Papa lembra que Deus prefere a «misericórdia» à «condenação», e pede orações pela Jornada Mundial da Juventude
«Deus quer sempre isto, a misericórdia, e não andar a condenar todos», frisou o papa este domingo, na recitação da oração mariana do Angelus, em Castel Gandolfo. As palavras de Francisco foram proferidas a propósito da parábola bíblica do Bom Samaritano, lida no evangelho proclamado nas missas deste dia: «Deus é misericordioso, sabe compreender todas as nossas misérias e também os nossos pecados», vincou. O papa confiou à Virgem Maria a sua viagem ao Rio de Janeiro, para a Jornada Mundial da Juventude. Antes do Angelus, Francisco recordou João Paulo II e Bento XVI, que gostavam de passar parte do verão nesta residência pontifícia: «O seu testemunho vos sirva sempre de encorajamento na fidelidade diária a Cristo e no esforço contínuo para conduzir uma vida coerente com a exigência do Evangelho e os ensinamentos da Igreja», apelou. O papa também pediu as orações dos colaboradores: «Rezai por mim. Bem preciso… Não vos esqueçais de mim. Rezai também vós por mim e pelo meu serviço».

A desproporção de Deus: meditação do papa Francisco (cardeal Bergoglio) sobre a Eucaristia
A lembrança da multiplicação dos pães (a par das Bodas de Caná) ficou-nos no coração como o evangelho da desproporção. O que saiu das mãos de Jesus que abençoavam foi um esbanjamento de pão: os cinco pães converteram-se em cinco mil. A desproporção foi mais além de todo o cálculo humano, esse cálculo "realista", quase matemático, que levava os discípulos a dizer com ceticismo: a não ser que vamos comprar para dar de comer a toda esta gente. Houve superabundância: todos comeram até se saciarem. E até excesso: recolheram as sobras, doze cestos. Um esbanjamento em que não se perdeu nada, tão diferente dos esbanjamentos escandalosos a que nos acostumaram alguns ricos e famosos. A desproporção de Deus é realista e realizável porque considera o calor do pão que convida a ser repartido, e não a frialdade do dinheiro que busca a solidão dos depósitos.

Papa Francisco vai receber imagem da padroeira do Brasil
O papa vai receber uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, durante a viagem ao país, onde chega no dia 22 para participar na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. O presente vai ser entregue no Santuário de Aparecida, estado de S. Paulo, mas a imagem virá do Sul de Minas Gerais, esculpida por um santeiro de Campanha: Paulo Henrique Ferreira Pinto, mais conhecido como Sodêm. Entre as muitas encomendas feitas pelo bispo auxiliar de Aparecida, Paulo Henrique recebeu, há dois meses, uma que o deixou em alvoroço: «Ele falou que era um pedido especial, que não era para ficar nervoso».

Papa insurge-se contra a indiferença diante da pobreza e da morte
O papa visitou esta segunda-feira hoje a ilha de Lampedusa, em Itália, destino de milhares de migrantes africanos e asiáticos que procuram atingir a Europa para alcançarem uma vida melhor. «Quem é o responsável por este sangue? (…) Todos nós respondemos: não sou eu. (…) Hoje ninguém se sente responsável por isto; perdemos o sentido da responsabilidade fraterna; caímos na atitude hipócrita do sacerdote e do servidor do altar, de quem fala Jesus na parábola do Bom Samaritano: olhamos o irmão meio morto na berma da estrada, talvez pensando “pobrezinho”, e continuamos pela nossa estrada, não é a nossa função.»
Imagens

Encíclica "A luz da fé": Papa Francisco e papa emérito Bento XVI sublinham que Deus não é uma ilusão mas verdade a descobrir
Urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor. De facto, a luz da fé possui um caráter singular, sendo capaz de iluminar toda a existência do homem. Ora, para que uma luz seja tão poderosa, não pode dimanar de nós mesmos; tem de vir de uma fonte mais originária, deve porvir em última análise de Deus. A fé nasce no encontro com o Deus vivo, que nos chama e revela o seu amor: um amor que nos precede e sobre o qual podemos apoiar-nos para construir solidamente a vida. Transformados por este amor, recebemos olhos novos e experimentamos que há nele uma grande promessa de plenitude e se nos abre a visão do futuro. É precisamente desta luz da fé que quero falar, desejando que cresça a fim de iluminar o presente até se tornar estrela que mostra os horizontes do nosso caminho, num tempo em que o homem vive particularmente carecido de luz.

Encíclica "A luz da fé": Diálogo entre fé e razão
Na cultura contemporânea, tende-se frequentemente a aceitar como verdade apenas a da tecnologia: é verdadeiro aquilo que o homem consegue construir e medir com a sua ciência; é verdadeiro porque funciona, e assim torna a vida mais cómoda e aprazível. Esta verdade parece ser, hoje, a única certa, a única partilhável com os outros, a única sobre a qual se pode conjuntamente discutir e comprometer-se. A fé ilumina também a matéria, confia na sua ordem, sabe que nela se abre um caminho cada vez mais amplo de harmonia e compreensão. Deste modo, o olhar da ciência tira benefício da fé: esta convida o cientista a permanecer aberto à realidade, em toda a sua riqueza inesgotável. A fé desperta o sentido crítico, enquanto impede a pesquisa de se deter, satisfeita, nas suas fórmulas e ajuda-a a compreender que a natureza sempre as ultrapassa. Convidando a maravilhar-se diante do mistério da criação, a fé alarga os horizontes da razão para iluminar melhor o mundo que se abre aos estudos da ciência.

Encíclica "A luz da fé": A procura de Deus
O homem religioso procura reconhecer os sinais de Deus nas experiências diárias da sua vida, no ciclo das estações, na fecundidade da terra e em todo o movimento do universo. Deus é luminoso, podendo ser encontrado também por aqueles que O buscam de coração sincero. Não há nenhuma experiência humana, nenhum itinerário do homem para Deus que não possa ser acolhido, iluminado e purificado por esta luz. Quanto mais o cristão penetrar no círculo aberto pela luz de Cristo, tanto mais será capaz de compreender e acompanhar o caminho de cada homem para Deus.

Encíclica "A luz da fé": Crer em Deus torna o mundo melhor
A fé, ao revelar-nos o amor de Deus Criador, faz-nos olhar com maior respeito para a natureza, fazendo-nos reconhecer nela uma gramática escrita por Ele e uma habitação que nos foi confiada para ser cultivada e guardada; ajuda-nos a encontrar modelos de progresso, que não se baseiem apenas na utilidade e no lucro mas considerem a criação como dom, de que todos somos devedores; ensina-nos a individuar formas justas de governo, reconhecendo que a autoridade vem de Deus para estar ao serviço do bem comum. A fé ensina-nos a ver que, em cada homem, há uma bênção para mim, que a luz do rosto de Deus me ilumina através do rosto do irmão. Quando a fé esmorece, há o risco de esmorecerem também os fundamentos do viver, como advertia o poeta Thomas Stearns Eliot: «Precisais porventura que se vos diga que até aqueles modestos sucessos / que vos permitem ser orgulhosos de uma sociedade educada / dificilmente sobreviveriam à fé, a que devem o seu significado?» Se tiramos a fé em Deus das nossas cidades, enfraquecer-se-á a confiança entre nós, apenas o medo nos manterá unidos, e a estabilidade ficará ameaçada.

Encíclica "A luz da fé": Da idolatria que aprisiona à confiança que liberta
Na sua obra O Idiota, Fiódor Mikhailovich Dostoiévski faz o protagonista - o príncipe Myskin - dizer, à vista do quadro de Cristo morto no sepulcro, pintado por Hans Holbein o Jovem: «Aquele quadro poderia mesmo fazer perder a fé a alguém»; de facto, o quadro representa, de forma muito crua, os efeitos destruidores da morte no corpo de Cristo. E todavia é precisamente na contemplação da morte de Jesus que a fé se reforça e recebe uma luz fulgurante, é quando ela se revela como fé no seu amor inabalável por nós, que é capaz de penetrar na morte para nos salvar. Neste amor que não se subtraiu à morte para manifestar quanto me ama, é possível crer; a sua totalidade vence toda e qualquer suspeita e permite confiar-nos plenamente a Cristo.

Encíclica "A luz da fé": Transmissão do cristianismo é inseparável da Igreja
A transmissão da fé, que brilha para as pessoas de todos os lugares, passa também através do eixo do tempo, de geração em geração. Dado que a fé nasce de um encontro que acontece na história e ilumina o nosso caminho no tempo, a mesma deve ser transmitida ao longo dos séculos. É através de uma cadeia ininterrupta de testemunhos que nos chega o rosto de Jesus. Como é possível isto? Como se pode estar seguro de beber no «verdadeiro Jesus» através dos séculos? Se o homem fosse um indivíduo isolado, se quiséssemos partir apenas do «eu» individual, que pretende encontrar em si mesmo a firmeza do seu conhecimento, tal certeza seria impossível; não posso, por mim mesmo, ver aquilo que aconteceu numa época tão distante de mim. Mas, esta não é a única maneira de o homem conhecer; a pessoa vive sempre em relação: provém de outros, pertence a outros, a sua vida torna-se maior no encontro com os outros; o próprio conhecimento e consciência de nós mesmos são de tipo relacional e estão ligados a outros que nos precederam, a começar pelos nossos pais que nos deram a vida e o nome.

Encíclica "A luz da fé": O sofrimento na vida cristã
A luz da fé não nos faz esquecer os sofrimentos do mundo. Os que sofrem foram mediadores de luz para tantos homens e mulheres de fé; tal foi o leproso para São Francisco de Assis, ou os pobres para a Beata Teresa de Calcutá. Compreenderam o mistério que há neles; aproximando-se deles, certamente não cancelaram todos os seus sofrimentos, nem puderam explicar todo o mal. A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho. Ao homem que sofre, Deus não dá um raciocínio que explique tudo, mas oferece a sua resposta sob a forma duma presença que o acompanha, duma história de bem que se une a cada história de sofrimento para nela abrir uma brecha de luz.

Papa apela à confiança de quem desespera pela ação de Deus, que não está sujeita ao «protocolo»
O papa afirmou esta sexta-feira que «não há um protocolo de ação de Deus» na vida humana, pelo que o seu agir no mundo e na existência pessoal «nem sempre» se concretiza da «mesma maneira». Deus «escolhe sempre o seu modo de entrar na nossa vida. Muitas vezes fá-lo tão lentamente, que nós nos arriscamos a perder um pouco a paciência: “Mas Senhor, quando?” E rezamos, rezamos… E não ocorre a sua intervenção na nossa vida», disse. «Outras vezes, quando pensamos no que o Senhor nos prometeu, é tão grande que somos algo incrédulos, algo céticos», acrescentou Francisco na homilia da missa a que presidiu na Casa de Santa Marta. «A noite é mais escura quando a aurora está próxima. E sempre que nós descemos da cruz, fazemo-lo cinco minutos antes que venha a libertação, no maior momento de impaciência», disse.

Papa Francisco recebeu tenor Andrea Bocelli
O tenor Andrea Bocelli e a família, acompanhados pelos diretores da Fundação tem o seu nome, foram recebidos pelo papa Francisco esta quarta-feira, no Vaticano, revela o portal de notícias da Santa Sé. «Foi para mim foi um grande privilégio conhecer pessoalmente o papa Francisco, inclinar-me diante de uma pessoa como ele, ponte entre a existência terrena e o céu», declarou o cantor, compositor e produtor musical italiano.

Papa critica «cristãos de palavra» por andarem com Deus nos lábios mas estarem longe dele
«Na história da Igreja há duas classes de cristãos: os cristãos de palavra - os que dizem "Senhor, Senhor, Senhor" - e os cristãos de ação, em verdade», afirmou esta quinta-feira o papa. Na missa a que presidiu na Casa de Santa Marta, no Vaticano, Francisco sublinhou que «houve sempre a tentação de viver o nosso cristianismo fora da rocha que é Cristo», refere o portal de notícias da Santa Sé. A «tentação» dos «cristãos de palavra» é aderirem a um «cristianismo sem Cristo», fenómeno que «aconteceu e acontece hoje na Igreja», alertou o papa, numa homilia em que chamou a atenção para as consequências de uma pertença cristã sem vínculo espiritual sólido a Deus.Um dos subtipos dos «cristãos de palavra» é o «gnóstico», que «em vez de amar a rocha, ama as palavras belas», pelo que não vai além da superfície da vida cristã, enquanto outros se distinguem por uma existência séria e hirta, a «olhar para o chão».

Papa defende que imagens televisivas ajudam a fazer «pontes» e a alimentar «comunhão»
O papa considera que as imagens televisivas contribuem para estabelecer diálogos e aproximar os católicos provenientes dos vários cantos do globo. «O uso das imagens ajuda a construir pontes e a conhecer modalidades de ser Igreja nas várias latitudes do mundo. Ajudam, de alguma maneira, a tornarmo-nos menos estranhos e a alimentar a comunhão», afirmou. As declarações de Francisco foram proferidas a propósito do acordo entre o Centro Televisivo do Vaticano (CTV) e o Canal 21, estação emissora da arquidiocese de Buenos Aires. Nos primeiro vídeo que apresentamos, o cardeal Bergoglio apresenta a sua mensagem para a Páscoa de 2013, gravada antes do conclave. Os dois registos seguintes referem-se às conversas sobre a "felicidade" e a "alegria" mantidas com o rabino Abraham Skorka, com quem escreveu o livro "Sobre o céu e a terra" (Clube do Autor). O quarto vídeo é uma reportagem sobre a última missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, com o gesto do lava-pés, que o cardeal Bergoglio celebrou na arquidiocese argentina.
Vídeo

Cardeal Bergoglio (Papa Francisco): O desafio de ir ao encontro das pessoas
João XXIII também era um pastor que saía para a rua. Quando era patriarca de Veneza, às onze horas, costumava descer até à praça de São Marcos para cumprir o chamado «ritual da sombra», que consiste em pôr-se à sombra de uma árvore ou à porta dos bares e beber um copinho de vinho branco e conversar uns minutos com os paroquianos. Fazia-o como qualquer veneziano e, depois, continuava o seu trabalho. Isso para mim é um pastor: alguém que sai ao encontro das pessoas. (...) As pessoas afastam-se quando não são recebidas, quando não são reconhecidas nas pequenas coisas, quando não as vamos buscar. Mas também quando não as fazemos participar da alegria da mensagem evangélica, da felicidade de viver cristãmente. Não é um problema só dos padres, mas também dos leigos. Não é de bom católico estar à procura só do negativo, do que nos separa. Não é isso o que Jesus quer.

Papa Francisco: «Ninguém é inútil na Igreja. Somos todos irmãos»
«Ninguém é inútil na Igreja. (…) Ninguém é secundário, todos somos iguais aos olhos de Deus», afirmou esta quarta-feira o papa, na audiência geral semanal realizada na Praça de S. Pedro, no Vaticano, perante cerca de 70 mil pessoas. «Eu sou como vós, somos irmãos, ninguém é anónimo. O Papa é como os outros, não é o mais importante», vincou Francisco. «Somos todos iguais, todos irmãos. Estamos todos na Igreja, contribuímos para a construir, e isto deve fazer-nos reflectir, porque se falta um tijolo, falta alguma coisa nessa casa», sublinhou.

Papa Francisco: os primeiros 100 dias de "Che Bergoglio"
É o cardeal italiano Camilo Ruini quem se ri quando lhe dizem que os críticos do Papa Francisco na Cúria Romana lhe chamam “Che Bergoglio”.O epíteto pode ser verrinoso, se nos lembrarmos do argentino Che Guevara, guerrilheiro idolatrado, mas com pés de chumbo para esmagar os rivais. Outros críticos limitam-se ao azedume para o acusar de  «populista» e «demagogo sul-americano». O Papa Francisco é um mero epifenómeno ou obedece a uma sólida teologia de quem sabe o que quer e para onde vai? A sua eleição não foi por acaso. Revelou credenciais para ser eleito e, não sendo à primeira, em 2005, foi à segunda contrariando a maioria das apostas. Cultivou em Buenos Aires uma “teologia do povo”, concretizando-a na praxis pastoral a partir da cultura, religiosidade e mística populares. Terá sido por isso que anunciou uma Igreja pobre e ao serviço dos pobres. O seu pontificado está a ser cativante.

Os primeiros 100 dias do papa Francisco: realidades e expectativas
«Ver o papa fazer escolhas sóbrias, não viajar demasiado enclausurado pela escolta, não usar o topo de gama do parque automóvel do Vaticano e, sobretudo, passar horas entre as pessoas, com os doentes e as crianças, mostrando como isso é fundamental, faz com que pareçam a anos luz e decididamente datados um certo modo de ser bispo e o sempre ressurgente clericalismo. Antes ainda de decidir nomeações ou decidir o aligeiramento da Cúria - necessária e pedida nas reuniões anteriores ao conclave pela maioria dos cardeais, Bergoglio já enviou sinais inequívocos de renovação, que só quem faz questão de não ver ou tem o problema de manter o statu quo pode ignorar.» A análise do vaticanista Andrea Tornielli, que recentemente esteve em Portugal para apresentar o seu livro "Francisco, o Papa de todos nós" (A Esfera dos Livros).

«Os cristãos devem ser revolucionários», diz papa
«Devemos preparar-nos para uma luta espiritual sem medo: os cristãos devem ser revolucionários», afirmou esta segunda-feira o papa aos participantes no congresso diocesano de Roma. «Nós somos revolucionários desta revolução porque caminhamos por esta estrada da maior mutação da história da humanidade. Um cristão, se não é revolucionário, não é cristão», acrescentou. O papa lembrou a narrativa evangélica que fala da necessidade de abandonar 99 ovelhas para ir à procura daquela que se perdeu: «Somos minoria. Sentimos o zelo apostólico de procurar as outras 99?», questionou. «Já não podemos dar como garantido que entre nós e à nossa volta, num crescente pluralismo cultural e religioso, seja conhecido o Evangelho de Cristo.»

Papa recebeu Durão Barroso e disse a deputados franceses que laicidade não significa hostilidade face às religiões
O papa vincou neste sábado que «o princípio de laicidade que governa as relações entre o estado francês e as diversas confissões religiosas não deve significar em si uma hostilidade à realidade religiosa ou uma exclusão das religiões do campo social e dos debates que o animam». «A Igreja deseja (...) oferecer o próprio contributo específico sobre questões profundas que implicam uma visão mais completa da pessoa e do seu destino, da sociedade e do seu destino», sublinhou Francisco na audiência a uma delegação de deputados da França, país que se dividiu quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, recentemente aprovado. A crise económica que atinge a Europa e sobretudo as suas «gravíssimas» consequências sobre a vida das famílias e dos jovens dominaram a conversa que, também neste sábado, juntou no Vaticano o papa e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

Papa considera que «fratura entre Evangelho e cultura» é «um drama»
O papa afirmou esta sexta-feira, no Vaticano, que «a fratura entre Evangelho é cultura é sem dúvida um drama», numa intervenção novamente marcada por palavras como «ponte» e «abertura». Oferecemos alguns excertos desse discurso, dirigido por Francisco à comunidade de escritores da revista italiana “La Civiltà Cattolica”, que a Companhia de Jesus fundou há 163 anos. A intervenção centrou-se em três palavras: «diálogo», «discernimento» e «fronteira». A alocução menciona a espiritualidade e objetivos dos Jesuítas, mas não deixa de revelar orientações para uma Pastoral da Cultura e, mais genericamente, para a atitude dos católicos em relação a outras maneiras de perspetivar a vida.

Nova encíclica será assinada por papa Francisco e papa emérito Bento XVI, dizem media italianos
A encíclica sobre a fé que Bento XVI começou a trabalhar nos meses anteriores à sua renúncia vai ser publicada com a contribuição do papa Francisco, revelou o próprio esta manhã aos membros do Conselho Ordinário da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos. «Agora deve sair uma encíclica sobre a fé», disse Francisco, que, segundo o site Vatican Insider e a agência italiana Ansa, falou sobre este assunto sem olhar para o discurso que leu no encontro. Será «uma encíclica a quatro mãos»: «Começou-a o papa Bento, entregou-ma, é um documento forte», e escreverei «que recebi este grande trabalho que ele fez e que eu o levei por diante».

Igreja deve ter «portas abertas» para quem se sente longe de Deus ou pensa que nunca vai mudar, diz papa
O papa quer que a Igreja esteja «de portas abertas, para que todos possam entrar», tornando-se assim «espaço da misericórdia e da esperança de Deus», onde «o outro» seja «acolhido, amado, perdoado» e «encorajado». «Quero dizer (...) a quem se sente longe de Deus e da Igreja, a quem é temeroso ou indiferente, a quem pensa que nunca mais poder mudar: o Senhor também te chama a fazer parte do seu povo, e fá-lo com grande respeito e amor», afirmou Francisco esta quarta-feira, no Vaticano. Cristo não pede a quem o segue para «formar um grupo exclusivo, um grupo de elite», pelo que os cristãos devem «sair» das portas da igreja para anunciar o Evangelho, sublinhou durante a audiência semanal.
Imagens

Igreja deve abraçar a pobreza e recusar o poder da riqueza, diz papa
Depois de há semanas ter criticado o predomínio do lucro na sociedade, o papa sublinhou esta terça-feira a importância que a gratuidade e a pobreza devem ter na identidade da Igreja Católica e no anúncio da mensagem cristã. Francisco lembrou um episódio narrado no livro bíblico dos Atos dos Apóstolos: «Filipe, quando encontrou o ministro da economia da rainha Candace, não pensou: “Bom, criemos uma organização para sustentar o Evangelho…” Não! Não fez um “negócio” com ele: anunciou, batizou e foi-se embora». Na homilia da missa a que presidiu, o papa salientou que desde as origens da comunidade cristã se manifestou «a tentação de procurar força» para além do gratuito, esquecendo que a «força» da Igreja reside na «gratuidade do Evangelho». O anúncio da mensagem cristã «deve caminhar pela estrada da pobreza»: «O testemunho desta pobreza: não tenho riqueza, a minha riqueza é apenas o dom que recebi, Deus. Esta gratuidade: esta é a nossa riqueza», apontou.

Envolvimento na política «é uma obrigação para um cristão», frisa papa Francisco
«Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão», vincou o papa esta sexta-feira, ao responder a perguntas colocadas por algumas das nove mil crianças e jovens de escolas e movimentos Jesuítas com quem se encontrou no Vaticano. Os cristãos não podem «fazer de Pilatos, lavar as mãos»: «Devemos implicar-nos na política, porque a política é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum», frisou Francisco. «Os leigos cristãos devem trabalhar na política. Dir-me-ão: não é fácil. Mas também não o é tornar-se padre. A política é demasiado suja, mas é suja porque os cristãos não se implicaram com o espírito evangélico. É fácil atirar culpas... mas eu, que faço? Trabalhar para o bem comum é dever de cristão», apontou. «Num mundo que tem tanta riqueza e tantos recursos para dar de comer a todos, não se pode compreender como há tantas crianças esfomeadas, tantas crianças sem educação, tantos pobres. A pobreza, hoje, é um grito», assinalou.
Imagens

Paciência, alegria, testemunho, política, segurança e risco: Papa Francisco segundo a coautora de "Conversas com Jorge Bergoglio"
«Um pastor», respondeu Jorge Bergoglio quando Francesca Ambrogetti lhe perguntou qual devia ser o perfil do novo Papa. Ela é coautora da única biografia do argentino que estava publicada em março. Testemunho é uma palavra importante para compreender este Papa. «Há uma forma de fazer teologia com a própria vida. É a mensagem maior neste mundo, onde há uma grande distância entre o que se diz e o que se faz. A sua atitude já é uma mudança», defende a autora. Dar testemunho, saber ouvir, dar e receber são ideias recorrentes. Bergoglio fala da «cultura do encontro humano», que implica uma atitude permanente de procurar «o que o outro tem para dar». O conselho de cardeais vindos de todo o mundo que Francisco formou para o aconselharem sobre a reforma da Cúria, o governo da Igreja Católica, «é uma mudança que parte dessa vontade de escuta", afirma Ambrogetti.
Imagens

O dia em que o cardeal Bergoglio multiplicou os alimentos
Tive a oportunidade de entrevistar Bergoglio em diversas ocasiões e circunstâncias, mas num momento em que abundam os episódios de quem afirma que o conheceu muito bem, a minha é realmente uma contribuição mínima. Posso só dizer que uma vez o vi multiplicar os alimentos, como fez Jesus com os pães e os peixes. Foi em outubro de 2012. Aquele pequeno milagre ficou-nos gravado no coração. O homem de hoje que ocupa o sólio de Pedro tinha visto e preenchido uma necessidade, enquanto ninguém se tinha dado conta.

Não se pode transmitir a fé com cara de enterro, diz papa
O papa afirmou esta sexta-feira que a transmissão da fé não pode ser feita com cara de enterro, mas com um contentamento genuíno e profundo. «Nós, cristãos, não estamos muito habituados a falar de alegria», disse Francisco na missa a que presidiu no Vaticano. Depois de apontar que «muitas vezes» os cristãos têm mais gosto no lamento do que no contentamento, o papa salientou que «sem alegria» os crentes em Deus não podem ser «livres» e tornam-se «escravos» da «tristeza». «Muitas vezes os cristãos têm mais cara de que estão num cortejo fúnebre do que estão a louvar a Deus», assinalou.

Não devemos ter medo da solidariedade, diz papa, que pede comunhão e partilha
«De onde nasce a multiplicação dos pães? A resposta está no convite de Jesus aos discípulos: «Dai vós mesmos...», "dar", partilhar. O que é que os discípulos partilham? O pouco que têm: cinco pães e dois peixes. Mas são precisamente aqueles pães e aqueles peixes que nas mãos do Senhor tiram a fome a toda a multidão. E são os próprios discípulos, perplexos diante da incapacidade dos seus meios, na pobreza do que podem colocar à disposição, a fazer acomodar as pessoas e a distribuir - confiando-se na palavra de Jesus - os pães e peixes que alimentam a multidão. E isto diz-nos que na igreja, mas também na sociedade, uma palavra chave de que não devemos ter medo é «solidariedade», saber colocar à disposição de Deus o que temos, as nossas humildes capacidades, porque só na partilha, no dom, a nossa vida será fecunda, dará fruto. Solidariedade: uma palavra malvista pelo espírito do mundo.» Homilia do papa Francisco na missa do Corpo de Deus.

Papa Francisco: da evangelização à denúncia da Máfia, uma seleção das intervenções da última semana
A responsabilidade de todos os católicos numa evangelização que se faz com palavras mas, sobretudo, com o testemunho de vida, o papel dos bispos enquanto pastores que acompanham amorosamente o rebanho, a importância de olhar a missão da Igreja a partir da periferia e o elogio do padre italiano Giuseppe Puglisi, assassinado pela Máfia e que foi proclamado beato no último sábado constituem alguns dos destaques das intervenções do papa Francisco na semana de 20 a 26 de maio.
Vídeo

Onde queres que te preparemos a Eucaristia? Última homilia do Corpo de Deus do cardeal Bergoglio (papa Francisco) em Buenos Aires
O lugar em que o Senhor quer que preparemos a sua Eucaristia é todo o solo da nossa pátria e da nossa cidade, simbolizada nesta praça. Por isso preparamos a Eucaristia caminhando, como sinal de inclusão, abrindo lugar para que entremos todos, desde todas as margens existenciais. Nesta sociedade de tantos lugares fechados, de tantos coutos de poder, de sítios exclusivos e excludentes, queremos preparar para o Senhor uma “sala grande” como esta praça, grande como a nossa cidade, como a nossa pátria e como o mundo inteiro, na qual haja lugar para todos. Porque são assim os banquetes do Senhor. Festa que muitos convidados desprezaram, enche-se de convidados humildes que querem participar com alegria da Ação de Graças do Senhor.

Fazer o bem é o lugar de encontro entre crentes e ateus, sublinha papa Francisco
O papa afirmou esta quarta-feira que a prática do bem é o lugar onde crentes em Deus e ateus se podem encontrar. Na celebração realizada na Casa de Santa Marta, onde reside, Francisco frisou que realizar boas obras não é um exclusivo cristão. «Se nós, cada um pela sua parte, fizermos o bem aos outros, encontramos-nos lá, fazendo o bem; (...) façamos aquela cultura do encontro de que precisamos tanto, encontremo-nos fazendo o bem. "Mas padre, eu não creio, sou ateu." Mas faz o bem: lá nos encontraremos», disse. As divisões dentro da Igreja foram sugeridas na audiência geral, quando o papa se referiu à transmissão da mensagem cristã, «experiência que deve unir e não pode dividir», embora «por vezes parece que se repete hoje Babel: divisões, incapacidade de compreender, inveja, egoísmo». A agenda de Francisco incluiu a visita a uma instituição administrada pelas Missionárias da Caridade, fundadas pela beata Madre Teresa de Calcutá. «Devemos recuperar todo o sentido do dom», destacou, acrescentando que «um capitalismo selvagem ensinou a lógica do lucro a todo o custo», o que conduziu à «crise» atual.
Imagens

Um novo cálice para o papa Francisco
O papa Francisco recebeu esta terça-feira um cálice criado pelo compatriota Adrián Pallarols, pertencente a uma conhecida linhagem de ourives argentinos. «O cálice que lhe dei é pequeno porque conheço bem Bergoglio. Conheço a sua humildade, a sua simplicidade. Mas asseguro que a intensidade de amor por ele que trago comigo é enorme», afirmou o artista, citado pelo jornal da Santa Sé, “L’Osservatore Romano”. No cálice prateado oferecido ao papa (ver vídeo), simples e sóbrio, estão presentes referências às devoções cristãs partilhadas por ambos: Santa Teresa de Lisieux, com uma rosa, a Virgem Maria e a vida de pobreza e humildade. Quatro cardos, comuns no país, destacam «a alma do povo»: «As flores são muito fortes, duram muito tempo e a todas as intempéries, como os argentinos sempre resistiram à adversidade».
Vídeo

Papa diz que luta pelo poder na Igreja começou ao tempo de Cristo e sublinha que «humilhação» é a melhor «promoção»
«A luta pelo poder na Igreja não é coisa destes dias», tendo começado a partir de Cristo, afirmou hoje o papa Francisco na missa a que presidiu na Casa de Santa Marta, no Vaticano. À luz da «chave evangélica de Jesus» a «luta pelo poder na Igreja não deve existir», dado que, de acordo com o «ensinamento» de Cristo, a verdadeira soberania reside no «serviço», afirmou. A vida de Cristo constituiu «um serviço da cruz» que deve ser assumido por quem o deseja seguir: «Para o cristão, andar em frente, progredir, significa baixar-se. Se não aprendemos esta regra cristã, nunca, nunca poderemos compreender a verdadeira mensagem de Jesus sobre o poder».
Imagens

Papa Francisco: «Oração humilde», forte» e «corajosa» faz «milagres»
O papa acentuou esta segunda-feira no Vaticano a necessidade de uma oração empenhada e convicta para obter o que está para além da ciência e das possibilidades do ser humano. «[É preciso] uma oração forte, e esta oração humilde e forte faz com que Jesus possa fazer o milagre. A oração para pedir um milagre, para pedir uma ação extraordinária deve ser uma oração envolvente, que nos envolva a todos», afirmou. Para o papa é necessário rezar com o coração: «Uma oração corajosa, que luta para alcançar aquele milagre; não a oração por favor», como a que se faz frequentemente: «Eu rezo por ti: digo um Pai-nosso, uma Ave-maria e esqueço-me».

Economia, pobreza, medo: papa faz o discurso mais crítico sobre sistema financeiro desde que foi eleito
O papa proferiu esta quinta-feira no Vaticano a intervenção mais vigorosa e crítica sobre questões sociais, políticas e económicos desde que foi eleito bispo de Roma, há pouco mais de dois meses. O «desequilíbrio» na distribuição dos rendimentos deve-se às «ideologias que promovem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira, negando assim o direito de controlo aos estados em ordem a proverem o bem comum», salientou. «A maior parte dos homens e mulheres do nosso tempo continua a viver em precariedade diária», o que implica «consequências psicológicas», como «o medo e o desespero», fenómenos que ocorrem também «nos países consideradas ricos». Este posicionamento perante o dinheiro, o poder e os mais pobres revelam «a recusa da ética» e também «de Deus», considerado nos meios «financeiros, económicos e políticos» como «perigoso» dado que «chama o homem à sua plena realização e à independência de todo o género de escravidão».

«Não se é cristão a tempo parcial» mas «totalmente», diz papa, que pede clero sem «riqueza», «carreirismo» e «vaidade»
O papa sublinhou esta quarta-feira no Vaticano que o cristianismo é uma escolha que condiciona todas as opções de vida e pediu aos fiéis que rezem para que padres e bispos não caiam em tentação. «Não se é cristão a tempo parcial, apenas em alguns momentos, em algumas circunstâncias, em algumas escolhas. Não se pode ser cristão assim; é-se cristão em todos os momentos. Totalmente!», frisou na audiência semanal que decorreu na Praça de São Pedro. Na missa que a que presidiu antes da audiência, Francisco centrou-se na atitude do clero e nas tentações a que está sujeito, tendo insistido na importância da oração de toda a Igreja para o afastar das falhas. «Quando um bispo, um padre envereda pela estrada da vaidade, entra no espírito do carreirismo – e faz tanto mal à Igreja; no fim faz figura de ridículo, vangloria-se, dá-lhe prazer tornar-se notado, todo poderoso… E o povo não gosta disso», referiu.
Imagens

Quem «dá a vida por amor nunca está sozinho», diz papa em missa com alunos do Pontifício Colégio Português
O papa Francisco afirmou esta terça-feira que quem «dá a vida por amor nunca está sozinho», durante a missa a que presidiu no Vaticano, com a participação de alunos do Pontifício Colégio Português, sediado em Roma. Na celebração em que uma das leituras bíblica mencionava o apóstolo Matias, eleito para substituir Judas, que se enforcou após trair Jesus, o papa apelou aos cristãos para viverem a existência «como um dom» a dar aos outros, e não «como um tesouro a conservar». O papa salientou que «quando um cristão começa a isolar-se, também isola a sua consciência do senso comunitário, do senso da Igreja». «Pelo contrário, aquele cristão que dá a sua vida, que a perde, como diz Jesus, encontra-a, reencontra-a em plenitude. E aquele que, como Judas, quer conservá-la para si mesmo, perde-a no fim», apontou.

Papa aconselha humildade a quem se julga merecedor do «Prémio Nobel da Santidade» e diz que um cristão sem «memória» é «idólatra»
O papa destacou esta segunda-feira o papel da «memória» na vida cristã, ligando a recordação de Deus ao Espírito Santo, que a Igreja Católica evoca de maneira particular no próximo domingo de Pentecostes. «A memória também faz bem quando alguém sente um pouco de vaidade e se julga um pouco um Prémio Nobel da Santidade: “[Diz Deus]: Recorda-te de onde te fui buscar: dos confins do rebanho”», disse Francisco na missa a que presidiu no Vaticano, refere o portal de notícias da Santa Sé. A consciência de Deus na vida do crente é essencial para ele se compreender quem é e de quem depende: «A memória é uma graça grande, e quando um cristão não tem memória – é duro, isto, mas é a verdade – não é cristão: é idólatra».

Papa Francisco diz que «vida cómoda» faz mal e sublinha que pobres são «a carne de Cristo»
O papa afirmou este domingo que a «vida cómoda» e o «aburguesamento do coração» são nocivos porque paralisam o agir humano e frisou que «os pobres, os abandonados, os doentes» e «os marginalizados» constituem «a carne de Cristo». «[Amar] não é fechar-se em si mesmo, nos próprios problemas, nas próprias ideias, nos próprios interesses, nesse pequeno mundo que nos faz tanto mal, mas sair e ir ao encontro de quem tem necessidade de atenção, compreensão e ajuda, levando-lhe a calorosa proximidade do amor de Deus através de gestos concretos de delicadeza e afeto sincero». Francisco incentivou os fiéis a «vencer a indiferença e o individualismo que corrói as comunidades cristãs», assim como a «acolher todos sem preconceitos» e «discriminação», propondo-lhes o que é «mais valioso» no cristianismo, que não são as «obras» ou «organizações», mas «Cristo e o seu Evangelho».
Imagens

A oração «faz-nos sair de nós», lembra papa
«A oração dirigida ao Pai em nome de Jesus faz-nos sair de nós mesmos», afirmou o papa este sábado no Vaticano, a propósito de uma passagem bíblica sobre a Ascensão, solenidade que os católicos em Portugal assinalam este domingo. Cristo, salientou Francisco, apela continuamente à «confiança na sua paixão», na «sua vitória sobre a morte» e nas «suas chagas», resultantes da crucificação. «Onde está a escola onde se ensina a conhecer as chagas de Jesus, estas chagas sacerdotais, de intercessão? Trata-se de um outro êxodo de nós mesmos para as chagas dos nossos irmãos: dos nossos irmãos e das nossas irmãs carenciadas», apontou.

Papa Francisco: «Foi assim que aprendemos a cozinhar»
«Passei dos 70 anos e o fio que resta no carreto não é muito. Não vou viver outros 70 e começo a considerar que tenho de deixar tudo. Mas vivo isso como uma coisa normal. Não estou triste. Uma pessoa fica com vontade de ser justo com todos em todas as situações, de, no final, fazer – digamos – caligrafia inglesa. Nunca me ocorreu fazer um testamento. Mas a morte está todos os dias no meu pensamento.» Da infância à vocação religiosa, da alegria ao celibato, da culpa à morte: excertos de uma entrevista que o cardeal Jorge Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, concedeu a dois jornalistas antes do conclave que o viria a tornar o sucessor de Bento XVI.
Imagens

Papa Francisco: «Ninguém é dono da verdade»
O papa afirmou esta quarta-feira que «ninguém é dono da verdade» e estimulou os católicos a seguirem o exemplo da evangelização feita por S. Paulo, que foi um «construtor de pontes» e não de «muros». «A verdade não entra numa enciclopédia. A verdade é um encontro; é um encontro com a Suma Verdade: Jesus, a grande verdade. Ninguém é dono da verdade. A verdade recebe-se no encontro», disse Francisco, citado pelo portal de notícias da Santa Sé. À imagem de Cristo, «que falou com todos», o cristão que anuncia o Evangelho deve «escutar todos», tendo presente que a Igreja “não cresce com proselitismo”, mas pela «atração, pelo seu testemunho, pela sua pregação». «Os cristãos que tem medo de fazer pontes e preferem construir muros são cristãos inseguros da própria fé, não seguros de Jesus Cristo», frisou.
Imagens

«Comunicador, quem é o teu próximo?»: reflexão do papa Francisco (cardeal Bergoglio) sobre a Igreja e os media
«Há uma beleza singular no trabalhador que regressa a casa sujo e desarranjado, mas com a alegria de ter ganho o pão dos seus filhos. Há uma beleza extraordinária na comunhão da família à mesa e o pão partilhado com generosidade, mesmo que a mesa seja muito pobre. Há beleza na esposa descomposta e quase anciã que continua a cuidar do seu marido doente para além das suas forças e da sua própria saúde. Ainda que tenha passado a primavera do enamoramento na juventude, há uma beleza extraordinária na fidelidade dos casais que se amam no outono da vida, esses velhinhos que andam de mãos dadas. (...) Descobrir, mostrar e realçar essa beleza é alicerçar uma cultura da solidariedade e da amizade social.» A Igreja Católica assinala no próximo domingo, da Ascensão, o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Sobre o tema propomos alguns excertos da intervenção que o papa Francisco proferiu em outubro de 2002 na capital argentina, quando era cardeal e arcebispo de Buenos Aires. 

Papa Francisco: quem está sempre a lamentar-se não pode ser «bom cristão»
O papa afirmou esta terça-feira que quem segue Cristo «é sempre alegre e nunca triste», mesmo quando passa por «tribulações», e acrescentou que quem «continuamente se lamenta» deixa de ser «um bom cristão». «Ser paciente: esse é o caminho que Jesus também nos ensina a nós, cristãos. Ser paciente... Isto não quer dizer ser triste. Não, não, é outra coisa. Quer dizer suportar, levar sobre as costas o peso das dificuldades, o peso das contradições, o peso das tribulações», acentuou na missa a que presidiu no Vaticano. Essa perseverança exige «maturidade cristã», que não se obtém «de um dia para o outro» mas, «como o bom vinho», requer «toda a vida».

Papa pede exame de consciência diário
O papa sublinhou esta segunda-feira a importância do «exame de consciência» individual ao fim do dia, para que os crentes possam tomar consciência da presença de Deus no quotidiano. «Tenhamos o hábito de nos perguntar, antes que acabe o dia: “O que fez hoje o Espírito Santo em mim? Que testemunho me deu? Como me falou? O que me sugeriu”», observou. Para Francisco uma existência cristã sem a presença do Espírito Santo poderia ser «religiosa» e crente em Deus mas não teria a «vitalidade» que ele deseja para os seus discípulos. Mais tarde, dirigindo-se aos novos recrutas da Guarda Suíça, corpo policial de honra e uma das entidades responsáveis pela segurança do papa, Francisco lembrou a importância do primeiro dos sete sacramentos: «A fé que Deus vos deu no dia do Batismo é o vosso tesouro mais precioso».

Dia do Trabalhador: Papa pede «novo impulso» às políticas de emprego, denuncia «escravidão» e censura «lucro egoísta»
O papa marcou a manhã do Dia dos Trabalhadores com duas intervenções em que denunciou a «escravidão» laboral, censurou o «lucro egoísta» e pediu aos detentores de cargos públicos para darem um «novo impulso ao emprego». «Muitos são aqueles que querem trabalhar e não podem. Isto é um peso para a nossa consciência, porque quando a sociedade está organizada de maneira a que nem todos têm a possibilidade de trabalhar, de serem ungidos pela dignidade do trabalho, essa sociedade não vai bem: não é justa», apontou. Atualmente «as pessoas são menos importantes do que as coisas que dão lucro àqueles que têm o poder político, social e económico», sublinhou.

«Temos de ir sempre mais além, até às grandes coisas», diz papa Francisco
«A novidade de Deus não se assemelha às novidades mundanas, que são todas provisórias; passam e busca-se sempre algo mais. A novidade que Deus oferece à nossa vida é definitiva, e não só no futuro, quando estaremos com Ele, mas também agora.» O papa animou este domingo os católicos a resistirem às dificuldades, a confiarem na misericórdia divina e a superarem-se nos comportamentos e projetos de vida. Excertos da homilia da missa a que presidiu na Praça de S. Pedro, no Vaticano. A homilia da eucaristia desta segunda-feira centrou-se no sacramento da Reconciliação. «Muitas vezes pensamos que confessar-se é como ir à lavandaria. Mas Jesus no confessionário não é uma lavandaria.»

Vida do papa Francisco vai dar um filme
Era inevitável, tendo em conta o carisma e a história do personagem: o percurso do papa Francisco vai brevemente passar ao grande ecrã, revela este domingo o site "Vatican Insider". O responsável por levar aos cinemas a figura de Jorge Mario Bergoglio é o produtor e realizador Christian Peschken, de 57 anos, que segundo a página do National Catholic Register obteve um financiamento de 25 milhões de dólares por parte de investidores europeus. Peschken, recentemente convertido ao catolicismo, nasceu na Alemanha mas vive e trabalha em Hollywood. De acordo com as mesmas fontes, o título do filme será "O amigo dos pobres: a história do papa Francisco".

"O verdadeiro poder é servir": primeiro livro escrito pelo cardeal Bergoglio, papa Francisco, a chegar a Portugal
O livro "O verdadeiro poder é servir", escrito pelo atual papa Francisco, com textos do cardeal Jorge Bergoglio quando era arcebispo da arquidiocese de Buenos Aires, chega esta quinta-feira às livrarias portuguesas com a chancela das Edições Nascente. No prefácio da obra, de que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura já adiantou excertos a partir do original argentino, o cónego António Rego sublinha que os «escritos inéditos parecem profecias do Papa Francisco». O volume está dividida em oito capítulos que mostram «o pensamento e os ensinamentos de Jorge Bergoglio», explica o diretor editorial da Claretiana, a editora argentina que originalmente editou a obra, em 2007. «Em primeiro lugar, agrupámos os textos catequéticos, educativos e marianos. Num segundo núcleo, as homilias de Natal, Quinta-Feira Santa, Páscoa e Corpo de Cristo. Finalmente, uma série de textos dirigidos ao diálogo com o mundo da Cultura», explica.

Não se pode anunciar o Evangelho sem o testemunho coerente da própria vida
«O testemunho de fé acontece de maneiras muito diversas; assim como num grande fresco, há variedade de cores e tons, mas todos eles são importantes, mesmo aqueles que não se destacam. No grande plano de Deus cada detalhe é importante, até mesmo o vosso, até mesmo o meu humilde e pequeno testemunho, até mesmo o testemunho oculto daqueles que vivem a sua fé com simplicidade nas relações familiares quotidianas, relações de trabalho, amizades. São os santos de cada dia, os santos "escondidos", uma espécie de "classe média de santidade" à qual todos nós podemos pertencer.» Excertos da homilia que o papa Francisco proferiu este domingo na basílica de São Paulo Fora de Muros, em Roma, onde vincou que o anúncio da fé é inseparável de comportamentos coerentes com as convicções cristãs.

Conheça os nomes e os rostos dos oito cardeais que vão ajudar o papa a governar a Igreja e a reformar a Cúria Romana
O papa Francisco nomeou este sábado um grupo de oito cardeais dos cinco continentes para o aconselhar no governo da Igreja universal e estudar a revisão da constituição "Pastor bonus", que regulamenta o funcionamento da Cúria Romana. A decisão foi tomada no seguimento de uma sugestão avançada durante as reuniões de cardeais que antecederam o conclave para a eleição do sucessor de Bento XVI, revela a sala de imprensa da Santa Sé. Francisco está a partir de agora em contacto com os oito cardeais, tendo marcado para os dias 1 a 3 de outubro a primeira reunião com o grupo, que é secretariado por um bispo.
Imagens

Igreja deve discutir problemas sem fugir deles nem optar por mexericos, diz papa no dia em que o futebol chegou à homilia
O papa sublinhou hoje no Vaticano que a Igreja, em todas as suas instâncias, deve recorrer ao diálogo para solucionar os seus problemas, não fugindo deles nem recorrendo à maledicência. «Quando existem dificuldades é preciso enfrentá-las bem, apontá-las e falar sobre elas, sem nunca as esconder. A vida é assim. Devemos aceitá-la como ela é, não como gostaríamos que fosse», frisou . Na semana em que se encontrou com o presidente da sua equipa de futebol, Club Atlético San Lorenzo de Almagro, e recebeu uma camisola do clube fundado por um padre, Francisco afirmou que a atitude da Igreja deve ser como a de um guarda-redes «que impede o golo de onde quer que venha».

Uma frase para dizer o papa Francisco e a primavera da Igreja: «A bondade é o idioma que o surdo ouve e o cego vê»
O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura considera que a frase «a bondade é o idioma que o surdo ouve e o cego vê», do escritor norte-americano Mark Twain (1835-1910), sintetiza o ambiente que se vive entre muitos católicos. «Um mês passado da eleição do Papa Francisco, talvez essa frase, melhor do que outras, nos possibilite a compreensão da expectativa primaveril que percorre agora a Igreja, e vai até para além dela», escreve o padre José Tolentino Mendonça. Ainda que o pontificado seja curto, o responsável está convicto de que os primeiros 30 dias marcam «um estilo» que tem causado «enorme entusiasmo».

«Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo?»: uma pergunta de dois mil anos que chega até hoje
Precisamos que esta frase nos seja gritada cada vez que, presos em qualquer forma de egoísmo, pretendemos saciar-nos com a água estagnada da autosatisfação. Precisamos que ela nos seja gritada quando, seduzidos pelo poder terreno que se nos oferece claudicando os valores humanos e cristãos, nos embriagamos com o vinho da idolatria de nós mesmos que só pode prometer-nos um futuro sepulcral. Precisamos que alguém nos grite essa frase nos momentos em que colocamos a nossa esperança nas vanidades mundanas, no dinheiro, na fama, e nos vestimos com o fátuo resplendor do orgulho.

O pior que nos pode acontecer é optarmos pelo desalento
A paralisação adoece-nos a alma, arrebata-nos a memória e tira-nos a alegria. Faz-nos esquecer que fomos eleitos, que somos portadores de promessas, que estamos marcados por uma aliança divina. A paralisação priva-nos da surpresa no encontro, impede de nos abrirmos à "Boa Notícia". E hoje precisamos de voltar a escutar esta Boa Notícia: «Não está aqui. Ressuscitou». Necessitamos desse encontro que destrói as pedras, rasga os selos e nos abre um novo caminho, o da esperança. O mundo necessita desse encontro, este mundo que se converteu num cemitério. A nossa pátria precisa dele. Necessita do anúncio que levanta, da esperança que impele a caminhar, dos gestos de misericórdia.

«Não esperes ser amado, ama primeiro»
«Dá o primeiro passo na tua família, dá o primeiro passo nesta cidade; faz-te próximo dos que vivem à margem do necessário para subsistir: cada dia são mais. Imitemos o nosso Deus, que nos precede e ama primeiro, realizando gestos de proximidade para os nossos irmãos que sofrem solidão, indigência, desemprego, exploração, falta de tecto, desprezo por serem migrantes, doença, isolamento entre os idosos. Dá o primeiro passo e leva, com a tua própria vida, o anúncio: Ele ressuscitou. Então colocarás, no meio de tanta morte, uma centelha de ressurreição, que Ele quer que tu leves. Então a tua profissão de fé será credível.»

A Buenos Aires do papa Francisco
O sermão que ressoava na praça fora proferido em setembro de 2012. Dissera aquilo numa missa dedicada a vítimas de escravatura. Dedicava-se. Por elas, muitas vezes apanhava o autocarro número 126 e só saía cerca de uma hora depois na esquina da Rua Lacarra com a Avenida Diretório, onde se instalou uma organização não religiosa nascida no auge da crise económica de 2001. “Falava muito com as vítimas”, contou-nos Gustavo Vera, líder da cooperativa La Alameda, que desde 2005 combate o tráfico de pessoas e o trabalho escravo. “Quando uma vítima estava muito angustiada, recebia-a imediatamente. Mudava a agenda, mesmo que tivesse um governador para receber. Solidarizava-se muito. Vi-o chorar várias vezes perante relatos tremendos.”
Imagens

"O Jesuíta": livro de entrevistas ao cardeal Jorge Bergoglio, hoje papa Francisco, vai ser editado em Portugal
O livro "El Jesuita" ("O Jesuíta"), baseado em entrevistas do jornalista argentino Sergio Rubin e da italiana Francesca Ambrogetti ao cardeal Jorge Mario Bergoglio, hoje papa Francisco, vai ser editado em Portugal no mês de abril pela Paulinas Editora. A conversa com o então arcebispo de Buenos Aires, que se prolongou durante dois anos, compreende questões relacionadas com as origens, crescimento e vocação de Bergoglio, além de temas como religião e problemas da Argentina e do mundo.

Mensagem pascal do papa Francisco: que as flores tomem o lugar do deserto e a guerra dê lugar à paz
«O que significa que Jesus ressuscitou? Significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e que a própria morte; significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, fazer florir aquelas regiões de deserto que estão no nosso coração.» «Quantos desertos, também hoje, o ser humano deve atravessar. Sobretudo o deserto que está dentro dele, quando falta o amor por Deus e pelo próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e nos dá. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir também a terra mais árida, pode tornar a dar a vida aos ossos ressequidos.» Leia alguns excertos da mensagem.

«Se és indiferente [a Deus], aceita arriscar: não ficarás desiludido»: papa lança convite à confiança dos não crentes
O papa Francisco dirigiu este sábado um apelo aos não crentes e às pessoas que se afastaram de Cristo por pensarem que não conseguem ser fiéis, para que se voltem a aproximar de Deus, na confiança de que ele as espera com um abraço. «Aceita (...) que Jesus Ressuscitado entre na tua vida, acolhe-O como amigo, com confiança: Ele é a vida! Se até agora estiveste longe d’Ele, basta que faças um pequeno passo e Ele te acolherá de braços abertos. Se és indiferente, aceita arriscar: não ficarás desiludido», afirmou Francisco na homilia da sua primeira Vigília Pascal como papa, no Vaticano. «Se te parece difícil segui-lo, não tenhas medo, entrega-te a Ele, podes estar seguro de que Ele está perto de ti, está contigo e dar-te-á a paz que procuras e a força para viver como Ele quer», declarou.

A primeira Vigília Pascal e o primeiro Domingo de Páscoa do papa Francisco em imagens
Imagens

Resposta de Deus diante do mal não é o silêncio mas a cruz da misericórdia, diz papa Francisco
«Por vezes parece que Deus não responde ao mal, que permanece em silêncio. Na realidade Deus falou, respondeu, e a sua resposta é a cruz de Cristo: uma palavra que é amor, misericórdia, perdão», sublinhou. «Deus julga-nos amando-nos. Se acolho o seu amor, sou salvo; se o recuso, sou condenado, não por Ele mas por mim mesmo, porque Deus não condena; Ele só ama e salva».

Papa lavou e beijou os pés a 12 jovens detidos, incluindo duas raparigas
O papa presidiu na tarde de Quinta-feira à missa que evoca de maneira particular a instituição da Eucaristia num centro de detenção de menores em Roma. «Lavar os pés significa dizer: eu estou ao teu serviço. E também para nós o que significa isto? Que nos devemos ajudar», afirmou Francisco. «Como padre e como bispo devo estar ao vosso serviço. Mas é um dever que me vem do coração», acrescentou. Após a homilia o papa lavou e beijou os pés a doze jovens detidos, entre os quais duas raparigas: uma italiana e outra proveniente da Europa de Leste. Também aqui o papa fugiu a outra regra: o Cerimonial dos Bispos prevê que sejam escolhidos homens para o lava-pés.
Imagens

Padres que não saem de si mesmos vivem «tristes» em vez de serem «pastores com o cheiro das ovelhas»
O padre que não sai de si mesmo passa ao lado da vocação e da alegria na sua vida, ao mesmo tempo que se distancia dos fiéis, tornando-se «um gestor», afirmou o papa Francisco esta Quinta-feira Santa, no Vaticano. «Não colocando em jogo a pele e o próprio coração, não recebem aquele agradecimento carinhoso que nasce do coração; e daqui deriva precisamente a insatisfação de alguns, que acabam por viver tristes, padres tristes, e transformados numa espécie de colecionadores de antiguidades ou então de novidades, em vez de serem pastores com o "cheiro das ovelhas"», sublinhou. Apresentamos alguns excertos da homilia na Missa Crismal.

Papa «já demonstrou enorme capacidade de mudança, de coragem e de liberdade»
O padre António Vaz Pinto, considera que o papa, jesuíta como ele, «já demonstrou enorme capacidade de mudança, de coragem e de liberdade interior». «Ele tem tido uma entrada formidável, tem conseguido uma adesão extraordinária. Mas não se lhe pode pedir tudo. É preciso baixar as expectativas senão teremos uma enorme desilusão», alerta na entrevista publicada no semanário "Expresso". «Claro que vai ter resistências. Mas ele é muito íntegro, não fará disparates. E isso dá-lhe grande autoridade e força», acrescenta a propósito da eventual reação de alguns setores do catolicismo.

Cardeal Jorge Bergoglio, hoje papa Francisco, ao clero de Buenos Aires na missa de Quinta-feira Santa
«Sabemos que a unidade se cuida cuidando das mediações. E a Esperança é mediadora por excelência quando está atenta aos pequenos detalhes nos quais se dá esse misterioso intercâmbio de fragilidade por misericórdia. Quando há bons mediadores, desses que cuidam dos detalhes, não se rompe a unidade. Jesus cuidava dos detalhes. O "pequeno detalhe" que faltava uma ovelha. O "pequeno detalhe" da viúva que ofereceu as suas duas moedas.» Excertos da homilia proferida há 10 anos pelo cardeal Jorge Mario Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, aos padres reunidos na manhã de Quinta-feira Santa para a Missa Crismal, quando o clero se reúne na catedral junto do seu bispo como sinal de unidade e de compromisso com a opção sacerdotal.

Primavera chegou à Igreja com a «inspiração» e o «exemplo» do papa Francisco
A «inspiração» e o «exemplo» do papa Francisco, a par de uma «experiência espiritual forte» e «profética», podem contribuir para que a Igreja Católica se reinvente, considera o padre José Tolentino Mendonça. Em entrevista publicada este domingo no jornal "Público", o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura diz que viveu a primeira semana do pontificado «com uma alegria muito grande e com a sensação que a primavera chegou antes do dia 21». «É sempre através do carisma que há uma espécie de inspiração, de contaminação e depois a organização propriamente dita acaba por ir por arrasto. Estes sinais são muito importantes, por serem não da ordem do institucional mas do simbólico», frisa. «Ele tem de ser um inspirador que cria uma grande exigência que tem de vir pela positiva e não simplesmente por uma moralização pela moralização. A Igreja precisa de horizontes, de ser mobilizada para uma palavra que a levante de um certo marasmo», aponta. O sacerdote observa que o catolicismo se confronta com a necessidade de «cinco mudanças», a começar por superar o défice de «comunicação» para os não crentes e, também, para os fiéis.

«Um bom caminho a todos»: desejo do Papa Francisco para a Semana Santa
O papa Francisco desejou hoje «um bom caminho a todos» para a Semana Santa, que começa este domingo de Ramos, naquelas que foram as primeiras palavras públicas em português desde que foi eleito. Francisco entrou na praça pelas 9h20 locais (8h20 em Lisboa), dentro de um jipe descoberto, tendo percorrido sentado e em silêncio o percurso que o conduziu até ao local onde iniciou a celebração, abençoou os ramos e ouviu a primeira leitura bíblica da missa. Após a eucaristia e a oração do Angelus, Francisco subiu para a viatura. Durante o caminho beijou várias crianças e chegou a sair do jipe para cumprimentar os fiéis. (Re)veja alguns dos momentos mais significativos da celebração e do encontro do papa com a assembleia.
Vídeo

Papa Francisco pede «alegria», «sacrifício» e «esperança» na luta contra o «mal»
Alegria, cruz e juventude foram os temas centrais na homilia da missa de Domingo de Ramos que o papa proferiu hoje no Vaticano, ocasião aproveitada por Francisco para anunciar a presença na Jornada Mundial da Juventude, que decorre em julho no Rio de Janeiro. Um cristão não pode ser uma pessoa «triste», vincou o papa: «Não vos deixeis tomar pelo desencorajamento. A nossa não é uma alegria que nasce de possuir muitas coisas, mas de ter encontrado uma pessoa: Jesus; de saber que com ele nunca estamos sós, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida se confronta com problemas e obstáculos que parecem inultrapassáveis». O ser humano não se deve «nunca habituar ao mal»: «Não devemos crer no maligno que nos diz: não podeis fazer nada contra a violência, a corrupção, a injustiça, contra os teus pecados. Com Cristo podemos transformarmo-nos a nós próprios e ao mundo».
Imagens

Encontro do papa Francisco com Bento XVI foi momento de «profundíssima comunhão»
O papa Francisco chegou a Castel Gandolfo às 12h10 locais (11h10 em Lisboa) para se encontrar com o seu antecessor, Bento XVI. No heliporto de Castel Gandolfo houve «um abraço belíssimo entre o papa e o papa emérito», referiu aos jornalistas o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, que também está em Castel Gandolfo. O encontro privado de 45 minutos entre Francisco e Bento XVI constituiu «um momento de altíssima e profundíssima comunhão», referiu. A conversa proporcionou a Bento XVI a oportunidade de «renovar o seu ato de reverência e obediência ao seu sucessor», e a Francisco a ocasião de renovar a «sua gratidão e a de toda a Igreja pelo ministério» do antecessor, acrescentou o responsável.
Imagens

Papa Francisco quer «intensificar diálogo com os não crentes» e lembra que ser «pontífice» é construir pontes
O papa afirmou esta sexta-feira no Vaticano que é «importante intensificar o diálogo com os não crentes, para que jamais prevaleçam as diferenças que separam e ferem, mas, embora na diversidade, triunfe o desejo de construir verdadeiros laços de amizade entre todos os povos». «Desejo precisamente que o diálogo entre nós ajude a construir pontes entre todos os homens, de tal modo que cada um possa encontrar no outro, não um inimigo nem um concorrente, mas um irmão que se deve acolher e abraçar», sublinhou. O atual papa, que desde o início do conclave, a 12 de março, mora na Casa de Santa Marta, continua a celebrar missa na capela deste edifício. A eucaristia desta sexta-feira contou com a participação de jardineiros e funcionários da limpeza do Vaticano. No fim da celebração o papa quis conhecer todos os colaboradores, um por um, tendo-lhes deixado uma palavra de saudação e um pedido de oração por ele.

Primeira biografia do papa Francisco editada em Portugal chega quarta-feira às livrarias
"Papa Francisco - A vida e os desafios", da Paulus Editora, é o título da primeira biografia editada em Portugal de Jorge Mario Bergoglio, que a 14 de março foi eleito para suceder a Bento XVI. O volume redigido pelo vaticanista italiano Saverio Gaeta apresenta também «um elenco dos principais desafios» que aguardam o papa, os primeiros discursos e homilias e 16 páginas a cores com fotografia. «O seu estilo episcopal foi desde o início tecido de humildade e disponibilidade. Os sacerdotes diocesanos conheciam o seu número de telefone direto e sabiam que o podiam chamar a qualquer hora do dia ou da noite», anota o biógrafo. O autor sintetiza o pensamento de Francisco em dez palavras, como "ateísmo", "catolicismo", "oração", "laicidade", "serviço" e "Vaticano", além de apresentar a perspetiva do papa sobre a Igreja e o mundo.

Papa celebra missa da Ceia do Senhor, Quinta-feira Santa, em prisão para menores
O papa vai celebrar a missa de Quinta-feira Santa numa prisão para menores, anunciou o Vaticano. Informações avançadas anteriormente referiam que Francisco determinou que fossem convidadas para a celebração pessoas assistidas pela Cáritas de Roma e outras organizações de apoio social. A missa que inclui o gesto do lava-pés, como sinal de serviço, era celebrada habitualmente na basílica de S. João de Latrão, em Roma. A decisão do papa surge na continuidade do que realizava quando era arcebispo de Buenos Aires, ao celebrar a eucaristia em prisões, hospitais e centros de acolhimento para pessoas pobres.

Papa Francisco pede ternura, bondade, humildade e serviço
«A vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos.» Excertos da homilia da missa que inaugurou o pontificado.
Imagens

Brasão do papa Francisco: símbolos e significados
O escudo azul é encimado por símbolos da dignidade pontifícia, idênticos aos escolhidos pelo predecessor, Bento XVI. A mitra está colocada entre chaves de ouro e prata decussadas (dispostas em forma de "x") e ligadas por um cordão vermelho. No alto do escudo encontra-se o emblema da Companhia de Jesus, ordem a que pertence o papa Francisco. Sobre um sol irradiante e flamejante estão escritas, a vermelho, as letras IHS; trata-se do monograma (entrelaçamento de letras iniciais) de Jesus em carateres gregos (iota, eta, sigma, Iesous). Sobre a letra H está uma cruz e em baixo há três pregos, alusões à crucificação de Jesus. Na parte inferior do escudo reside uma estrela, que, de acordo com antiga tradição heráldica, simboliza a Virgem Maria, mãe de Cristo e da Igreja. Ao lado a flor de nardo, muito aromática, aponta para São José, patrono da Igreja que é liturgicamente evocado a 19 de março, dia em que se celebra a missa de início de pontificado de Francisco.

O primeiro domingo do papa Francisco: «Deus nunca se cansa de perdoar; nós é que, por vezes, nos cansamos de pedir perdão»
O papa Francisco cumprimentou na manhã deste domingo cada uma das pessoas que participou na missa a que presidiu na paróquia de Santa Ana, dentro do Vaticano, tendo falado sobretudo com rapazes e raparigas e pedido a todos os fiéis que rezassem por ele. «A mensagem de Jesus é a da misericórdia», a que não é fácil «confiar-se» porque é «um abismo incompreensível», afirmou o papa na homilia, acrescentando que Deus «nunca se cansa de perdoar»: «Nós é que nos cansamos de lhe pedir perdão». Após cumprimentar os fiéis o papa dirigiu-se à janela do seu apartamento pontifício, de onde recitou o primeiro Angelus do seu pontificado. Francisco lembrou a visita, em 1992, da imagem de Nossa Senhora de Fátima a Buenos Aires, arquidiocese que dirigiu até à eleição no conclave.
Vídeo
Imagens

Eleição do papa é «sinal» de que «redenção já não vem com o fausto» mas com a «humildade», diz Henrique Monteiro
O anterior diretor do "Expresso", o semanário português com maior tiragem, considera que com a eleição do papa Francisco a Igreja dá um «sinal» de que «a redenção já não vem com o fausto» mas com a «humildade». «O que me atrai é a procura. Saber quem sou, para onde vou, de onde venho», vincou Henrique Monteiro, que se afirmou «crente em Deus», ainda que, como referiu, esse testemunho cause perplexidade nos meios profissionais onde circula. «O papa é um referencial da nossa cultura», embora não se deva ver nem ser visto como «um Deus na terra». Ao colunista desagrada a ideia de um catolicismo «a surfar na espuma dos tempos»: «Eu quero que a Igreja seja conservadora», o que não significa que ela «não tenha de fazer mudanças». «Cada vez que é eleito um papa, estamos sempre à espera de alguém que torne a Igreja melhor. Acho que isso se tem conseguido das últimas vezes. Não vejo motivo para que não se consiga desta vez», concluiu.
Vídeo

Carta aberta ao novo Papa
Deus queira que o novo Papa seja um homem cheio de fé e conhecedor do nosso tempo. A missão da Igreja, com Vossa Santidade à cabeça, não é nada fácil para a aproximar aos homens e às mulheres de Deus, no meio da turbulência das culturas que propõem hoje paradigmas contrários aos do Evangelho. Confio nas qualidades humanas espirituais do meu querido Papa. Aposto que é exímio na humildade, perspicaz na inteligência e mestre na sabedoria; dotado de fortaleza física e espiritual, corajoso, bom comunicador e jovem de espírito para animar a Igreja e merecer crédito no Mundo com o prestígio da sua autoridade moral. Tenha a coragem, meu querido Papa, de abrir as janelas do seu palácio para que entre o ar que sacuda o pó e limpe todas as sujidades. Que essa limpeza seja modelar para arejar a Igreja onde quer que ela se constitua e se reúna em assembleia de povo crente, num ambiente saudável para que as maçãs não apodreçam.

«Como desejo uma Igreja pobre e para os pobres»: papa revela detalhes do conclave e sublinha importância da Beleza
O papa explicitou este sábado que o seu nome é uma homenagem a S. Francisco de Assis (c. 1182-1226), que vendeu os bens aos pobres antes de fundar uma ordem que quis basear na pobreza. «Como gostaria ter uma Igreja pobre e para os pobres», disse Francisco no Vaticano, durante um encontro com cerca de seis mil jornalistas acreditados na Santa Sé. Em tom amável e descontraído, o papa relatou os momentos finais do conclave.«Durante a minha eleição tinha junto a mim o arcebispo emérito de S. Paulo, o cardeal Claudio Hummes, grande amigo, que quando os acontecimentos começavam a ficar "perigosos", me confortava», explicou. «Quando os votos chegaram aos dois terços e os cardeais aplaudiram, ele abraçou-me, beijou-me e disse-me: "Não te esqueças dos pobres"», acrescentou.

Papa Francisco e Bento XVI reencontram-se no próximo sábado
O papa Francisco e o seu antecessor, o papa emérito Bento XVI, vão reencontrar-se no próximo sábado, 23 de março, em Castel Gandolfo, onde Joseph Ratzinger está instalado desde 28 de fevereiro, dia em que renunciou ao pontificado. De acordo com a sala de imprensa do Vaticano, Jorge Maria Bergoglio parte do Vaticano às 12h00 (menos uma hora em Lisboa), fazendo o percurso de helicóptero até à residência pontifícia situada a sul de Roma, onde chegará 15 minutos depois. Na próxima segunda-feira encontra-se às 12h50 com a presidente da República da Argentina, Cristina Kirchner. Conheça a agenda de Francisco até ao domingo de Ramos, início da Semana Santa.

Papa Francisco: «Irmãos, força! Não cedamos ao pessimismo e ao desencorajamento»
«Não cedamos ao pessimismo e ao desencorajamento: tenhamos a firme certeza que o Espírito Santo dá à Igreja, com o seu sopro poderoso, a coragem de perseverar e também de procurar novos métodos de evangelização para levar o Evangelho até aos confins da terra.» «Caros irmãos, força! Metade de nós tem a idade avançada: a velhice é - com gosto o digo assim - a sede da sabedoria da vida.» O papa Francisco recebeu esta sexta-feira os cardeais que por estes dias se encontram no Vaticano. Apresentamos alguns excertos da sua intervenção, pontuada pelo entusiasmo, pelo estímulo e pela necessidade de transmitir a sabedoria aos jovens, na firme convicção de que o Evangelho continua tão atual e necessário como o foi no início do cristianismo.

Papa Francisco: simplicidade nos gestos, radicalidade na fé
No caminho de regresso, pediu ao motorista para fazer um desvio e quis parar na Casa do Clero, perto da Piazza Navona, onde esteve hospedado nas semanas antes do conclave. Saudou quem lá trabalha, trouxe o que lá deixara e pagou a conta, contou aos jornalistas o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano. À tarde, o santo padre celebrou missa na Capela Sistina, acto que encerra o conclave, entre os cardeais. «Sem cruz não somos discípulos do senhor, somos mundanos, bispos, padres, cardeais, mas não somos discípulos do senhor», disse aos que o elegeram, antes de lhes pedir uma Igreja a pregar os valores de Cristo e em movimento.

O primeiro dia do papa Francisco: narrativa fotográfica
O primeiro compromisso do papa Francisco foi a visita privada, na manhã de quinta-feira, à basílica de Santa Maria Maior, em Roma. Na parte da tarde presidiu à missa com os 115 cardeais eleitores na Capela Sistina, onde decorreu o conclave. Esta sexta-feira, às 10h00 de Lisboa (mais uma no Vaticano), Francisco recebe todos os membros do Colégio Cardinalício. No sábado, à mesma hora, encontra-se com os jornalistas. No domingo, às 11h00, recita pela primeira vez enquanto papa a oração mariana do Angelus, a partir do apartamento papal. A missa para a solene inauguração do pontificado está marcada para terça-feira, 19 de março, Dia do Pai e data em que a Igreja Católica assinala a solenidade de São José. A celebração começa às 8h30 na Praça de S. Pedro.
Imagens

A Igreja «precisa evidentemente de reconstrução» mas já se sente «que uma nova estação começou»
O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura considera que a Igreja de que Francisco é agora papa «precisa evidentemente de reconstrução» para enfrentar «desafios imensos, quer internamente quer no diálogo com o mundo». A «rarefação das comunidades tem-se agravado», «a transmissão da fé debate-se com problemas evidentes que as estatísticas dolorosamente descrevem», a formação dos leigos «arrefeceu» e a Igreja «continua demasiado clericalista», apesar de contar com «poucos padres». «Por outro lado, o mundo complexifica-se sempre mais e a cultura deixa de partilhar com o cristianismo uma gramática simbólica comum, ao mesmo tempo que lhe dirige um olhar ora indiferente, ora expectante», acrescenta. O padre Tolentino Mendonça destaca ainda duas palavras da primeira saudação e «um maravilhoso gesto»: «Foi o novo papa inclinar-se para acolher a oração do povo que pedia a bênção de Deus para o seu pastor».

Francisco: perfil de um papa que lê Dostoievski e Borges, ouve muito, fala pouco e fez da pobreza um combate
Apesar da saúde frágil – extraíram-lhe parte do pulmão direito aos 20 anos – leva uma vida ascética e levanta-se às 4h30 da manhã para um dia de trabalho que começa sempre pela demorada leitura de uma imprensa a quem não deu mais que uma entrevista. O novo papa é conhecido por falar pouco mas ouvir muito. Grande leitor, sobretudo de romances russos, com Dostoievsky à cabeça, e o seu compatriota Borges, aprecia também ópera e é um fervoroso adepto do San Lorenzo, um dos grandes clubes da capital argentina, fundado em 1908 por um padre. Em 2009 não hesitou ir morar num bairro de barracas, em casa de um dos seus padres, então ameaçado de morte pelos traficantes de droga. Tendo feito da pobreza um dos seus combates, este crítico aceso do neoliberalismo e da globalização tornou-se uma autoridade moral incontestável na Argentina e no exterior.

Personalidades portuguesas dizem o que esperam do novo papa na relação da Igreja com a Cultura
«Espero que o próximo Papa prossiga no gesto cristão de não anatemizar os que não têm a certeza de Deus, mas que fazem da busca da Beleza e da Harmonia a demanda das suas vidas. Isto é, espero que seja um sábio. Um sábio capaz de se associar ao grande movimento de mudança de que o Mundo necessita para sobreviver com mais verdade e mais justiça, agora que a transparência as reclama todos os dias.. Estar à altura desta transformação, modificando por dentro a passividade da Igreja, é sem dúvida um desafio imenso, transformado, por via das circunstâncias, num imperativo de Cultura. De resto, a aproximação dos artistas e dos criadores à Igreja acontece não por que se chama, mas por que o exemplo atrai.»

Do fumo branco à bênção "Urbi et Orbi": (re)veja o filme que fica para a História
«Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais foram buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde. (...) E agora quero dar a bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim.» Do fumo branco à bênção "Urbi et Orbi", com as primeiras palavras de Francisco ao mundo.
Vídeo

Francisco: Novo papa vai inspirar «cultura da misericórdia no interior da Igreja e nas relações com o mundo», diz padre Tolentino Mendonça
O padre José Tolentino Mendonça está convicto de que o novo papa, Francisco, vai ser «um grande inspirador de uma cultura da misericórdia no interior da Igreja e nas relações com o mundo e a cultura». Para o diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura a «misericórdia» e a «alegria», temas que pontuaram a intervenção de Francisco nas reuniões entre cardeais que antecederam o conclave sinalizam «uma primavera de esperança na Igreja». O responsável lembrou que na primeira aparição aos fiéis, na praça de São Pedro, o novo papa disse em tom de brincadeira que os cardeais o tinham ido buscar ao fim do mundo, numa alusão ao seu país de origem. «Às vezes é preciso fazer uma grande viagem para lançar para próximo de nós o caminho da esperança», realçou.

Francisco: biografia breve
Imagens

Francisco é o novo papa: cardeais escolhem o argentino Jorge Bergoglio
Francisco é o nome do novo papa, o cardeal argentino Jorge Bergoglio. Os cardeais foram «até ao fim do mundo» para encontrar o novo papa, disse em tom de brincadeira. Francisco é o primeiro pontífice da América Latina. As primeiras orações em público do novo papa, diante da multidão reunida na Praça de São Pedro, foram o Pai-nosso, Avé Maria e o Glória, depois de evocar o seu antecessor, Bento XVI. Nas reuniões que antecederam o conclave, falou da importância do cristianismo da misericórdia e da alegria.
Imagens

O Evangelho das imagens










A Igreja em Portugal e no mundo










Papa Francisco










Subscreva










Siga-nos no Facebook










É novo










Vídeos da Pastoral da Cultura











Vaticano II - História e atualidade










Tempos de exigência










Agenda

 


 

Subscreva por e-mail as novidades da Pastoral da Cultura


Siga-nos no Facebook

 


 

 


 

Secções do site


 

Procurar e encontrar


 

 

Página anteriorTopo da página

 

 

 

2012: Nuno Teotónio Pereira. Conheça os distinguidos das edições anteriores.
Leia a última edição do Observatório da Cultura e os números anteriores.